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Chapter 13 - Escolta aos Semi-Humanos

Na planície, os semi-humanos descansavam e relaxavam na grama após o ocorrido. Isso enquanto Akira aproveitava para obter informações sobre como aquilo ocorreu

- Então aqueles mercenários invadiram a vila de vocês, mataram os camponeses mais fortes e então sequestraram vocês para os vender como escravos? - Interrogou o garoto com as orelhas de gato sentado a sua frente, curioso para descobrir se entendeu tudo certo

- Exatamente, moço. - Disse cabisbaixo - Por culpa deles, agora estamos nestas situações. - Tocou a coleira e as correntes

- Deixe-me cuidar disso. - Estendeu a mão para tocar os braceletes em seus pulsos, pressionando com um pouco de força e os fazendo quebrar em pequenos fragmentos

- W-Woah...! C-Como fez isso? - Perguntou surpreso, levantando a cabeça

- Apenas apliquei a força necessária para quebrar sem te machucar. Agora... - Levantou o olhar para os outros - Quem mais quer se livrar desses braceletes? - Sorriu

Um tempo depois de fazer o mesmo com os outros, tirando seus braceletes, correntes e coleiras, ele se levantou e perguntou ao Grande Sábio...

- "Existe algum lugar onde posso deixar eles? Não quero simplesmente os deixar aqui."

- "Acredito que exista um lugar. Dois dias ao Oeste existe uma nação de semi-humanos. Lá eles devem ficar seguros e conseguir abrigo."

- "Ótimo! Então os levarei para lá e-"

- "Mas tem um porém. Essa nação é um tanto quanto hostil com os humanos. Imagino que eles não gostariam de ver uma dupla de humanos trazendo semi-humanos."

- "Você tem um ponto... Mas não vou me preocupar com isso agora. Primeiro iremos para lá e, se forem hostis conosco, não me importo de me impor e demonstrar força. Estou disposto a discutir com o líder da nação se for necessário, tudo para deixar essas pessoas seguras."

- "Então siga com esse plano. O melhor caminho para chegar a essa nação é por uma estrada pavimentada que atravessa esse vale ao oeste."

- "Entendi. Obrigado, Grande Sábio." - Sorriu levemente e olhou para os semi-humanos que estavam o encarando com curiosidade, assim como Ochi que o encarava da mesma forma - Já sei para onde vou levar vocês, pessoal. - Sorriu para todos - Dois dias daqui seguindo aquele caminho existe uma nação de semi-humanos onde vocês devem ficar seguros. - Disse enquanto apontava na direção

- O-O senhor vai mesmo nos... levar até lá, moço? Não vamos... ser um incômodo? Também vai... durar dois dias... - O garoto disse de cabeça baixa, mas logo teve seus cabelos afagados pela mão do maior

- Não se preocupe. No momento, vocês são prioridade. Além de quê, eu não me importo com o tempo que levaria. Eu os ajudaria mesmo que levasse um ano inteiro de viagem.

- Woah... Moço, você é mesmo legal, né? - Uma das crianças sorriu e as outras sorriram logo depois

Eles demoraram cerca de duas horas para atravessar o vale e chegarem no caminho mencionado pelo Sábio. A partir daí, eles seguiram pela estrada pavimentada que era quase como uma estrada comercial

A estrada era cercada por uma leve mata cheia de árvores frutíferas, que eles usaram para conseguir se alimentar durante os dois dias até a tal nação. Além da água que era forcenica tanto pelas frutas quanto por pequenas fontes de água que eram encontradas também pela mata

- Ei, moço... - Uma garotinha de vestido em tom verde claro, com orelhas e cauda de cachorro puxou levemente a mão de Akira que olhou para ela com um sorriso suave e gentil no rosto - Muito, muito obrigado mesmo por nos ajudar! - Sorriu largamente

- Oh, pequena... - Sorriu mais - Não precisa me agradecer. - Fez um carinho na cabeça dela

Após os dois dias de viagem, na tarde de um terceiro dia, eles finalmente chegaram em uma cidade que parecia ser a capital, pois possuía construções rústicas, mas que eram belas e possíveis de ver mesmo de fora da muralha que a cercava

- "Chegamos."

- "Obrigado, Grande Sábio." - Se virou para ver todos - Chegamos pessoal. Vamos tentar entrar agora.

- Mestre... - Ochi segurou a mão dele e a apertou com força, demonstrando preocupação. Mas logo recebeu um sorriso seguro do maior, que apertou sua mão de volta de forma que passava confiança e segurança

- Não precisa se preocupar, Ochi. - Disse calmo, conseguindo tranquilizar o garoto sobre o que seria feito - Me sigam e permaneçam atrás de mim. Se algo de hostil ou violento acontecer, corram pelo caminho que viemos. - Instruiu e recebeu um aceno positivo de concordância de todos

Eles saíram dos arbustos da estrada e seguiram o caminho até o portão da cidade, onde foram vistos por guardas meio lagartos que os avistaram das torres de vigia que ficavam cada uma de um lado do portão. Esses guardas logo soaram um alarme que fez mais guardas se reunirem e saírem do portão para cercar o grupo

- O que vocês querem, humanos? E por que tem semi-humanos com vocês? - Um guarda meio gavião questionou, apontando uma lança na direção de Akira

- Por favor, não apontem lâminas na nossa direção quando temos crianças aqui. - Falou enquanto erguia lentamente as mãos

- Parado! - Um guarda meio cervo mandou, apontando sua lança na direção dele, junto dos outros que fizeram o mesmo

- Por favor, sem lâminas ou violência. - Pediu, fazendo rápidos movimentos com as mãos, quebrando todas as lâminas das lanças em um piscar de olhos

- Ora seu...! - Um guarda meio lagarto levantou o punho, pronto para socar o rapaz

- Sem violência, senhor. - Disse, levantando as mãos acima da cabeça - Não brigar. Viemos apenas deixar essas crianças e adolescentes aqui para que fiquem seguras.

- Não podemos confiar no que qualquer humano conta, rapaz. - O guarda meio gavião disse

- Peço humildemente para me encontrar com o, ou a líder dessa cidade. Apenas uma conversa amigável para discutir o futuro dessas vidas. - Se curvou

- O que é esse fuzuê todo aqui em rebanho? - Um homem meio leão, com armadura dourada chegou - Urgh, humanos?

- Olá, senhor. Eu gostaria de-

Não completou sua fala pois logo o leão viu os semi-humanos e levantou sua espada, a abaixando contra Akira e Ochi. A lâmina acertaria Ochi se não posse por Akira segurar a espada

- Tente atacar meu pupilo de novo e eu não responderei por mim, senhor. - Disse com um tom de voz mais rouco e frio, diferente do padrão - Eu disse que não quero violência ou lâminas, afinal, temos crianças por perto. - Apertou um pouco os dedos na lâmina da espada, a quebrando em pedaços

- Argh...! Não se ache, humano miserável! - Tentou o socar, mas teve o busto de sua armadura destruído e seu peito impactado por um soco de Akira, que fez o mesmo com o guarda lagarto que estava tentando o atacar pelas costas

- Podem, por favor, me escutar e nos levar até seu, ou sua líder agora?! - Perguntou com uma veia de raiva aparecendo em sua testa

- E-Está bem... Eu acho... - O guarda meio gavião disse, impressionado com o tamanho da força do rapaz e abrindo o portão para que eles entrassem na cidade

Akira, junto de Ochi e dos semi-humanos, entrou na cidade. As pessoas pelas ruas ficavam perplexas e assutadas ao verem humanos sendo escoltados por guardas junto de crianças semi-humanas até o pequeno e rústico, mas belo, palácio presidencial da cidade

Entrando na sala principal, onde se encontrava um pequeno trono, eles encontraram uma pequena e jovem garota meio raposa sentada nele, olhando para eles seriamente

- Senhorita, estes humanos chegaram a pouco em nossos portões, trazendo estes jovem semi-humanos e pediram para encontrá-la. - O gavião falou, colocando a mão no peito e se curvando diante a ela

- E por que vocês deixaram eles entrarem? Esqueceram que humanos são extremamente proibidos dentro de nossas muralhas? - Ela perguntou em tom severo

- Se me permite, senhorita... - O guarda meio cervo disse - Este rapaz... - Apontou Akira - Ele insistiu a todo momento para que não usassemos lâminas perto das crianças, insistiu em não usar violência e apenas fez algo contra nós quando o Sir. Gladion Lion tentou os atacar.

- Sim, isso mesmo! Ele é extremamente forte! Ele foi capaz de destruir o busto da armadura de Sir. Gladion e da de Lart e os abater com um único soco. Tudo porque eles foram hostis. Mas não fez nada conosco.

- Até aí ele mesmo foi hostil. Se ele fosse realmente um pacifista, ele nem ao menos levantaria a mão contra eles.

- Me perdoe, senhorita, mas aqueles homens tentaram levantar a mão contra mim e um deles quase acertou meu pupilo com sua espada. - Se curvou levemente - O que eu mais quero é manter uma relação de paz e amigável com todo e qualquer semi-humano que eu encontrar. Mas isso muda se ele for hostil comigo, não me dê tempo de falar, ou apenas ignore o que eu falo.

- Ninguém te deu permissão para falar, humano. Aqui nesta cidade você não tem direito algum e-

Parou de falar ao encontrar o olhar do rapaz. Seus olhos eram uma mistura de gentileza e tranquilidade com firmeza e certa frieza que chegava a dar calafrios de certa forma

- Gulp... - Engoliu em seco - V-Vou ouvir o que... você t-tem a d-dizer... - Tentou se recompor e se manter firme

- Obrigado. - Se ergueu e sorriu gentilmente - Nós resgatamos essas pessoas de traficantes de escravos a dois dias, em um vale a dois dias de viagem daqui. Nós os trouxemos para que eles pudessem ficar seguros e viver aqui.

- Entendo... Bem, se o que diz é verdade, então onde estão as coleiras de escravos?

- O moço quebrou elas! - Uma das crianças disse

- Sim, ele quebrou todas usando só a força das mãos! - Outra criança falou, sorrindo

- Sério? Até isso ele fez? - Ela perguntou incrédula, olhando para ele surpresa - Você é com certeza alguém curioso, rapaz.

- Se isso foi um elogio, então agradeço, senhorita. - Sorriu levemente

- Bem, se agora são todos órfãos, imagino que devemos os deixar em um orfanato. Aqui temos um no qual podemos os deixar. - Se levantou do trono

- Será que eu posso os acompanhar até o orfanato? Após isso eu irei embora e não precisarão se preocupar em me ver de novo.

- Hm? Claro, por que não? - Deu de ombros por um momento e seguiu até a porta - Eu faço questão de levá-los até lá.

- Mas senhorita-

- Silêncio. Se eu disse que vou, então eu vou. - Disse firme, abrindo a porta - Me sigam, por favor.

Assim, as crianças e os adolescentes semi-humanos seguiram a jovem, sendo acompanhados a todo momento por Akira e Ochi, junto dos guardas que estavam acompanhando a jovem

Ao chegarem na rua do orfanato, acabaram por se encontrar com o guarda meio leão, Sir. Gladion Lion, que estava coçando a cabeça e resmungando enquanto andava. Mas ele logo parou ao ver a jovem

- S-Senhorita, o que está fazendo aqui? - Arregalou os olhos e logo rosnou ao ver Akira no fundo do grupo - E o que esse humano faz junto da senhorita?!

- Estamos apenas levando estes jovens ao orfanato para que fiquem seguros. Afinal, nós semi-humanos devemos ficar juntos e nos proteger.

- Sim, mas nós nos protegemos dos humanos! E esse moleque é um humano! - Rosnou de novo

- Sir. Gladion, se acalme. Este rapaz não é uma ameaça a nós.

- Como não é uma ameaça?! Ele até mesmo destruiu minha espada e o busto da minha-

- Olhe nos olhos dele e você entenderá. - Mandou e foi o que ele fez

Quando olhou nos olhos de Akira, o leão viu o mesmo olhar que a jovem havia visto. Isso o fez congelar e engolir em seco, se aproximando da jovem

- E-Ele tem... - Cochichou baixo para ela

- Ele tem o olhar do domador. O mesmo que meus avós disseram ter visto no herói de 400 anos atrás, que ajudou os semi-humanos a construirem esta cidade. - Cochichou de volta para ele

- Gulp... - Se aproximou do rapaz e estendeu a mão - Me perdoe por o tratar daquela forma. Eu tenho muitos problemas com humanos.

- Hein? Ah, claro... - Apertou a mão dele e sorriu sem jeito - "Não entendi o que aconteceu, mas se ele não for mais hostil então tudo bem."

E após isso, eles chegaram no orfanato e, antes de entrarem, todos correram para abraçar Akira e se despedir. Depois disso, eles finalmente entraram no orfanato, finalmente seguros e prontos para encontrarem um novo lar

- Senhorita... - Se aproximou dela - Tudo isso passou e eu não tive a oportunidade de perguntar seu nome.

- Oh, sim... É mesmo, não é? - Riu um pouco - Me chamo Sandy.

- Prazer, senhorita Sandy. Eu me chamo Akira. - Se curvou levemente

- O prazer é meu, Akira. - Sorriu

E depois dessa pequena jornada, Akira e Ochi saíram daquela cidade e foram embora, seguindo seu caminho pelo continente para eliminar as calamidades...