Na escuridão de uma noite fatídica, o eco de uma guerra distante era ouvido. Gritos, choro e sangue se mesclavam, enquanto as trevas se uniam para testemunhar uma nova maldição: o nascimento de uma criança destinada ao desespero e ao medo. As paredes rangiam sob o frio impiedoso do local, enquanto a lua derramava seu brilho sobre aquela casa. Uma mãe contemplava a beleza de uma nova vida, condenada às algemas impostas pelo destino cruel.
Uma criança de cabelos negros, com olhos castanhos e traços franceses, nascia em uma família de linhagem humilde. Filho de uma mãe negra, de olhos castanhos e cabelo negro, vestida de forma simples com brincos dourados e uma tiara sobre a cabeça, a criança era o rebento de um grande homem, conhecido como o "Dragão Negro", um comandante de guerra. Seu destino parecia promissor, porém, mesmo com tudo isso, o medo era palpável. Refugiados sobre uma colina, em uma casa simples, não sabiam se estavam seguros, mas mantinham a fé de que aquele que não estava presente voltaria. Afinal, não sabiam o que o futuro lhes reservava. Tudo era envolto em mistério e incerteza; nada parecia realmente concreto. A única coisa que podia ser esperada era a esperança.
A criança nasceu saudável, e seu brilho era evidente. Seus olhos irradiavam amor e confiança, mesmo nascendo em tempos cruéis.
O choro da criança cessará. Nos braços maternos, acalmados pela presença reconfortante da mãe, cujo coração transbordava de alegria. Naquela modesta habitação, apesar do cruel frio que assolava o local, a lareira brilhava, inundando o ambiente com seu calor reconfortante. Embaixo do cobertor, mãe e filho se embalavam no sono, apenas para serem despertados por uma voz.
"Zenit, você está bem?" Um homem de cabelos brancos adentrou, seu olhar carregado de preocupação e impaciência.
"Estou bem, sim", respondeu Zenit, a mãe, com um sorriso suave e doce, embora ainda visivelmente cansada, seus olhos fixos em Jaiden, seu filho recém-nascido.
"Ei... Ele nasceu...", disse o homem, agora mais calmo e empolgado, dirigindo seu olhar para a criança com uma expressão de alívio.
"Ele é... tão pequeno, mas tem os seus olhos", murmurou o homem, um sorriso estampado em seus lábios.
Zenit, com uma felicidade palpável, respondeu: "Ele é lindo. Eu sei que quando o pai dele voltar, ficará feliz em ver seu filho."
O clima se tornou um tanto pesado após as palavras de Zenit.
"Ele vai voltar logo", afirmou o homem com um olhar vazio.
"Ken, ele vai vir. Eu sei que vai. Ele prometeu. Ele é forte, eu sei que vai", disse Zenit, seu olhar agora tingido de tristeza, mas ainda irradiando esperança.
Os olhos se voltaram para Jaiden, o recém-nascido, enquanto Ken, seu tio, sentia um alívio profundo em seu coração. Zenit estava feliz, mas a preocupação ainda pairava sobre eles. Ken se deixou cair sobre o sofá ao lado da cama, exausto.
"Droga... Eu esperava que ele pudesse estar aqui. Ele seria o mais feliz em ver seu filho. Ele falava tantas coisas... de como queria que o nome dele fosse Jaiden, de como queria que seu cabelo fosse igual ao da mãe... tantas coisas...", Ken olhava para Zenit, um suspiro escapando-lhe, seu sorriso tingido de tristeza.
"Ele sempre foi tão inquieto sobre nosso filho. Ele tinha tanto medo... ele sempre dizia que queria estar comigo quando ele nascesse, mas aquela maldita guerra... eu sei que ele vai voltar, mas mesmo assim, eu sei que ele está feliz", Zenit falava com um suspiro profundo, seu olhar perdido em pensamentos sombrios.
"Você está certa. Bem, vou ver como está a situação ao redor. Se precisar, é só me chamar", disse Ken, abrindo a porta.
"Ok, cuide-se. Eu selei a casa com um feitiço. Eles não vão nos encontrar, mas mesmo assim, tenha cuidado", Zenit falou com um olhar preocupado.
"Fique tranquila, vou ficar bem. Afinal, eles não conseguiriam me derrotar", Ken disse com um sorriso sarcástico, fechando a porta.
Após a saída de Ken, o ambiente se envolveu em um silêncio perturbador. Jaiden havia adormecido e Zenit, exausta, levantou-se, deixando-o deitado na cama, envolto em cobertores. Ainda fraca, ela se ergueu e olhou a lua pela janela, seu sorriso discreto envolto em insegurança. A noite terminava sobre aquele triste começo, enquanto a doce mulher e sua criança sucumbiam ao sono sobre a cama, a luz lunar derramando-se sobre eles, seus sonhos agarrando-se à esperança de um futuro melhor.
No entanto, o ambiente se tornava permeado pelo nascimento daquela criança naquele dia. Alguém emergia sem que se soubesse qual seria sua natureza futura. As algemas do destino o prenderam desde seu nascimento, seus olhos nasceram castanhos, mas um deles se transformou em negro enquanto ele dormia, sem que Zenit percebesse. A aura da criança se tornou negra e um sorriso surgiu em seus lábios, um sorriso que representava todo o mal do mundo, algo indomável, uma divindade que personificava a própria morte. O nascimento da criança decretou o destino sombrio daqueles que um dia o amaram.
Apenas o destino saberia o que iria acontecer, mas tudo se resumia a uma palavra: Morte.