Ao perceber que a Nuke State finalmente o havia encontrado, Ferrugem não hesitou. Com um movimento brutal, arrebentou a parede enferrujada da casa atrás de si, fazendo com que placas de metal corroídas se estilhaçassem no chão. Sem perder tempo, ele saltou para fora e começou a correr pelos becos apertados e tortuosos do morro da Ferrugem, onde as estruturas improvisadas de metal enferrujado pareciam labirintos mortais.
Mark não podia deixá-lo escapar. Ele disparou atrás de Ferrugem. Enquanto perseguia o inimigo, soldados do Comando surgiam de todos os lados, despejando rajadas de balas que ricocheteavam nas placas de metal das casas e nas escadas de ferro. Mark abaixava-se e desviava instintivamente, eliminando alguns soldados com tiros precisos enquanto mantinha o foco em seu alvo.
Ferrugem, ágil, alcançava uma ladeira escorregadia, o chão coberto de ferrugem e detritos. Mark decidiu arriscar. Viu uma escada precariamente apoiada na lateral de uma casa e subiu com uma velocidade impressionante, o metal rangendo sob seu peso. No alto, ele correu pelos telhados, seus pés produzindo um som oco ao pisar nas chapas de metal. De cima, via o caminho que Ferrugem percorria, traçando uma rota rápida em sua mente.
Em um movimento ousado, Mark embainhou a katana e, com um salto calculado, agarrou os fios desativados que cortavam a favela. Usou a katana como manopla, deslizando pelos fios como se estivesse em uma tirolesa. O metal frio da espada vibrava em suas mãos enquanto ele avançava com precisão. Quando se aproximou o suficiente, soltou-se, caindo diretamente sobre Ferrugem, e os dois rolaram morro abaixo, derrubando latas enferrujadas e pedaços de metal no caminho.
Eles pararam bruscamente em uma praça aberta na base do morro, cercada por construções esqueléticas de ferro oxidado. Mark se levantou, apenas para perceber que estava cercado por dezenas de soldados do Comando. Sem hesitar, ele puxou Ferrugem para si, colocando a lâmina da katana em seu pescoço. Mas antes que pudesse dar o próximo passo, percebeu o brilho de um visor: um sniper do Comando.
O sniper estava prestes a puxar o gatilho quando Crasher, surgindo das sombras, o atacou, fazendo o tiro errar e acertar um poste de luz. O disparo ecoou pela praça, e Mark, distraído por um breve momento, sentiu Ferrugem se debater em seus braços. Ferrugem aproveitou a distração para se libertar com um movimento rápido, desferindo uma cabeçada que fez o nariz de Mark estalar de dor. Com um sorriso cruel, Ferrugem estendeu a mão, e um de seus capangas lhe entregou uma AK-47 com a bandeira do Brasil estampada na coronha — símbolo do Comando.
"Essa arma... essa estampa...", começou Ferrugem, sua voz carregada de orgulho. "Representa tudo que os menor do Comando vão conquistar. Depois de acabarmos com nossos rivais no Rio, o Brasil será nosso." Enquanto falava, flashes de sua vida passaram diante de seus olhos — a infância dura na favela, a fome constante, e o momento em que um homem influente o convidou para o crime. "Eu comecei como aviãozinho, subi pra soldado, e quando o mundo virou de cabeça pra baixo, não quis abandonar essa vida. Fundei o Comando do Morro da Ferrugem e me tornei o que sou hoje."
Ele ergueu a arma, o olhar ardendo de convicção. "Ganhei esse nome não só por construir tudo com metal enferrujado, mas porque, assim como a ferrugem paralisa as máquinas, eu me propus a parar qualquer sociedade que tente surgir das cinzas do passado!" Ferrugem gritou, sua voz ecoando nas estruturas metálicas ao redor. "Vou parar qualquer um que tente barrar minha liberdade!"
Mark, respirando fundo, respondeu friamente: "Eu também desprezava aquela maldita sociedade. Mas do mesmo jeito que você é livre pra fazer o que quiser, eu sou livre para te punir."
Com um movimento rápido, Mark atacou, eliminando soldados do Comando com golpes certeiros, enquanto Crasher o cobria. A luta se intensificou, com Mark avançando em direção a Ferrugem. Quando uma brecha surgiu, ele a aproveitou, e sua katana cortou o ar, atingindo o ombro de Ferrugem com força. Mas Ferrugem reagiu com uma velocidade surpreendente, apunhalando Mark na barriga com uma faca enferrujada.
Mark cambaleou para trás, sentindo o metal oxidado rasgar sua carne. Ferrugem, aproveitando a vantagem, o arrastou para um parede, pressionando a faca contra o pescoço de Mark. Mesmo com a lâmina mortal a milímetros de sua garganta, Mark não demonstrava temor. Seus olhos, protegidos pelos óculos escuros, encaravam Ferrugem com uma calma inquietante, como se estivesse esperando o próximo movimento do inimigo.