Chereads / Dead Gods (Portuguese Edition) / Chapter 10 - Capítulo 9: Depois

Chapter 10 - Capítulo 9: Depois

Parte 1

O dragão, com um rugido aterrorizante, balançou suas gigantescas asas de pedra, causando uma devastadora onda de destruição. Broke, Garen, e os ladrões foram lançados pelo ar, atingidos pela força bruta das asas do dragão. A câmara ao redor deles começou a se despedaçar, pedaços de aço, ferro e detritos caindo por toda parte.

Broke tentou se levantar, apenas para ser atingida por mais escombros. Garen lutou para manter o equilíbrio, enquanto os ladrões eram esmagados pela destruição em massa. O dragão, com uma fúria descomunal, soltou um jato de raios amarelos de sua2w2 boca, atingindo o teto da câmara. A estrutura do Abismo começou a ceder, enormes fragmentos de aço desmoronando enquanto o teto se desfazia.

O dragão escalou as paredes, suas garras de pedra cavando profundamente no aço negro enquanto subia, destruindo tudo em seu caminho. Os andares se desintegravam em uma nuvem de poeira e ruínas. Com um último esforço, o dragão quebrou através do primeiro andar do Abismo, criando um enorme buraco antes de sair voando, deixando um rastro de destruição.

Ethan, que havia sido jogado ao chão pela força do dragão, se levantou lentamente. Ele se dirigiu a um grande espinho caído no chão do fundo do que restou da câmara, seus olhos brilhando de satisfação ao pegá-lo. Antes que pudesse ir embora, porém, ele foi surpreendido por Broke.

Com uma determinação feroz, Broke pegou sua grande espada do chão e avançou sobre Ethan. Com um golpe rápido e mortal, ela cortou através dele, matando-o instantaneamente. O corpo de Ethan caiu, seus olhos arregalados de choque enquanto a vida se esvaía.

Broke pegou o espinho e o guardou, suas mãos firmes apesar da adrenalina ainda correndo em suas veias. Ellen terminou de matar um dos ladrões, suas mãos ainda brilhando com a energia mágica roxa que ela havia usado. Garen, com a respiração pesada, derrubou o último ladrão restante com um golpe poderoso de sua espada.

Eles se aproximaram de Broke, suas expressões mostrando uma mistura de alívio e cansaço. Ellen colocou uma mão no ombro de Broke, um leve sorriso no rosto. "Está na hora de irmos embora."

Antes que pudessem responder, uma rajada de ar espalhou escombros pelo ar. Eles se viraram, surpresos, ao ouvir uma voz fraca vinda de baixo dos escombros. "Não se esqueçam de mim..."

Com esforço, Thalon emergiu dos destroços, coberto de poeira e com o rosto pálido, mas vivo. Ellen correu até ele, ajudando-o a se levantar. "Thalon! Você está bem?"

Thalon sorriu, apesar da dor evidente em seu rosto. "Mais ou menos... mas vamos sair daqui antes que tudo desmorone."

Broke e Garen ajudaram a levantar Thalon, apoiando-o enquanto começavam a caminhar em direção à saída. As paredes ao redor deles ainda tremiam, ameaçando colapsar a qualquer momento.

"Vamos, não temos muito tempo," Garen disse, sua voz cheia de urgência.

Parte 2

Broke acordou em um quarto pequeno e austero. A única mobília era uma cama, com lençóis ásperos e um travesseiro fino. A luz do sol filtrava-se pelas pequenas janelas, lançando sombras suaves nas paredes de pedra nua. Ela sentiu o peso do cansaço e das emoções dos eventos recentes, mas sabia que não podia ficar ali para sempre.

Ela se levantou, sentindo a leveza em sua cabeça, e dirigiu-se à porta. Ao abri-la, viu um guarda postado do lado de fora.

"Onde estão os outros?" perguntou, sua voz rouca e cheia de urgência.

Antes que o guarda pudesse responder, Ellen apareceu no corredor. "Broke! Eu estava prestes a chamar você."

Broke seguiu Ellen pelo posto de vigilância, suas botas ecoando suavemente contra o chão de pedra. As paredes lisas feitas de aço negro frio com armas penduradas, lembrando-lhe do propósito daquele lugar.

Enquanto caminhavam, Ellen quebrou o silêncio. "O que você vai fazer agora, Broke?"

Broke suspirou, os pensamentos correndo caóticos. "Eu não sei. Há muitas coisas que preciso resolver."

Ellen olhou para ela com um misto de compaixão e esperança. "Nós gostaríamos de ter alguém como você no grupo. Você é forte e luta muito bem."

Broke balançou a cabeça, recusando suavemente. "Ellen, eu não sou uma Aventureira. E também, eu só aceitei essa comissão por causa do dinheiro."

Elas chegaram a uma porta pesada, e Ellen a empurrou, revelando uma sala silenciosa. Dentro, havia o que restava do corpo de Lirian. A atmosfera era carregada de tristeza e respeito. Garen estava lá, junto com Thalon, ainda se recuperando, mas determinado a prestar suas homenagens.

Todos se aproximaram do corpo de Lirian, suas expressões graves. O silêncio foi quebrado apenas pelo som das respirações contidas e os sussurros de despedida.

Garen foi o primeiro a falar, sua voz profunda e pesada. "Lirian, você foi mais que um amigo. Foi um irmão. Sua coragem nos salvou, e nunca esqueceremos isso."

Ellen, com lágrimas nos olhos, colocou a mão sobre o peito de Lirian. "Descanse em paz, Lirian. Prometemos continuar lutando, por você."

Thalon, ainda sentindo a culpa, se ajoelhou ao lado do corpo. "Perdoe-me, Lirian. Não consegui te salvar. Mas prometo que sua morte não será em vão."

Broke, com um nó na garganta, aproximou-se lentamente. Ela olhou para o rosto sereno de Lirian e sussurrou, "Eu nunca te conheci bem, mas sua bravura me inspirou. Prometo continuar lutando, para que sua morte signifique algo."

O silêncio tomou conta da sala novamente, todos respeitando aquele momento de despedida. As sombras das chamas das velas dançavam nas paredes, criando uma sensação de transe.

Finalmente, Ellen se virou para os outros, limpando as lágrimas. "Vamos, precisamos continuar."

Com um último olhar para o corpo de Lirian, eles saíram da sala.

Parte 3

Garen, Thalon, Ellen e Broke estavam sentados em uma mesa no fundo da taverna Javali Gritante. A taverna, apesar de ser um lugar normalmente movimentado e barulhento, estava um tanto vazia, já que era de dia. As paredes de madeira escura eram decoradas com cabeças de javalis e troféus de caça, enquanto o chão estava coberto de serragem, dando ao ambiente um ar rústico e acolhedor.

A lareira, localizada no centro da taverna, estava apagada, mas ainda havia um calor reconfortante emanando dela. Algumas poucas mesas estavam ocupadas por clientes ocasionais, que conversavam em tons baixos, criando um murmúrio suave no ar.

De repente, a porta da cozinha se abriu com um estrondo, e Bruni, a robusta e enérgica cozinheira da taverna, entrou com um enorme javali gritante assado em seus braços. Seus passos firmes ecoaram pelo chão de madeira, e ela colocou a pesada travessa na mesa com um impacto que fez os copos tremerem.

"Comam!" disse Bruni, a voz cheia de uma agressividade calorosa.

"Este é o melhor javali gritante que temos!"

Atrás dela, os ajudantes da taverna chegaram carregando copos de cerveja, colocando-os na mesa com precisão quase robótica. Bruni cruzou os braços, olhando para o grupo com expectativa.

"Sobre Tirian..." começou ela, mas Garen a interrompeu.

"Bem, você sabe como é." respondeu Garen, sua voz baixa e melancólica.

Bruni assentiu, a expressão endurecendo por um momento. "É." disse ela, fazendo um sinal de respeito com a mão sobre o peito antes de voltar para a cozinha.

Tentando dissipar o clima pesado, Garen olhou para Broke e mudou de assunto. "Já que você não vai continuar com a gente, o que vai fazer?"

Broke pegou um pedaço do javali, refletindo por um momento antes de responder. "Vou para a capital. Há coisas que preciso resolver lá."

Thalon, sentado ao lado dela, levantou a cabeça, intrigado. "Se precisarmos de você, vai nos ajudar?"

Broke encontrou o olhar de Thalon e assentiu com firmeza. "Sim. Estarei lá se precisarem de mim."

Thalon então puxou do bolso uma pequena pedra com um símbolo desconhecido gravado nela. Ele colocou a pedra na mesa entre eles. "Esta é uma pedra de comunicação. Quando precisarmos de você, usaremos isso para te chamar. Não importa onde você esteja, você saberá."

Broke pegou a pedra, examinando-a de perto. "Entendido. Eu virei."

Ellen, percebendo que a conversa estava se tornando muito séria, interveio. "Vamos continuar comendo. Este javali não vai se comer sozinho."

Os Aventureiros riram, o clima finalmente se aliviando um pouco. Eles começaram a se servir do grande javali, a carne suculenta e bem temperada preenchendo a taverna com um aroma delicioso. A cerveja fluía livremente, e por um momento, os três puderam esquecer das preocupações e das batalhas que tiveram.

Parte 4

Broke andava pela rua de paralelepípedos, os passos ecoando de forma suave no silêncio da manhã. O sol ainda estava baixo no horizonte, lançando longas sombras pela cidade adormecida. As poucas pessoas que ela encontrava pelo caminho pareciam apressadas, absortas em seus próprios mundos, sem prestar atenção à jovem de cabelos negros que caminhava sozinha.

Enquanto se dirigia à rua principal, Broke avistou algo que chamou sua atenção. Em uma viela estreita, um filhote de cachorro estava encolhido ao lado de algumas caixas de madeira, tremendo ligeiramente. O animal estava sujo e parecia faminto, com os olhos grandes e tristes fixos na garota que se aproximava.

Broke ajoelhou-se lentamente ao lado do filhote, estendendo a mão com cuidado. "Você também está sozinho?" murmurou, a voz suave e cheia de compaixão. O cachorro hesitou por um momento, mas logo se aproximou, cheirando a mão dela antes de se permitir um tímido carinho.

Ela acariciou a cabeça do filhote, sentindo a pelagem áspera sob seus dedos. "Não se preocupe. Vou cuidar de você." prometeu. Com delicadeza, pegou o pequeno animal nos braços, sentindo seu corpo trêmulo se acalmar ao contato.

Continuando seu caminho, Broke avistou uma carroça parada na beira da estrada, o cocheiro preparando os cavalos para a viagem. Ela se aproximou, o filhote aconchegado contra seu peito. "Ei, você vai para a capital?" perguntou, a voz um pouco mais firme.

O cocheiro, um homem de meia-idade com uma barba espessa e olhos bondosos, assentiu. "Sim, estou indo para lá agora. Você precisa de uma carona?"

"Sim, por favor." respondeu Broke, subindo na carroça com cuidado para não soltar o filhote.

Sentada na carroça, ela se acomodou no banco de madeira, sentindo o balanço suave do veículo enquanto começava a se mover. A paisagem ao redor começou a mudar lentamente, os edifícios dando lugar a campos abertos e florestas ao longe.

Broke olhou para o filhote em seus braços, que agora estava mais relaxado, seus olhos começando a se fechar. Ela acariciou suavemente sua cabeça novamente. "Vamos juntos, pequeno..." disse, a voz baixa e melancólica.

"Por enquanto."