"Bom, agora só falta o traço." Eu falo, olhando para a espada em minhas mãos.
E qual seria esse traço? O segundo motivo de estar aqui depois da Cor Leonis. O item consumível de grau lendário, o tesouro dos Leonnes, o traço de sangue.
Olhando ao redor do salão principal, sei que meu próximo passo é encontrar o traço de sangue dos Leonnes, um artefato que, segundo as lendas, amplifica o poder dos descendentes diretos da linhagem. Sabendo que Lykaos possuía esse item em vida, é lógico que ele deve estar enterrado em algum lugar aqui na Cripta.
"Lykaos, você sabe onde está o traço de sangue?" pergunto, esperando que o fragmento de sua alma saiba a localização exata.
"Claro, Lokan. O traço de sangue está guardado em um compartimento secreto no meu sarcófago. Apenas um verdadeiro descendente pode abri-lo," responde Lykaos, sua voz ecoando com uma mistura de orgulho e expectativa.
Aproximando-me do sarcófago, sinto a presença de Lykaos mais forte do que nunca. Coloco a Cor Leonis de lado e passo a mão pelas inscrições rúnicas e relevos dourados que adornam o sarcófago. Uma leve vibração emana da pedra negra, como se o próprio sarcófago estivesse vivo.
"Para abrir o compartimento, você deve recitar o juramento dos Leonnes," diz Lykaos. "Lembre-se, é uma prova de sua linhagem e da sua lealdade à família."
Fecho os olhos por um momento, buscando nas memórias de Lokan o juramento que ouvi tantas vezes. Então, com voz firme, começo a recitar:
"Eu, Lokan Leonnes, juro por minha honra e sangue, proteger e guiar nossa família. Com coragem e força, seguirei os passos dos nossos antepassados, defendendo o ducado e sua glória. Fortitudo et Honor."
Ao terminar de falar, uma luz dourada começa a emanar das inscrições no sarcófago. As runas brilham intensamente, e ouço um clique suave. Com um movimento cuidadoso, deslizo a tampa do compartimento secreto, revelando um pequeno frasco de cristal contendo um líquido vermelho brilhante.
"O traço de sangue," murmuro, pegando o frasco com reverência. Sinto a energia pulsando dentro do líquido, quase como se fosse vivo.
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Nome: Traço de Sangue dos Leonnes
Ranking: Lendário
Tipo: Consumivel
Descrição:
O Traço de Sangue é um poder hereditário que flui nas veias dos descendentes do Herói Rúnico da família Leonnes. Esse traço não é apenas uma marca de nobreza, mas também uma fonte de poder ancestral que confere habilidades únicas aos seus portadores.
Habilidades:
- Força e Resistência Sobrehumanas: Os portadores do Traço de Sangue possuem força e resistência muito além das capacidades humanas normais. Isso os torna formidáveis em combate e lhes permite suportar ferimentos que seriam fatais para outros.
- Conexão Ancestral: Os portadores podem acessar as memórias e a sabedoria dos seus ancestrais. Em momentos críticos, eles podem ter visões ou receber orientação espiritual dos antigos heróis de sua linhagem.
- Magia Rúnica: O Traço de Sangue permite aos portadores utilizar uma forma especial de magia rúnica, que é extremamente poderosa e versátil. Isso inclui conjurar feitiços de ataque, defesa e cura, além de rituais mágicos complexos.
- Regeneração Acelerada: Ferimentos que seriam graves ou fatais para uma pessoa comum são curados mais rapidamente em um portador do Traço de Sangue. Isso não os torna imortais, mas lhes dá uma vantagem significativa em batalhas prolongadas.
- Intimidação e Liderança: A presença de um portador do Traço de Sangue inspira aliados e intimida inimigos. Eles são naturalmente carismáticos e muitas vezes se tornam líderes naturais, capazes de unir pessoas sob sua bandeira.
Limitações e Riscos:
- Exaustão: O uso excessivo das habilidades conferidas pelo Traço de Sangue pode causar exaustão extrema, e, em casos graves, pode levar à inconsciência ou até à morte. Os portadores precisam usar seu poder com sabedoria e moderação.
- Vulnerabilidade Psicológica: A conexão com os ancestrais e o uso da magia rúnica podem afetar a mente dos portadores, causando visões perturbadoras ou conflitos internos.
- Herança Genética: Nem todos os descendentes herdam o Traço de Sangue com a mesma intensidade. Alguns podem ter habilidades limitadas ou nenhuma habilidade aparente, enquanto outros manifestam todo o poder do traço.
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'Como a Cor Leonis o traço também possui limitações porém, ambos se completam, mesmo com as limitações ainda vai ser bem útil' Penso enquanto encaro o pequeno frasco em minha mão.
"Agora, beba, Lokan. Deixe o poder dos nossos antepassados fluir através de você," diz Lykaos, sua voz cheia de expectativa.
Sem hesitar, abro o frasco e bebo o conteúdo. O líquido é quente e tem um sabor metálico. Quase imediatamente, sinto uma onda de energia percorrer meu corpo, fazendo minhas runas brilharem intensamente. A força e a sabedoria dos antigos patriarcas correm pelas minhas veias, reforçando meu vínculo com Lykaos e a Cor Leonis.
"Impressionante," murmuro, sentindo-me mais forte e focado do que nunca. "Isso é incrível."
"A partir de agora, Lokan, você não é apenas um descendente. Você é o portador do legado dos Leonnes. Use este poder sabiamente," diz Lykaos, sua voz reverberando com poder e autoridade.
Sinto a responsabilidade pesar sobre meus ombros, mas também uma determinação renovada. Com a Cor Leonis e o traço de sangue, estou mais preparado do que nunca para enfrentar os desafios e o capítulo inicial desse jogo.
"Vamos, Lykaos. Temos um mundo para conquistar," digo, erguendo a espada com determinação. O que eu poderia fazer? Minha vida dentro desse jogo de fantasia estava apenas começando, tinha que soltar uma frase de efeito.
"Assim será, Lokan. Assim será," responde Lykaos.
...
Com meus afazeres na Cripta tendo sido cumpridos, refaço todo o caminho até a entrada, onde o cocheiro estava me esperando. Que, ao me ver, imediatamente prepara a carruagem para a partida.
Enquanto preparava o cocheiro obviamente notou duas grandes diferenças no herdeiro de Leonnes.
A primeira: ele estava segurando uma espada guardada numa bainha feita de couro e prata com o brasão da família Leonnes. 'Ele pegou dentro da Cripta?' o cocheiro pensou. Sendo apenas um pebleu e servo da família Leonnes, ele nunca sequer chegou tão perto da famosa Cripta dos Leões. Pois era amplamente conhecido o quão sagrado e importante esse local era para o Ducado. Mas era sabido que além de ser o local de descanso dos antigos lordes, também era um grande armazém que contia espadas, armaduras, grimórios, todos os tipos de itens que os lordes coletaram durante suas vidas.
Por sinal, Lokan nem se importou com esse local, afinal ele sabia que nenhum item ou armadura que estivesse guardado lá, chegaria aos pés da Cor Leonis e o traço de sangue.
A segunda coisa no qual o cocheiro notou foi: Lokan tinha presença. O cocheiro claramente percebeu isso, ele passava um ar de sério e forte, um líder confiável. 'Devo ter enlouquecido' O cocheiro pensa. 'Esse é o imprestável dos Leonnes, o maior bêbado desse continente.'
Notando que a carruagem ainda não tinha saído do lugar, Lokan diz: "Você não vai sair?" Percebendo o erro que tinha cometido, o pobre homem imediatamente limpou todos os seus pensamentos, guiou os cavalos e diz: "Já estou saíndo jovem mestre."
Mais alguns minutos se passaram e havíamos chegado a mansão principal do Ducado.
Ao descer, Alfred junto com algumas empregadas veio me receber, eles notaram que Lokan não estava bêbado (algo que deixou todos surpresos pois havia anos que o ruivo não chegava sóbrio em casa.),
Eles também notaram a espada em seu ombro e inconscientemente pensaram sobre a grande presença que seu jovem mestre estava exalando. Em meio a tudo isso, notei a expressão de choque de Alfred ao ver e provavelmente reconhecer a Cor Leonis.
"Jovem mestre... Você foi a Cripta?" Alfred pergunta, ele precisava confirmar sua suspeita. Com um leve sorriso disse: "Sim, já estava na hora de ir visitar nosso solo sagrado."
"Então essa espada..." Confirmando toda a teoria de Alfred respondo: "Exatamente Alfred, ele me reconheceu."'
Como um pai olhando para seu filho, Alfred deu um sorriso orgulhoso e imediatamente disse: "O Lorde está esperando você para almoçar, ele vai ficar muito orgulhoso de você, jovem mestre."
Com isso, Alfred me guiou até a sala de jantar onde meu pai e patriarca do Ducado estaria.
Parado em frente a porta da sala, suspiro profundamente me preparando para conhecer William. 'Você só tem que agir parecido com Lokan e ao mesmo tempo mostrar que não é mais o imprestável de antes'. Soltando todo o ar que havia guardado finalmente me sinto pronto para entrar.
"Quero ver como é o nível do atual patriarca." Lykaos fala também ansioso para esse diálogo com William.
Continua...