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Chapter 92 - Capítulo 38.1 - O Último Crepúsculo dos Deuses

Midoki empurrou a porta de madeira gasta, que rangeu como se protestasse contra o movimento. O ambiente dentro da casa era austero, impregnado pelo cheiro de ervas secas e o calor brando de uma lareira quase apagada. Merlin entrou logo atrás, ajustando sua capa enquanto Malcon Bedivere Primeiro o seguia em silêncio, com a mão direita repousando no punho de sua espada, sempre alerta.

Havia algo no ar que incomodava Midoki. Sua expressão fechou-se de imediato, e ele parou no meio do caminho, franzindo o cenho.

Midoki: "Merlin, não estamos sozinhos aqui." - Sua voz era baixa, mas carregada de convicção.

Merlin ergueu uma sobrancelha, surpreso.

Merlin: "Você também consegue sentir?" - Perguntou, quase em um sussurro.

Antes que Midoki pudesse responder, uma risada suave e cortante atravessou o ar, como o eco de um sininho macabro. Das sombras de um canto escuro da casa, surgiu Morgana. Sua presença era envolta em uma aura etérea, um misto de mistério e poder. Ela caminhava com graça felina, os olhos roxos brilhando como os de um predador.

Morgana: "Que garoto atento." - Sua voz era sedutora, mas carregada de sarcasmo. - "E você, Merlin, continua o mesmo velho arrogante que subestima o que não entende."

Merlin estreitou os olhos, mas antes que pudesse responder, Bedivere deu um passo à frente, interpondo-se entre Morgana e o grupo.

Bedivere: "Morgana, sua presença aqui não é bem-vinda. Se você busca confusão, estou mais do que pronto para atendê-la." - Sua voz era grave, com um tom de desafio que ecoava pelo ambiente.

Morgana sorriu, mas havia um toque de frustração em seus olhos. Com um movimento rápido de suas mãos, ela conjurou uma técnica espiritual envolta em sombras pulsantes. A energia escura rasgou o ar em direção ao grupo, mas Bedivere foi rápido. Em um movimento fluido, sua espada brilhou com uma luz celestial, cortando a técnica de Morgana ao meio. As sombras se dissiparam em uma explosão de faíscas, causando rachaduras nas paredes.

Bedivere: "Se este é o melhor que você pode fazer, Morgana, talvez não devesse sequer tentar desafiar Merlin." - Bedivere disse com um leve sorriso de deboche.

Morgana estreitou os olhos e conjurou novamente a mesma técnica, desta vez com ainda mais intensidade. No entanto, antes que pudesse atingi-los, foi Midoki quem interveio. Ele brandiu sua katana com facilidade aparente, e a energia sombria se dissipou como fumaça.

Midoki: "Deixe-me adivinhar, você gosta de chamar a atenção dele?" - Midoki perguntou, inclinando a cabeça em direção a Merlin. - "Isso tem cara de paixão não resolvida."

Morgana corou violentamente, surpresa pela provocação.

Morgana: "Não é isso, bem…" - Disse, desviando os olhos, sua voz perdendo a habitual firmeza.

Midoki riu baixinho e se virou para Merlin.

Midoki: "Olha só, velhote, parece que você ainda tem sorte. E eu achando que você não tinha mais idade pra isso."

Merlin bufou, claramente irritado.

Merlin: "Chega disso, Morgana! Dê o fora antes que eu perca a paciência." - Sua voz era dura, mas havia um leve rubor em seu rosto.

Morgana, ainda corada, cruzou os braços e ergueu o queixo.

Morgana: "Da próxima vez, eu irei derrotá-lo, Merlin. Pode apostar nisso!" - Ela desapareceu em uma nuvem de sombras, deixando para trás um silêncio carregado de tensão.

A cena mudou para o confronto titânico entre Hades e Lúcifer. No coração de uma vastidão de escuridão, os dois estavam cercados por rios de lava e almas atormentadas que clamavam por redenção. O rosto de Hades era estoico, mas seus olhos brilhavam com fúria.

Hades: "Você está quebrando o equilíbrio, Lúcifer. O Caos que você invoca um dia consumirá tudo neste universo, inclusive você mesmo." - A voz de Hades era como trovão, ecoando pelo abismo.

Lúcifer riu, mas havia um amargor em seu tom. Seus olhos brilhavam com uma intensidade ameaçadora, e sua presença era opressiva, como se o próprio universo tivesse medo de contrariá-lo.

Lúcifer: "Vocês deuses não têm o direito de falar em equilíbrio!" - Bradou. - "Vocês me negaram, me jogaram em Gaia como lixo, enquanto se fechavam em seus paraísos! E agora me falam de justiça?"

Hades: "..."

Lúcifer: "Escravidão, doenças, fome, guerras e mortes... Tudo isso não passa de entretenimento para vocês! Essas raças de Gaia são fantoches que vocês manipularam para seus próprios ideais egoístas. Mas agora, Hades, agora eu farei o que vocês deveriam ter feito! Eu colocarei um fim a todo esse sofrimento." - Ele ergueu sua espada, sua presença crescendo como uma tempestade prestes a explodir. - "E começarei com você!"

Hades ergueu o Cajado de Helheim. Com um gesto poderoso, conjurou as Correntes de Estige, que serpenteavam pelo ar como serpentes famintas, tentando prender Lúcifer. Este, por sua vez, ergueu suas mãos, e uma onda de fogo e trevas explodiu, destruindo as correntes.

A batalha intensificou-se. Hades usava o poder do Submundo para invocar a Legião de Sombras, enquanto Lúcifer contra-atacava com suas Chamas Celestiais e a Escuridão Profunda. O terreno ao redor deles era destruído a cada golpe trocado.

Finalmente, Hades tentou um último ataque desesperado, invocando o Trono da Morte Absoluta, uma técnica que drenava energia de toda a área ao redor para amplificar seu poder. Lúcifer, no entanto, ativou sua Ascensão Nephilim, liberando um poder, Condenação Absoluta, que superou Hades. Com um único golpe devastador, ele atravessou o peito de Hades, que gritou antes de desaparecer em uma explosão de energia espectral.

A explosão resultante foi inimaginável. A terra desmoronou, rios de lava foram lançados ao ar, e o abismo foi consumido por uma luz cegante. Quando a poeira baixou, Lúcifer estava ajoelhado, ferido criticamente, sangue escorrendo de inúmeros cortes em seu corpo. Diante dele, Hades desaparecia, seu corpo espectral desintegrando-se enquanto sua última expressão era de resignação.

Hades: "O equilíbrio..." - Murmurou Hades, antes de desaparecer completamente.

Lúcifer estendeu uma mão trêmula e segurou o Cajado de Helheim, que agora respondia à sua vontade. Apesar de vitorioso, ele mal conseguia se manter de pé. Sua respiração era pesada, e a dor percorria cada fibra de seu corpo. Mas, em meio a tudo isso, ele sorriu, um sorriso sombrio e cansado. Agora, ele possuía a Spectral Army, e o custo de sua vitória começava a pesar em seu corpo e alma.

Merlin estava sentado em uma mesa rústica em Lyoness, explicando com um tom grave.

Merlin: "A Fonte da Ordem (ou, somente Ordem...)." - Começou ele, seus dedos traçando os contornos de uma velha escritura que encontrara em uma masmorra nas montanhas próximas. - "Dizem que ela era o núcleo do equilíbrio no mundo original. Mas a Ordem, ou melhor, aqueles que a defendiam, foram consumidos pela corrupção. Os Sentinelas, os guardiões dessa fonte, registraram seus últimos momentos nessas escrituras."

Midoki cruzou os braços, sua expressão era de ceticismo.

Midoki: "Você encontrou isso em uma masmorra nas montanhas?" - Ele perguntou. - "Pode me levar até lá?"

Merlin suspirou, fechando os olhos por um momento.

Merlin: "O próprio Arthur destruiu o lugar. Ele o considerava um perigo muito grande. Ninguém deve ter acesso às escrituras dessa fonte novamente."

Midoki franziu a testa.

Midoki: "Arthur destruiu o lugar? Isso não faz sentido. Por que estamos aqui, então? O que Arthur quer com o nesta cidade?"

Merlin hesitou por um instante antes de responder.

Merlin: "Arthur tem assuntos a tratar com o Rei Melyadus Vine. Assuntos que, acredito, não lhe interessariam." - Ele deu um meio sorriso, mas era claro que escondia mais do que dizia.

A cena final mostrava Arthur e Melyadus Vine sentados em lados opostos de uma longa mesa de jantar real. A tensão no ar era palpável. Os olhos de Arthur estavam fixos em Melyadus, enquanto o vinho nos cálices permanecia intocado.

O silêncio entre eles era ensurdecedor, e o destino de muitos parecia depender daquele diálogo que ainda estava por começar.

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