No começo, havia Eu. Eu era aquele que era tudo, e nada ao mesmo tempo. Eu estava sozinho, e acompanhado. Sua presença inexistêncial o preenchia. Dado momento, Eu resolveu inovar, ele quis criar para si uma companhia.
Eu soprou e criou uma multidão de seres espirituais, chamados de Akins. Cada Akin recebeu um nome. Eles rodearam a infinidade de Eu, e o pediram para que ele lhes dissesse como poderia ser chamado. Então, Eu disse que eles deveriam o invocar como, Paternus, o Pai Eterno.
Paternus era o criador por excelência, mas queria que os Akins participassem de sua Vida. Então, elegeu dentre eles, alguém para que os guiasse na participação em Paternus. Esse foi chamado de Belurium, o mais belo Akin.
Para eles, os Akins, foi dado o dom do conhecimento divino, ou seja, o conhecimento das vontades de Paternus. Belurium era o que conduzia o aprendizado de todos os outros Akins, e ele era o primeiro a conhecer sua vontade.
Tudo isso era realizado afim de engrandecer e manifestar a beleza e a bondade e Paternus. Certo momento, Belurium notou que era o mais agraciado dentre todos os seres. Então, pensou consigo mesmo o motivo de ter que engrandecer a Paternus, e não, a si mesmo. Daí em diante, Belurium começou a cobiçar um dos atributos de Paternus, o desígnio absoluto. Começou um tumulto entre os Akins, pois Belurium começou a ensinar sua própria vontade e não a vontade do seu criador.
Belurium enganou e seduziu uma parte dos Akins, a outros ele não conseguiu persuadir. Paternus diante daquela comoção, revelou as maravilhas de seus desígnios, e a malícia do egoísmo e orgulho dos desígnios de Belurium. Uns dos que estavam com Belurium retrocederam, e firmaram-se ao lado de Paternus. E o outros que já estavam corrompidos pelo veneno de Belurium, permaneceram com ele.
Houve então batalha no reino dos Akins, o reino Presen. Um dos menos agraciados, Nikor, levantou-se a favor de Paternus, e lançou contra Belurium, uma ideia na qual ele não pode suportar: "Se há alguém com os desígnios maiores do que os do nosso Deus, que se manifeste verdadeiramente, e nós o serviremos!" Isso foi de encontro as verdades internas de Belurium, o que o causou imensa aversão e repulsa. Ao ouvir e presenciar tal ato de amor, Paternus falou: "Eis que agora um de meus filhos se perde. Não posso mais permitir que permaneça entre nós. Serás lançado para longe de mim, afim de que sejas reprimido em seu orgulho. Quanto aos outros que o seguem, serão igualmente expulsos, e partidos por terem cedido aos enganos de Belurium."
E então, todos os maus foram expulsos de Presen, e vagaram pelo nada. Paternus sentiu grande dor em seu coração, e chorou. Os Akins bons agora chamados de Espíritos, o rodearam e o abraçaram coletivamente, afim de consolar seu amável coração. O amor de seus filhos sufrágou seu coração, e ele elegeu Nikor como príncipe dos espíritos.