Dafne se solta um pouco dos apertos dele e, colocando a mão no rosto, limpa discretamente a boca.
— Meu amor, que bom te ver. Você está ainda mais linda do que quando te vi antes de vir para cá. O que aquela mulher está fazendo na minha casa? Quem é ela e por que você não veio me ver nessa semana? Eu estava acordado, amor... — Benício fala baixo, mas dando para ela ouvir claramente. — Fiquei esperando sua visita nas duas semanas em que acordei, mas você não veio.
— Amor... eu tentei me aproximar, eu juro, mas ela... — Dafne força um choro para tentar convencê-lo. — Ela me obrigou a ficar longe. Durante quase 3 anos, eu tentei me aproximar, juro, mas ela não deixou. Todos os dias ela implicava comigo, nem mesmo a minha amizade ela queria, porque era a única maneira de eu me aproximar de você. Foi tudo culpa dela, amor. Foi por isso que você ficou tanto tempo dormindo.
— O... oi? Como assim 3 anos? — Ele a olha assustado. — Eu fiquei em coma por 3 anos?
— Sim. Por que você estava com ela no carro?
Benício lembra do momento em que Alexia o atropelou sem querer e do momento em que ela o estava levando para o hospital. Porém Benício desvia o assunto e não diz o que gostaria de saber.
— Quem essa mulher pensa que é para impedir a minha noiva de ficar comigo?
— Ela disse que você era o namorado dela. Eu... eu pensei que você havia me traído, amor. — Dafne coloca a mão no rosto e finge estar chorando. Seus olhos castanhos facilmente ficam vermelhos pelas lágrimas forçadas.
— Como minha mãe deixou isso acontecer?
— Ela manipulou todo mundo. A cidade inteira fala da noiva do Benício. Todos acreditam fielmente que ela é a mulher com quem você se casaria. Ela finge ter perdido a memória e interpreta o papel de boa moça, mas ela não passa de uma vadia. Fiquei sabendo que ela tem um caso com os rapazes que a ajudaram no dia do acidente. Ela fica com os dois ao mesmo tempo. — Dafne mente sem parar. Tudo que ela quer é destruir Alexia, pois foi a única que não caiu em suas mentiras. E negar a sociedade que ela tanto buscava com Alexia.
Benício fecha os punhos. Ele está com raiva de uma mulher com quem nunca teve nada, que está fazendo a mulher que ama sofrer.
— Eu prometo, amor. Essa mulher será desmascarada ainda hoje. Não vá embora. Fique aqui comigo. Assim que eu resolver esse problema, finalmente nos casaremos.
— Eu não posso. Me casei com o Pedro. — Ele arregala os olhos com o que ouviu. — Me perdoa, amor. — Benício olha para ela sem entender. — Com a manipulação dessa mulher, ganhando o amor e a admiração de todo mundo, me senti frágil. Achei que você me traiu e o Pedro foi tão legal comigo que acabei passando algumas noites com ele. Engravidei e tive uma menina. Ela tem um ano agora. Para que minha filha não cresça sozinha, me casei com ele. — Ela se levanta e fica de costas. — Eu te amo, Benício, mas não vou voltar a ficar com você. — Saindo do quarto sem olhar para trás, ela sorri vitoriosa. — Agora só preciso continuar com esse teatro e ele vai me dar a empresa sem pensar duas vezes. Além disso, vai expulsar essa impostora daqui. Logo tudo o que essa idiota construiu será meu.
No quarto Benício está inconformado com tudo que aconteceu.
— Eu vou te destruir, impostora. Se quer jogar, então vamos jogar. Eu também sei fingir ser um homem carinhoso. — Benício deita com raiva, pensando em tudo o que ouviu sobre a mulher que está no mesmo teto que seus pais. Em seguida, sua mãe entra e o vê de olhos fechados. Assim que ouve a porta ser aberta, ele finge estar dormindo, achando que é a Alexia.
— Ah, filho, como é bom te ter de volta. — Vanusa senta ao seu lado e beija sua mão.
— Também estou feliz por retornar à minha vida. Tenho tantas coisas para fazer, tantas perguntas que ainda não obtive respostas. Mãe, a Alexia... — Quando ele ia falar que não a conhecia e que tudo não passou de um mal entendido, Vanusa o interrompe.
— Sim, vamos falar da minha menina.— Ela fala pensando com imenso carinho que tem pela Alexia.— Meu filho, não sei por que você escondeu a Alexia por tanto tempo. Ela é uma garota incrível. Você precisa ver o amor que ela tem pela sua avó. E sabe o que é surreal? Sua avó muitas vezes se lembra dela. Hoje mesmo, você acredita que ela saiu procurar a Alexia, dizendo que nós íamos afastar Alexia dela.
— A vovó está bem?— ele pergunta preocupado.
— Sim, filho, não se preocupe. Assim que soube, a Alexia correu do hospital e veio vê-la. — Ao ouvir isso, Benício sente algo diferente, como uma pontada no peito. Sua avó é tudo na vida dele e ninguém nunca conseguiu se aproximar tanto dela, nem mesmo as cuidadoras que eles contrataram. — E seu pai, então, você precisa ver. Ele fala com orgulho que ela é nossa nora. Filho, você não poderia ter escolhido uma namorada melhor. A Alexia é tudo o que eu pedi nas minhas orações. Até sua irmã está se encantando com ela, e olha que a Betina é uma menina complicada. — Ela coloca a mão no rosto de Benício ao perceber sua expressão preocupada. — Filho, é normal ter receios e preocupações. Você acabou de acordar de um coma depois de 3 anos. Sei que está confuso. A Alexia é uma pessoa especial e, se ela está trazendo felicidade para a nossa família, que mal tem mante-la por perto?
— Você está certa, mãe. Eu estava agindo de forma impulsiva, estou confuso, minhas lembranças agora que estão ficando claras.— Benício mente. Ele não quer ser precipitado em suas ações.
— Fico feliz em ouvir isso, meu filho. Acredito que logo se lembre o quanto amava essa garota. Alexia sem lembrar de nada, cuidou de você, se dedicou tanto para sua recuperação. Então não magoe a minha menina, pois não vou permitir que isso aconteça.
— Interessante — Benício coloca a mão de baixo da coberta e aperta elas com raiva, lembrando que por causa dela sua avó pode sofrer quando ela for desmascarada, pensando em tudo que Dafne falou ele tenta bolar um plano de fazer ela pagar por sua noiva ter se casado com outro.
— Promete filho que nunca vai afastar ela da gente? Seu pai a ama como ama uma filha, você não tem ideia das coisas que ela fez por nós, nossa casa, o tratamento do vovô, ela foi com o um anjo que caiu do céu direto para nossas vida.