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Chapter 16 - Capítulo 16: Fofocas

Sophia caminhava pelo corredor em direção a sala de reunião no departamento de marketing, seu foco era entregar alguns documentos que o presidente havia solicitado. Ao passar pela sala de café, seu celular vibrou. Ela decidiu parar por um momento para responder uma mensagem, imaginando que fosse um novo pedido de Jae Hyun. Enquanto digitava, ouviu risos e conversas altas que chamaram sua atenção.

— … Ela parece um cão no pé do Presidente. – disse uma voz cheia de desdém, e Sophia congelou, segurando o celular na mão.

— Pois é, sempre por perto, não é? – respondeu outra mulher, rindo de maneira maldosa — Deve estar fazendo mais do que apenas organizar a agenda dele.

Sophia sentiu seu estômago revirar, mas não se afastou. A curiosidade e a indignação a mantinham ali, ouvindo a conversa do que parecia ser de três mulheres, que falavam com um tom ácido e repleto de inveja.

— E agora, dizem que ela está grávida. – outra disse, com um riso cínico — Isso é tão típico! Dormir com homens ricos para conseguir dinheiro fácil. Aposto que ela está dando em cima do Presidente!

As palavras eram como facadas. Então, provavelmente todos suspeitavam ou sabiam da gravidez. A raiva começou a borbulhar por dentro, ouvir aquelas palavras tão maldosas a deixava entristecida e ao mesmo tempo com a pele queimando louca para entrar naquela sala e gritar com todas, mas ela jamais poderia fazer isso. As mulheres, que nem sabiam que ela estava ali, despejavam suas frustrações e ciúmes, resultantes de uma competição acirrada pelo emprego que ela havia conquistado, e Sophia sabia disso, já havia ouvido comentários maldosos outras vezes, mas nada como agora.

— Não consigo acreditar que o Presidente ainda não percebeu que ela é só uma golpista. – uma delas disse, e Sophia fechou os punhos, lutando contra a vontade de entrar na sala e confrontá-las.

— É só uma questão de tempo até que ele perceba. – a segunda mulher completou, rindo com desdém.

Sophia sentiu um calor subir por seu rosto, a fúria pulsando em suas veias. Não era apenas a fofoca maldosa que a incomodava, mas o fato de que aquelas mulheres não a conheciam e se sentiam ameaçadas por sua presença. O que mais a irritava era o ciúme evidente delas, já que nenhuma delas foi escolhida para trabalhar com o presidente.

— Vamos, meninas, vamos tomar um café. Nem adianta perder o nosso precioso tempo falando de quem não presta. – a terceira mulher finalizou, rindo.

Sophia respirou fundo e, com passos firmes, se dirigiu à porta da sala de café. Ao cruzar a entrada, as três mulheres a encararam, a expressão delas mudando de desdém para choque. O silêncio caiu sobre o ambiente, e a tensão ficou evidente.

Song Areum, a mais alta do grupo, de cabelos longos e lisos, foi a primeira a quebrar o silêncio. Ela tentou disfarçar a surpresa, mas seu tom era desdenhoso.

— O que você está fazendo aqui? – perguntou ela, tentando recuperar a compostura, mas a voz saiu trêmula.

Sophia, mantendo a calma, passou os olhos pelos crachás, um por um, e pegou seu celular, digitando os nomes delas no chat e enviou. As mulheres se entreolharam, claramente incomodadas, mas logo tentaram disfarçar o constrangimento.

Yoon Sunhee, de cabelo levemente cacheado e com um brilho exagerado na maquiagem, riu sarcasticamente.

— Não se importem, meninas. – disse ela, com um tom desdenhoso — Não é como se ela estivesse em um cargo superior, afinal.

— Ouvi dizer que está grávida. – Oh Seoyeon disse, olhando para Song Areum — Aposto que foi um jeito de conseguir um aumento ou, quem sabe, uma promoção.

Yoon Sunhee, a mais nova do grupo, com expressão maliciosa, completou:

— É, e todo mundo sabe que a assistente do presidente não se importa em dormir com homens ricos. Afinal, só assim para conseguir algo nessa empresa, não é?

Sophia revirou os olhos, mas decidiu se manter profissional. Era isso ou bateria em todas até ficarem irreconhecíveis.

— Se preparem para uma visita ao RH mais tarde.

A provocação estava nas palavras de Sophia, e um brilho ameaçador em seu olhar fez com que as três se calassem. Elas trocaram olhares nervosos, mas rapidamente voltaram a debochar.

— Ah, quem se importa? – disse Oh Seoyeon, tentando manter a aparência de bravura — Não é como se você tivesse algum poder.

Querida, não é porque você abre as pernas para qualquer um que pode vim aqui nos ameaçar apenas por dizemos a verdade. – provocou Song Areum, aparentemente despreocupada com o olhar de Sophia — Estou nessa empresa há muito mais tempo do que você.

Sophia se permitiu um sorriso irônico, mas seu olhar não traía fraqueza. Ela não era do tipo que se amedrontava ou deixava desaforos passarem impunes.

— Pois bem, vamos ver no que exatamente isso vai dar. — Sophia falou, sua voz firme e profissional, enquanto um leve sorriso de desprezo cruzava seus lábios. Mantendo o tom impecável, ela se virou e saiu da sala com a postura ereta, os passos medidos e a cabeça erguida. Porém, mal havia cruzado a porta, sua expressão mudou.

Sophia respirou fundo, tentando controlar a raiva que ainda queimava em seu peito. Sentia o calor subindo pelo pescoço, e suas mãos ainda estavam tensas de tanta frustração. Sua paciência havia se esgotado, e a melhor decisão no momento era se retirar, evitando perder o controle em uma situação que exigia tanto autocontrole.

Ela sabia que o que havia escutado não poderia ser ignorado — as palavras cruéis das mulheres ecoavam em sua mente. Havia uma linha tênue entre manter a compostura e defender sua dignidade, e mesmo sendo racional ao sair da sala, ela tinha plena certeza de que isso não ficaria sem consequência. Mais tarde, sem dúvida, faria uma denúncia ao RH. Não era o tipo de pessoa que deixava tais ofensas passarem impunes.

Enquanto caminhava pelo corredor, Sophia soltou outro suspiro profundo, sentindo os músculos dos ombros relaxarem aos poucos. Precisava se recompor — logo mais encontraria Jae Hyun na sala de reuniões, e não queria que ele percebesse seu estado de espírito. O profissionalismo era sua marca, e não permitiria que nada, nem mesmo a raiva justificada, manchasse sua imagem.

Entrando na sala de reuniões, Sophia viu apenas duas pessoas: Jae Hyun e a líder de equipe, Choi Hye Jin. O ambiente estava silencioso, apenas o som suave do ar-condicionado preenchendo o espaço. Assim que os olhos de Hye Jin encontraram os de Sophia, havia um lampejo de desgosto, um olhar que apenas ela captaria. Porém, a líder de equipe rapidamente disfarçou a expressão ao notar Jae Hyun erguer o olhar de seus papéis, direcionando a atenção à recém-chegada.

Sophia caminhou até a mesa com passos firmes, sua postura impecavelmente profissional. Ela entregou a pasta para Jae Hyun, ele a pegou sem tirar os olhos dela, seu olhar atento, como se tentasse decifrar algo que apenas ele percebia.

— Sophia. – a chamou, sua voz calma, mas com um tom curioso que deixou claro que havia algo a mais — Recebi uma mensagem sua com alguns nomes. O que isso significa?

Por um momento, um silêncio desconfortável se instalou na sala. Hye Jin ergueu o olhar disfarçadamente, fingindo estar concentrada nos documentos à sua frente. A forma como o presidente chamou a funcionária pelo primeiro nome não passou despercebida para ela. Havia algo íntimo na maneira que ele falava, uma familiaridade que não deveria existir entre um presidente e uma assistente.

Imediatamente, Hye Jin teve a confirmação que buscava. Aquela garota, que não tinha experiência suficiente, que havia chegado de repente e ganhado um lugar próximo ao presidente, estava envolvida com ele de uma maneira que ultrapassava os limites profissionais. Desde o início, ela acreditava que Sophia era apenas uma mulher tentando subir na empresa usando seus encantos. Mas o fato de ter seduzido o próprio presidente... isso era algo que Hye Jin jamais imaginou. Nem mesmo a diretora de vendas, que por anos havia tentado atrair a atenção de Jae Hyun, conseguiu algo mais que uma reunião formal. O desgosto de Hye Jin transparecia em cada expressão, e agora, com essa revelação implícita, o ressentimento aumentava ainda mais. Ela se sentia enojada com a presença de Sophia, achando difícil ocultar o desprezo crescente.

Sophia, por outro lado, manteve-se firme, mas por dentro sentia um desconforto em saber que, naquele momento, Jae Hyun tinha em mãos os nomes que deveriam ter sido enviados para Eun Na. Ela ponderou por um breve segundo se inventaria uma desculpa ou apenas contaria a verdade. Decidiu por esta última opção. Ela havia aprendido a manter a honestidade diante de Jae Hyun, e sabia que ele preferia ouvir a verdade a ser enganado.

— São os nomes de três funcionárias do departamento de marketing que estavam espalhando rumores sobre mim. – seu tom de voz era controlado, mas havia um toque de raiva ainda evidente, mesmo que contido — Anotei os nomes para não esquecer.

Sophia percebeu Hye Jin se mover ligeiramente, como se estivesse mais interessada na conversa do que gostaria de admitir, principalmente após ouvir a menção ao seu próprio departamento. Sophia estava testando os limites, arriscando-se ao dizer aquilo em frente à líder de equipe, mas a raiva ainda estava ali, latente, impulsionando-a a ser transparente.

Jae Hyun manteve-se em silêncio por um momento, seus olhos fixos em Sophia, analisando cada detalhe, cada nuance do que ela havia dito. Havia algo em seu olhar que misturava preocupação e irritação, e Sophia podia sentir isso, mesmo que ele tentasse esconder.

Finalmente, ele assentiu, sua expressão se fechando um pouco, a irritação evidente em seus olhos, mas não em sua postura.

— Choi Hye Jin, traga até mim Song Areum, Yoon Sunhee, Oh Seoyeon. — ordenou Jae Hyun, virando-se para a líder de equipe. Sua voz autoritária cortava o ar, firme e inquestionável.

Hye Jin piscou, surpresa. Aqueles eram os nomes de suas subordinadas — e, especialmente, de uma delas, sua melhor amiga, Song Areum. Ela não esperava que ele tomasse uma atitude tão direta e, por um momento, ficou paralisada, processando o que acabara de ouvir. Sua mente tentou encontrar uma justificativa para a ordem repentina, mas a postura séria de Jae Hyun deixava claro que não havia espaço para questionamentos.

— Sim, senhor. – respondeu Hye Jin finalmente, levantando-se com a compostura que lhe restava. Tentou esconder sua própria surpresa, mas era evidente o desconforto em seus gestos ligeiramente hesitantes. Ela saiu da sala com pressa, seus saltos ecoando no chão, enquanto fechava a porta atrás de si, deixando apenas Jae Hyun e Sophia.

Assim que a porta se fechou, a expressão de Jae Hyun suavizou um pouco. Seus olhos estavam fixos em Sophia, e ele notou como ela mantinha a cabeça erguida, mas a tensão em seus ombros não passava despercebida. Ele respirou fundo, e se levantando, aproximando-se alguns passos até que estivessem frente a frente, a mesa da reunião agora ficando para trás. Serrando nas mão dela a olhou nos olhos.

— Sophia, respire. – pediu Jae Hyun com delicadeza, seu tom carregado de um certo carinho. — Estamos apenas nós dois agora.

Sophia soltou o ar de uma vez, permitindo que seu corpo relaxasse. Ela precisava manter a calma, não apenas por si mesma, mas também pelo bebê. Ultimamente, tudo parecia mais intenso, e as fofocas a incomodavam profundamente. Eram mentiras, e não havia como provar o contrário, o que a deixava ainda mais raivosa. Não tinha sido ela quem pediu para ser transferida para a gestão, tampouco para se tornar assistente do presidente; foi sua competência que a promoveu. Em meio à agitação de seus pensamentos, Sophia apertou a mão de Jae Hyun sem perceber.

— Irei resolver isso imediatamente. – garantiu ele, seu olhar firme e determinado — Se alguém a intimidar, me conte e não esconda nada.

Sophia o olhou, e seus olhos refletiam o carinho que sentia por ele, mesmo que não fosse algo que demonstrasse com palavras.

— Eu ia denunciar ao RH. – admitiu ela, dando de ombros — São apenas fofocas.

Jae Hyun se aproximou e, com suavidade, tocou o rosto de Sophia, fazendo-a erguer os olhos até encontrarem os seus.

— Você é minha esposa. Acha mesmo que vou permitir que ousem fazer isso com você? – a voz dele era baixa, mas tão carregada de intensidade que causava arrepios nela — Sophia, quando você vai acreditar em mim?

— Eu acredito em você, senhor. – disse ela, mantendo o olhar fixo nele.

Jae Hyun franziu levemente a testa, como se não estivesse satisfeito com aquela resposta.

— Não, você ainda trata nosso casamento como um contrato de negócios.

Sophia o fitou, confusa. Não era exatamente isso que o casamento deles era, de certa forma? Um acordo que havia começado por circunstâncias e interesses mútuos. Ela abriu a boca para responder, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, ouviu batidas na porta.

Jae Hyun afastou-se com calma, sem pressa alguma, a expressão tranquila e controlada voltando ao seu rosto. A porta foi aberta por Choi Hye Jin, que entrou na sala seguida pelas três subordinadas. As mulheres hesitaram ao ver Sophia ali, e seus olhares, carregados de ressentimento, logo foram desviados quando perceberam a presença de Jae Hyun e a expressão dura em seu rosto.

A tensão na sala foi inevitável. Hye Jin posicionou-se ao lado de suas colegas, todas mantendo a cabeça baixa, como se tentassem evitar a força da presença do presidente. Song Areum, Yoon Sunhee e Oh Seoyeon se entreolharam nervosamente, e Sophia percebeu o desconforto evidente em cada uma delas. A liderança de Jae Hyun era intimidante, e ele fazia questão de usar isso quando necessário.

— Estão todas aqui. – anunciou Hye Jin, tentando soar profissional, mas a hesitação era clara em sua voz.

Ela ainda não conseguia acreditar que o presidente estivesse disposto a tomar as dores de uma mera assistente. A visão de Jae Hyun defendendo Sophia a incomodava profundamente; ele estava, sem dúvida, enfeitiçado por ela, e esse fato despertava um sentimento de nojo que Hye Jin não conseguia controlar. Para ela, Sophia era apenas uma intrusa, alguém que havia se infiltrado na empresa com a única intenção de subir na hierarquia, utilizando o corpo e não sua competência.

Jae Hyun tinha seu olhar se deslocando lentamente de uma para outra. Ele endireitou-se, e a frieza retornou à sua expressão, agora sem qualquer traço da suavidade que mostrou a Sophia momentos antes.

— Então, eu ouvi dizer que vocês gostam de falar sobre a vida dos outros. – sua voz era fria, cortante, enquanto cruzava os braços — Quero saber exatamente o que estavam falando, e quero ouvir da boca de cada uma de vocês.

As três se entreolharam, hesitando, mas sabiam que mentir não era uma opção. Lentamente, começaram a falar, gaguejando enquanto tentavam explicar. Elas não ousavam encarar Jae Hyun, e suas palavras eram carregadas de arrependimento. Havia um ar de medo no ambiente, uma clara consciência de que suas ações poderiam ter consequências graves. Enquanto Choi Hye Jin desejava apenas sair dali e não presenciar tamanha estupidez de sua própria equipe.

Assim que terminaram de falar, Jae Hyun deu um passo à frente, sua presença dominante e imponente preenchendo o espaço da sala. Ele se encostou à mesa, mantendo os olhos fixos nelas, um olhar que era ao mesmo tempo intimidador e cheio de autoridade. Na luz suave do ambiente, o anel dourado em sua mão esquerda brilhava como um farol, enquanto seu polegar brincava com ele de forma inconsciente, um sinal de sua crescente frustração.

Foi Yoon Sunhee quem primeiro percebeu o brilho da aliança. Com um impulso de coragem, ela cutucou a colega mais próxima, fazendo um gesto discreto com o queixo para que ela olhasse a joia. O toque sutil despertou a curiosidade de Song Areum, que desviou o olhar para a mão de Jae Hyun, notando a aliança. A dúvida pairou sobre a mente delas como uma nuvem escura, criando um clima de confusão e incredulidade. Até onde sabiam, o presidente era um homem solteiro, alguém que parecia desprezar a ideia de casamento.

— Vou deixar uma coisa muito clara. – Jae Hyun iniciou, sua voz carregada de autoridade, ressoando pela sala como um trovão — Sophia Harper não é apenas minha assistente. Ela é minha esposa. E eu não vou tolerar nenhum tipo de desrespeito a ela, ou a mim.

Um silêncio atordoante caiu sobre a sala, e todos ficaram em choque, com bocas entreabertas e olhos arregalados. Até mesmo Sophia, que não esperava que ele fosse simplesmente assumir o casamento daquela forma, sentiu um frio na barriga. Seu plano era manter tudo em segredo para sempre, mas as palavras dele ditas após o casamento, ecoaram em sua mente. Ela lutava para manter a loucura de emoções dentro de si, enquanto tentava manter uma postura profissional e inabalável diante das funcionárias.

Quase como se não acreditasse nas palavras do presidente, ou talvez tomada pelo desespero, Yoon Sunhee procurou nas mãos de Sophia uma aliança. Seu coração martelou ao notar a peça reluzente, uma confirmação irrefutável da situação. "Tudo estava acabado agora", pensou a jovem, sentindo a desesperança consumir sua confiança. A revelação de que Jae Hyun era casado com Sophia não apenas desafiava todas as suposições que haviam feito sobre ela, mas também desmantelava as fofocas que tinham circulado com tanta facilidade pelos corredores da empresa.

As três trocaram olhares perplexos, cada uma tentando processar a novidade devastadora. Os murmúrios maliciosos que haviam compartilhado agora se transformavam em um eco constrangedor, reverberando como um alerta em suas mentes. O que haviam considerado uma mera intriga do escritório se tornava um deslize perigoso, e a consciência de que haviam ofendido a esposa do presidente gerava um misto de medo e arrependimento que as consumia.

A mente de Song Areum girava freneticamente, relembrando as vezes em que havia falado mal de Sophia, sem saber que ela era realmente. A expressão de desespero no rosto de Oh Seoyeon, que outrora mostrava confiança e desprezo, agora refletia um pânico contido que a paralisava. Elas perceberam que seus atos poderiam ter consequências muito mais sérias do que imaginavam, e a possibilidade de demissão pairava no ar como uma espada sobre suas cabeças.

Choi Hye Jin sentiu suas pernas fraquejarem por um momento. Desde que Sophia chegou à empresa, sempre a tratou da pior forma possível, acreditando que se tratava apenas de mais uma garota sem competência tentando subir na vida através de seu corpo. Mas agora, Hye Jin se via em apuros, ciente de que havia ofendido a pessoa que não devia nem ao menos mexer. Seu coração batia acelerado, e ela se perguntava como poderia ter subestimado a situação. Se Sophia foi capaz de levar a questão de meras fofocas até o presidente, o que poderia dizer sobre ela, que era uma líder? O desespero começou a tomar conta dela, e a realidade de suas ações pesava como um fardo insuportável.

— Vocês têm até o final do dia para se apresentarem ao RH e discutirem suas opções. Não vou tolerar esse tipo de comportamento aqui. – finalizou Jae Hyun, sua voz firme e autoritária, sem espaço para contestações — Estão dispensadas.

As funcionárias trocaram olhares atônitos, sentindo o peso da demissão se instalar sobre elas como uma névoa densa. Saíram da sala após um breve "sim, senhor", cada passo carregando a incerteza sobre o futuro.

— Você também pode ir, líder Choi. – disse Jae Hyun, seu olhar implacável permanecendo fixo.

Hye Jin não hesitou em aceitar a ordem. Apavorada, não esperou mais nada e se retirou rapidamente, como se estivesse fugindo de um incêndio. A pressão no peito era sufocante e saber que sua carreira estava em risco a deixava sem ar.

Sophia se aproximou de Jae Hyun, sua mente ainda lutando para processar os eventos recentes, como se cada palavra que ele disse ecoasse em sua cabeça. Quando ele deslizou as mãos por sua cintura, puxando-a para mais perto, um frio na barriga a tomou de surpresa. O gesto inesperado a deixou sem palavras, e ela se viu perdida em um mar de emoções. O mundo ao seu redor parecia se desvanecer, como se todos os problemas e tensões fossem varridos pela intensidade daquele momento. Seu coração disparou, batendo de forma descompassada, ecoando como um tambor em seu peito, enquanto o calor de sua presença envolvia-a como um cobertor aconchegante. Sophia forçou-se para agir com naturalidade, mesmo que o desejo de se entregar àquele momento a fizesse hesitar. Os olhos dele, profundos e penetrantes, pareciam a convidar a um diálogo não verbal que a deixava em frangalhos. A tensão entre eles era inevitável, carregada de promessas não ditas e sentimentos reprimidos, e, por um instante, tudo que ela queria era se perder na conexão que existia entre eles.

— Não terminamos nossa conversa. – a voz dele soava de forma leve, mas com uma intensidade que fazia o coração de Sophia acelerar ainda mais.

A diferença de altura entre eles parecia amplificar a tensão no ar, como se um fio invisível os conectasse. Ela hesitou, tentando desviar o olhar, mas não conseguiu. As mãos dele, firmes e protetoras em sua cintura, a mantinham ali, como se desejasse que o tempo parasse.

— Você pretende demiti-las? – perguntou Sophia, sua voz soando mais suave, como um sussurro tímido, enquanto tentava disfarçar a tempestade de emoções que fervilhava dentro dela.

Uma onda avassaladora de desejo a invadiu, e ela sentiu uma vontade quase incontrolável de puxá-lo pelo colarinho, assim como fez meses atrás, quando se deixou levar pela eletricidade que o cercava. A lembrança daquele beijo ardente ainda circulava por sua memória, um momento que a transportou a uma dimensão onde tudo parecia possível, onde as regras se dissolviam e apenas o desejo permanecia. Agora, com ele tão perto, o desejo de beijá-lo se tornava quase sufocante, uma pressão em seu peito que a impedia de pensar com clareza.

Cada segundo que passava naqueles braços era uma tortura deliciosa, e ela lutava contra a vontade de se entregar completamente, de se perder na intensidade de seus sentimentos. Seus lábios pareciam um imã, atraindo-a com uma força irresistível, enquanto a voz da razão sussurrava para que se controlasse ao máximo. Mas no fundo, havia uma parte dela que queria desistir, que desejava aquele beijo como o ar que respirava, como se naquele toque estivesse a resposta para todas as perguntas não ditas entre eles.

— Por que? Você quer isso? – de repente, a voz dele soou tão rouca e sedutora que Sophia estava quase cedendo aos seus próprios desejos.

A maneira como ele pronunciava as palavras parecia carregar uma intensidade, quase como se estivesse desafiando-a a se entregar ao que sentia. Ele se inclinou um pouco mais na direção dela, seus olhos escuros mergulhando nos dela, revelando não apenas uma seriedade que a deixou sem fôlego, mas também um misto de emoções que parecia transcender a razão.

Havia um calor emanando dele que fazia seu estômago revirar e a deixava vulnerável diante da profundidade de seu olhar. Sophia sentiu o desejo se agitar dentro dela, como se estivesse à beira de uma decisão que poderia mudar tudo, e o impulso de se perder naqueles olhos a deixava em um estado de êxtase e confusão. A linha entre o certo e o errado parecia se dissolver, e, naquele instante, tudo que ela realmente queria era se deixar levar, mergulhar naquela intensidade que a atraía, sem saber se ainda conseguiria resistir.

— Não… – a resposta de Sophia saiu quase como um sussurro, sua voz trêmula traindo a confusão que sentia. Ela tentou se recompor, mas formular frases estava se tornando uma tarefa difícil, como se as palavras tivessem se perdido em um labirinto de sentimentos intensos — Por que falou sobre o nosso casamento…?

Jae Hyun segurou delicadamente o queixo dela, seus dedos quentes e firmes elevando seu olhar, fazendo com que seus olhos se encontrassem. A conexão entre eles era como um fio invisível que pulsava no ar ao redor, como se as palavras já não fossem necessárias.

— Não deveria? – ele murmurou, sua voz carregada de uma emoção que fazia o coração de Sophia disparar, como se estivesse flutuando em um mar de incertezas. A intensidade do olhar dele a envolvia, cada segundo se estendendo em um momento eterno.

A essa altura, Sophia já estava completamente entregue a ele, perdida na intensidade do momento e na deliciosa fragrância que emanava de Jae Hyun, um aroma que a fazia sentir-se completamente rendida a ele. Jae Hyun baixou a cabeça, seus lábios se aproximando dos dela com um cuidado quase reverente, como se temesse quebrar a magia que os envolvia.

Quando seus lábios finalmente se encontraram, o toque foi suave no início, como uma promessa sussurrada, uma dança lenta que apenas eles entendiam. Mas à medida que a intensidade crescia, o beijo se tornava mais profundo e apaixonado, como se os sentimentos contidos entre eles finalmente encontrassem liberdade. O calor do momento derretia qualquer hesitação, envolvendo-os em uma névoa de desejo. Sophia se entregou completamente, sentindo cada batida de seu coração se alinhar com o dele, cada toque se transformando em um eco de tudo que não tinham dito, mas que agora parecia tão claro.