Laura saiu do escritório de Henrique Alencar com uma sensação de frustração crescente. A proposta dele era intrigante e a atraía de maneiras que ela ainda não conseguia entender completamente. No entanto, as interrupções constantes e a urgência dos compromissos de Henrique a deixavam desconcertada. Ao entrar no elevador, sua mente estava um turbilhão de perguntas.
Enquanto isso, Henrique voltava à crise que demandava sua atenção. Tentava concentrar-se nos detalhes técnicos do problema, mas os pensamentos sobre Laura continuavam a invadir sua mente. Havia algo nela que o fazia querer conhecê-la melhor, para além do âmbito profissional. Mas ele também se questionava: "Ela está interessada apenas no meu poder?", "O que realmente ela quer?".
De volta ao apartamento, Laura se sentou à mesa da cozinha, olhando para a janela. A vista da cidade não trazia consolo. "Ele quer o que com essa proposta?", pensava. "Ele está me fazendo de brinquedo? Sempre marcando reuniões e mostrando como é ocupado?". Estava começando a questionar as intenções de Henrique. A proposta parecia boa demais para ser verdade, e ela não conseguia evitar pensar que talvez ele estivesse apenas brincando com suas esperanças.
No dia seguinte, enquanto Laura revisava alguns documentos de trabalho, recebeu uma mensagem de Eduardo. Ele queria encontrá-la para conversar. Ela concordou, embora sua mente estivesse ainda ocupada com Henrique e a proposta.
Eles se encontraram em um café tranquilo. Eduardo parecia nervoso, mas tentou disfarçar.
— Laura, você está bem? — perguntou ele, com uma expressão preocupada.
— Estou sim, Eduardo. Só estou um pouco ocupada com algumas coisas do trabalho — respondeu ela, tentando esconder sua inquietação.
— Se precisar de algo, estou aqui — ele disse, pegando sua mão com um gesto de conforto. Laura sorriu, agradecida, mas sentia que não poderia falar sobre Henrique com Eduardo. Seria complicado demais, considerando o noivado dele com Beatriz.
Enquanto isso, Henrique estava no meio de uma importante reunião de negócios quando seu telefone tocou novamente. Era Miguel.
— Senhor Alencar, preciso informar algo urgente sobre a proposta para Laura Santiago. Parece que houve um problema com a documentação que precisamos resolver imediatamente.
Henrique suspirou, sentindo a pressão aumentar. Cada passo parecia mais complicado do que o anterior. Ele começou a se questionar se essa proposta estava condenada desde o início. "Será que o interesse que surgiu devido à proposta matou qualquer possibilidade dela se interessar por mim sem levar em consideração o meu dinheiro e poder?", pensava ele.
No final da tarde, Laura recebeu uma ligação de Miguel, informando-a sobre o problema com a documentação. Ele pediu que ela voltasse ao escritório de Alencar Corp no dia seguinte. Laura aceitou, embora sentisse que essa reunião não traria muitas respostas.
Na manhã seguinte, Laura chegou ao escritório mais uma vez, pronta para enfrentar o que quer que fosse necessário. Henrique a recebeu com um semblante sério.
— Laura, tivemos um problema com a documentação da proposta. Precisamos revisar alguns pontos antes de podermos avançar — disse ele, tentando ser o mais profissional possível.
Laura assentiu, mas não conseguiu esconder a decepção. "O que ele quer comigo? Uma pessoa que nunca esteve realmente no ramo imobiliário e sem experiência?", pensava. Sentia-se como se estivesse sendo jogada de um lado para o outro, sem uma resposta clara.
Enquanto discutiam os detalhes, uma nova interrupção ocorreu. Desta vez, era uma emergência na família de Henrique. Seu sobrinho, Eduardo, havia se envolvido em um acidente de carro, e Henrique precisava ir ao hospital imediatamente.
— Desculpe, Laura, mas preciso ir. Prometo que resolveremos isso o mais rápido possível — disse Henrique, visivelmente abalado.
Laura apenas assentiu, sentindo a frustração crescer ainda mais. Ao sair do escritório, seu coração estava pesado de incertezas.
Henrique chegou ao hospital, encontrando Eduardo com ferimentos leves, mas em estado de choque. Enquanto cuidava do sobrinho, seus pensamentos voltavam a Laura. "O que ela deve estar pensando de mim agora?".
Nos dias que se seguiram, as dúvidas de ambos aumentaram. Laura se sentia cada vez mais confusa sobre as intenções de Henrique e sobre se deveria continuar com a proposta. Henrique, por sua vez, lutava para equilibrar suas responsabilidades familiares e profissionais, enquanto tentava manter a conexão com Laura.
As reuniões foram adiadas indefinidamente, e a comunicação entre os dois tornou-se escassa. Laura começou a questionar se deveria seguir em frente sozinha. "Será que vale a pena continuar esperando por algo que talvez nunca aconteça?", pensava.
Por outro lado, Henrique se perguntava se sua vida ocupada estava sabotando qualquer chance de algo mais profundo com Laura. "Será que ela pensa que estou brincando com suas esperanças?", refletia.
Naquele mesmo dia, Laura estava prestes a ligar para Henrique para resolver de uma vez por todas a questão da proposta quando recebeu uma mensagem dele:
— Laura, precisamos conversar. Pode encontrar-me amanhã?