Rosa congelou com a menção de um beijo. Um beijo em troca da vida de alguém parecia simples, mas ela não queria ter que beijar Graham outra vez. Ela havia visto o suficiente para saber que beijar levava a outras coisas e estar presa no quarto de Graham agora não terminaria bem para ela.
"Você precisa ser rápida com sua resposta, Rosa. Um beijo ou Henrique morrerá?" Graham questionou, ansioso por qualquer desfecho.
Rosa estremeceu quando ouviu os gritos de Henrique do lado de fora. Embora ele fosse brusco na maneira como a tratava, Rosa não queria que Henrique morresse por causa disso.
Rosa apertou o cobertor que a cobria. Ela olhou para Graham que esperava impaciente. "Você vai matá-lo mesmo que eu te beije," ela disse, conhecendo Graham.
Graham sorriu, pego em flagrante. Ele pegou a mão de Rosa, ignorando a forma como ela tentava se livrar dele, para beijá-la. Era culpa dele por assustá-la ao longo dos anos, mas ele não conseguia se conter. Às vezes, ele precisava ter um pequeno gosto do que lhe aguardava.
Rosa sentiu pena de Henrique, já que seu destino estava selado e era tudo por causa dela. Ela não tinha tentado fugir, mas alguém ia ser morto como se ela tivesse tentado. Tudo porque ela havia chamado outro homem, embora soubesse do ciúme de Graham.
Rosa teve que tomar uma decisão difícil para se proteger. "Eu não vou te beijar," ela respondeu.
"Você vai deixá-lo morrer sem tentar salvá-lo? Não me alegra ouvir que você o deixaria morrer só para evitar me beijar. Estou começando a me cansar da maneira como você me trata," Graham falou com raiva, agarrando o pescoço dela.
Graham a empurrou de volta contra a cama. Embora ficasse feliz por ela não tentar salvar a vida de outro homem, ele não gostava que ela rejeitasse beijá-lo. "Você é minha. Se eu te der a opção de me beijar, você deveria escolher isso."
"É porque eu não mostrei como é estar comigo há algum tempo? Você está me respondendo assim porque esqueceu o bom homem que sou, Rosa? Você falha em ver que se estivesse nas mãos de outros homens, não seria tratada tão gentilmente. Eu poderia ter te oferecido a qualquer homem que viesse comprar seu tempo. Não fui generoso?" Graham perguntou.
Rosa concordou com a cabeça para agradá-lo. Seus dedos tocaram a mão dele ao redor de seu pescoço. Um pouco mais e ele deixaria uma marca em sua pele.
Ela já havia passado por isso antes. Graham ficava chateado ao ponto de machucá-la e depois chorava em seu peito enquanto pedia desculpas e a fazia perdoá-lo.
Rosa fechou os olhos, esperando que acabasse.
Uma batida na porta de Graham foi sua salvação.
A mão de Graham tremeu ao perceber o que havia feito. Ao afastar a mão do pescoço dela, viu uma leve marca vermelha. "V-Você está bem? Seu pescoço," ele disse, tocando onde a machucou.
"A porta," Rosa sussurrou, querendo que a atenção dele estivesse em outro lugar.
"Não se comporte mal, Rosa. Da próxima vez que você chamar um homem e correr para ele, vou tratar você como aquilo que comprei. Logo você terá um novo guarda," Graham disse, levantando-se da cama para ver quem havia vindo perturbá-lo.
A aparência desarrumada de Rosa o atraía, mas não era assim que ele imaginava possuí-la.
Rosa sentou-se lentamente. Agora que estava acordada, tinha o direito de sair do quarto, já que Graham não precisava mais cuidar dela. Ela precisava voltar para o seu quarto antes que os clientes começassem a chegar, ou ele a faria ficar aqui.
Rosa deslizou para o lado da cama e de lá, ela podia ver a porta aberta.
Uma vez mais, os estrangeiros vieram ver Graham. Será que Graham não sabia o problema que isso traria se os soldados viessem aqui esta noite?
Zayne olhou preguiçosamente do homem que não parava de sorrir para a mulher sentada na cama. Ela parecia um animal preso em uma armadilha.
"Sr. Hamilton," Graham disse, movendo-se para a direita para bloquear Rosa da visão de Zayne. "Eu estava ocupado cuidando de uma das minhas garotas, então me desculpe por não ter um quarto preparado para você. Não é um pouco cedo para você estar aqui?"
Graham estava ansioso pela visita dos homens do rei ao bordel naquela noite. Após uma longa viagem, tudo o que os homens queriam era bebidas e mulheres. Graham não precisava que os lados se aborreciam uns com os outros e destruíssem seu bordel.
Zayne reconheceu Graham mais uma vez, já que o dono do bordel parecia desesperado para chamar sua atenção. "Por que você está pulando na minha frente como um grilo? Você também entretém seus convidados assim?"
"Cuidado com o que você me insulta. Mais uma vez me vejo tendo que impedi-lo de olhar para uma mulher que eu disse ser minha," Graham respondeu, abandonando a atuação de tentar agradar Zayne. "Por que você está aqui? Você não está cego para ver que os homens do rei estão aqui. Eu não quero nenhuma briga esta noite ou qualquer outra noite."
"Por que todo mundo aqui tenta presumir o que eu vou fazer? Eu não vim aqui para brigar. Vim aqui para um quarto e bebidas para os homens com quem viajei. Não posso fazer isso ou devo ir para outro lugar?" Zayne perguntou, pronto para ir embora.
Graham não gostava do bastardo, já que ele não o ouvia, mas ele gostava do dinheiro. "Por que ir para outro lugar quando você está no melhor bordel da cidade? Eu vou providenciar alguns quartos, bebidas e mulheres-"
"Sem mulheres," Zayne rejeitou a oferta. Ele havia visto o que rastejava para cá para usar o negócio de Graham. Ele preferiria não se arruinar. "Eu também gostaria de continuar nossa conversa de ontem à noite, se você não estiver ocupado."
"Agora?" Graham olhou por cima do ombro para Rosa, que se levantou da cama, pronta para fazer sua fuga de volta ao quarto.
Graham queria que ela ficasse em seu quarto para que pudesse continuar a interrogá-la sobre o homem que viu e continuar a diversão de receber um beijo dela. Ainda assim, ele tinha que entreter seus convidados e manter os soldados de destruir o seu negócio.
"Muito bem. A primeira garrafa será por minha conta, mas você deve prometer beber muito mais até o nascer do sol de amanhã. Tenho justamente as mulheres para servir bebidas," Graham disse, saindo do quarto e fechando a porta atrás de si.
Zayne lançou um olhar furtivo para a mulher dentro do quarto, justo antes da porta se fechar e escondê-la. Ela parecia aliviada por não ter que entreter Graham. Ele estava curioso por que ela não estava trabalhando como as outras, mas ao mesmo tempo, ele não queria ficar envolvido nos problemas de ninguém.
Rosa encarou a porta. Ela caiu no chão quando seus joelhos subitamente ficaram fracos. Se não fosse pela perturbação, a noite poderia ter tomado um rumo ruim para ela. Ela não estava pronta para ficar daquela forma com Graham.
"Meu quarto," Rosa disse, tentando encontrar forças para se levantar. Ela tinha que chegar lá para se proteger.