"Aurora, eu não disse que você está de castigo pela semana inteira? Onde você pensa que está indo?" Selene gritou atrás de Aurora, que já estava correndo para fora de casa.
Eles tinham acabado de voltar da escola e era hora do treino dela.
"Desculpe, mamãe. Realmente não posso perder meu treino." Ela disse e saiu correndo.
"Aurora..." Selene apertou a mandíbula.
"Você conhece a filha que você tem. Ela nunca iria querer perder o treino por nada." Mateus afirmou, tentando acalmar a esposa irritada.
"Não quero que ela se machuque de novo, em nome do treinamento para ser uma guerreira. Ela está se esforçando demais." Selene reclamou, sentindo-se mal.
"Eu sei que ela está fazendo isso para provar um ponto para as pessoas que a zombam por ser sem lobo e me sinto mal que minha filha está sofrendo tanto e não há nada que eu possa fazer a respeito." Ela acrescentou, cabisbaixa.
"Eu entendo, querida. Eu também sinto. Ela está lidando bem com a pressão. Vamos continuar sendo fortes por ela. Ela vai ficar bem." Ele manteve.
"Espero mesmo. Ela está lidando estranhamente bem e isso é meio assustador. Eu quero que ela mostre emoções e deixe eu cuidar dela, mas ela está se fazendo de forte e tentando lidar com tudo sozinha." Ela disse, tristemente.
"Não se preocupe, querida. Ela é uma criança única, ela vai ficar bem." Mateus disse, abraçando-a calorosamente.
Aurora trotou até o centro de treinamento, totalmente pronta para dar o seu máximo.
"Preciso ser forte a ponto de nenhum lobo poder encostar um dedo em mim, nunca mais, mesmo que eu não tenha um lobo. Preciso garantir isso. Pelo menos, eu deveria ser capaz de me proteger de qualquer ameaça. Vou ser uma força formidável a ser reconhecida." Ela jurou.
"Ei, alienígena! O que você está fazendo aqui? Ainda não desistiu?" Clara perguntou, zombeteiramente. A outra garota atrás dela riu alto, enquanto Tina, a líder delas, sorriu.
Aurora tinha acabado de chegar à entrada do centro de treinamento e estava prestes a entrar no salão. Era um grande salão que abrigava todos os equipamentos de treino, incluindo esteiras, remadoras, bicicletas de spin, elípticos, treinadores de suspensão, sacos de pancada e por aí vai. Também havia diferentes espaços no grande salão, como ringue de boxe, espaço para sparring, espaço de combate e assim por diante.
"Eca, alienígena! Você já não está cansada? Você definitivamente deveria tirar sua bunda da nossa matilha e ir viver entre os humanos, onde você pertence." Gracie declarou, rindo.
O trio de garotas era um dos grupos proeminentes que normalmente ridicularizava Aurora por ser sem lobo. Elas tinham todas a mesma idade.
"Essas garotas realmente não têm nada melhor para fazer do que me intimidar?" Aurora pensou consigo mesma e suspirou.
"Melhor eu ignorar vocês, já que não têm nada melhor para fazer da vida, enquanto eu estou ocupada construindo a minha. Até mais, garotas!" Ela disse alto e queria se afastar.
Tina debochou. Ela fez sinal para suas garotas segurarem Aurora.
"Quem você pensa que é para ir embora enquanto ainda estamos falando com você?" Clara declarou, puxando-a de volta, rudemente.
"Solte-me! Qual exatamente é o seu problema comigo? Não podem simplesmente me deixar em paz? Que parte do 'eu não quero falar com vocês', vocês não entendem? Eu não quero me rebaixar ao nível de vocês e ficar trocando palavras, é por isso que eu estou indo embora." Ela estourou com elas.
"Garotas, me deixem em paz!" Me deixem em paz!" Ela acrescentou, reforçando sua segunda afirmação.
"Garotas, vocês ouviram a moça. Ela disse para deixarem ela em paz." Tina chamou, finalmente falando depois de assistir ao cenário em silêncio, mas se divertindo.
Ela era a única filha do guerreiro-chefe da matilha e a líder da gangue.
"Desculpe, querida! Pode seguir seu caminho, em paz." Ela disse gentilmente, com um doce sorriso, mas suas ações foram diferentes. Ela empurrou Aurora com força e esta caiu no chão, com dor. Ela tinha treinado como guerreira, então era muito forte, especialmente com seu lobo.
"Ai, isso deve doer como uma cadela!" Clara e Gracie exclamaram, zombando.
"Garotas, a moça precisa de ajuda. Ajudem-na a se levantar!" Tina disse às garotas e sorriu maliciosamente para Aurora.
"Pegue minha mão, alienígena, deixa eu te ajudar a levantar!" Gracie disse, estendendo a mão para ela.
Aurora bateu a mão dela e conseguiu se levantar, gemendo.
"Tina..." Ela disse entre dentes enquanto ficava de pé diante dela.
"Sim, querida. Estou toda ouvidos, o que você quer dizer?" Tina perguntou, docemente.
"Você e suas garotas estão me irritando. Estou prestes a explodir." Aurora vociferou.
"Oh, a alienígena está com uma atitudezinha fofa!" Gracie e Clara exclamaram novamente.
"É mesmo? Então, o que você quer fazer conosco? Você quer me desafiar para uma luta?" Tina perguntou, arrogantemente.
Aurora respirou fundo. Ela sabia muito bem que não podia enfrentar Tina e seu lobo. Tina atualmente era a melhor lutadora adolescente de sua matilha. Nem os garotos tinham sido capazes de derrotá-la. Ela tinha uma linhagem nobre, sua mãe tinha o sangue de Alfa e seu pai era o guerreiro-chefe.
"Não, eu... " Aurora quis recusar imediatamente mas foi interrompida por uma voz grave atrás delas.
"Sim. Ela vai te desafiar para uma luta. Na verdade, eu ouvi que ela está desesperada para te desafiar. Vocês duas vão lutar agora. A vencedora pode fazer o que quiser com a perdedora. Essa é a aposta!" Dante disse, aproximando-se delas. Suas pernas ainda estavam engessadas.
"Dante, o maldito!" Aurora murmurou em voz baixa.
"Isso que eu gosto! Vou esmagar seus ossinhos frágeis, querida!" Tina disse e rosnou, mostrando os dentes para ela, excitada. A cor drenou do rosto de Aurora.