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Chapter 63 - Eu faço qualquer coisa

Se passaram algumas horas que os homens de Lucy levaram Benício para o local que receberam. Ele lentamente recobrou a consciência.

— Hum, onde estou? — Benício sussurra, sentindo uma forte dor na cabeça. Ele tenta se mexer, mas está amarrado em uma cadeira, em um lugar escuro e abandonado. Tentando se acalmar, ele ouviu vozes distantes ao seu redor. Aos poucos, ele foi se dando conta de sua situação. Benício tenta se soltar de todas as maneiras, mas estava completamente imobilizado.

Lucy ouviu os barulhos que soaram de dentro do quarto e apareceu diante dele, com um sorriso sarcástico no rosto.

— Ola querido. Surpreso em me ver, Benício? — ela disse, caminhando lentamente ao redor dele.

Benício olhou para ela, confuso e assustado.

— Quem é você? Por que me trouxe aqui?

— Você não sabe? Ah, é verdade, sua querida Alexia não chegou a falar sobre mim para você. Isso prova o quanto insignificante é para ela.

— Insignificante? Você não sequestraria alguém insignificante. O que você quer de mim, Lucy?

Lucy riu, um riso frio e cruel.

— Parece que não é tão burro como imaginei. — Lucy riu, um riso frio e cruel. — Você realmente não entende, não é? Eu quero fazer Alexia sofrer.

— Você está louca, Lucy. — Benício apertou os olhos fortemente e voltou a encará-la. — Você acha que vai se livrar das suas maldades? Deixe Alexia em paz, ou eu mesmo acabo com você.

Lucy se aproximou dele e segurou firme em seu queixo.

— Oh, Benício e como vai fazer isso? Você vai ficar aqui, sob minha supervisão, até que eu tenha o sangue de Alexia em minhas mãos.

Benício sentiu um misto de medo e raiva. Ele sabia que teria que ser esperto para conseguir sair daquela situação. Mas por enquanto, estava completamente à mercê de Lucy e suas ameaças.

Enquanto isso, Alexia foi dormir com um aperto no coração, sem saber que Benício estava em perigo. Ela sonhou com ele a noite toda, mas seus sonhos eram perturbados e cheios de presságios sombrios. Ainda de madrugada, ela acordou suando frio, com a sensação de que algo muito ruim estava para acontecer.

Sem conseguir se acalmar, ela pegou o celular e ligou para Benício, mas ninguém atendia. Ela tentou várias vezes, mas o resultado foi o mesmo.

— Por quê você não atende? — Ela sussurra sentada na frente da penteadeira, se olhando no espelho. — Eu preciso sair, ou eu vou enlouquecer.

Alexia escova os dentes, faz um rabo de cavalo, coloca uma calça e uma blusa de moletom, coloca seu tênis e sai sem fazer barulho para não acordar os meninos que dormem no quarto da frente. Após uma hora correndo pelo quarteirão, o sol já estava brilhando no céu. Um pouco cansada, Alexia para debaixo de uma árvore e decide tentar ligar novamente para Benício.

— Atende Benício. — Assim que a ligação se completa, ela ouve um barulho no chão. Sem saber o que era, Alexia olha para baixo e vê um celular. Nesse momento ela treme ao ver sua foto escrito "amor". — É do Benício... — Alexia pega o celular de Benício do chão e corre para dentro da mansão, ela sobe as escadas rapidamente e entra no quarto de Matheo pedir ajuda. — Matheo, acorda, por favor, acorda.

Matheo ainda sonolento se assusta ao ver o desespero da sobrinha.

— O que houve, por que o desespero?

— Lucy sequestrou o Benício... meu Deus, me ajuda a encontrá-lo.

Matheo levanta rapidamente, ele veste uma roupa enquanto Alexia explicava o que aconteceu. De repente o celular de Alexia toca e é um número desconhecido.

— Alô? É você, Lucy? Me fala, onde está o Benício, por que fez isso? — Alexia diz ao atender, mas um silêncio do outro lado da linha, logo um barulho como se fosse um gemido de dor soa em seus ouvidos, fazendo seu coração disparar em desespero. — Pelo amor de Deus, Lucy, não o machuca. Eu faço o que você quiser. Só me diz onde ele está.

Uma risada cruel soou no telefone, som de socos e gritos é ouvido, fazendo Alexia implorar para ela parar.

— Ah, querida sobrinha, você sempre foi previsível. Pensei que fosse mais esperta, que cuidaria de quem ama, mas pelo visto ainda tem muito o que aprender. Benício está bem por enquanto, mas não por muito tempo se você não fizer o que eu mandar. — a voz de Lucy soava ameaçadora do outro lado da linha.

— O que você quer, Lucy? Eu faço qualquer coisa? — Alexia falava com a voz trêmula, tentando controlar o desespero que começava a tomar conta dela.

— Ah, isso é simples. Eu quero que você venha até mim, sozinha, com uma procuração abrindo mão de todos os seus bens e passando para meu nome. Quero que me traga todo o seu dinheiro em espécie. Se fizer isso, talvez, eu disse talvez, poupe a vida de Benício. Mas se tentar qualquer truque, ele sofrerá as consequências. E não demore, espero ver você em breve, Alexia. — Lucy desligou abruptamente, deixando Alexia ainda mais angustiada. Uma notificação do endereço em que Lucy está chega.

— Matheo, eu preciso ir até ela. Lucy vai machucar o Benício, eu não posso deixar isso acontecer. — Alexia dizia, com lágrimas nos olhos, sentindo o peso da angústia por não saber como ele está.

Matheo olhou para ela, com apreensão.

— Não, Alexia. Você não vai sozinha. Nós vamos juntos, vamos parar essa mulher a qualquer custo. Eu não vou deixar você enfrentar essa louca sozinha. Vamos acabar com isso de uma vez por todas.

Os dois saíram correndo da mansão, entraram no carro de Matheo e seguiram em direção ao banco e aos cofres nas empresas de Alexia. O tempo parecia correr cada vez mais rápido, a angústia e o medo dominando os pensamentos de Alexia.

Matheo começa a fazer algumas ligações, e Alexia fica preocupada que isso possa prejudicar no resgate de seu amado, mas ela não iria conseguir impedir Matheo de agir. Enquanto ela sobe em seu escritório, ele liga para o contato que o amigo de Mael lhe passou, passando horas planejando a captura de Lucy.

Alexia e Matheo chegaram ao local antes da polícia. O lugar estava escuro e silencioso, mas eles sabiam que Lucy estava por perto, observando cada movimento deles.

— Estou aqui, Lucy. — Alexia gritou, parando em frente ao carro. — Trouxe tudo que pediu, agora solte o Benício.

Em meio ao silêncio tenso, Lucy apareceu diante deles, com um sorriso cruel nos lábios.

— Oh, querida Alexia. Que imagem linda ter você no meu território.

— Você já conseguiu o que queria, agora solte ele. — Matheo diz, fazendo Lucy arregalar os olhos, ela realmente acreditou que Alexia viria sozinha.

— Garota, você é muito estúpida. Não mandei vir sozinha? Vem aqui pessoalmente entregar o que é meu.

— Ela não vai a lugar algum. — Matheo grita, segurando na mão de Alexia, impedindo-a de continuar andando.

— Não vem? — ela diz, demonstrando sua irritação. — Você sabe que Benício está em minha posse e só vai sair daqui se você fizer tudo o que eu quero, não sabe, Alexia. E o tempo está acabando. — Lucy provocou, desafiando-os a tomar uma decisão.

— Realmente, o seu tempo acabou.