— Aumentem o ataque no flanco direito — ordenou Ana, transmitindo instruções rapidamente. — Não deixem que eles se aproximem dos portões principais.
As muralhas de Insídia eram uma fortaleza viva, e o ataque era incessante, com trabucos e catapultas lançando pedras e projéteis afiados em direção ao exército de Barueri. Dos parapeitos, flechas e lanças enfeitavam o ar, transformando a área em um campo minado de metal e destroços.
As tropas com menos aptidão ao combate corpo a corpo foram as designadas para aquele tipo de defesa. Ajustavam os ângulos das armas e mantinham a alta frequência dos ataques, com cada pedra lançada descendo como um cometa.
Infelizmente, apenas destruíram o terreno em volta dos soldados inimigos, pois os quase seiscentos manipuladores de mana de Barueri levantavam barreiras invisíveis para desviá-las antes que os ataques mais letais atingissem suas formações. Sob sua proteção,era difícil para Insídia infligir danos profundos às forças, e os caçadores fortalecedores mantinham-se relativamente intocados, protegidos.
"Eles estão bem coordenados", pensou a rainha mercenária em uma admiração contida, notando a sincronia entre os muitos batalhões de seu oponente. "Eu deveria estar lá embaixo..."
Seu olhar estava fixo no campo de batalha. Sua postura era tensa e atenta, cada fibra de seu ser instigada pela vontade de entrar na luta, mas sabia que sua presença estratégica ali era crucial naquele primeiro momento.
Seus inimigos eram disciplinados, moviam-se em bloco e com a firmeza de um exército que não hesitava em sacrificar o avanço em favor da defesa.
— Direcione os trabucos para o centro das tropas! – ela ordenou, de repente. — Forcem-nos a recuar as defesas ou quebrar a formação. Se recuarem, teremos mais tempo; se hesitarem, nossas flechas os alcançarão.
Os artilheiros nas muralhas rapidamente ajustaram as máquinas de guerra conforme o comando, redirecionando os ataques para a espinha dorsal do exército. Cada lançamento que caía abria buracos profundos no solo, tornando-o cada vez mais difícil de atravessar e limitando as manobras. Ainda assim, o problema foi resolvido rapidamente, espalhando um pouco mais os manipuladores por entre os guerreiros. Tal tática ocasionalmente abria brechas para acertos, mas ainda era efetiva em manter a investida.
As mãos da mercenária apertaram o parapeito da janela com força ao ver, mesmo que lentamente, passos continuarem a ser dados. O campo estava prestes a se acirrar, e o reino todo parecia respirar em uníssono.
— Quero que você vá ao Madame Eclipse, Miguel — comentou a mulher, quase em um sussurro. — Faça como combinamos, se proteja e proteja o local. Irei me juntar às fileiras em alguns minutos.
— Se me permitir, gostaria de esperar ao seu lado, An… minha senhora.
A rainha sorriu pelo título que a tempos não ouvia, um sinal claro de rebeldia de seu subordinado. Balançando a cabeça em uma zombaria interna, ela ignorou o teimoso secretário mascarado, caminhando em direção a um grande dispositivo, onde um pequeno microfone repousava.
Era um grande improviso, tendo mais tecnologia moderna do que engenharia mágica. A máquina estava ligada por cabos a centenas de grandes caixas de som distribuídas por toda a cidade, e as poucas runas absorviam a mana do usuário apenas para energizá-las.
Com gestos despreocupados, Ana deu três batidinhas no microfone, provocando um zumbido agonizante que fez todo o reino franzir a testa. Ela riu baixo, dando de ombros pelo pequeno erro, e, com um movimento solene, ativou o dispositivo completamente.
Antes que falasse, Ana se permitiu um instante de silêncio, uma pausa carregada de significado. E então, o campo de batalha, até então ensurdecedor pelo barulho das máquinas de guerra e dos tambores, foi dominado por sua voz imponente, que ressoou através das paredes e sobre as grandes colinas.
— A HORA CHEGOU, MEUS GUERREIROS!
A voz não era apenas um comando; era um chamado, uma convocação, uma sentença. Em toda Insídia, gritos de aprovação e sorrisos selvagens surgiram. Eram homens e mulheres de todas as origens e formas, unidos pela mesma causa: proteger o lar que construíram contra a ameaça invasora.
Ana continuou, deixando o tom firme e solene. Após um breve incômodo nos tímpanos, optou por abandonar os gritos, mantendo sua fala em um ritmo mais calmo, mas não menos imponente.
— Hoje, lutamos não apenas pela sobrevivência, mas pelo direito de sermos quem somos! O direito de viver em paz, sem medo do que vem pela frente!
Ela fez uma pausa, permitindo que suas palavras se assentassem no ar, como uma chama que crescia devagar antes de um grande incêndio. Seus olhos percorreram a cidade, cada prédio, cada rua, cada jovem segurando uma espada.
Os bestiais, com seus corpos imponentes e músculos tensionados, batiam nos peitos com força, invocando coragem enquanto recitavam cânticos que remetiam a sua aldeia desolada. Até os soldados mais jovens repetiam as palavras com olhos fechados, em uma comunhão final com as forças invisíveis que acreditavam os proteger.
Montados em suas ferozes ovelhas, suas figuras imponentes, com armaduras simples, mas de aparência indestrutível, refletiam o espírito selvagem de guerreiros que nasceram para a luta. Desde que a mana os corrompeu, não sabiam mais o que era viver sem guerra, e essa batalha era apenas mais uma das muitas que haviam enfrentado para garantir o direito de existir.
— Eles chamam vocês de monstros, e, ao menos hoje, é isso que precisamos nos tornar. No entanto, não traremos terror, mas sim liberdade!
As muitas cores dos escamosos brilhavam em todos os cantos, com cicatrizes de batalhas antigas e recentes marcando suas peles como medalhas. Não eram habitantes oficiais de Insídia, mas, sabe-se lá quando, passaram a gastar mais tempo no novo reino do que em seu próprio território.
Preparavam-se para a batalha de sua própria maneira, com pinturas de guerra que marcavam seus rostos e rodas de briga cheias de bebidas, onde suas mãos afiadas e impiedosas se moviam com destreza em confrontos cheios de risos e empurrões disfarçados de aquecimento. Os generais, figuras sombrias e imponentes, eram os líderes deste povo, e observavam seus soldados com um olhar que misturava aprovação e vigilância, garantindo que tudo estava no lugar certo.
A pele escura de Leandro reluzia sob uma luz fria enquanto abraçava pela última vez sua esposa, e, com um carinho descuidado, bagunçava o cabelo de sua filha Lana. Não tinha o fugaz sonho de conseguir voltar em segurança, faria de tudo para que sua família ficasse bem. Encarando a torre onde a estranha rainha mascarada discursava, ergueu sua caneca de cerveja, símbolo de uma camaradagem que nasceu ao conviver com o povo deste reino. Com um último longo gole, ele sorriu, e então soltou a caneca, voltando a pegar sua lança e a afiar com uma precisão quase ritualística.
— Não somos apenas um exército. Somos um símbolo de resistência, de força e de honra! E quem tentar nos parar, será esmagado pela nossa presença!
O pequeno exército de elite de Alex e Fernando estava afastado, preparado para a batalha. O comando de Ana os separava da linha de frente, mas não os excluía. Não havia medo em seus olhos. Eles estavam prontos, suas armaduras refletindo a luz dourada da manhã. O calor da batalha os chamava, e nenhum deles hesitaria quando o momento chegasse.
As estátuas mascaradas os cercavam, guerreiros que se erguiam ao lado de seus comandantes. Estas figuras, armadas até os ossos, eram seres quase místicos na cidade. Suas armaduras estavam incrustadas diretamente em suas peles, e ouviam o discurso de sua rainha com uma determinação tão feroz quanto a vontade de lutar que transmitiam.
"Os incansáveis" era como os chamavam, e o simples ato de estarem ali, imóveis e prontos para a batalha, fazia os corações dos observadores ao redor pularem com uma nova e intensa energia. Eles eram a essência do reino de Insídia, e cada máscara uma representação de que, neste local, todos eram o mesmo.
— A luta não será fácil, e a morte estará conosco o tempo todo. Que o nosso sangue, se necessário, seja o alicerce desta cidade. Mas que nossa esperança seja o que nos faça seguir em frente, até o último suspiro, até o último grito!
As dríades moviam-se como sombras elegantes entre as fileiras dos guerreiros, trazendo consigo uma aura de tranquilidade e mistério. Suas passadas eram leves, e a forma como deslizavam entre espadas e lanças fazia parecer que dançavam, como se a batalha fosse apenas uma parte de um evento sagrado. Em suas mãos, carregavam pequenos recipientes de madeira, esculpidos de forma intrincada com símbolos da natureza.
Ofereciam aos soldados uma bebida de cor amarronzada, algo entre um chá amargo e um licor misterioso. O líquido parecia brilhar suavemente sob a luz, e cada gole trazia uma sensação de calma e coragem inesperadas, afastando o medo e a ansiedade que haviam se acumulado antes da batalha. Os guerreiros, por mais endurecidos ou nervosos que estivessem, aceitavam a oferenda do povo verde, sentindo que ali havia um pedaço da própria floresta os fortalecendo.
Não só com o estranho elixir auxiliava o grupo de dríades, já que no ouvido de cada habitante murmuravam frases quase musicais através de seus pequenos rádios, uma reza para o além para que protegessem aquelas pessoas. Era como uma bênção silenciosa, uma promessa de que o mundo estaria ao lado deles no campo de batalha.
O comportamento se repetiu por toda a cidade, com cada povo seguindo seus próprios rituais, infundindo o ar com um misticismo carregado de propósito. Alguns guerreiros passavam panos escurecidos sobre suas lâminas, como se selassem pactos silenciosos com suas armas, tornando-as extensões de suas próprias almas. Outros mantinham pequenas bolsas de brasas em seus bolsos, um calor discreto, mas constante, que parecia incendiar seus espíritos para o combate. Podia-se ver também alguns que traçavam símbolos de proteção na palma das mãos, rápidos gestos que acreditavam ser uma defesa invisível contra o perigo.
Ana sorriu para si mesma ao ouvir os excitados gritos de resposta reverberarem pelos céus após suas curtas, porém incisivas palavras. Apesar de seu usual controle, não pôde evitar o calor que subiu às bochechas após o vergonhoso discurso, trazendo um raro rubor que, felizmente, ficava oculto sob sua máscara. Com um resmungo divertido, ergueu a cabeça e virou-se para a multidão fervilhante abaixo. A antecipação brincava em seus lábios enquanto segurava o microfone, com um toque de humor que permanecia, mesmo em meio à tensão crescente.
— Ah, quase me esqueci — começou, com uma nota teatral na voz. — Muitos anos atrás, aprendi que toda boa batalha precisa de uma música!
Pressionando um pequeno botão, e os alto-falantes liberaram uma melodia envolvente, o som de um alaúde ecoando com uma doçura intensa que parecia acariciar os sentidos, mas com uma força subjacente que prometia glória e luta. A música crescia em intensidade, envolvendo Insídia em uma aura de puro desafio. Então, ao fundo da gravação, surgiu uma voz bem conhecida, recitando uma prosa que unia a suavidade de um sussurro com a intensidade de uma tempestade. Não havia uma pessoa que não sorrisse ao ouvir aquele tom único, carregado de emoção e uma selvageria peculiar.
Nyx, mesmo sendo uma Sombra, conquistara o coração de todos. O medo instintivo que sua presença outrora evocara havia desaparecido ao longo dos meses, substituído por uma admiração genuína. A sorridente conselheira era agora uma das figuras mais queridas de todo o reino, e não havia arrependimento na possibilidade de morrer com sua voz ressoando nos ouvidos..
— Vocês são Insídia! — bradou Ana, com uma energia vibrante e eletrizante que transpassava a própria música, contagiando a todos. — Vão lá e vivam! Mas, se caírem… que seja mordendo a jugular deles!
O som do alaúde atingiu um clímax, preenchendo o ar com uma intensidade quase palpável. Ana respirou fundo, permitindo que o peso do momento se instaurasse, a tensão dançando no ar como uma força viva. De forma instintiva, os guerreiros fecharam os olhos, deixando a melodia adentrar seus corpos tensos, aquecendo-lhes os corações. Até mesmo as montarias, como se tomadas pelo mesmo espírito, batiam as patas no chão em uma cadência que se mesclava à música, criando uma trilha rítmica quase tribal.
A rainha também fechou os olhos por um breve instante, buscando um momento de comunhão silenciosa com Insídia. Ela não se importava tanto com a cidade, seu povo era apenas um detalhe relativamente incômodo, mas ainda assim prometeu a si mesma que, ao menos nesta batalha, nenhum deles seria esquecido, independentemente do desfecho. Voltando a abrir os olhos, fez um pequeno sinal com a mão, e Miguel, que permanecia ali com olhos encantados, fez um sinal da janela para o próximo grupo iniciar o planejamento.
No mesmo instante, do alto das muralhas, os poucos manipuladores de mana, representando menos de um décimo dos manipuladores do exército de Barueri, subiram e assumiram suas posições defensivas. Eram um povo corrompido não muito diferente dos humanos antigos, desde que, claramente, fossem desconsideradas suas peles e olhos de um intenso amarelo, feições faciais um pouco achatadas e o estranho costume de evitarem ao máximo qualquer tipo de refeição salgada. Felizmente, suas veias estavam intactas.
Os trabucos não pararam seu ataque, porém, o exército inimigo estava perto demais para que Insídia arriscasse uma ofensiva com manifestações, sabiam que um ataque direto seria repelido com facilidade pelos puros, então, dessa vez, era sua missão defender. Seus olhos amarelados brilharam com determinação, cada um deles sabia o que estava em jogo.
Um manifestador de Barueri, finalmente vendo a oportunidade, deixou de defender e lançou a primeira bola de fogo sobre o muro, deixando um rastro de fumaça enquanto voava em direção à cidade. Antes que pudesse de fato atingir o alvo, uma fina barreira de água foi erguida por um dos guerreiros da cidade mascarada, bloqueando-a com precisão. O vapor se espalhou pelo ar, e quando se dissipou, revelou o brilho de centenas de novas manifestações de mana surgindo em direção à cidade, tornando o céu em um belo e perigoso campo de estrelas.
Os manipuladores de Insídia reagiram rapidamente, invocando novas barreiras e escudos com toda a força que possuíam, camadas finas, mas poderosas, dos mais variados elementos que bloqueavam os múltiplos ataques inimigos. Sangue escorreu pelos cantos de suas bocas, e suas mãos tremiam conforme exauriam o máximo de sua mana. Mas eles não desistiram, pois sabiam ser os únicos que podiam oferecer essa defesa.
Para eles, cada segundo conquistado era uma vitória. Se conseguissem fazer o inimigo desperdiçar sequer uma gota a mais de mana, seu sacrifício seria válido. Estavam dispostos a morrer por todos que permaneceram atrás daquelas muralhas e, um a um, caíram, mas não antes de criarem um intervalo precioso.
Foi após poucos minutos que o último dos manipuladores finalmente cedeu, desmaiando com espuma saindo de sua boca. Como se tal ato honroso fosse um sinal, cordas de arcos foram puxadas ao limite por um grupo especial de arqueiros.
Eva, posicionada no topo de uma torre, segurava sua arma com orgulho. Havia um silêncio reverente ao seu redor, e, naquele instante, ela se tornou o símbolo da resistência Insídia. Sem pressa, ela ergueu a flecha, permitindo que o mundo ao redor visse sua intenção. Pouco a pouco, seu arco riscava elegantes runas nela, fazendo o objeto emitir um brilho de um vermelho tão intenso quanto o de seus cabelos.
Abaixo dela, o restante dos arqueiros tomaram seus lugares nos telhados e nas torres, aguardando o comando. Não possuíam arcos especiais, mas suas flechas carregavam runas improvisadas, prontas para causar estrago.
— Esperem mais um pouco — sussurrou a jovem, fechando os olhos e concentrando mana em seus ouvidos.
De repente, um som abafado de corneta ecoou ao longe. Qualquer outro teria ignorado, mas a garota estava atenta. Embaixo da terra, o estranho povo escavador captava com precisão as vibrações do exército de Barueri. Eram pessoas curvadas e pequenas, e sua frequente vivência no subterrâneo os tornou quase cegos após a transformação da mana. Apesar de suas mãos possuírem garras e terem uma concentração acima da média, não eram adequados para o campo de batalha e, desta forma, sua missão era apenas dar o sinal quando cada seção dos invasores atingissem a posição exata. Felizmente, fizeram tal tarefa com excelência.
— Disparar! — gritou a pequena conselheira raposa, soltando a flecha. Ela cortou o céu como um raio, com um rastro alaranjado que perfurou as nuvens, voando sozinha por um segundo eterno como um tipo de prenúncio cerimonial.
Centenas de flechas logo a seguiram, cada uma traçando seu próprio belo arco. Um arco-íris de morte pairou sobre o campo de batalha, substituindo o calor do sol por uma sombra fria e multicolorida que envolvia a todos. Quando a primeira flecha caiu, era como se o próprio universo tivesse se rasgado, vomitando uma tempestade de destruição.
Os manipuladores de mana de Barueri tentaram erguer barreiras, mas a quantidade de ataques era simplesmente absurda. As flechas recheadas de engenharia mágica perfuraram as manifestações com facilidade, caindo brutalmente nas fileiras inimigas.
Pontas cravadas em carne, armaduras quebradas, chamas e gelo se espalhando em impactos explosivos. O chão estava tomado por uma neblina de vapor e sangue, e vendo a impotência de suas habilidades, os manipuladores rapidamente se abrigam sob os escudos de seus aliados, mas mesmo isso não foi o suficiente para evitarem algumas dezenas de baixas.
Lá em cima, Ana observava, sentindo a adrenalina pulsar em suas veias como fogo líquido. Suas mãos firmes, mas cheias de emoção contida, alcançaram um pano espesso, que lentamente desenrolou, revelando a lâmina negra de sua longa espada. O brilho opaco da arma refletia seu desejo, enquanto seu olhar se fixava nas linhas inimigas que marchavam ao longe.
Ela não ouvia diretamente os sons do campo de batalha, mas podia sentir cada movimento como uma ressonância profunda que ecoava em seu próprio corpo: o couro rangendo quando os guerreiros apertavam as empunhaduras, o som metálico das espadas sendo desembainhadas, o clangor das armaduras sendo ajustadas, e os gritos dos comandantes preparando seus soldados para o confronto iminente.
— Admito que menti quando disse que não te usaria, minha amiga — segurando a fina lâmina à frente, ela sussurrou.
Em meio à carnificina, a guerra havia começado.
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