Pombinha minha.
Em todos os vinte e um anos de vida da Lina, ela nunca tinha se deparado com um apelido mais carinhoso do que este. Ele era sem vergonha. Arrogante também. Mas havia algo na maneira como ele disse isso suavemente que a fez ter certeza de que seria assim que ele a chamaria de agora em diante. Abrindo e fechando a boca, ela tentou suprimir a aceleração de seu coração.
Ele olhou para ela com frieza nos olhos, mas seus ombros eram largos e podiam carregar o peso do mundo. Diante do silêncio dela, seu olhar tornou-se penetrante e sombrio.
"Até a próxima, pombinha minha."
Sem mais uma palavra, ele girou sobre os sapatos, deixando-a parada ali, sem fôlego e chocada. Quando ele virou a esquina, tirou a arma enfiada no cós de seu terno. Mirou em uma sombra escura.