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Legados de Sangue

BSaturno
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Synopsis
Alan é um jovem caçador que cresceu odiando qualquer ser sobrenatural. Quando tinha 11 anos, seu pai foi enfeitiçado e morto por uma bruxa. O ódio do garoto por esses seres foi só aumentando ao longo do tempo, agora que está a um passo de receber a marca do caçador, ele está decidido a vingar a morte do pai. Mesmo que para isso tenha que matar qualquer ser maligno que esteja em seu caminho. Após uma invasão a fundação de caçadores, ele desperta o poder de uma adaga mágica. Agora Alan vai ser obrigado a ficar longe dos seus amigos e sair em busca de respostas e também de vingança. Uma história cheia de magia, amores impossíveis e amizades improváveis. ( Trecho) ... "Desde criança fui ensinado a matar qualquer ser que não tenha o sangue humano correndo em suas veias, agora que me tornei um caçador, vou poder vingar a morte do meu pai e me tornar um guerreiro igual um dia ele foi" Todos os Direitos Reservados

Table of contents

Latest Update2
025 months ago
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Chapter 1 - 01

Sem perceber mordo meus lábios para me manter calmo — Ei, relaxa! Você vai conseguir

Kira minha melhor amiga segura minha mão em seguida da um leve sorriso tentando me deixar menos nervoso.

— Nós vamos conseguir — falo balançando a cabeça enquanto entrelaço meus dedos nos dela.

Viro meu rosto para o outro lado erguendo a cabeça para olhar para o meu outro melhor amigo Diego, que está na ponta da fileira de vinte e oito alunos. Aceno com a cabeça, ele acena de volta e pisca com um dos olhos. Um gigante e lindo sorriso de conforto surge no seu rosto me deixando bem mais calmo.

Estou nervoso, me preparo para esse dia desde os sete anos de idade. Treinei todas as artimanhas das últimas provas dos últimos dez anos.

Estalo freneticamente meus dedos enquanto jogo meu corpo sem parar para frente e para trás.

Estamos reunidos no grande campo da fundação ansiosos para a última prova. Ela é chamada assim porque é a prova prática com monstros de verdade, e obstáculos reais. E porque é através dela que se decide quem deve ganhar a marca do caçador.

As idas para F.C.N (Fundação de Caçadores da Noite) sempre foram as minhas preferidas. Todos os corredores e paredes carregam o suor, e a história de cada guerreiro que já passou por aqui. Os troféus e as armas dos caçadores mais antigos, usados para matar os piores monstros do mundo, são guardados em uma estante de vidro blindada na entrada da fundação de mais de quarenta e oito metros quadrados.

Todas as salas são cheias de equipamentos modernos, e ajustados exclusivamente para cada novo caçador. Os professores que nos ensinam são ex caçadores experientes, cheios de técnicas e macetes para lutar com qualquer ser sobrenatural que exista. Neste lugar, finalmente eu consigo deixar de ser um simples adolescente de dezessete anos para ser um verdadeiro caçador da noite, aqui todos os jovens aspirantes a caçadores têm a permissão de treinar com revólveres, lanças, e facas. Aqui eu consigo ser eu mesmo, sem ter que me conter, ou me esconder em pilhas de livros na última fileira da sala de aula de uma escola normal.

Meu nome é Alan Stuart, sempre fui treinado para odiar e matar qualquer ser que não tenha o sangue humano correndo em suas veias. Se me perguntar qual lembrança que tenho de minha infância, claramente vou falar sobre os monstros acorrentados no meu porão, da sala de armas que eu era proibido de entrar, mas sempre que meu pai se entretia em qualquer outra coisa, eu dava um jeito de entrar e imitar os golpes igual ele fazia, segurando alguma arma igual ele segurava, sempre que me vem essas lembranças meu coração fica cheio de raiva, e acumulado por vingança, mas sei que um dia sua morte será vingada, e eu conseguirei viver em paz.

Hoje a minha ida para fundação é muito mais especial. Hoje é o dia da última prova, todos os jovens de dezessete anos que conseguirem passar, irão receber a marca do caçador, e enfim poder caçar de verdade, matar monstros reais, não aqueles de realidade virtual que são usados nos treinamentos da fundação. Vamos ter as nossas próprias armas, vamos realizar nossas próprias batalhas épicas, e quem sabe um dia ter nossa foto dentro da parede de vidro como exemplo para os novos caçadores que virão.

Um chiado de microfone ecoa pelo campo fazendo algumas pessoas se assustarem e levarem as mãos aos ouvidos. O presidente da fundação, Ulisses Vargas, dá três batidas com o dedo indicador no microfone. Tirando a saliva presa na garganta, ele começa a falar

O presidente Ulisses não gosta de muitos rodeios ele sempre vai direto ao ponto. Considero ele como um pai porque assim que meu pai faleceu o Ulisses cuidou de mim e me acolheu em sua família.

— Hum Hum! Sejam bem-vindos a mais um ano de saudação da F.C.N. Meus futuros caçadores da noite, preparem-se, aos seus lugares. A última prova já vai começar.

Viro para Kira e o olhar dela encontra o meu, soltamos nossas mãos e nos preparamos para o que quer que possa vir, todos os outros vinte e oito alunos também se preparam. A última prova nunca é igual, todos os anos eles mudam os obstáculos e os monstros. A cada ano que passa, fica mais difícil passar por ela.

Um muro enorme surge da terra rodeando todo o campo, com um pequeno portão de grades de ferro a quilômetros de distância em nossa frente, concentro meus olhos na escuridão que emerge no fundo do portão. Que de dentro, bem devagar sai uma borboleta azul, voando e pousando no meio do campo. Olho para Kira mais uma vez, e ela está concentrada olhando para a borboleta, em frações de segundos todos começam a correr em direção ao pequeno animal que continua parado no centro da arena.

Diego sempre foi meio afobado, e impulsivo, assim como eu, ele sempre esperou por esse dia, mas por incrível que pareça ele nem se moveu. Eu sempre achei que ele fosse ser o primeiro a dar a largada para batalhar com qualquer monstro que fosse.

Eu corro alguns metros, e paro para ver se ele já está correndo, mas ele ainda continua parado. Diego me olha por alguns segundos, mas logo desvia o olhar para os outros alunos que estão correndo até a borboleta, continuo parado observando Kira e alguns outros correrem em direção a grade de ferro.

Então eu corro em direção a grade, não sei bem o que me espera lá, mas eu estou preparado para qualquer mostro que for.

Um pilar sai da terra bem na minha frente quase me lavando para o auto com ele, foi por pouco. Eu coloco as minhas mãos sobre os meus joelhos e jogo todo o meu corpo para frente — caralho que susto — sussurro.

Todos estão correndo e de alguma forma tentando passar pelo animal para chegar no portão de ferro.

— Tem alguma coisa errada, está muito fácil — penso.