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Ruínas

Fabula_Narrantem
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Synopsis
Em um mundo contaminado pela praga, os humanos tentam de tudo para sobreviver, pois que eles já não são o topo da cadeia alimentar.

Table of contents

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Chapter 1 - Equipe Ômega

Uma suave brisa recorre o deserto vermelho, passa pelos monólitos de pedra e as poucas árvores secas daquela paisagem desolada.

O vermelho das areias cor sangue parece vibrar com o calor, tornando esse um lugar difícil de se imaginar algum humano vivendo. Mas nessa paisagem, quatro indivíduos marcham firmes contra o vento e o calor.

Um grupo de soldados do reino de Impera, identificados pelo brasão em seu lado direito, um cavaleiro se alçando vitorioso sobre o cadáver de um dragão vermelho.

— Se as informações estão corretas, o objetivo é logo depois daquela colina. — O mais baixo dos indivíduos fala com voz abafada pela máscara de gás que leva em seu rosto, assim como todos do grupo.

— Se o carro não tivesse quebrado, mas alguém foi e bateu em uma das pedras, não é, Fernando? — Diz o maior dos indivíduos, olhando diretamente para um do grupo, alguém com uma mp5 em sua cintura.

— Olha, não começa, eu tô magoado.

— De quê? É a gente que tá se lascando por isso.

— Miguel e Fernando fiquem quietos, estamos em missão.

O homem à frente do grupo estava farto dessas discussões desnecessárias e das reclamações que Miguel sempre fazia.

O menor ali toma a frente do grupo ao chegarem na colina, o sol em seu ponto mais alto parecia derreter toda a paisagem mas ainda assim ele avistou nitidamente, uma fábrica abandonada a menos de 1 km de distância.

— Líder, o local da investigação é aqui.

— Certo, agora iremos repassar a missão, não quero que façam corpo mole dessa vez, ou fiquem fazendo alguma palhaçada.

O líder do grupo fica à frente de seus companheiros e caminha em direção à fábrica, enquanto os demais o acompanham, mas Fernando observa algo de estranho atrás deles.

— Chefe.

— O transporte de Rubis fundidos e fragmentos solares vinda dos palmares que passa por aqui vem sendo atacado por mutantes.

— Chefe. — Fernando fala mais alto enquanto observa várias silhuetas no horizonte, algo que os outros dois também percebem.

— Nosso objetivo é investigar as ruínas da fábrica, se a situação pedir, vamos explodir o lugar todo.

Os outros três membros começam a correr em direção à fábrica, passando seu líder que os olha confuso.

"O que esses caras tão fazendo?"

Ele olha para trás, percebendo tardiamente o motivo.

Dezenas ou até centenas de seres humanoides de pele acinzentada e sem roupas, de aparência cadavérica, correndo como loucos na direção dos quatro.

— Seus filhos de puta! Por que não me falaram antes?

Ele corre o mais rápido que suas pernas podiam permitir, até alcançar seus companheiros, que, por sua vez, correm mais devagar para seu amigo os alcançar.

— A gente te chamou, mas você tava todo se achando enquanto repassava as ordens.

— Era só ter me cutucado, ou gritado mais alto.

Os quatro colocam toda a velocidade que possuem nas pernas, mesmo com seus equipamentos pesados.

— Vocês podem olhar a parte boa, agora sabemos qual é o problema. — Fernando fala com voz alegre, de modo a deixar os demais com raiva.

Miguel, cansado de se segurar, toma a frente do grupo, correndo o mais rápido que podia, chegando nas Ruínas da antiga fábrica e jogando aleatoriamente os explosivos.

— Porra! Só correr não vai dar.

O líder, que não era conhecido por ser paciente, começa a usar os canos e entulho como obstáculo, e o resto da equipe segue seu exemplo.

— Antônio, Alé, hora de ter mais liberdade.

Fernando corre com uma agilidade sobre-humana desvia dos entulhos e usa um cano como rampa, pulando e se virando para a horda. Sacando sua mp5, atira nos mutantes ainda em pleno ar, e cai com pouso de super-herói.

O líder tira duas magnum de sua cintura e aponta uma para atrás, atirando 3 vezes e acertando 3 na cabeça que caem, fazendo os outros tropeçarem.

O mais baixo corre colocando quantos explosivos for possível no diminuto espaço de tempo que tem.

— Merda, merda, merda. Miguel, cadê você!?

Miguel corre até uma escadaria de metal que leva para o segundo andar, os demais seguem seu exemplo.

— Bom trabalho, vamos afunilar eles.

— Do que tu tá falando Alé? Eu só corri pra cá pra despistar ele.

Plano esse que falhou grandiosamente, todos estavam correndo afunilandos pelas plataformas de metal enferrujado.

Vários canos de metal aviam caído, dificultando a passagem, menos para os quatro, anos de treinamento militar os fizeram bem ágeis.

Atirando e correndo, o grupo se depara com uma curva fechada, levando até uma janela quebrada.

— O que a gente faz agora!?

— Pular.

Antônio toma a frente e pula pela janela, quebrando os vidros, seguido por Miguel, Fernando e Alexandre.

O último caindo e fazendo um rolamento.

— Aí, merda! Me cortei. — Miguel reclama.

O menor dele, Alexandre, se aproxima dos demais enquanto aciona um detonador, destruindo o armazém com todos os mutantes cinzentos dentro dele, enquanto o mesmo sai da nuvem de poeira.

Se não fosse pela máscara, Alexandre exibiria um sorriso de vitória e superioridade.

— Matei todos, mas da pra dizer que talvez vocês tenham ajudado.

Miguel encolhe os ombros e cruza os braços.

— Mas eu ajudei também. — Murmura Miguel.

— Ajudou? Eu só te vi correndo. — Brinca Fernando.

— Todos nós estávamos correndo, e eu ainda joguei um monte de bombas.

— Mas não deu um disparo.

No mesmo momento que discutiam sobre quão inútil cada um foi, Alexandre verifica seu Tablet.

Levi o observa e vai até ele, vendo o mesmo.

— São quantos?

— Centenas.

No monitor, vários pontos vermelhos ficam ao redor do grupo, mais mutantes, uma verdadeira horda se aproximando.

— Matamos só uma parte, o resto tá vindo. — Alexandre diz aos outros dois no momento em que já podiam ser vistos ou longe.

Os quatro se põem em posição, cada qual com suas armas.

Alexandre com uma escopeta de cano cerrado, Antônio com duas magnum, Fernando com sua mp5 e Miguel com sua 12.

— Time ômega, se preparem, talvez não vamos voltar com vida hoje.

A horda se balança de forma selvagem contra o grupo que começa a disparar.

Tiro após tiro eles caem aos montes, apenas aqueles 4 começam a dizimar a horda.

— Tamo ficando sem munição, capitão, vamos ter que ir pro corpo a corpo!

— Vamos ter que matar o máximo possível antes disso!

Descarregando o penúltimo cartucho e recarregado, Antônio não vê outra forma de continuar, parecia loucura apenas 4 homens irem corpo a corpo contra mais de uma centena de inimigos restantes.

— Peguem suas armas e vamos! — Diz Antônio correndo contra os vindos pelo leste, seguido por Alexandre que avança pelo sul.

— É sério mesmo?

Apesar de assustado, Miguel coloca um par de luvas metálicas e se joga contra os vindos do Oeste. Fernando não fica para trás, empunhando duas adegas, avança com um grito de guerra contra os inimigos do Norte.

Miguel acerta um soco com tal força que seu alvo tem sua cara convertida em um amontoado de carne desfigurada, morrendo na hora. O segundo não teve tanta sorte, um soco no fígado e um no pescoço, assim como o terceiro, quarto e quinto também foram abatidos rapidamente do mesmo jeito. Miguel ataca como um berserk frenético.

Seus companheiros não ficam para trás, Alexandre se arremessa com um Machado preso a uma corrente em sua esquerda e um mangual também da mesma forma em sua direita. Demonstrando um controle sobre-humana e habilidade incrível, acerta em sequência 6 mutantes em suas cabeças.

"Que porra, eles não vão parar de chegar, e a confusão parece atrair mais deles."

Agarrando um pelo pescoço, Alexandre o usa como escudo quanto atira nos demais com sua escopeta quase descarregada, acertando na garganta inchada e esverdeada de um dos mutantes, explodindo e expelindo ácido aos mais próximos.

Fernando repara que ficou com o lado de manos perigo e aproveita para eliminar da forma mais rápida que consegue, tudo em quanto faz movimentos que lembram break dance, acertando dois com suas botas metálicas e outros dois com suas adegas, perfurando seus crânios com estocadas precisas e cortando suas gargantas com ataques aleatórios.

"Da pra ver mais vindo, essa merda não vai ter fim."

"Sinto algo grande se aproximando." Pensa Antônio correndo.

Com uma tremenda perícia marcial, Antônio decapita de imediato os 3 mais próximos com sua espada curta e desvia dos ataques dos demais, como se dançasse entre os ataques, decapitado e acertando as juntas de seus alvos.

Aos quatro percebem um tremor onde estão os escombros, e uma mão emerge, grotesca e enorme, seguido de um braço, que, por si só, já equivale a duas vezes o tamanho de Miguel.

Os escombros são arremessados em várias direções, quase acertando Antônio, e esmagando alguns mutantes, que por sua vez param de atacar o esquadrão para observar.

Um mutante com aproximadamente 5 metros de altura, quatro braços, os dois da direita seguram uma viga de metal, suas duas cabeças unidas pela sua pele derretida, em uma expressão contorcida de dor e irá, toda sua pele desfigurada e cheia de ferimentos.

— Parece que o problema não era a horda. — Antônio puxa suas armas e se prepara.

Ação que é imitada pelos demais, enquanto os outros mutantes se preparam para atacá-los.

O maior balança sua arma contra o capitão que esquiva por pouco centímetros e atira em seus joelhos. O estrago foi pequeno, obrigando Levi a recuar para perto dos demais. Miguel se lança contra os mutantes das proximidades em um arrebato de adrenalina, esmagando a cabeça de mais dois.

— Desse jeito não vai dar certo, além do grandão, também tem os outros.

Fernando parou com suas piadas e brincadeiras, a situação se tornou mais séria que o esperado.

— Capitão, nós temos que usar o soro.

Meio relutante, Antônio segue o conselho de Ale e pega uma seringa Miguel se junta aos demais e faz o mesmo.

Os quatro injetam o conteúdo de suas seringas em seus braços, tudo em quanto os mutantes pareciam falar entre si em um idioma primitivo, prontos para a segunda rodada, ao menos agora com um plano.

O esquadrão ômega começa a ter alguns espasmos e convulsões, os mutantes têm o automático instinto de atacar, como se algo perigoso fosse acontecer.

Miguel atuou primeiro, pegando uma viga de metal e arremessando como se fosse um simples pedaço de madeira, esmagando alguns dos inimigos. Os demais da equipe voltam ao ataque, agora com uma velocidade e força irreais, matando vários alvos em poucos segundos.

O gigante desfigurado tenta esmagar Alexandre, que desvia e usa seus cabos de aço para enrolar as pernas do mutante e puxar, fazendo a criatura ficar de joelhos.

Antônio começa a atirar no máximo de alvos que consegue, giros tão precisos que conseguem atravessar a cabeça dos alvos e acerta os que estão atrás. Tudo para limpar o lugar e para deixar mais fácil lidar com o gigante.

Miguel usa uma força para pular e acertar um direto na cara do ser deformado, mas a criatura não ficaria parada, agarrando Miguel com seus braços inferiores e usando seu direito superior para acertar um soco em sua cara, mas ele resiste.

Alexandre, vendo o perigo, acerta uma sequência de ataques na cabeça da criatura, fazendo com que solte Miguel, que se levanta, pega sua escopeta e a põe na cabeça da criatura, atirando e explodindo o crânio do gigante.

Miguel apenas suspira de alívio ao ver que tinham conseguido. Mas, olhando ao atirador, repara que o número de mutantes ávia crescido.

— Esses malditos tão se multiplicando?

Os quatro ficam de costas entre si, prontos para mais.

Uma voz robótica soa nos comunicadores da equipe ômega.

Um helicóptero aparece no horizonte, suas duas metralhadoras aclopadas nas laterais e brasão entrega sua horigem.

O helicóptero sobrevoa o grupo e atira contra os mutantes, eliminando um a um e fazendo os que estavam se aproximando correrem de medo.

Do helicóptero desse uma escada de cordas.

— Ismael, atrasado como sempre, e cadê o respeito com seu capitão?

O grupo sobe as escadas e entra, finalmente tendo um respiro.