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Chapter 11 - The Dance of Shadows and Fire

Os soldados estavam cavalgando por cerca de dez minutos quando os ecos distantes de gritos perfuraram o ar da noite. Os gritos aterrorizados de mulheres e as risadas sinistras de bárbaros ficavam mais altos a cada momento que passava. A fumaça da vila em chamas se tornou mais visível, espiralando em direção ao céu escuro como um farol sombrio.

— Estamos perto — murmurou um dos soldados, apertando o punho da espada. A tensão no grupo era palpável quando eles começaram a desacelerar os cavalos até parar.

— Desmontem! — ordenou Lyra, sua voz calma, mas autoritária. Os soldados obedeceram imediatamente, descendo rapidamente de seus cavalos e preparando suas armas. O ar estava denso de antecipação, o chão abaixo deles vibrando com os sons do caos logo à frente.

Lyra respirou fundo, examinando os rostos dos soldados. Seus olhos piscaram sobre cada um, garantindo que todos estavam prontos para o que estava por vir. Mas então, sua testa franziu em confusão.

— Espere… — ela sussurrou, contando os soldados novamente. Algo não estava certo. — Onde está o soldado de capuz?

O grupo olhou ao redor e percebeu que a realidade estava acontecendo.

— Ele estava bem atrás de nós — disse um soldado, sua voz tingida de desconforto. — Eu o vi desmontar conosco, mas agora...

— Ele se foi, desapareceu! — outro soldado exclamou, seus olhos arregalados de preocupação. A percepção de que eles tinham perdido um dos seus antes mesmo de chegar à vila enviou uma onda de ansiedade pelo grupo.

Lyra cerrou o maxilar, sua mente acelerada. Ela sentiu um aperto no estômago, mas não havia tempo para voltar atrás.

— Não podemos esperar por ele, não com a vila sob ataque. Temos que seguir em frente — Lyra declarou, tentando manter o foco na missão.

— Mas e se ele estiver em perigo? E se ele for capturado? — perguntou um soldado, claramente dividido entre a missão e seu companheiro desaparecido.

— Se ele foi capturado, não há nada que possamos fazer por ele agora. Teremos que confiar que ele pode se virar sozinho. Nossa prioridade é a vila — Lyra respondeu, sua voz firme, embora a preocupação fosse evidente em seus olhos.

— Vamos manter os olhos abertos. Se o avistarmos, vamos trazê-lo de volta ao rebanho. Mas agora, a vila precisa de nós — disse outro soldado, tentando reunir o grupo.

Lyra assentiu, apreciando a determinação do soldado.

— Vamos nos mover. Fiquem abaixados, fiquem quietos. Vamos nos dividir em dois grupos — Lyra instruiu. — Um vai circular ao redor da vila e cortar qualquer rota de fuga. O outro vai se aproximar pela frente e pegá-los de surpresa.

Os soldados assentiram, preparando-se para a batalha que os esperava. Conforme eles começaram a avançar em direção à vila, Lyra não conseguia se livrar da sensação de que algo estava muito errado. O soldado desaparecido roía seus pensamentos, mas ela se forçou a se concentrar na tarefa em questão.

Os gritos e risadas ficaram mais altos à medida que se aproximavam da vila, as chamas bruxuleantes lançavam sombras assustadoras no chão. Lyra liderou seu grupo para frente, seus sentidos em alerta máximo. Mas a pergunta permaneceu em sua mente: Para onde foi o soldado encapuzado?

Ele era um covarde que havia fugido ou havia algo mais sinistro em jogo?

— Foco — Lyra sussurrou para si mesma, apertando mais a espada. Ela olhou para os soldados ao seu lado, que estavam igualmente tensos, mas prontos para a luta. A vila estava logo à frente, e logo eles estariam cara a cara com o inimigo. Mas com um deles desaparecido, Lyra não conseguiu evitar sentir o peso da incerteza pressionando-a.

À medida que se aproximavam da aldeia, o grupo se preparava para o que poderia ser a luta de suas vidas, enquanto uma pergunta persistia em suas mentes: Onde estava o soldado de capuz?

Enquanto o resto do grupo avançava cautelosamente em direção à vila em chamas, Aemon sentia um mal-estar crescente. Algo sobre toda a situação parecia estranho. Tudo estava indo muito bem — o caminho estava livre, nenhum bárbaro estava de guarda, e a missão estava se desenrolando como se tivesse sido meticulosamente orquestrada. Parecia muito perfeita, muito controlada, como se fosse uma armadilha esperando para ser acionada.

Os pensamentos de Aemon dispararam enquanto ele se lembrava de sua conversa anterior com Cedric. Cedric tinha sido tão confiante, tão preciso em suas instruções, e agora essa confiança parecia suspeita. As peças do quebra-cabeça começaram a se juntar na mente de Aemon. Ele começou a suspeitar que Cedric havia orquestrado todo esse cenário.

— Poderia ser uma emboscada? — Aemon sussurrou para si mesmo, a realização enviando um arrepio pela espinha. Ele sabia que não podia correr riscos. Se Cedric realmente tivesse armado isso, entrar na vila com o resto dos soldados poderia levá-los todos à morte certa.

Tomando uma decisão em uma fração de segundo, Aemon silenciosamente se separou do grupo. Ele se moveu furtivamente pelas sombras, permanecendo escondido e fora de vista enquanto procurava uma posição onde pudesse ganhar um melhor ponto de vista. Ele tinha que ter cuidado; qualquer movimento errado poderia alertar os bárbaros ou, pior, confirmar as suspeitas de Cedric de que Aemon estava atrás dele.

Conforme ele se aproximava da vila, os olhos de Aemon se concentraram na maior estrutura — provavelmente a casa do líder bárbaro. Ele podia ver um brilho fraco de luz vindo de dentro, e o som de vozes abafadas chegava aos seus ouvidos. O coração de Aemon batia forte no peito enquanto ele cuidadosamente se posicionava atrás de algumas caixas empilhadas perto da casa, dando a ele cobertura e uma visão clara da entrada.

Dentro da casa do chefe, o líder bárbaro estava sentado calmamente em uma grande mesa de madeira. Seu comportamento era relaxado, um forte contraste com o caos que se desenrolava lá fora. Estava claro que ele estava esperando o ataque. Cedric realmente o informou sobre o ataque planejado, e o chefe bárbaro se certificou de que seus homens estavam prontos. Eles estavam escondidos dentro da aldeia, armados e esperando o momento perfeito para atacar.

— Cedric, seu bastardo… — Aemon pensou amargamente, suas suspeitas agora confirmadas. O ataque inteiro tinha sido uma armação, e os soldados estavam caminhando direto para uma armadilha.

Aemon sabia que tinha que agir rápido. Ele não podia apenas assistir enquanto os soldados eram emboscados, mas também não podia se revelar cedo demais. Ele precisava encontrar uma maneira de virar o jogo contra os bárbaros e avisar os outros sem ser pego.

Enquanto ele examinava a área, os olhos de Aemon pousaram em uma pilha de barris próximos. Eles estavam cheios de óleo, provavelmente usado para as tochas da vila. Uma ideia começou a se formar em sua mente. Se ele pudesse criar uma distração, algo que atraísse os bárbaros e desse aos soldados uma chance de lutar...

Aemon se moveu silenciosamente, aproximando-se cuidadosamente dos barris. Ele tinha que trabalhar rápido, mas a furtividade era crucial. Se ele pudesse incendiar os barris, o fogo e a explosão resultantes poderiam desorientar os bárbaros e dar aos soldados a oportunidade de que precisavam para se reagrupar e revidar.

Com mão firme, Aemon começou a soltar as tampas dos barris, o tempo todo mantendo um olho na casa e na área ao redor. Ele podia ouvir o chefe bárbaro dando ordens lá dentro, confiante de que a noite terminaria a seu favor. A mandíbula de Aemon se apertou. Ele estava determinado a provar que o homem estava errado.

Enquanto se preparava para atacar, os pensamentos de Aemon brevemente voltaram para Cedric. Ele havia confiado nele, e agora essa confiança havia sido quebrada. Mas haveria tempo para lidar com Cedric mais tarde. Por enquanto, Aemon se concentrou na tarefa em questão. Ele tinha que garantir que essa emboscada não terminasse em tragédia. As vidas dos soldados, e possivelmente até a sua própria, dependiam disso.

Enquanto Aemon observava os bárbaros emergindo lentamente da tenda do chefe, tomando suas posições para a emboscada, ele sabia que tinha que agir rápido. Com os homens agora deixando seus postos, ele viu sua chance. Movendo-se rápida e silenciosamente, Aemon deslizou para dentro da tenda, onde foi recebido com uma cena de horror.

Lá dentro, o ar estava pesado com o fedor de sangue e medo. A tenda estava fracamente iluminada por uma tocha bruxuleante, lançando sombras grotescas nas paredes. Ele viu mulheres, despojadas de sua dignidade, encolhidas nos cantos, seus olhos arregalados de terror. Perto dali, os corpos de homens caídos jaziam espalhados, suas mortes brutais e implacáveis. O estômago de Aemon se revirou com a visão, mas ele se forçou a manter o foco. Ele não podia se dar ao luxo de deixar o horror da cena distraí-lo da missão em questão.

Ignorando o quadro medonho, Aemon começou a trabalhar. Ele encontrou os barris de pólvora e começou a espalhá-los ao redor do perímetro do acampamento, tomando cuidado para permanecer escondido nas sombras. Ele se moveu com propósito, sabendo que cada segundo contava. O plano era simples: se ele pudesse acender a pólvora, a explosão não só causaria caos, mas também daria aos soldados a vantagem.

No entanto, por mais cuidadoso que fosse, sua sorte logo acabou. Um dos bárbaros, de olhos aguçados apesar da escuridão, notou uma trilha de pólvora se afastando da tenda. O olhar do homem seguiu a trilha, e

Aemon sabia que havia sido descoberto, mas também percebeu algo crucial: os bárbaros haviam deixado suas posições de emboscada. Esta era sua abertura, a única chance de virar a maré a favor dos soldados.

Enquanto isso, os cavaleiros, avançando em direção à vila, ouviram o som inconfundível de espadas se chocando. Sua líder, Lyra, imediatamente reconheceu o som de uma luta e soube que algo estava errado.

— Isso não faz parte do plano — Lyra murmurou, estreitando os olhos enquanto ela incitava seu cavalo a avançar. — Mova-se! Agora!

Os cavaleiros avançaram, estimulados pelo som da batalha. Conforme se aproximavam, eles viram a luz bruxuleante das fogueiras, e então, eles viram Aemon. Ele estava travando um combate com os bárbaros, seu capuz agora jogado para trás, revelando sua identidade. A visão dele, lutando sozinho contra adversidades esmagadoras, levou os cavaleiros à ação.

Ao mesmo tempo, os bárbaros restantes no acampamento, ouvindo o som de espadas se chocando, rapidamente abandonaram suas posições escondidas e correram em direção à luta. Eles não esperavam que os cavaleiros chegassem tão cedo, e agora se encontravam cara a cara com os soldados totalmente armados. A emboscada havia se transformado em uma batalha completa.

Sem uma palavra, os soldados e bárbaros colidiram em uma luta furiosa. A noite estava cheia de sons de batalha: o choque de espadas, os gritos dos feridos e os gritos de guerreiros travados em combate. Aemon, embora ainda em menor número, lutou com vigor renovado enquanto os cavaleiros se juntavam à briga. A situação havia virado, e o que deveria ser uma armadilha para os soldados agora se tornara uma luta desesperada pela sobrevivência dos bárbaros.

A aposta de Aemon valeu a pena. Ao atrair os bárbaros para fora da emboscada, ele deu aos soldados a chance de que precisavam para atacar. A batalha continuou, mas agora, as chances eram mais equilibradas.

A batalha estava no seu clímax, com Aemon lutando bravamente contra três bárbaros, sua espada se movendo com precisão, mas o peso da batalha e sua falta de experiência estavam cobrando seu preço. Mesmo com sua armadura, ele sentiu o impacto dos golpes, que o empurraram para trás, forçando-o a recuar.

Os soldados que o acompanhavam não estavam em melhor situação. As forças bárbaras, mais numerosas e ferozes, os faziam cair um por um. O som de espadas se chocando, os gritos de dor e a fúria dos combatentes enchiam o ar, criando uma atmosfera de pura desolação.

Lyra, observando o caos ao seu redor, gritou com toda a força que tinha:

— Continuem lutando! O príncipe está conosco!

Suas palavras ecoaram pelo campo de batalha, enchendo os soldados com um breve momento de esperança. Mas esse momento de esperança foi rapidamente esmagado quando o chefe bárbaro, um homem de tamanho e força insondáveis, avançou com velocidade assustadora, agarrando Lyra pelo pescoço em um movimento brutal. Seu aperto era implacável, seus dedos se fechando ao redor da garganta de Lyra como uma viseira de ferro. Seus pés mal tocavam o chão enquanto ela lutava para respirar, seus olhos arregalados de terror. Um dos soldados, vendo o perigo em que Lyra estava, tentou dar um passo à frente para ajudá-la, mas antes que pudesse dar um segundo passo, uma chama intensa o engolfou. A magia foi devastadora, consumindo-o em segundos enquanto seus gritos de agonia se misturavam ao rugido do fogo. Todos os combatentes pararam, atordoados, olhando para a fonte do ataque. Dele emergiu uma figura sinistra, uma mulher envolta em uma capa preta, seus olhos brilhando com uma luz vermelha maligna.

— Patético! Sua voz cortou o ar como uma lâmina. — Você realmente acha que pode vencer? Esses bárbaros incompetentes nem precisariam da minha ajuda para esmagar você.

A mulher, uma poderosa maga do Dominion, levantou a mão, e uma chama dançante apareceu em seus dedos, iluminando seu rosto com um brilho demoníaco. O sorriso em seus lábios era cruel, como se ela estivesse aproveitando a carnificina ao seu redor.

Aemon, no meio da multidão, olhou ao redor e viu a figura imponente do chefe bárbaro segurando Lyra, prestes a arrancar sua cabeça com suas próprias mãos. A visão encheu seu coração de desespero e raiva. Tudo parecia se mover em câmera lenta, os gritos de Lyra e a risada cruel do mago ecoando em seus ouvidos, enquanto ele lutava contra os três bárbaros restantes, tentando desesperadamente alcançá-la.

A escuridão da noite, iluminada apenas pelos fogos da batalha e pela magia da mulher, criava uma atmosfera sombria e opressiva, como se a própria noite estivesse conspirando contra eles. A tensão era palpável, o terror crescendo a cada segundo enquanto Aemon se via impotente contra o horror que se desenrolava diante de seus olhos.

"Esta será a última vez que eu ataco", ela disse com um tom de desprezo.

— Eu quero ver mais espadas contra espadas, eu quero ver sangue derramado de forma primitiva. Antes que os bárbaros pudessem reagir, um arqueiro, pertencente ao grupo de flanqueamento que Lyra havia ordenado estrategicamente no início, disparou uma flecha precisa. A flecha cortou o ar, atingindo um bárbaro na cabeça, fazendo-o cair morto instantaneamente. A surpresa tomou conta dos bárbaros, e Aemon aproveitou a brecha para acabar rapidamente com um dos inimigos, deixando-o com apenas um oponente diante dele, um duelo justo e equilibrado, enquanto o resto dos soldados foram atrás dos inimigos com fúria renovada. No entanto, conforme a batalha se intensificava, o chefe bárbaro permaneceu impassível, ainda segurando Lyra pelo pescoço. Ele olhou ao redor, percebendo que a situação estava se tornando caótica. Os bárbaros estavam sendo pressionados, e a eficácia do mago estava sendo questionada. Vendo que não poderia contar com a ajuda dela para garantir sua vitória, ele soltou um grito poderoso que ecoou por todo o campo de batalha:

— Parem de atacar agora, ou eu vou matá-la! Sua voz carregava uma ameaça que paralisou os soldados no local.

Lyra, mesmo sentindo o aperto mortal em sua garganta, conseguiu sussurrar:

— Não... Continue...

Mas suas palavras foram interrompidas por um aperto ainda mais cruel. Seus gritos de agonia ecoaram pelo campo, um som que congelou os corações dos soldados, forçando-os a parar onde estavam, incapazes de avançar. O mago, observando a cena, soltou uma risada fria, apreciando o terror nos olhos de todos.

Aemon, ainda lutando ferozmente, de repente ouviu o grito desesperado de Lyra. O som cortou sua alma como uma lâmina afiada. Sem hesitar, ele seguiu em direção aonde os guardas tinham parado, correndo com toda a velocidade que podia. Ao chegar, ele se deparou com uma visão que o deixou sem fôlego: Lyra estava nas mãos do chefe bárbaro, sua vida pendendo por um fio enquanto o mago ria, aproveitando o sofrimento dos outros, acompanhado pelo riso cruel dos bárbaros.

Aemon sentiu raiva e desespero tomarem conta de seu ser. O que fazer? Cada segundo parecia uma eternidade enquanto ele observava Lyra lutando por sua vida. A tensão era insuportável, e Aemon sabia que tinha que agir rápido, ou seria tarde demais.

— Olha, garoto, quão patética é sua impotência — o chefe bárbaro provocou, apertando ainda mais a garganta de Lyra. — Cada movimento que você faz, cada decisão, só a deixa mais perto da morte. Não ouse me desafiar, ou terei prazer em acabar com ela diante dos seus olhos.

Aemon lutou para manter a compostura, mas o desespero o envolveu como um manto pesado. Seu olhar encontrou o de Lyra, que, mesmo em agonia, tentou comunicar algo — um apelo silencioso para que ele não desistisse. Mas suas palavras agora eram um mero sussurro, quase inaudível, perdido na escuridão.

— Aemon... — Lyra conseguiu murmurar, sua voz fraca, mas determinada. — Não... desista... por favor... eles... só querem... nos destruir...

O chefe bárbaro riu, um som grotesco ecoando pelo campo.

— Cale a boca, mulher! — ele gritou, sacudindo-a violentamente. — Você acha que seu sacrifício significará alguma coisa? Esses fracos estão com muito medo de fazer qualquer coisa! Eles nos temem! — Ele olhou para os soldados, então voltou seu olhar feroz para Aemon. — Largue sua arma agora! Ou veja a vida dela se esvair diante de seus olhos!

Aemon agarrou o punho de sua espada firmemente, seu corpo inteiro tremendo de raiva e medo. Mas antes que ele pudesse tomar uma decisão, a voz fria do mago interrompeu seus pensamentos.

— Ah, o drama... — disse a maga, sua voz cortante e cheia de sarcasmo. — Como eu amo assistir a um bom espetáculo. Mas, chefe, se não se importa, seria mais divertido ver como esse "príncipe" lida com o dilema. — Ela deslizou lentamente em direção a Aemon, seus passos tão leves que mal tocavam o chão, como se ela flutuasse. — Sua vida... ou a glória do combate? O que importa mais para você, garoto?

Aemon olhou para o mago, seus olhos cheios de ódio, mas também de dúvida. Ele sabia que a qualquer momento, o chefe bárbaro poderia cumprir sua ameaça. O peso da escolha o estava esmagando. Se ele entregasse sua espada, ele poderia salvar Lyra, mas ao mesmo tempo, ele estaria condenando todos os outros soldados. No entanto, o pensamento de vê-la morrer por suas mãos era insuportável.

O chefe bárbaro, percebendo a hesitação de Aemon, apertou ainda mais o pescoço de Lyra, fazendo-a soltar um grito de dor, um som que fez o coração de Aemon afundar.

— Decida, príncipe! — rugiu o chefe, sua paciência se esgotando. — O que é mais importante para você? O orgulho de um guerreiro ou a vida do seu amigo?

— Aemon, não... — Lyra sussurrou, lutando para respirar. — Não... desista...

O chefe bárbaro rosnou, sua frustração era evidente.

— A escolha é sua, garoto! — ele gritou, sacudindo Lyra como se ela fosse um brinquedo quebrado. — Largue sua arma agora, ou eu a quebro como um galho seco!

Aemon respirou fundo, sentindo o desespero consumi-lo. Seu olhar se voltou para Lyra, e ele sabia que não podia deixá-la morrer devido à sua indecisão. Ele começou a abaixar a espada lentamente, seus olhos fixos no chefe bárbaro, mas algo dentro dele o impedia de soltá-la completamente.

— Você realmente acredita que matar uma mulher indefesa fará de você um líder? — Aemon perguntou, sua voz baixa, mas desafiadora. — Se você matá-la, não estará apenas acabando com a vida dela. Você estará selando seu próprio destino.

O chefe bárbaro hesitou por um momento e estreitou os olhos.

— Você acha que pode me intimidar, garoto? — ele perguntou, mas sua voz não tinha a mesma certeza de antes.

O mago riu novamente, mas dessa vez com um tom de impaciência.

— Oh, chefe... não seja tolo. Se ele não se render, mate-a e acabe com isso. E se ele se render, bem, você saberá que ele não vale nada. — Ela se aproximou de Aemon, seus olhos brilhando com crueldade fria. — O que será, príncipe? A vida dela ou o peso da sua espada?

A tensão era palpável, o ar denso com uma escuridão que parecia sufocar a todos. Aemon sabia que a decisão que tomou naquele momento definiria não apenas seu destino, mas o destino de todos ao seu redor. Ele fechou os olhos por um breve momento, tentando encontrar forças para fazer o que era certo.

Então, com um movimento rápido, Aemon levantou a espada novamente, apontando-a diretamente para o chefe bárbaro.

— Se você matá-la, juro que esta espada será a última coisa que você verá antes de encontrar seu fim. — A voz de Aemon era firme, inflexível. — Você pode tentar me intimidar, mas saiba disso: não importa o que aconteça, você não sairá deste lugar vivo.

O chefe bárbaro estreitou os olhos, incerto por um breve momento, mas antes que pudesse responder, a maga deu um passo à frente, sua paciência claramente se esgotando.

— Vá em frente, faça o que você deve fazer — ela sibilou, o desprezo evidente em sua voz. — Ou você, chefe, tem medo de um mero garoto?

A provocação atingiu profundamente o chefe bárbaro, seu orgulho ferido. Ele rugiu em frustração, apertando seu aperto na garganta de Lyra, que agora mal conseguia respirar.

— Assim seja! — gritou ele, levantando a mão livre para desferir o golpe final.

Mas antes que ele pudesse agir, Aemon deu um passo à frente, seus olhos queimando com determinação feroz.

— Deixe-a ir agora, ou será a última coisa que você fará neste mundo.

O chefe bárbaro hesitou, seus olhos presos nos de Aemon, tentando medir a verdade por trás de suas palavras. A batalha silenciosa entre eles continuou, enquanto Lyra lutava por cada respiração, sua vida lentamente se esvaindo.

O mago, observando a cena com interesse, finalmente se aproximou do chefe bárbaro, colocando a mão em seu ombro.

— Deixe-o lutar, chefe. — ela disse suavemente, sua voz um sussurro perigoso. — Vamos ver até onde a coragem deste príncipe irá.

O chefe bárbaro, ainda segurando Lyra, olhou para o mago, depois para Aemon, e finalmente soltou um rosnado frustrado. Ele jogou Lyra no chão com força, fazendo-a cair, sem fôlego, aos pés de Aemon.

— Que assim seja, garoto — ele disse, sua voz cheia de raiva contida. — Mas saiba disto: seu fim está próximo. E eu serei o carrasco que o enviará para o inferno.

Aemon rapidamente se agachou, ajudando Lyra a se levantar, seu coração ainda batendo furiosamente em seu peito. Ele olhou para o chefe bárbaro, sabendo que a verdadeira batalha estava prestes a começar, enquanto a escuridão ao redor parecia se fechar ainda mais, transformando o campo de batalha em uma cena de pesadelo.

A tensão era insuportável, mas Aemon sabia que não podia vacilar. A verdadeira luta estava apenas começando, e ele não podia se dar ao luxo de perder. Não agora. Não com tantas vidas em jogo.

A escuridão envolvia o campo de batalha como um manto pesado, o silêncio quebrado apenas pelos gemidos dos feridos e o crepitar das fogueiras que lançavam sombras dançantes sobre os rostos exaustos dos soldados. Lyra estava fraca, mas ainda viva, atendida por alguns guardas que a levantaram cuidadosamente. Seu rosto estava pálido, seus olhos semicerrados, mas ela conseguiu murmurar algumas palavras para Aemon.

— Não... me... deixe... aqui...

Aemon se ajoelhou ao lado dela, com os olhos fixos nos dela enquanto tentava estabilizar sua respiração irregular.

— Você estará segura agora, Lyra. — A voz de Aemon era firme, mas gentil. — Eles vão te aceitar de volta. Eu cuido do resto. Não se preocupe.

Lyra tentou protestar, mas a dor era intensa demais para que ela conseguisse formar palavras coerentes. Aemon sinalizou para os guardas, e eles começaram a afastá-la, enquanto os outros soldados olhavam para Aemon, esperando ordens.

Um dos guardas, com uma expressão preocupada, aproximou-se dele.

— O que fazemos agora, príncipe? — perguntou o soldado, com a voz trêmula. — Estamos em desvantagem, e esses bárbaros são brutais. Não podemos arriscar mais vidas.

Aemon respirou fundo, seus olhos examinando o campo de batalha onde os corpos caídos e feridos espalhados contavam a história de uma luta amarga. Ele sabia que precisava tomar uma decisão rápida e decisiva.

— Eu tenho um plano — ele disse finalmente, sua voz resoluta. — Mas preciso que você leve os reféns e os feridos para um lugar seguro. Não quero que mais ninguém se machuque por minha causa.

Os soldados trocaram olhares incertos, mas havia um respeito inegável em seus olhos. Mesmo ferido, mesmo enfrentando inimigos tão poderosos, Aemon se recusou a ceder ao desespero.

— Mas, meu senhor, e você? — perguntou outro soldado, claramente preocupado. — Não podemos deixá-lo aqui sozinho.

Aemon balançou a cabeça, determinação brilhando em seus olhos.

— Faça o que eu digo. Leve os reféns e os feridos para um local seguro. Não há tempo a perder.

Antes que os soldados pudessem protestar, a voz fria e cortante do mago ecoou pelo campo de batalha.

— E o que exatamente você pretende fazer, príncipe? — A pergunta estava cheia de curiosidade maliciosa, como se ela já soubesse a resposta e estivesse apenas curtindo a situação.

Aemon olhou para ela, seus olhos endurecendo. Sem responder diretamente, ele caminhou lentamente até onde a espada de Lyra havia caído, ainda manchada com o sangue da batalha. Ele se agachou, pegou a espada e a levantou, o metal refletindo a luz do fogo ao redor. Quando ele levantou a cabeça, seus olhos estavam fixos no chefe bárbaro, que o observava com uma expressão de desconfiança e raiva.

— Você e eu, chefe — disse Aemon, sua voz carregando um desafio. — Um contra um. Nenhum dos seus homens, nenhum dos meus. Só nós dois.

O chefe bárbaro riu, um som áspero e desdenhoso.

— Um duelo? Você realmente acredita que tem alguma chance contra mim, garoto? — Ele olhou para a espada nas mãos de Aemon, e seu sorriso se alargou. — Você está desesperado. Isso é óbvio.

Aemon não se intimidou. Ele manteve os olhos fixos no bárbaro, ignorando as palavras venenosas.

— Se você está tão confiante em sua vitória, então aceite o desafio. — Aemon deu um passo à frente, suas palavras carregando uma determinação feroz. — Mas eu exijo que os reféns e os feridos sejam levados para um lugar seguro. Não quero que mais inocentes sejam feridos esta noite.

A maga observou a troca com interesse renovado, seus olhos brilhando com a possibilidade de mais derramamento de sangue. Ela se aproximou do chefe bárbaro, seus movimentos graciosos, mas com uma aura perigosa.

— E quais são os termos? — ela perguntou, sua voz cheia de sarcasmo e curiosidade. — O que você ganha se, por algum milagre, você vencer?

Aemon a ignorou, mantendo o olhar no chefe bárbaro.

— Não há termos além do duelo. — Aemon respondeu, sua voz firme. — Um contra um. Se eu vencer, seus homens nos deixarão em paz, e os reféns poderão sair em segurança. Se você vencer... — Ele pausou por um momento, então continuou, sua voz sombria. — Então você terá o que quer.

O chefe bárbaro olhou para Aemon por um longo momento, com os olhos semicerrados, avaliando o príncipe.

— E por que eu deveria confiar em você? — ele perguntou finalmente, sua voz cheia de suspeita.

Aemon deu um sorriso sombrio.

— Você não precisa confiar em mim. Mas se recusar, seus homens a verão como uma covarde. E saberão que você tem medo de enfrentar um único homem.

As palavras de Aemon atingiram o chefe bárbaro como um golpe. Ele cerrou os punhos, a raiva brilhando em seus olhos. Mas antes que ele pudesse responder, a maga interveio, sua voz suave e perigosa.

— Aceite o duelo, chefe. — Ela sussurrou, um sorriso cruel se formando em seus lábios. — Será um espetáculo digno, e eu adoraria ver como ele termina.

O chefe bárbaro hesitou por um momento, mas então assentiu, com os olhos fixos em Aemon.

— Muito bem, garoto. Um contra um. Mas saiba disso: sua morte será lenta e dolorosa. E eu farei com que você sofra por cada segundo que ousou me desafiar.

Aemon não recuou. Ele deu um passo à frente, mantendo o olhar firme no bárbaro.

— Deixem os reféns e os feridos irem embora. — Ele disse calmamente. — Então resolveremos isso como guerreiros.

O chefe bárbaro sinalizou para seus homens, que começaram a se afastar, permitindo que os guardas levassem os reféns e feridos para um lugar seguro. A cada passo que davam, o silêncio no campo de batalha ficava mais pesado, a tensão aumentando até se tornar quase palpável.

Finalmente, quando o último dos reféns estava fora de vista, o chefe bárbaro levantou sua arma, um pesado machado de batalha que parecia pulsar com energia escura.

— Você morre aqui, garoto. — Ele rosnou, movendo-se lentamente para o centro do campo. — Uma vida para muitos, essa é a escolha que você fez. Prepare-se para seu fim.

Aemon apertou ainda mais sua espada, seu coração batia forte no peito, mas sua determinação era inabalável.

— Se esse é meu destino, então que assim seja. — Ele respondeu, indo em direção ao centro, onde o confronto final aconteceria.

Silêncio absoluto caiu sobre o campo de batalha enquanto os dois guerreiros se posicionavam, olhos fixos um no outro. O destino de muitos agora estava na ponta de suas lâminas.

A maga, observando com um sorriso sádico, recuou alguns passos, sua presença etérea envolta em mistério e perigo, enquanto as chamas ao redor pareciam aumentar de intensidade, refletindo o conflito iminente.

— Que comece o duelo. — Ela sussurrou para si mesma, com satisfação.

E assim, o duelo mortal entre Aemon e o chefe bárbaro estava prestes a começar, com o destino de todos os presentes pendurado na ponta de suas lâminas.

A escuridão da noite pareceu se aprofundar enquanto o campo de batalha ficava em silêncio, o som distante do vento uivando através das árvores como se a própria natureza sentisse o confronto mortal que estava prestes a acontecer. Aemon, com a espada de Lyra na mão, assumiu uma postura básica de batalha, seus olhos fixos no chefe bárbaro, sentindo o peso da responsabilidade em seus ombros.

Antes que ele pudesse ajustar completamente sua postura, o chefe bárbaro atacou com uma velocidade assustadora, surpreendendo Aemon. O machado do chefe cortou o ar em direção ao príncipe, cada golpe vindo com uma força que parecia capaz de dividir montanhas. Aemon bloqueou o primeiro ataque instintivamente, mas o impacto quase o derrubou.

— Você é rápido para um nobre — zombou o chefe bárbaro, sua voz profunda reverberando como um trovão. — Mas você não tem ideia do que está enfrentando. Cada um dos meus golpes pode ser seu fim.

Aemon sentiu o suor escorrendo pela testa, misturado ao sangue que já manchava seu rosto de batalhas anteriores. Ele nunca havia enfrentado um inimigo como esse. Sir Caldor, com toda sua habilidade e força, nunca havia se movido com tamanha ferocidade. Cada ataque do bárbaro parecia mais uma sentença de morte do que um mero golpe. Mas Aemon não recuou. Ele defendeu, girou e contra-atacou, suas espadas colidindo no ar, tentando manter distância e encontrar uma abertura.

— Eu... não... tenho medo de você! — Aemon gritou entre dentes, sentindo a pressão esmagadora de cada golpe.

O chefe bárbaro soltou uma risada, um som profundo e sinistro que ecoou pelo campo de batalha.

— Você deveria estar, garoto! — Ele rosnou, lançando outro ataque brutal que Aemon mal conseguiu desviar a tempo. — Bravura sem força é apenas loucura. Eu vou acabar com você, e então, com todos os seus homens!

A cada golpe, o som de metal colidindo contra metal ressoava como um toque de finados. Os gritos dos soldados feridos e os murmúrios dos reféns, percebendo que Aemon estava lutando por eles, se misturavam ao baque do machado atingindo a armadura de Aemon. O príncipe sentia cada impacto reverberar por seus ossos, o som de carne sendo cortada e metal sendo esmagado enchendo o ar com uma melodia macabra.

— Seu fim está próximo, príncipe! — rugiu o bárbaro, sua voz reverberando com selvageria primitiva. — Hoje à noite, você morrerá, e seu reino cairá! Eu saborearei sua morte!

Aemon apertou ainda mais as espadas, sentindo o sangue escorrendo de seus ferimentos. Ele sabia que estava sendo pressionado, que a luta estava se tornando cada vez mais desequilibrada. Mas dentro dele, havia uma chama que se recusava a ser extinta. Não era apenas sua vida que estava em jogo; era a vida de todos que ele havia jurado proteger.

— Não... — Aemon murmurou, sua voz se transformando em um grito de desafio. — Eu... não... vou... ceder!

Ele investiu contra o bárbaro, suas espadas cortando o ar com determinação renovada. O chefe bárbaro foi forçado a recuar, surpreso pela ferocidade renovada do príncipe. O duelo se intensificou, com ambos os combatentes arriscando tudo em cada movimento, cada golpe, cada respiração.

— Você é um tolo, garoto! — gritou o chefe bárbaro, agora com uma mistura de raiva e respeito na voz. — Sua morte será lembrada como um exemplo de futilidade!

— Se é assim que morremos, então que seja com honra! — Aemon respondeu, seus olhos brilhando com intensidade feroz. — Eu luto por mais do que apenas minha vida. Eu luto pelo futuro do meu povo!

A maga, observando a cena, sorriu com prazer sombrio. Ela se deleitou com a visão de dois guerreiros imersos em caos, sangue e brutalidade. Os bárbaros ao redor, reconhecendo o equilíbrio da batalha, começaram a bater suas armas no chão em apoio ao seu chefe, o som rítmico criando uma cadência macabra que ressoava como um tambor de guerra.

— Sangue por sangue! — gritaram os bárbaros, suas vozes se unindo em um canto tribal que fez o próprio chão tremer.

Aemon sentiu a pressão aumentando. Ele sabia que o tempo estava se esgotando, mas também sabia que não podia simplesmente desistir. Cada músculo do seu corpo doía, seus pulmões queimavam, mas ele não conseguia parar.

— Vamos, bárbaro! — Aemon gritou, erguendo a espada de Lyra em um desafio final. — Venha e enfrente seu destino!

O chefe bárbaro rugiu em resposta, atacando Aemon com fúria renovada. As armas colidiram com uma força que fez o ar vibrar, o som de ossos quebrando e carne sendo rasgada enchendo o campo, o eco de golpes ressoando como trovões distantes. Ambos os homens estavam cobertos de sangue, o chão abaixo deles encharcado de vermelho.

Os soldados observavam em silêncio, seus corações pesados ​​com a tensão da batalha. Eles sabiam que o destino de todos ali dependia daquele momento, daquele confronto mortal entre dois homens dispostos a dar tudo.

A maga observou, seus olhos brilhando com prazer cruel. Ela sabia que, independentemente do resultado, seria uma visão que ela saborearia por um longo tempo.

— Que este duelo seja lembrado — ela murmurou para si mesma, enquanto o confronto final entre Aemon e o chefe bárbaro se aproximava de seu clímax inevitável, cada golpe ecoando como um prelúdio para a morte.

E assim, com a escuridão ao redor se intensificando e o campo de batalha mergulhado nas sombras, Aemon enfrentou seu destino, um príncipe contra um monstro, lutando não apenas por sua vida, mas por todos aqueles que confiavam nele.