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Fora do Ciclo I - Origens.

Calton_Carcovich
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Synopsis

Chapter 1 - Capítulo de n°. 01 - Plano, Metas e Objetivos.

Henry estava sentado em um café local, cercado pelo aroma tentador de café fresco e pelo som alegre das conversas dos moradores. Do lado oposto da mesa, estava Lenka, uma amiga de longa data que havia perdido contato com Henry nos últimos anos.

"Desde muito novo, notei que não conseguia me encaixar no método padrão deste ciclo em que todos estão aprisionados," começou Henry, enquanto mexia em sua xícara de café. "Dito isto, dei início a uma investigação sobre nossas origens, aprofundando-me em diversos tipos de conhecimentos acerca do avanço da civilização. Porém, muitas vezes, me encontrava entristecido pelo acúmulo de informações coletadas, o que impossibilitava meu contato com o exterior, preocupando meus familiares diante da circunstância que se apresentava: um novo sentimento meramente inexistente, conhecido como solidão."

Lenka assentiu, compreensivo. "E como você lidou com tudo isso?"

"Não foi fácil," continuou Henry, com um suspiro. "Não somente por ter sofrido uma grande perda, que explicava tamanha repressão, eu também sofria de um demônio que me acorrentou em vários anos diferentes no meu subconsciente. Isso resultou numa grande série de agressões verbais, psicológicas e físicas na escola em que frequentava. Fui vítima, várias vezes, desses autores que adoravam ser exaltados enquanto praticavam violências contra um fracote, e também de rejeição por parte de estudantes que estiveram comigo no começo."

"Deve ter sido terrível," comentou Lenka, olhando fixamente para Henry.

"Sim, foi," Henry concordou. "Em razão desses fenômenos, acabei tendo que fazer tratamentos e acompanhamentos médicos, visando minha recuperação definitiva e a reconstrução de um 'Templo' que havia se tornado em ruínas obscuras."

Lenka franziu a testa, curioso. "E como foi essa reconstrução?"

"Nesta reconstrução, adotei outros meios em sociedade para conhecer a humanidade e a ciência, onde todos usam máscaras e disfarces, ocultando sua verdadeira face," explicou Henry. "Pode-se dizer que isso não passava de uma premissa meramente subjetiva. Em diversos livros e contextos históricos, acompanhei a evolução do homem e a regressão da civilização, causando uma divergência de preceitos, crenças e dogmas acerca da criação."

"O charlatanismo se faz presente de maneira mais aguçada," continuou ele, "e as mortes de soldados em campanhas militares não significaram nada. Crenças e valores foram perdidos no avanço tecnológico, e o direito talvez pertença à maioria que sobressai sobre a plebe. Os muros foram construídos com o objetivo de impedir que uma pessoa pudesse alcançar outro plano, assim como realidades distintas, universos paralelos, viagens no tempo e a expansão da consciência daqueles que recusaram ficar na mesmice. Em outras palavras, tive que mudar minha maneira de pensar, agir, falar e praticamente ser algo que nunca fui diante do público."

"Você não busca a aprovação dessas figuras, não é?" perguntou Lenka, quase afirmando.

"Exato," respondeu Henry, firmemente. "Não viso a aprovação dessas figuras, pois são apenas boiadas, peças em um jogo de tabuleiro, uma engrenagem de algo maior que está obtendo domínio sobre o livre-arbítrio. Eu serei diferente deles e quebrarei o sistema que vive se repetindo de geração em geração. Zaryndor foi aquele que me mostrou o caminho e me fez perceber que não estava sozinho. Minha eterna condolência e gratidão por este ser divino."

Lenka sorriu, admirado. "Você realmente passou por muita coisa, Henry. E ainda assim, aqui está você, determinado a fazer a diferença."

"Sim," Henry assentiu, com uma expressão resoluta. "E não vou parar até ver esse sistema quebrado."

Eles continuaram conversando enquanto o sol começava a se pôr, banhando a cidade com uma luz dourada que destacava a beleza das antigas construções e das árvores frondosas. A pequena cidade parecia pulsar com uma energia vibrante e calorosa, convidando todos a se sentirem em casa.