Everly olhou para ele e, silenciosamente, sem dizer uma palavra, arrancou seu braço do dele.
Correu e voltou com o esfregão.
Ela limpou a bagunça e, quando terminou, lavou as mãos e voltou para terminar seu trabalho.
Ela lhe vestiu o casaco e ajustou a gola de sua camisa.
Ajeitou sua gravata branca, que combinava com seu terno branco impecável e deixou escapar um leve suspiro.
"Terminei." Ela disse a ele e se afastou dele.
"Você quer café da manhã?" Ela perguntou, mas Valerio balançou a cabeça negativamente para ela.
"Não," Ele respondeu em tom suave, e Everly assentiu.
Ela se virou para sair, mas Valerio a agarrou pelo punho e a puxou de volta.
Ele a encarou, e um pouco confusa, Everly virou a cabeça para olhar para ele.
"Há mais alguma coisa que eu possa fazer por você?" Ela perguntou.
"Everly…" Valerio falou o nome dela no tom mais suave que ela já o ouvira usar, e ela o olhou, incerta do que estava acontecendo. "Eu sinto muito. Sei que você tem medo de mim porque eu machuquei você ontem, então... eu realmente sinto muito. Não deveria ter feito aquilo, não importa o quanto eu tenha perdido a paciência, então espero que você me perdoe. E, hmm, por favor pare de ter medo de mim. Eu prometo nunca mais machucar você. Eu nunca faria isso novamente."
Ele se desculpou com ela com profunda sinceridade na voz.
Everly o olhou e devagar assentiu com a cabeça.
"Está… tudo bem. Eu estou bem." Ela respondeu e lentamente retirou seu pulso do aperto dele.
Ela caminhou em direção à estante no quarto e pegou sua maleta de trabalho.
De volta a ele, e para surpresa de Valerio, ela pegou a mão dele e entrelaçou com a dela.
"Vamos." Ela sorriu para ele.
Tocado por tal gesto, uma expressão relaxada surgiu no rosto de Valerio.
Assim que chegaram ao andar de baixo, Valerio se dirigiu ao quarto onde Léia estava deitada e abriu a porta.
Ele caminhou em direção à cama e estendeu a mão para pegar a dela.
"Acorda logo, está bem." Ele sussurrou para ela e soltou um leve suspiro.
Ele acariciou sua mão e depois a soltou.
Seguiu em direção à sala de estar, e Alex, que já tinha preparado o carro, fez uma reverência para ele.
"Estamos prontos para ir, Mestre," disse Alex.
Everly olhou para Alex, e seus olhos pararam em seus cabelos brancos, sempre presos num coque, assim como Valerio faz.
Ela observou seus olhos azuis profundos e não pôde deixar de elogiar o fato desse homem ter uma aparência tão única.
Ele era moreno e possuía tais características. Ele era lindo, se ela tinha que dizer...
Um olhar de admiração brilhou em seus olhos, e percebendo seu olhar intenso sobre ele, Alex desviou os olhos para ela.
Ele caminhou até ela e estendeu a mão. "Posso pegar a maleta?" Ele perguntou.
"Ah, sim, sim." Everly rapidamente assentiu e entregou a bolsa a ele.
Alex a recebeu e guiou Valerio para fora.
Eles entraram no carro e Everly observou enquanto eles saíam do complexo com outros conjuntos de SUVs pretos seguindo atrás.
Em menos de duas horas, eles chegaram à principal empresa do Valerio, que era a maior de todas as outras empresas dele.
Ele saiu do carro e, junto com o resto de seus seguranças, incluindo Alex, que o segurava pelo braço, eles entraram na empresa.
Andaram em direção à escada rolante, mas uma funcionária rapidamente correu em direção a eles e se colocou diante deles.
"Bom dia, chefe." A jovem senhora de cabelos curtos e óculos pendurados na ponte do nariz, cumprimentou com uma leve reverência, e Valerio a encarou como se pudesse vê-la.
"Há algum problema?" Alex perguntou.
"Não. Mas... alguém está aqui para ver o chefe." Ela respondeu.
"Quem é?" Valerio perguntou antes que Alex pudesse dizer uma palavra.
"É... é o Sr. Ileus." Ela respondeu.
Um brilho estranho imediatamente passou pelos olhos de Valerio, e uma leve ruga apareceu em sua testa.
"Vamos." Ele disse a Alex, que imediatamente o levou à sala de reuniões.
Ele empurrou a porta aberta, e Valerio entrou.
Ele fechou a porta atrás de si e Valerio olhou na direção onde sentia a presença de alguém.
A pessoa, Ileus, vestido de branco e com os cabelos brancos amarrados num rabo de cavalo, olhou para Valerio com seus olhos cinzentos.
"Olá, Valerio." Ele falou.
Valerio caminhou até a mesa e ficou de frente para ele.
Ele o enfrentou e arqueou a sobrancelha para ele.
"Olá, Ileus." Ele respondeu, e um leve sorriso surgiu no rosto de Ileus.
"Você não pode... ver?" Ele perguntou com uma expressão um pouco confusa.
"Sim, eu não posso," Valerio respondeu em um tom um pouco irritado. "O que você está fazendo aqui?" Ele questionou.
"Podemos sentar primeiro?" Ileus gesticulou enquanto se sentava.
Valerio também se sentou e cruzou os braços com as pernas cruzadas.
"Então o que é?" Ele insistiu.
"Eu vi a nova casa que você comprou." Ileus começou.
"O que tem ela?" Valerio arqueou a sobrancelha para ele.
"Eu quero comprá-la. Ela pertence ao meu irmão." Ileus declarou.
"O que você quer dizer com isso?" Valerio questionou imediatamente. "Ela pertencia ao seu irmão; agora pertence a mim. Portanto, o que estou tentando dizer é que eu não vou vendê-la para você." Ele balançou a cabeça com uma expressão austera.
"Se esse é o motivo da sua vinda à minha empresa, por favor, se retire. Não tenho tempo livre para ter essas conversas sem sentido com você." Ele disse isso e levantou-se da cadeira.
Ele prosseguiu sair da sala de reunião com Alex, mas uma frase de Ileus fez com que ele parasse.