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Chapter 7 - Bem-vindos ao maracanã

Ao amanhecer do dia seguinte, a Nuke State se encontrava em uma situação sombria. Amarrados e presos dentro de um container, eles eram transportados para o Maracanã. O ambiente claustrofóbico e o som metálico das correntes oscilando no ritmo das rodas do caminhão tornavam a atmosfera ainda mais sufocante.

Rita, incomodada pelo silêncio tenso, olhou para Mark, que estava com a expressão sombria, e perguntou:

— O que exatamente eles fazem com os prisioneiros no Maracanã?

Mark ergueu os olhos, sua voz carregada de seriedade:

— Eles transformaram o Maracanã em um labirinto de combate. É uma forma de entretenimento para os membros do Comando e os moradores do morro da Ferrugem.

Luca, que até então estava quieto, complementou com uma pitada de amargura:

— Tipo um battle royale. Quem sobrar por último é liberado.

Crasher, sem perder seu costumeiro sarcasmo, zombou:

— Battle royale é mó coisa de nerd.

Luca não deixou a provocação passar:

— Fazer cosplay de motoqueiro do Mad Max também.

O debate foi interrompido pelo som repentino dos freios do caminhão. Eles haviam chegado. A porta do container se abriu com um rangido estridente, revelando a luz cinzenta do amanhecer e alguns soldados do Comando. Sem muitas palavras, os membros da Nuke State foram levados até a entrada do Maracanã.

Ao cruzar os portões, o grupo foi separado. Cada um deles foi levado para pequenas salas isoladas, onde tiveram suas cordas removidas. Após alguns minutos de espera em silêncio, uma porta de acesso ao labirinto se abriu em cada uma dessas salas.

Mark foi o primeiro a sair. Ele caminhava com cautela, mantendo-se alerta, seus sentidos aguçados. O labirinto era uma construção improvisada, com placas de ferro enferrujadas formando corredores irregulares e opressivos. A cada passo, Mark procurava por Becker, Luca ou qualquer outro membro da gangue. Após alguns minutos, ele entrou em um espaço mais aberto e encontrou suas armas: sua fiel katana, uma pistola e algumas munições. Sentindo-se mais seguro, continuou avançando.

O silêncio do labirinto foi quebrado por passos leves atrás de Mark. Ele se virou rapidamente, pronto para qualquer ameaça, mas relaxou ao ver que era Luca.

— Tem uma gangue no corredor ao lado — sussurrou Luca, com uma expressão preocupada.

Mark não perdeu tempo. Sem hesitar, ele deu um sorriso de canto, que revelava tanto confiança quanto uma pitada de insanidade. Com um movimento rápido, ele enfiou a katana entre as placas de metal e abriu uma passagem à força para o corredor adjacente. Do outro lado, encontraram cinco homens vestidos de preto, todos portando foices. A surpresa tomou conta do grupo, mas Mark não deu chance para a reação.

Os ataques vieram rapidamente, mas Mark esquivou-se de cada golpe com uma precisão mortal. Em um piscar de olhos, ele sacou sua arma e sua katana, e em um ataque feroz, eliminou todos os adversários, deixando apenas o líder vivo. O homem, agora desesperado, caiu de joelhos, implorando por misericórdia.

Mark se aproximou lentamente, seus olhos frios fixos no homem. Sem hesitar, ele finalizou o líder com um único golpe. Luca, atônito com a cena, finalmente se pronunciou, sua voz cheia de reprovação:

— Você não tem coração. O cara estava implorando...

Mark se virou para Luca, visivelmente irritado, mas controlado.

— Escuta aqui, Luca. Eu até tento entender essa sua moral inabalável, mas parece que você não percebeu que o mundo foi pro caralho. Tá todo mundo na merda, e nesse estado, não tem essa de misericórdia. Ou você mata, ou morre. Sua moral só te atrapalha. Se não fosse por mim e pelo Becker, você já estaria morto.

Luca, sentindo o peso das palavras, respondeu com raiva e tristeza:

— Eu preferia estar morto do que ser como você, que mata e sente prazer nisso. É por pessoas assim que o mundo tá do jeito que tá. Seria muito melhor se todo mundo se unisse pra reconstruir tudo, mas ao invés disso, vocês preferem se matar pra não dividir.

Mark suspirou profundamente, cansado da discussão, mas seu tom era firme:

— Luca, o mundo não é um conto de fadas. Você tem que encarar a realidade como ela realmente é, e no momento, ela é uma completa distopia.

Com a tensão entre eles agora palpável, os dois ficaram em silêncio. Ambos sabiam que a discussão não levaria a lugar algum, pelo menos não naquele momento. Decidiram então seguir em frente, em busca de Becker, com o peso de suas divergências pendendo no ar.

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