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Savannah foi a primeira a quebrar o silêncio. "Sim, eu decidi terminar com ele."
Dalton bateu um punho no sofá. "Por quê? O que está acontecendo?"
"Eu…" ela hesitou, olhando para os seus pés. "Eu queria. Eu tinha que fazer isso."
Dalton a dispensou com um gesto. "É normal que casais discutam entre si, mas você não desiste. Sua tia e eu discutimos o tempo todo, e ainda estamos juntos!" Ele disse, acenando para Norah. "Você sabe, estamos vivendo pelos Yontzs," explicou Dalton, apagando um cigarro.
"Eu sei, mas…"
Norah se levantou. "Pense um pouco! Como você vai se sustentar? Nós te demos tudo e nunca pedimos nada em troca, e então você faz isso? O que há de errado com você?" ela lamentou.
Savannah cerrou os dentes: "Tia, quando você me adotou, você pegou as ações do pai como pagamento da empresa dele. Então, na verdade, eu não acho que lhe devo nada. E, principalmente," ela disse, levantando-se para encontrar o olhar dela, "permitir que você decida com quem eu devo casar."
"Ah! Agora você responde!" Ela gritou, apontando o dedo para ela e virando-se para enfrentar o quarto. "E agora você nos acusa – nós! – de tirar vantagem de você! Sua menina má!" Ela disse, virando-se para ela, enfiando um dedo em seu peito. "Como você pôde? Sua mãe te abandonou! Seu pai também!"
Isso atingiu Savannah profundamente. Ele a amava e havia lhe dado tudo.
"Isso não é verdade!" Ela gritou
"-e anos depois, você arruinaria seu tio?! Minha nossa! Que menina sem coração!"
Norah se exaltou enquanto Dalton e Valerie tentavam consolá-la.
Savannah aproveitou a oportunidade e correu para o seu quarto, batendo a porta atrás de si. "Sua menina má!" Chamou Norah após ela. "Vá, peça desculpas a Devin!"
Ela se jogou na cama, colocou os fones de ouvido e conteve as lágrimas. Modest Mouse estava tocando. Será que eles não tinham notado suas roupas? Ela pensou depois que a onda de emoção a invadiu. Os hematomas em meu corpo? Meus pés nus e inchados?
Se seu pai ainda estivesse lá, ele a teria defendido, e a mãe… Ela lutou para se lembrar do rosto dela, mas conseguiu recordar seu calor e seu cheiro.
Ela explodiu em lágrimas novamente. Grandes soluços convulsivos que sacudiam seu peito. Então houve uma batida na porta, e ela se levantou e a abriu.
Dalton entrou, com os ombros caídos. "Savannah…" ele começou, parado de forma desajeitada na entrada. "Sua tia exagerou um pouco, mas ela estava certa. Nossa fábrica deveria ter falido anos atrás se não fosse pelos Yontzs. E se você for embora, eles... bem, eles vão querer sangue." Ele disse, suspirando. "Eles vão cancelar seus pedidos, e nossa fábrica vai fechar. Então, apenas pense nisso antes de deixar Devin, está bem?"
De repente ela se sentiu envergonhada.
Tio Schultz era sua única família, como ela poderia ser tão egoísta a ponto de destruir tudo o que ele havia trabalhado? E tudo o que seu pai também havia trabalhado. O dinheiro que seu pai deixou tinha sido investido naquela fábrica. Era tanto dela quanto deles. Não podia falhar. Norah estava certa; ela é perversa.
Savannah abraçou Dalton. "Eu sei, me desculpe." Ela disse. "Vou tentar consertar isso agora mesmo."
Dalton a abraçou forte e sorriu. "Obrigado."
***
Entre as estradas sinuosas de Beverly Hills, Devin se encontrou com Dylan em sua luxuosa vila.
Dylan estava sentado no sofá, com as pernas cruzadas, seu rosto carregado de tristeza: "Diga logo, Devin. Por que você a mandou para mim assim?"
Sentado nas proximidades, Devin sorriu maliciosamente. "Tio, não significou nada, eu juro. Eu vi você olhando as fotos da Savannah naquele dia e pensei que você estava interessado, então eu a entreguei a você." Ele disse, encolhendo os ombros. "Você é meu tio. Minha noiva, minha esposa, não importa. Eu só quero que você seja feliz."
"Vá direto ao ponto!" rosnou Dylan, com o rosto tão duro como granito.
Devin ergueu as mãos. "Okay, okay... Eu investi recentemente em um negócio e preciso de uma injeção de capital do Grupo. Cem milhões. Mas os outros acionistas insistem em sua assinatura. Pela nossa rapidez, tio, por favor me ajude desta vez!"
Dylan, o mais jovem, mas também o mais implacável diretor executivo do Grupo Sterling, possui poderes individuais que superam o Grupo.
Ele era o único que podia ajudar.
O sorriso fino de Dylan se curvou em um sorriso sarcástico: "O que te faz pensar que eu te daria cem milhões por uma noite com sua noiva?"
"Tio!" Devin gaguejou. "Savannah e você entraram na sua suíte privada hoje, o que foi capturado pela vigilância do hotel." Um brilho malicioso surgiu em seus olhos. "E se esses vídeos começarem a circular em público? O que eles pensariam de você se soubessem que você dormiu com a noiva do seu sobrinho? O vovô poderia eliminar seu posto de CEO..."
Garwood olhou para Devin, como ele ousa ameaçar Dylan!
Dylan se levantou e caminhou calmamente em direção a Devin, com os olhos cinzentos cintilando de raiva. Ele se inclinou para o ouvido de Devin: "você me ameaçaria?"
Devin se viu congelado: "O quê? Não! Eu só quero deixar a situação clara para você."
"Saia," respondeu Dylan, apontando um dedo para a porta.
"Tio, por favor." Devin ficou inquieto.
"Devo dizer novamente?"
Devin colocou o casaco e saiu de costas do quarto, implorando para Dylan enquanto saía.
A porta se fechou atrás dele, e Garwood se aproximou. "Senhor, ele tem um ponto. Não podemos deixar que o vídeo vaze. Isso o arruinaria." Dylan sorriu secamente. Que ele dormiu com ela seria um fato consumado se ela fosse dele, nominalmente, e o vídeo de vigilância seria inútil.
Bem, a menina estava procurando um homem rico, então aqui estava ele. Seria fácil, ele sorriu. E eu até poderia gostar disso.
***
A lua estava alta no céu azul profundo e abobadado. Savannah acabara de chegar na casa de Devin e estava prestes a tocar a campainha quando viu que ela já estava destrancada.
Ela caminhou cuidadosamente pelo corredor e parou. Lá em cima, ela ouviu a respiração íntima de um homem e de uma garota.
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