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Chapter 2 - O Refúgio nas Montanhas

Lin Mei chegou ao pequeno vilarejo escondido nas montanhas em uma manhã fria e nevoenta. Sua saúde estava visivelmente deteriorada, mas ela ainda carregava uma aura de serenidade que contrastava com a fragilidade de seu corpo. Ao se aproximar da primeira casa, um homem idoso, com um olhar gentil, saiu para encontrá-la.

"Bem-vinda, viajante," disse o homem, notando a expressão cansada de Lin Mei. "Você parece precisar de ajuda. Entre, e diga-nos como podemos assisti-la."

Lin Mei sorriu, uma expressão suave e agradecida. "Obrigado, senhor. Só preciso de um lugar para descansar."

O homem, chamado Han, a conduziu para uma pequena cabana, onde foi recebida com calor e simpatia pelos aldeões. Apesar de sua condição debilitada, Lin Mei ofereceu suas habilidades de cura e, com o tempo, ganhou a confiança e o respeito dos habitantes do vilarejo. Suas ações, embora feitas com dificuldade, foram recebidas com gratidão genuína.

Os dias passaram, e Lin Mei encontrou um propósito renovado em sua nova vida. O vilarejo era tranquilo, e a rotina simples das tarefas diárias ofereceu um contraste profundo com a turbulência da vida na Seita do Dragão Celestial. Ela encontrou paz ao cuidar dos aldeões e ao ajudar com os desafios cotidianos do vilarejo.

Uma tarde, Lin Mei estava ajudando uma mulher idosa a preparar remédios a partir de ervas locais. As conversas eram simples, mas profundas. Os aldeões a viam como uma benção e a consideravam parte de sua comunidade. Era uma vida diferente da que ela conhecia, mas foi a primeira vez que ela se sentiu verdadeiramente em casa.

Durante essas semanas de tranquilidade, Lin Mei lutava contra os sintomas de sua doença terminal. Sua energia diminuía, e as dores se tornavam mais intensas. No entanto, ela manteve uma fachada de calma e felicidade, escondendo a verdadeira extensão de sua condição.

*Não quero que eles vejam o sofrimento que estou passando. Eles me oferecem um lar, e quero retribuir com o melhor de mim, mesmo que isso signifique esconder minha própria dor.*

Com a chegada de cada novo amanhecer, Lin Mei sentia a fragilidade de seu corpo se intensificar. Suas habilidades, que antes eram uma fonte de força, agora eram usadas com crescente dificuldade. Apesar disso, ela continuava a se esforçar para ajudar os aldeões, fazendo tudo o que podia para contribuir para o bem-estar da comunidade que a acolhera.

Uma noite, enquanto o céu estava estrelado e o ar fresco e limpo, Lin Mei sentou-se à beira de um lago próximo, o mesmo onde ela havia passado tanto tempo observando o pôr do sol. O lugar era seu refúgio, um espaço onde ela podia refletir sobre sua vida e encontrar um momento de paz.

*Finalmente, tenho o que sempre procurei: um lugar onde posso ser eu mesma, onde não preciso lutar por aprovação, onde posso apenas existir.*

Em seu coração, Lin Mei sabia que seus dias estavam contados. O pensamento de sua morte iminente não a aterrorizava; ao contrário, ela se sentia em paz com a ideia de que havia encontrado um final tranquilo para sua jornada tumultuada.

O povo do vilarejo estava alheio ao fato de que seus dias estavam se esgotando. Eles viam Lin Mei como uma figura de sabedoria e benevolência. Em conversas com a anciã do vilarejo, ela compartilhou histórias e ensinamentos, usando sua experiência para iluminar a vida dos outros.

O tempo passou, e a doença de Lin Mei se agravou. Ela se tornou mais fraca a cada dia, e as atividades que antes fazia com facilidade tornaram-se um desafio. Sua presença se tornou cada vez mais silenciosa, seus movimentos mais lentos. Apesar de sua aparência debilitada, ela continuava a sorrir e a manter uma atitude positiva.

Finalmente, numa manhã tranquila, Lin Mei deitou-se à beira do lago. O céu estava claro, e o sol brilhava suavemente sobre a água. Os aldeões, ao encontrá-la naquela posição serena, compreenderam que ela estava perto do fim.

Lin Mei sentiu a paz final se aproximando e fechou os olhos. Sua respiração se tornou lenta e suave, e sua mente vagava para os momentos mais felizes e tranquilos que experimentou no vilarejo. Sua última visão foi o reflexo das árvores e do céu no lago, uma cena de beleza simples que a acompanharia em sua partida.

Enquanto sua respiração cessava e seu corpo se tornava frio, um grupo de aldeões se reuniu ao seu redor, chorando a perda de sua amada curandeira. Eles a enterraram com dignidade e respeito, honrando o legado de bondade que ela havia deixado em suas vidas.