Quando tudo acabou, Elly Campbell observou silenciosamente o banheiro, ainda envolto em vapor – sem um pingo de alegria no rosto, nem no coração.
Ela nunca havia imaginado que um momento que deveria ter sido belo para os dois começaria assim.
Com dor, Elly meio agachou-se no chão. Adam Jones apenas a olhou friamente e entrou no chuveiro. Depois de um enxágue rápido, enrolou uma toalha em volta de si e saiu.
Demorou muito até que Elly pudesse se recuperar da dor lancinante. Lentamente, levantou-se do chão e foi se limpar no chuveiro.
Olhando-se no espelho, seu rosto, pálido como papel, não conseguia esconder sua delicada beleza – mas isso nunca chamou a atenção de Adam.
Sardonicamente puxando o canto dos lábios, ela viu inesperadamente que Adam Jones ainda estava no quarto.
Este era o quarto de casal que ela dividia com Adam Jones, mas em três anos, as visitas dele aqui podiam ser contadas em uma mão, quanto mais passar a noite.
No momento, Adam, já vestido, estava sentado no sofá, com as longas pernas preguiçosamente cruzadas. Ele olhava para Elly com um ar de superioridade.
Aquele olhar era familiar para Elly, mas esta noite... era tão cortante que ela se sentiu completamente humilhada.
Elly levantou os olhos e olhou para ele por um tempo, com a voz um tanto rouca, "Tem mais alguma coisa?"
Em pé diante dela, Adam olhou para a mulher, corpo marcado por feridas e rosto pálido, mas sua calma o irritava. Suas palavras impiedosas lentamente foram ditas.
"Sophie está de volta. Estou te dando um dia para sair daqui."
O corpo de Elly endureceu. Em seus olhos atônitos, surgiu um vislumbre de incredulidade—
"Sophie Baker está de volta?"
Sophie Baker – Elly não era estranha a ela, embora nunca tivesse aparecido na vida de Elly. E, no entanto, ela sempre estava lá, pairando na existência de Elly.
Elly olhou nos olhos de Adam por muito tempo. Aqueles olhos insondáveis, sempre que encontravam os dela, estavam sempre frios como baionetas.
Ela observou Adam em silêncio, a memória daquele menino terno, com sorriso ensolarado, tornando-se cada vez mais turva.
Após um longo momento, ela respirou fundo como se reunisse toda a sua coragem e perguntou suavemente, "Adam, nesses três anos, houve algum momento... em que você gostou de mim?"
Ao perguntar, Elly sabia que havia pisoteado toda a sua dignidade.
As lágrimas que brotavam em seus olhos foram fortemente reprimidas.
O corpo de Adam ficou tenso, surpreso com a pergunta de Elly. Um lampejo de confusão passou pela profundidade de seus olhos.
Mas a confusão foi passageira e rapidamente desapareceu.
Depois de encarar Elly em silêncio por muito tempo, ele soltou uma risada zombeteira e sarcástica, "O que você acha?"
Elly viu a zombaria em seus olhos, como se ele risse dela por ser tola e apaixonada.
Ela riu junto, sentindo que sua pergunta era realmente ridícula, totalmente sem autoconsciência.
Se Adam tivesse gostado um pouco dela nos últimos três anos, ele não a estaria humilhando assim agora.
Adam não sabia por que ela de repente riu. Quando ele mencionou Sophie, a reação de Elly foi inesperadamente calma.
Tão calma que era totalmente diferente da reação que uma esposa normal deveria ter. Observando-a assim, Adam ficou ainda mais inquieto.
Por três anos, ela sempre fora adequada e composta, não fazendo alarde – uma esposa atenciosa que nunca o incomodava.
Mas só ele sabia quão venenoso realmente era o coração dessa mulher.