"Com licença, por favor, mostre sua identificação—"
Lina passou pelo segurança na entrada do DeHaven Conglomerate. Ela avançou pelos portões dos funcionários da empresa e entrou em um dos elevadores que estava prestes a fechar.
"Senhorita, senhorita, você não pode simplesmente—"
As portas se fecharam. As pessoas no elevador a olharam incrédulas, perguntando-se se ela tinha um desejo de morrer ou de ir para a prisão. Deve ter sido ambos, pois ela apertou o botão para o andar mais alto que o elevador poderia ir.
Quanto mais alto o andar, mais alto o cargo.
Quem diabos era essa mulher?
"Hum, com licença—"
"Acredito que este seja o seu andar," Lina disse secamente, afastando-se para deixar as pessoas saírem. Ela observou enquanto eles trocavam olhares, olhavam para o andar em que ela iria parar e, finalmente, não disseram nada.
Eventualmente, todos os funcionários saíram do elevador. Eles murmuravam entre si e rapidamente ligaram para a segurança lá embaixo para informar o destino dela.
Se essa mulher era realmente tão poderosa como sua presença sugeria, então ela não teria problemas em caminhar pelo andar em que apertou. Mas se ela fosse apenas uma desconhecida, seria rapidamente expulsa.
Plim!
As portas do elevador se abriram. Ela pisou no andar e todos os pares de olhos se voltaram para ela. Ela sabia o motivo. Era tarde da tarde. Quem diabos aparece para trabalhar tão tarde?
Pena que ela não era uma funcionária aqui.
"Com licença, você não tem permissão para estar neste andar," disse a secretária postada perto do elevador, levantando-se da cadeira. Ela estendeu a mão por baixo da mesa, onde um botão de pânico precisaria ser pressionado uma, duas, depois três vezes.
Lina a ignorou. Ela deu um passo à frente, mas parou ao ver um rosto familiar.
Sebastião estava falando no seu interfone quando levantou os olhos para perceber quem era. Ele ficou surpreso com a visão dela. A invasora suspeita e não identificável era Lina Yang?
"Cancele os guardas," Sebastião falou no interfone, pressionando um dedo nele. Ele manteve os olhos fixos em Lina.
"A partir daqui, eu cuido," Sebastião disse solenemente.
Lina ficou surpresa com o Sebastião diferente de hoje. Então esta era a secretária de cara fechada. Ela se perguntou onde foi parar o seu lado brincalhão. Mas, novamente, este era um ambiente profissional e todos aqui o respeitavam. Se ele quebrasse o personagem, o que aconteceria?
"Venha comigo, Jovem Senhorita." Sebastião abaixou a mão e avançou, colocando seu sorriso profissional.
Sebastião fazia Lina se lembrar de um lobo em pele de cordeiro. Lina percebeu que ele se parecia com o seu tio.
"Não é necessário," Lina disse secamente. "Eu sei onde é o elevador privado."
Sebastião ficou surpreso. "Ah? Você já esteve na nossa empresa antes?"
Lina simplesmente acenou com a cabeça. Sebastião permaneceu lá, esperando que ela explicasse, mas ela não disse mais nada. Era tudo o que ele precisava saber.
"Certo então, mostre o caminho," Sebastião disse, dando um passo para trás e para o lado para deixá-la guiá-lo.
Lina passou por ele e seguiu pelo corredor onde o elevador privado para o escritório do Presidente estava. Seus saltos batiam no chão, como bombas-relógio.
Clique. Claque.
Clique. Claque.
Sebastião estava alarmado com o quão bem ela conhecia o layout deste lugar. Ele sabia que ela era inteligente quando foi admitida na universidade mais prestigiada com notas honrosas. Mas pensar que ela memorizou o confuso plano do prédio deles...
Quantas vezes Lina veio ao escritório? E por que?
Sebastião estava começando a entender exatamente o quanto ele sabia pouco sobre ela. O relatório mais detalhado sobre Lina Yang que ele deu ao seu Chefe mal arranhou a superfície. Era apenas a ponta do iceberg.
"Impressionante," Sebastião elogiou. "Deixe-me passar o meu cartão-chave."
Lina se afastou para deixá-lo fazer isso. Ela prestou uma boa atenção em como o cartão-chave parecia. Então, ela o viu alcançar o código de acesso, mas lançou-lhe um olhar para privacidade.
Lina desviou o olhar, mas memorizou o som dos bipes, o que facilitou para ela identificar quais números foram usados.
"Pronto," Sebastião declarou, observando as portas se abrirem.
"Obrigada," Lina disse, surpreendendo-o.
Sebastião a olhou, surpreso com a rapidez com que sua personalidade mudou. Ele não disse nada. Especialmente depois das terríveis manchetes que surgiram esta manhã.
Sebastião sempre soube que seu Chefe era inteligente. O Chefe era uma das pessoas mais inteligentes que Sebastião conhecia, e isso diz muito para um homem que era amigo de todos. Não apenas seu Chefe era sábio, mas também astuto e calculista. O Chefe fazia as pessoas pensarem que ele estava um passo à frente delas, quando na realidade, ele já estava no topo da escada, reivindicando o prêmio.
E era exatamente isso que estava acontecendo com Lina Yang. Coitada.
- - - - -
"Este é o relatório mensal do Shopping DeHaven," Priscila disse, entregando-o a ele.
Priscila esperou pacientemente pelo Jovem Mestre levantar a cabeça, mas ele não o fez. Ela ficou em pé na frente de sua mesa, um tanto constrangida também, com a mão estendida. Mas ela era uma mulher confiante e não hesitou em deixá-lo sobre sua mesa.
"Isso poderia ter sido um e-mail," ele afirmou friamente.
O coração de Priscila se agitou com sua voz gelada. Foi o suficiente para a primavera se transformar em inverno. Havia um frio na sala, o ar se tornando denso. Era isso que ela amava nele. Ele era tão distante, misterioso e perigoso.
"Sim, mas eu estive sentada no meu escritório do shopping por tanto tempo, pensei que deveria exercitar minhas pernas," Priscila declarou com um encolher de ombros.
O Jovem Mestre não disse mais nada.
Priscila apertou os lábios e mudou seu peso de um pé para o outro.
É isso? Apenas cinco palavras e a conversa deles acabou? Ela bateu o pé impacientemente. Ele nem mesmo olhou para os papéis na frente dele.
"Jovem Mestre—"
Kaden jogou o relatório no lixo.
"Sr. DeHaven!" Priscila resmungou, inclinando-se para o lixo para pegá-lo. Ela olhou para o café gelado sobre a mesa dele e pensou em jogá-lo nele.
Priscila tentou novamente. "Eu trabalhei muito nisso, sabe—"
"Claramente não o suficiente," Kaden disse com voz monótona.
Priscila suspirou. "Ao menos dê uma olhada antes—"
Batida! Batida!
Priscila pausou. Eles estavam esperando alguém? Ela se virou justo quando Kaden pressionou o botão para deixar os convidados entrarem.
"Você está falando sério?" Priscila exclamou.
Esta maldita parede. Não importava o que Priscila fizesse ou dissesse, ele simplesmente não olhava para ela. Depois de fazer a viagem até a empresa, que ficava do outro lado da cidade, ele estava dispensando ela assim?
"Sebastião," Priscila cumprimentou.
"Chefe," Sebastião começou. Ao perceber que Priscila ainda estava ali, ele fez um breve aceno com a cabeça.
"Diretora," Sebastião concluiu.
Priscila deu um aceno de reconhecimento, mas então seus olhos caíram sobre a mulher na frente de Sebastião. Ela sentiu uma agitação estranha no peito. Essa mulher... Ela parecia familiar. Mas de onde?
"Lina," Lina disse.
Todo par de olhos se voltou para ela.
Lina pausou. "O quê?"