Em um lugar sem luz onde apenas a escuridão reina, um local no espaço começa a distorcer e um jovem surge com os olhos fechados. O mesmo aparenta ter por volta de 10 anos, seu cabelo curto mais levemente ondulado e um físico magro porém com músculos firmes e costas largas para sua idade
O tempo se passa e um leve tremor surge em seu corpo quando o mesmo começa a abrir os olhos.
Um forte brilho dourado surgiu em seus olhos por uma fração de milésimos de segundos que por sua vez iluminou aquele local escuro, assim como uma estrela em colapso.
O contorno de 6 silhuetas rapidamente surgiu para novamente o ambiente ser envolvido pela escuridão.
Onde...? Eu estou ? ...
Mãe? Pai ? Cadê vocês ?! Sou eu ! Ryuji !
Mãe!
Memórias surgiram em sua mente onde sua mãe sorria para ele e seu pai permanecia firmemente de pé à sua frente
Lágrimas começaram a escorrer de seus olhos, mas ele logo as enxugou, a escuridão era tanta que nem mesmo seus dedos eram visíveis
Eu ... Estou cego ? O que aconteceu?...
Apesar de ser apenas uma pequena criança nos seus 10 anos, Ryuji era muito inteligente e sabia Manter a calma em momentos complicados, isso se deve a ter sofrido muita pressão e inveja das pessoas por causa das habilidades dos seus Pais. Logo ele se lembrou das palavras de um livro antigo que encontrou por acaso em sua casa a não muito tempo atrás
A escuridão me assombra, mas ela é apenas mais uma aliada...
E então com força e coragem deu um passo à frente, depois outro e mais outro
Enquanto vivo nas sombras tudo ao meu redor passa ser meu inimigo...
O vazio me guia e me leva para onde devo estar...
Foi então que um apito alto surgiu daquele espaço sem luz e o fez tampar os ouvidos e gritar de dor
Em um quarto no Hospital sereia de jade na pequena cidade costeira Céu marinho um senhor e um médico discutiam enquanto a confusão e a dor era visíveis em seus olhos ao verem a pequena criança deitada na cama
- doutor ? Quando ele vai acordar ? Já fazem 2 semanas !
Perguntou um senhor que aparentava ter por volta de 69 anos, suas costas levemente curvadas e cabelos grisalhos deixavam claro seu corpo debilitado pelo tempo, mas seus olhos claros brilhavam com uma Luz forte como as estrelas do céu.
-haaaa... Suspirou o médico enquanto massageava a testa e passava a dizer
- Sr. Han, me desculpe mais não sabemos o que tem de errado com ele, ele não possui nenhuma sequela ou doença oculta em seu corpo seus sinais vitais estão ótimos tudo o que podemos fazer é esperar ...
- esperar ! Sr. Han gritou :
- os pais do garoto salvaram meu filho ! E o pequeno ainda nem tem ideia que agora ficou órfão ! Os pais dele já vão ser enterrados e o pequeno ainda nem mesmo pode se despedir... Aaaaa céus ! Por que vocês tinham que ser tão invejosos !
-fuuuu... Suspirou o doutor novamente enquanto abaixava a cabeça sem contráriar as palavras do Sr. Han
Gurrr...
Foi então que um gemido foi ouvido e tanto o médico quanto o Sr. Han olharam surpresos para a cama ao lado apenas para ver o pequeno Ryuji abrir seus olhos dourados
Vovô Han ?
Waaa! Xiao long ! Gritou o velho Sr. Han, enquanto segurava em um abraço firme Ryuji, com os olhos marejados, o velho sr. Han dizia sem parar :
- Ótimo... Ótimo... Você acordou ! Bom menino, bom menino !...
-
Vovô ? Eu... Meus pais...
Sr. Han se afastou do pequeno Ryuji enquanto seu rosto era tomado pela dor e falava
- Xiao long ... Eu sinto muito mais seus p-...
-
Eu sei vovô ... Interrompeu Ryuji, fazendo o velho Sr. Han olhar para ele com surpresa em seus olhos se perguntando se o pequeno havia o escutado antes já que pelo que lhe falaram o pequeno estava desacordado desde antes que seus pais se perderam no mar ou seja ele não tinha visto o que tinha acontecido com eles de fato.
- Xiao long... Você...
- tudo bem vovô... Meus pais não se arrependem, eles fariam o mesmo... Se tivesse a chance...
O velho Han com lágrimas nos olhos olhava para o pequeno que ali estava deitado na cama do hospital a mais de 2 semanas só pra acordar agora mais o brilho em seus olhos ainda era o mesmo cheio de calor e determinação como os de um dragão ancestral e imponente
Foi então que o Dr que estava rapidamente vendo na máquina os sinais vitais do pequeno Ryuji com surpresa os interrompeu e falando que Ryuji precisava fazer exames para ter certeza de que estava bem o levou rapidamente para outra sala no hospital.
Muitas horas depois que logo passaram a ser dias em frente a porta de saída do hospital sereia marinha Ryuji saia de mãos dadas com o velho Sr. Han enquanto se curvava e se despedia do médico e das enfermeiras do hospital
- Xiao long ! Devemos ir ... Você precisa ir ver seus pais e se despedir de fato deles...
Falou o Velho Han com preocupação em seus olhos fixos em Ryuji que apenas fexou os próprios olhos e acenou com a cabeça em concordância
Então logo eles pediram um Uber e foram ao cemitério onde seus pais foram enterrados, durante a viagem toda o silêncio reinou no carro mais o velho Han tinha seus olhos fixos no pequeno Ryuji, que apesar de seus olhos brilhantes o velho Han sabia que neles habitavam uma escuridão sem fim cheia de vazio
Xiao long ? Chamou o velho Han ...
Sim vovô?
Você viverá comigo, ok ? Assim poderei cuidar de você e te levar para onde quiser no futuro
Tudo bem vovô... Eu ... Ficarei bem em casa, você não precisa se preocupar,
(Com um sorriso sincero que claramente tentava esconder a dor o pequeno Ryuji falou)
Os olhos claros do velho Han ficaram levemente vermelhos em dor mais ainda assim acenou a cabeça em concordância enquanto fazia cafuné na cabeça de Ryuji e dizia
Ok... Ok... Ok.. então se precisar de alguma coisa, não esqueça de pedir para seu vovô aqui, rapidamente irei lhe ajudar
Sim ! ( concordou Ryuji com um sorriso em seu pequeno rosto)...
A viagem até o cemitério não levou muito tempo e após se despedir de seus pais o velho Han levou Ryuji até a casa de seus pais no topo de uma colina na cidade Céu marinho, vendo o pequeno entrar sozinho naquela casa os olhos do velho han novamente brilharam com lágrimas mais ainda assim se limitou de entrar na casa com o pequeno pois temia que o motivo de Ryuji estar demostrando tanta força era por medo de desmoronar e chorar na frente das pessoas assim os preocupando, então o velho Han decidiu deixar o pequeno Ryuji um tempo sozinho para que o mesmo pudesse enfim relaxar...
Os céus invejam aqueles de talento... Aaaah...
Falou o velho Han enquanto suspirava se virando em partida da colina.
Já sozinho em casa primeiro Ryuji olhou em volta e várias imagem de seus pais tomaram conta de sua visão que logo embaçou devido a lágrimas, e depois de subir as escadas e ir para o quarto de seus pais o mesmo deitou na cama grande como um pequeno feto no útero da mãe e com lágrimas nos olhos que escorriam como cachoeira, dizia e repetia vez após vez...
- mãe... Pai... Me desculpa... É minha culpa...
Se eu não tivesse ido
Eu sinto muito ...
Eu ... Eu
Assim as horas se passaram e naquela grande casa no topo da colina apenas o som abafado de suas lágrimas eram ouvidas