O colapso da Prisão de Surtur preenchia o ar com um estrondo ensurdecedor, enquanto Keldor parecia perdido sob toneladas de escombros. Durin, em desespero, tentou correr para ajudá-lo, mas foi brutalmente impedida por Moloch, que se interpôs, seu olhar ardendo com a malícia de um predador diante de uma presa indefesa. Com um movimento cruel, ele a atingiu, lançando-a ao solo com uma ferida quase mortal.
E então, a impossibilidade aconteceu.
As rochas que soterravam Keldor subitamente se ergueram, sendo sustentadas por um único ser. Do meio dos destroços, o elfo sombrio emergiu após quebrar suas algemas que restavam, sua silhueta recortada contra o caos. Suas mãos firmes erguiam os escombros como se fossem meros gravetos. Seu olhar era vazio, isento de palavras ou explicação. Keldor, incrédulo, olhou para cima, sentindo uma estranha reverência se apoderar dele.
- Keldor: "Quem é você?" - Keldor indagou, mas o elfo permaneceu em silêncio.
As rochas foram lançadas para o lado com uma força impressionante. Keldor ajeitou-se, recuperando o equilíbrio.
- Keldor: "Eu poderia ter feito o mesmo…" - Ele murmurou, ainda que soubesse que aquilo era uma mentira. O tremor do colapso o havia desestabilizado completamente.
A resposta do elfo foi o silêncio absoluto.
Assim que deixaram a cratera, seus olhos se depararam com Durin. Ela estava frágil, sua alma sendo puxada pela voracidade de Moloch. Em uma fração de segundo, Keldor preparou-se para desferir seu golpe mais poderoso. Contudo, antes mesmo que pudesse completá-lo, o elfo sombrio já estava em movimento. Ele se lançou através da distância, envolvendo corpo e alma da jovem em um único salto, levando-a para o topo de uma pilastra exposta.
Moloch rangeu os dentes.
- Moloch: "Eu poderia ter desviado e consumido sua alma… mas aquele maldito elfo…" - Ele murmurou, seus olhos fuzilando o desconhecido.
Durin, ofegante, olhou para cima. Os olhos semicerrados tentavam focar no rosto do seu salvador. O reconhecimento a atingiu como um relâmpago.
- Durin: "Você não é... Thaldirur?" - Ela sussurrou antes de desmaiar.
O elfo sombrio nada respondeu. Apenas saltou da pilastra, a lâmina, que pegara de um dos corpos caídos, cintilando como uma estrela cadente. Em um único movimento, seu golpe cortou o pescoço de Moloch.
Porém, o corpo do demônio se regenerou instantaneamente.
Um riso gutural escapou de seus lábios.
- Moloch: "Interessante..."
Thaldirur não recuou. Seus pés deslizaram pelo chão destruído em uma postura impecável. A energia espiritual ao seu redor pulsava com um brilho espectral, envolvendo sua espada. A Aura Ars Magna vibrava, intensificando seus golpes.
Moloch avançou. Com um rugido feroz, suas garras obscurecidas pela energia infernal perfuraram o ar, buscando drenar a vitalidade do elfo. Thaldirur desviou no último instante, dançando entre as investidas do inimigo. Com um movimento fluido, ele desferiu um golpe lateral, cortando parte do torso do demônio. Moloch se regenerou imediatamente, mas sentiu algo estranho, aquela ferida, por um breve momento, recusou-se a cicatrizar completamente.
- Moloch: "Hmph. Você está me incomodando mais do que deveria." - Moloch rosnou, sua presença tornando-se mais densa.
A Aura do Cansaço se espalhou, como uma brisa mortífera. Keldor sentiu o peso daquela energia, seu corpo ficando cada vez mais pesado. Thaldirur, por sua vez, permaneceu inabalável.
- Thaldirur: "Isso não funcionará comigo."
Seus olhos brilharam com um fogo interior, e, pela primeira vez na batalha, ele invocou seu verdadeiro poder. Com um movimento calculado, sua mão tocou o punho de uma nova lâmina. A Magna Spathi se materializou em suas mãos, pulsando com uma energia sublime.
A transformação foi imediata. O ar vibrou, como se a própria realidade reconhecesse o peso daquela arma. A habilidade Supreme Aura Ars Magna irradiou do corpo de Thaldirur, e a energia ao seu redor se tornou um turbilhão de luz e calor.
Moloch arregalou os olhos por um instante antes de rugir, lançando-se novamente para o ataque.
Desta vez, porém, o elfo sombrio não apenas desviou, ele contra-atacou com precisão absurda. A Magna Spathi cortou o ar em um arco perfeito, fendendo as garras demoníacas e atravessando o peito do adversário.
Moloch cambaleou, sua essência sendo consumida pelo golpe. Ele tentou se regenerar, mas seu corpo vacilou. O efeito do Ars Invicta se manifestou: não havia como anular aquele ataque.
- Moloch: "O quê...?!" - O demônio arfou.
Thaldirur olhou para ele, seus olhos inabaláveis.
- Thaldirur: "Você já perdeu."
E, em um golpe final, a Magna Spathi desceu como a execução de uma sentença irrevogável.