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Mentes Dos Tumulos

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Synopsis

Chapter 1 - Capitulo 1: Corpus.

Em uma pacata floresta - não tão perto da civilização, mas não tão longe - na escuridão da madrugada, sons das criaturas noturnas caminhando por cima das folhas secas de outono ecoavam pela densa floresta como uma caverna. Embora você nunca as encontra-se, eles existiam e espreitavam a sua presença como demônios sanguinários, esperando você abaixar a guarda para cortarem sua jugular e comerem sua carne. Eles fingiam que as árvores eram balançada pelo vento, mas sabiam que eram as criaturas carniceiras, que esperavam ansiosamente sua morte. Será que o som de seus passos são realmente teus? Você deveria acreditar na cortina de escuridão que era a noite? Nas florestas, era impossível acreditar em qualquer coisa, você somente podia acreditar em uma coisa, uma fraca e amarelada luz, vinda de baixo das palmeiras das árvores, que vazava pelas brechas das folhas carmesins do outono, e ultrapassava o vão dos galhos cor-de-obsidiana, os pintando com uma fraca tonalidade dourada. Está luz Iluminava vagamente o interior da floresta carmesim. Que, apesar de ser pouca luz, já era o suficiente para ter uma visão melhor do ambiente sombrio e tortuoso ao seu redor. Uma vez que qualquer coisa podia se mover por atrás da cortina de escuridão sem ser notado naquele momento da noite, apenas o barulho as denunciando, a luz era uma feramente fundamental para a sobrevivência.

Esta pequena luz, aconchegante e que significava proteção dos horrores da floresta, se originava da lâmpada de teto de um carro ultrapassado do século 21.

Dentro deste carro, uma pessoa cruzava suas pernas por cima do retrovisor, de modo rude e despreocupado.

 As roupas do jovem eram relativamente simples. Uma meia, uma meia calça, uma bota, uma calça moletom, uma camisa de manga comprida, um colete e luvas era o que tentava erroneamente esquentar aquele jovem nas brisas geladas. Seus fieis companheiros costurados com amor e carinho que nunca mais será resgatado. Além disso, havia uma espécie de bandana vermelha em seu pescoço, que ele ocasionalmente a retirava e lia o que estava escrito. "Mantenha a cabeça erguida, campeão." e logo abaixo, um rombo no tecido, causado por uma onda de estresse que rasgou as palavras abaixo, evidenciava um aglomerado de letras e silabas sem sentido, que apareciam e despareciam com o passar do vento que dobrava o tecido avermelhado. "Sol- i lo- By Ashes" era a única parte legível do tecido danificado.

Ele também possui um relógio em seu pulso esquerdo, que marcava três e vinte da manha. Na outra mão, o jovem ostentava uma adaga feita de uma pedra negra, que havia sido polida em suas pontas, até que se tornarem afiadas como vidro e prateadas como níquel. Sua empunhadura era feita de panos simples e amarrados em uma parte retangular anterior a guarda da adaga; que antigamente eram macios e confortáveis, mas agora são somente um duro e áspero amontoado de panos do que um dia foi. No meio do punhal, entre seus dois gumes, uma escrita em gravura denunciava sua origem em alto e bom som. "Mourir à la guerre. Mourir dignement." que significava: "Morra na guerra. Morra digno." Frase padrão esculpida em todas as armas francesas datadas de 2049 a 2065, época da primeira e segunda grande guerra entre o "novo império francês" contra a "Republica Democrática da Grá-Bretanha". Este tipo de faca era fabricada em montes e montes pela sua facilidade de ser fabricada; resistência, dureza, eficiência e baixo custo. Por isso, apesar de parecer um item raro e de colecionador, na realidade, ele era um item genérico e que poderia ser encontrado em qualquer loja pós guerra - E uma coisa estranha era que, por sua dureza, um estranho fenômeno ocorreu, em que, após o fim da segunda grande guerra francesa, assim as chamavam, os governos remanescentes que participaram da guerra, fizeram operações em busca destes punhais nos corpos dos soldados franceses, fazendo com que, basicamente, cada casa da Grá-Bretanha possua pelo menos uma faca deste modelo. Esse fenômeno foi chamado de "peso francês", já que havia pessoas que acreditavam que a dureza das facas vinham na verdade dos espíritos dos soldados mortos impregnados na pedra lisa, que estariam entrando nas casas dos britânicos e atraindo energia negativa, trazendo confusão e desgraça em suas casas. Como uma espécie de vingança sádica e fantasmagórica.

Ocasionalmente, o jovem guardava o seu punhal em seu coldre de couro, só para o retirar novamente de seu coldre e o jogar para cima, reiniciando o procedimento.

Ele observava os arredores de seu carro constantemente. Com olhos mais afiados que a ponta de uma agulha, ele atravessava a alma da escuridão com seu olhos saltados e mortos, característico de algum que estava constantemente atento a seus arredores.

Ele olhava como se estivesse sendo observado, como se estivesse tentando intimidar o escuro ao seu redor, dizendo com seus olhos lacrimejantes pelo sono e mortos pela a falta de esperança "Eu não tenho nada a perder". Aguardando na espreita, esperando o mínimo cisco de luz amarelada de faróis para sinalizar sua localização de volta, ele ficou lá, repetindo esse processo; vidro da frente, vidro do motorista esquerdo, vidro do motorista direito, vidro dos passageiros esquerdo, direito e então o retrovisor da frente, olhando para o vidro escuro e nublados com olhos ainda mais perfurantes. E isso se repetiu de novo, de novo, de novo, de novo e de novo, como uma bola de tênis, pingando e ricocheteando.

...

 Somente faltava uma hora para o amanhecer, e aqueles que o jovem aguardava ainda não haviam chegado. Ele estava deleitado no banco do carro, inclinado para frente de postura ereta, tentando se manter acordado por o máximo de tempo possível. Suas pálpebras lutavam para não se fecharem, sua cabeça se mantilha erguida, e seus lábios estavam paralisados em uma afeição constante, olhando para o tediante escuro da floresta pelos vidros acinzentados do carro. Que criava uma visão monocromática da realidade do distante horizonte, que estava se iluminando aos poucos com o raiar do sol. 

Ele já havia desistido de continuar o processo de observar os vidros do carro a muito tempo; ele deve ter repetido o processo menos de 10 vezes e já havia se cansado.

Ele fecha os olhos por um momento, mas, em um instante, levanta a cabeça rapidamente e a chacoalha. Em seguida, desfere um tapa violento em sua própria face, tentando afastar os braços da sonolência que estavam o agarrando.

"tsc." efetuou em um pequeno gemido de dor enquanto olhava para a própria mão, avermelhada pelo golpe forte.

'eu estou fraco? Ou fiquei sensível?' Ele pensou confuso.

A muito tempo atrás, Solitho era um jovem insensível, de coração rebelde e duro como pedra. Possui passagem na policia, era estressado e impaciente. Ele sentia raiva constante. As pessoas que conviviam com ele diziam que, quando ele se irritava, era possível ver seu sangue borbulhar por baixo de sua pele, e que seus olhos eram como telas de computadores de fósforo antigos de tonalidade vermelha, similar a cor do inferno; escrito em cada pixel de seu olhar "ÓDIO. ÓDIO. ÓDIO. ÓDIO. ÓDIO." indeterminadamente. E quando estava calmo, era frio e insensível. Com olhos frios de aspecto azul, ao olhar em sua face era possível ver seu egocentrismo exacerbado, e o reflexo de seus olhos não era o ambiente, e sim ele mesmo; sua alma implorando para ser admirada através da janela de alma que seus olhos eram.

Uma verdadeira bomba relógio preste a explodir a qualquer momento. Não aceitava nenhum tipo de critica e acreditava que estava sempre correto. E que nunca havia errado.

Sua grosseria passava os limites palpáveis e ele respeitava poucas pessoas. As únicas pessoas que ele respeitava eram quem ele via como mestres dele; seus pais e professores eram os únicos que possuíam seu respeito, os únicos que fizeram esse ser horrível de ego inchado se curvar.

Entretanto, ele não era um caso perdido. Somente um dia foi capaz de mudar aquele ser humano desprezível. Em um dia ele era uma maquina, no outro ele havia se tornado um verdadeiro pacifista do amor. Ele começou a cumprimentar as pessoas na rua, sua voz se tornou de algo áspero como concreto a algo doce como mel, a raiva sinalizada por seus punhos fechados havia se esvaído.

Ele começou a não entender coisas. Ele desconhecia a raiva, desconhecia a aflição, a tristeza, o ódio. Em seus doces olhos, as únicas coisas que ele conhecia era o amor e a empatia.

Ele havia caído em uma magia, tão poderosa que ele se enfraqueceu e se tornou frágil como uma folha de papel. A magia? A simples arte de copiar, que todo ser humano tem.

Mas de quem ele copiou esse comportamento? Não se sabe ao certo. Pode ser qualquer ser de coração puro que ele cruzou na rua; um cachorro? uma criança? uma velha ou até mesmo o simples sorriso forçado de uma garota jovem pode ter sido o responsável pelas sua mudança. 

Acontece que essa época ficou para trás. E ele ganhou novos ares, tendo uma mistura de ódio e controle.

Após alguns momentos massageando a parte dolorida de sua face com a palma de sua mão, ele manda um ultimo olhar perfurante no retrovisor da frente, vendo dois pontos negros ao lado de um automóvel cor-de-latão acinzentado, e enferrujado, na distancia do horizonte. Estes eram seus convidados.

- Finalmente - Exclamou para si mesmo; desdém emanando de cada silaba que saia de sua boca.

Ele abriu o cambio do carro apressadamente e pegou dois pequenos rolos feitos de notas de dinheiro de coloração alaranjada e reluzente. E então checou o a quantidade de notas de cada bloco, deslizando os dedo pelas pontas das notas e contando uma por uma.

Eram rolos feitos de notas de cinquenta euros, cada rolo continha cinquenta notas e havia dois rolos, portanto, o jovem estava com ao total cinco mil euros em suas mãos. Um valor tão alto confinado em um pequeno espaço.

Após verificar a quantidade de notas, ele as colocou em seu bolso direito de modo que elas eram visíveis de fora. Após isso, arrumou seu coldre para que a faca estivesse atrás de suas costas, colocou sua mão direita na maçaneta do carro e a esquerda em suas costas, firmada na empunhadura de sua faca. Seu corpo estremeceu um pouco e ele engoliu em seco antes de forçar a maçaneta da porta para trás e empurrar a porta, se retirando do veiculo em seguida. 

Após retirar-se do veiculo, ele contornou a porta do carro e a empurrou de forma rude contra o mesmo, a fechando em um estrondo abafado pela borracha de segurança do bocal da porta, fazendo o carro chacoalhar para frente e para trás. Em seguida, ele começou a caminhar em direção aos os homens. Com um constante semblante de indiferença, o jovem caminhava de cabeça baixa olhando para os próprios pês. Devido o sono que continuava a pesar os membros de seu corpo, o jovem somente conseguia efetuar passos lentos e compassados, de modo que seu passos eram feitos de pausas e arrastos pelo chão.

Após alguns momento caminhando deste modo lento sem uma mudança de velocidade, Solitho chega em frente as duas sombras.

Eram dois homens de estatura media, de corpos magros e esguios de aparência desnutrida e pálida. Seus longos cabelos lisos e espapaçados eram negros como o oceano, e suas pontas se deleitavam na curvatura dos ombros caquéticos dos homens e dançavam em meio a brisa gelada da floresta.

Eles vestiam roupas de polícias simples com tonalidade azul predominante, uma calça jeans simples e um coldre, que, aparentemente, carregava uma arma real.

Os olhares frios do homens repousaram sobre Solitho, o observando de cima para baixo sem piscar em nenhum momento. O da direita - Que era um pouco mais gordo e robusto, mas continuava sendo magro - deu um passo a frente, ficando a poucos centímetros de Solitho.

- Cogito, ergo sum - Ele exclamou, com uma voz rouca e tão amedrontadora que fez o jovem Solitho sentir-se em queda, lhe dando um pequeno lapso de tontura que se distanciou rapidamente.

Solitho deu um passo para trás, tentando manter um certa distancia segura do homem e seu equilíbrio. Ele manda um olhar rápido para a mão direita do homem, que repousava em sua arma, e depois olha nos olhos castanhas do homem, respondendo quase instantaneamente:

- René Descartes - Disse, apertando firmemente a empunhadura da adaga escondida em suas costas, nervoso, mas não tentando demonstrar em sua face para não parecer vulnerável ou criar intrigas entre os homens - Afinal, era um tiro daquele revolver e ele estaria morto. 

O homem mais robusto deu um passo atrás, ficando ao lado de seu companheiro. Eles se entreolharam com olhares um pouco mortos e em seguida voltaram seus olhares de volta a Solitho, causando uma sensação de estar sendo perfurado na córnea por duas agulhas em Solitho, que se sentia exposto, quase como se estivesse nu em frente aqueles homens.

Após dez longos segundos de silencio mórbido, os homens voltaram a se mexer, levando suas mãos paras as sua orelhas e puxando as mechas de cabelo para trás delas de forma hesitante, revelando brincos de formato de flechas douradas. Solitho também levou a mão até suas orelhas, mostrando brincos de mesma aparência.

Os homens trocaram olhares entre si; o da esquerda exclamou:

- Avez-vous l'argent?

- Que? - Assentiu Solitho, confuso pelo idioma que ele desconhecia.

Os dois homens se entre olham, sorrisos maliciosos se formando enquanto conversam entre si. O da direita exclama:

- Je ne pense pas qu'il comprenne notre langue - Ele disse, dando um sorriso malicioso e zombeteiro.

- Gringo retardataire, tu vas mourir - Ele reponde, olhando com desdém para Solitho.

- Tu le mérites, espèce d'attardé, tu ne connais pas la principale langue du monde, le français, tu mérites de mourir.

- Quel idiot tsk... me rend malade - Ele mostra a língua, enojado pela a existência de Solitho.

- Il est tellement stupide. Il va mourir de faim, il n'en aura même pas besoin...

- Calem a boca! - Gritou Solitho, interrompendo a fala do homem e aparentemente perdendo o senso de perigo - Eu não estou entendendo PORRA nenhuma do que estão falando! e aposto que não é coisa boa!

Os homens se entre olham uma ultima vez e ficam com feições serias. O homem da direita, não gostando do modo explosivo que Solitho assumiu, abre o coldre de sua arma ia retira rapidamente, mirando na direção de Solitho com sua mão firme pulsando de raiva e com olhos sedentos de violência. Solitho se assusta com a ação repentina do homem e se desequilibra, caindo para trás e cobrindo sua face com seus braços, os cruzando em frente a seu rosto em "x", tentando se proteger do possível disparo. O homem então se aproxima, apontando a arma em direção a cabeça de Solitho. Ele coloca o dedo no gatilho, preparado para disparar, mordendo seu lábio inferior de forma prazerosa e ansioso para ver o banho de sangue que ocorreria. Solitho, percebendo que não conseguiria retirar seu punhal a tempo de não ser atingido na cabeça, aceita seu destino e tira os braços de sua frente e fecha os olhos, engolindo em seco e levantando sua face. Porem, de ultima hora, o disparo é interrompido pelo o homem da esquerda, colocando a mão no peito de seu companheiro e dizendo a ele:

"Vous n'avez pas besoin de tuer cet idiot... pour l'instant" Disse com um tom de rigidez de um verdadeiro general.

O homem ao escutar a ordem, imediatamente a abaixou a arma e a guardou ainda hesitante em seu coldre, porem, ele não contrariou a ordem. Após alguns instantes esperando o homem da direita lacrar seu coldre, o homem volta a face dele de volta a Solitho e se aproxima, oferecendo a mão para Solitho se levantar. Solitho recusou a ajuda em um aceno com sua mão e se levantou sozinho. O homem aguardou ele abanar suas roupas e se estabilizar pacientemente, e então finalmente exclama em um idioma que ele poderia entender.

"Trouxe o dinheiro?" Disse em uma calma assustadora, que fez Solitho ficar hesitante em falar qualquer coisa - temendo outras possíveis retaliações do outro homem. Por isso Solitho somente retirou os dois rolos de dinheiro de seu bolso e os deu na mão dos homens de forma hesitante, sem exclamar um sequer palavra.

Ele analisou os rolos com calma; olhos frios fixos nas notas enquanto ele as deslizavas de uma mão para outra, as verificando. Solitho observava o processo com temor, temendo ter deixado uma nota cair ou elas serem falsas. Mas, quando ele percebeu que seu falecimento provavelmente estava mais próximo do que ele imaginava, ele tranquilizou-se, fazendo seus ombros relaxarem e seus braços amolecerem. Após finalizar o processo de contagem, o homem guardou as notas em seus bolsos e disse em uma voz satisfeita e um sorriso de canto.

"cinco mil euros, como combinado. . ." ele se virou para seu companheiro e deu uma leve batida no peito dele com seus dedos "traga o Corpus."

O outro homem assentiu, retirando-se e indo em frente ao porta malas do carro.

Quando o homem exclamou aquelas simples palavras, Solitho soltou um longo suspiro de ar gelado, tranqulizando-se que talvez viveria um pouco mais. Até porque, apesar de aceitar que poderia estar muito próximo da morte, ele não desistiu de viver, somente se conformou que poderia perder a vida.

Assim que o homem mais robusto chegou em frente do porta malas, o homem em frente a Solitho pegou um isqueiro e um cigarro e os acendeu. Em seguida ele trouxe o cigarro barato aos seus lábios e deu uma longa tragada, soltando uma fumaça acinzentada pela boca como um dragão. Após afastar o cigarro recém acendido de seus lábios, o segurando entre os dedos, ele olha para Solitho e diz com uma voz um pouco mais simpática.

"Me desculpe pelo meu parceiro, ele está um pouco agressivo devido um luto que está passando. Um de nossos amigos acabou falecendo devido um embate com a policia" Ele disse, gesticulando os dedos que seguravam o cigarro junto do pulso.

Sentindo-se um pouco mais confortável com a forma mais amigável que o homem assumi-o, Solitho tranquilizou sua mão na empunhadura da lamina e parou de a segurar, trazendo suas mãos para frente e as colocando nos bolsos de sua calça; a expressão de seu rosto também se amenizou, se tornando em um olhar suave e despreocupado com a vida. 

"Não precisa se preocupar, eu entendo perfeitamente o que ele está passando" Ele assentiu, com uma voz compreensível.

"Sério? Você parece muito jovem para entender isso."

"Somente pareço"

"De qualquer forma, eu não vou duvidar, qualquer um está propenso em perder pessoas, infelizmente" Ele da mais uma longa tragada no cigarro e solta ainda mais fumaça "quer uma tragada?" Ele disse, trazendo o cigarro na frente de Solitho. Solitho apenas acena, recusando.

"Eu não fumo"

O homem simplesmente ignora a ultima fala de Solitho e volta a fumar o seu cigarro, com o cotovelo apoiado em seu ante braço, olhando em direção a floresta, que já está bem iluminada em um tom avermelhado, criado pela a luz filtrada das folhas alaranjadas.

Mas atrás do homem, era possível ver seu companheiro mais robusto encaixando a chave do carro no porta malas, a girando e abrindo o porta malas. Ele manda um olhar enjoado sobre o que estava dentro do carro, franzindo o cenho e hesitando em pegar o conteudo. Após alguns segundos, ainda um pouco hesitante, ele estende seus braços em direção ao o que estava dentro do carro e o retira com cuidado em seus braços. Era algo em volto em véu de tecido fino vermelho, com bordas douradas costuradas a mão, de forma humanoide e com relevos que se assemelhavam a mãos, pés e fêmures sobre tecido. Era possível ver que uma mão do objeto estava para fora do véu fino, que se assemelhava a uma mão esquelética de aparência similar a uma replica de madeira. Enquanto o homem mais robusto se aproximava, era possível ver a mão do objeto indo para frente e para trás e um cheiro fétido se aproximando e se intensificando cada ver mais. Aquilo era um Corpus.

Após alguns instantes caminhando para perto, o homem mais robusto deixa o Corpus no chão, ainda enrolado no véu avermelhado, em frente a Solitho. Solitho após lançar um olhar sobre o objeto, deu alguns passos a frente, se aproximando do Corpus e agachando a pouco centímetros dele.

"São 120 anos, né?" perguntou Solitho ao homem menos robusto.

"Acreditamos que sim, devido o nível de carbono retirada do dedinho do pé do cadáver. Essa retirada de uma parte do cadáver não vai desestabilizar a mente dele"

"Eu sei que não vai. Eu sou queria entender. . ." Ela da uma longa pausa, incrédulo com a veracidade do Corpus e como ele parecia tão preservado mesmo tendo 120 anos. Após dar uma forte exalada enchendo seus pulmões de ares novos, Solitho continuou. "como esse cadáver não foi destruído na guerra? Ele é o cadáver de alguém muito importante por acaso?"

"Ele foi encontrado na china. Não sabemos ao certo como ele sobrou e nem ao menos de quem ele é, mas, provavelmente foi trazido para dentro da china em uma das missões de coletas de Corpus que se formavam na guerra. Já que o Novo Estados Unidos e a China tiveram participação nas Grandes Guerras Francesas como caça corpos. Pela idade do cadáver, ele não participou das Guerras Grandes Francesas, então provavelmente ele foi roubado de um cemitério por um grupo de caça corpos chineses. Esse corpus deve ter um arsenal muito poderoso nele, já que provavelmente é um cadáver de um escritor ou artista, mas, em mesmo nível deve ser perigoso"

"Por que especula que ele é de um artista?"

"Os grupos de coleta não iam atrás de cemitérios, era muito mais vantajoso eles pegarem os Corpus dos campos de batalhas. Por isso, para terem escavado este Corpus ele teria que ter algum valor especial, provavelmente, de um artista ou escritor, já que eles naturalmente tem mentes mais férteis"

"Hm, faz sentido... eu acho. Mas, bem, foi ótimo fazer negócios com você" Finalizou Solitho, estendendo sua mão para o homem. O homem aceita o comprimento, segurando a mão de Solitho de forma firme, as levando de cima para baixo.

Após o breve comprimento, o homem vira as costas para Solitho, seguindo em direção ao carro em uma caminhada apressada. Seu companheiro faz o mesmo, se virando e indo em direção ao carro, seguindo o outro homem. Mas, antes de se virar e seguir seu companheiro, ele olho por cima do ombros para Solitho, franziu o cenho e efetuou uma longa bufada forte mergulhada em raiva e desgosto, voltando a caminhar poucos passos atrás de seu parceiro. Solitho se questionou o motivo pelo o estresse do homem por alguns momentos até voltar o olhar de volta ao Corpus, esquecendo completamente do momento estranho e voltando a examinar o Corpus.

Ele pegou na borda do véu fino e, após olhar seus arredores, averiguando se os dois homens já haviam ido embora no carro, desenrolou o véu avermelhado da volta do objeto e franziu o cenho, sentindo imediatamente o cheiro de madeira podre encharcada que enxia suas narinas se intensificando de forma anormalmente rápida. Após pegar uma fragrância em seu bolso e a aplicar sobre sua bandagem, a colocando em seu nariz para aliviar o cheiro fétido que o cadáver emitia constantemente, ele pegou as pontas do tecido fino e o estendeu sobre o solo, estendendo por baixo do cadáver cadavérico para criar uma espécie de área segura para o analisar de forma melhor e mais organizada. Ao ter finalmente um visão mais ampla do cadáver, ele manda um olhar superficial sobre ele da cabeça aos pés, procurando imperfeiçoes mais evidentes no material, como rachaduras, rompimentos e trincas. Após notar que não havia nenhuma negativa superficialmente - o que seria a pior coisa, já que quanto mais imperfeiçoes aparentes, mais disfuncional era o corpus - Solitho começou a analisar o corpo de forma mais calma. Ele analisou todas a partes possíveis das cabeças aos pés e, incrivelmente, não havia nenhum tipo de imperfeição no Corpus.

Após o termino da analise minuciosa, Solitho colocou a mão no colar enrolado em volta do pescoço do cadáver e o retirou com cuidado da volta do pescoço do falecido. Anexado neste colar, havia uma espécie de chave de madeira de aparência rudimentar, e, na testa do cadáver, havia um rompimento simétrico em formato de fechadura que se encaixava perfeitamente com a chave.

Solitho mandou olhares para a chave e para a fechadura, e então engoliu em seco, arrepiando seus pelos de medo como se uma brisa gelada tivesse passado ao seu lado. Ele trouxe a chave para o buraco e a girou, e então instantaneamente sua visão se tornou turva e duplicada, sendo atingido logo em seguida por uma forte náusea, cambaleando e caindo no chão em um instante, batendo sua cabeça no chão de forma violenta. Ele direciona a mão para trás da cabeça e sente um liquido quente escorrendo; sangue, sim, sangue, muito sangue, espalhado pela suas mãos em uma cor carmesim, seguido de uma dor infernal na parte traseira de sua cabeça.

Antes que seus olhos se fechassem por completo, em sua visão bifurcada pela pálpebra de seus olhos, ele viu a realidade a sua frente se distorcer e se tornar monocromática, até que virou somente uma linha horizontal, que se apagou. Ele momentaneamente tentou resistir, mas, quando a dor de seu ferimento começaram a se distanciar, ele se deleitou nos braços do desmaio e sorriu, sabendo que não havia mais volta.

... Imediatamente após desmaiar, Solitho se viu em meio a uma escuridão traiçoeira o rodeando.