Zayne olhou para fora de uma das janelas de seu quarto em direção à montanha de onde Rosa havia vindo. Ele ainda não conseguia acreditar que ela se esforçara para andar do bordel até chegar ao seu acampamento durante a noite.
Rosa deveria estar indo sem descansar, já que não é fácil para ninguém chegar aqui nesse período se estivessem parando para descansar.
Ela parecia exausta e, embora não fosse a pessoa mais magra que ele já havia visto, aparentava que poderia se beneficiar de um banquete para lhe dar a força que precisava para continuar para onde quer que estivesse indo.
Pensar que havia alguém aqui que o impresionava e não era o rei que ele ainda estava para encontrar. Esta terra realmente tinha suas surpresas.
Zayne se afastou da janela para procurar um mapa extra que deveria ter no quarto. Ele estava curioso sobre para onde Rosa planejava ir a partir daqui ou quanto tempo ela conseguiria se esconder de Graham. Embora não fosse de sua conta se preocupar, ele não queria que ela voltasse para Graham, pois o homem o irritava e Zayne queria que Graham perdesse o que ele gostava.
Zayne encontrou o mapa escondido entre os livros e o pegou. Ele poderia mandar uma empregada entregá-lo, mas Rosa poderia preferir um rosto familiar. Ela já deveria ter se arrumado e recebido sua comida.
Zayne saiu do quarto para ver o que a pequena fugitiva estava planejando. Se ela já estava maquinando fugir daqui quando ela não era uma prisioneira.
O quarto da Rosa não era longe do dele, então ele chegou lá rapidamente. Lucy, que se voluntariou para vigiá-la, não estava de pé do lado de fora da porta.
Zayne bateu na porta e esperou por uma resposta. Houve silêncio do outro lado, então ele bateu novamente caso ela não tivesse ouvido da primeira vez. Zayne ficou suspeitando de que ela poderia ter fugido, embora ele a tivesse advertido de que não era seguro fazer isso.
Ele não teve escolha senão arrombar a porta, uma vez que estava trancada.
"Rosa!" Zayne chamou, olhando ao redor do quarto por ela, mas não havia sinal dela. Por que ela não escutou que não deveria sair?
Rosa poderia ter andado direto para um grupo de homens que não ficariam felizes em saber que ela era desta terra.
Quando Zayne se dirigiu à varanda, pois devia ter sido o caminho pelo qual ela escapou, ele notou algo ao lado da cama. Rosa estava escondida no canto com um cobertor envolvido ao redor dela. Quão cansada ela tinha que estar para não ter ouvido quando ele arrombou a porta?
"Essa garota," Zayne murmurou, passando os dedos pelo cabelo enquanto a adrenalina começava a desaparecer. Ele não deveria ter se preocupado tanto com ela saindo e se colocando em problemas após ter advertido ela. "Por que ela não está usando a cama?"
Tudo o que ele tinha visto sobre ela era estranho. Havia uma cama perfeitamente boa, mas ela encontrou mais conforto no cobertor e no chão. Quanto o bordel ou o homem obcecado por ela a perturbaram para que ela tivesse que ser assim? Ele tinha uma boa ideia, mas nunca entenderia como ela.
Zayne pensou em deixá-la como estava, já que ela não gostava de ser tocada, mas ela parecia desconfortável. Até a hora que ela estivesse pronta para partir, suas costas estariam doendo e ela não conseguiria ir tão longe do acampamento como fez na noite passada.
"Onde diabos está a comida?" Zayne se perguntou.
Ele esperava que Rosa estivesse com fome, mas não tão faminta a ponto de já ter terminado. Não fazia tanto tempo assim desde que ele a mandou se limpar. Ninguém poderia ter trazido a comida e retirado os pratos ainda.
Zayne caminhou até o canto onde Rosa descansava para acordá-la para que pudesse deitar-se na cama. Ele cuidaria para que ninguém a perturbasse, para que ela não tivesse que temer alguém entrar em seu quarto.
Quando ele se ajoelhou diante de Rosa e relutantemente tocou a mão dela, os olhos dela se abriram assustados e ele já viu o medo.
"Não," Rosa implorou para ele. Ela tentou recuar dele, mas a parede onde ela estava encostada a impediu de ir a qualquer lugar. Ela estava entre a cama e a parede, então não tinha para onde fugir. "Por favor, não faça. Você disse que não faria."
"E eu não farei. Eu estava apenas tentando te acordar, uma vez que você parecia desconfortável no chão. Eu bati na porta, mas você não respondeu. Eu tive que arrombá-la," disse Zayne, apontando para a porta para provar sua história.
Rosa espiou por cima da cama para ver a porta quebrada. Ela não entendeu como ele conseguiu arrombar a porta e isso não a acordou. Ela estava acostumada a acordar com o menor ruído perto de seu quarto quando estava no bordel. "Por que eu não acordei?"
"Porque você passou a noite viajando pela montanha, provavelmente sem comida alguma. Qualquer um estaria tão cansado que não ouviria tambores sendo tocados, mas você ainda conseguiu acordar com alguém te tocando. Você pode deitar na cama, Rosa. Ninguém vai entrar aqui para te incomodar," disse Zayne.
"Você está aqui," Rosa falou baixinho. Ela ainda não sabia por que ele veio ao quarto para vê-la.
Zayne mostrou o mapa em suas mãos, que agora estava amassado depois de ficar irritado por achar que ela poderia ter fugido. "Eu trouxe o mapa que você pediu. Pensei que você gostaria de começar a planejar. Teremos que conseguir outra faca para você poder esfaquear intrusos."
"Então eu poderia ter te esfaqueado," Rosa respondeu. Se ela tivesse uma faca, teria apontado para ele, pois acreditava quando abriu os olhos que ele estava ali para fazer algo com ela.
A história dele sobre por que estava ali parecia verdadeira, mas Rosa sabia que não se devia confiar na bondade de ninguém.
Rosa puxou o cobertor para se esconder. A mulher que veio antes não havia retornado com o vestido como ela havia prometido.
Zayne conseguiu ver que seus ombros não estavam cobertos por nada além do cobertor. "Você não recebeu o vestido? E quanto à comida?" Ele perguntou depois que Rosa balançou a cabeça para a primeira pergunta. "Esses idiotas. Eu vou buscar ambos, mas você deve usar a cama em vez do chão."
"É confortável aqui-"
"Não parece. Ou você usa a cama ou não recebe o mapa e a comida. O que você prefere?" Zayne perguntou.
Rosa não queria usar a cama, pois era fácil alguém encontrá-la no quarto, mas ela estava com fome e precisava do mapa para encontrar uma igreja. Ela concordou com a cabeça, aceitando usar a cama como ele queria.
Ela só precisava não estar em um sono tão profundo que não conseguisse ouvir quando uma porta fosse arrombada.
Lucy entrou no quarto, diminuindo o passo assim que notou a presença de Zayne. Por que ele acabou vindo aqui?