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Chapter 30 - Auder Blake, perdido na floresta

Auder Blake demorou mais do que o normal para acordar e estranhou ao abrir os olhos e ver apenas árvores ao seu redor. Cada uma delas era mais alta do que a outra, com copas verde claro ou verde musgo.

Levantou-se abruptamente à procura de uma saída daquela floresta, mas, até onde sua vista alcançava, só havia árvores. Sem saber para onde ir, tomou qualquer direção e correu em linha reta por mais de 10 minutos. Ainda assim, não encontrou nada além de árvores.

De repente, ruídos estranhos chegaram aos seus ouvidos, com a intensidade aumentando cada vez mais. Embora Auder Blake não fosse um homem medroso, o aumento do ruído, que parecia se aproximar, fez com que ele sentisse a necessidade de se proteger até identificar se era uma ameaça ou não.

Tentou subir na primeira árvore que encontrou ao seu lado, mas sua circunferência era tão grande que ele não conseguia encontrar um ponto de apoio. Observou ao redor e percebeu que todas as árvores pareciam ser do mesmo tamanho, enquanto o ruído se aproximava cada vez mais.

Sem pensar duas vezes, Auder Blake correu na direção oposta ao ruído, na esperança de encontrar uma árvore mais fina ou com um galho mais baixo que pudesse servir de apoio para que ele pudesse subir. De repente, seu coração começou a disparar; ele estava começando a se cansar, pois já havia relaxado em seus exercícios matinais. Para piorar, o ruído continuava se aproximando.

Ele acelerou ainda mais a corrida. Nunca havia fugido de uma luta, mas sabia que aquele lugar escondia um perigo desconhecido. Lembrou-se de que, nos limites da cidade Central Nickol, o chamado perímetro urbano, havia numerosas placas de aviso para que os habitantes não se afastassem muito daquele local.

Correu como um louco por mais 5 minutos, sempre com o ruído se aproximando. Finalmente, seus esforços foram recompensados, pois, há poucos metros à frente, ele começou a ver árvores mais finas.

Com o último fôlego que lhe restava, Blake acelerou ao máximo e, com um salto desesperado, agarrou-se a um galho a uma altura que normalmente não alcançaria. A partir desse galho, esforçou-se ainda mais e começou a subir rapidamente.

Conforme subia, a árvore ia se afinando e, depois de se sentir seguro, Auder Blake ficou agarrado entre os galhos, bem quieto. Sentia-se extremamente ansioso para descobrir a origem daquele barulho que continuava aumentando à medida que se aproximava. Nunca se sentiu tão grato por ter tomado a decisão certa de subir naquela árvore.

Olhando atentamente para baixo, viu algo completamente desconhecido. Uma horda de insetos estranhos, uma mistura de cigarra com aranha, bem maior do que um cachorro grande, que deixava um rastro viscoso e pegajoso por onde passava, cobrindo grande parte do solo. Blake não tinha a menor ideia do que era aquilo, mas tinha certeza de que dificultaria ainda mais sua saída daquela extensa floresta. Aqueles estranhos insetos seguiam adiante, sempre barulhentos como um enxame de cigarras.

Tentou contar a quantidade, mas, depois dos 50, perdeu a conta. "Como é que eu vou lutar contra isso?" Pensou, enquanto analisava sua situação e tentava encontrar uma solução.

De repente, sentiu algo em seu pescoço que não havia percebido antes. Era uma corrente escura com um cubo como pingente, do tamanho de um ovo. Blake estranhou não ter notado isso antes.

— Mas o que é isso e como veio parar aqui? — disse ele, falando consigo mesmo. Sem esperar resposta alguma, assustou-se ao quase cair da árvore quando o cubo respondeu:

— Não há importância em saber disso. O que você precisa é fazer a escolha certa.

Recuperando-se, Blake arrancou rapidamente a corrente do pescoço e a jogou longe.

— Eu lhe aconselho fortemente a não fazer isso.

Blake olhou o cubo com muito medo e, com o braço esticado, procurava algum detalhe que lhe desse mais informações sobre aquilo.

— Quem é você? E qual é a escolha que eu preciso fazer?

— Eu sou o Cubo da Essência do Conhecimento. Estou aqui para lhe oferecer uma das três opções que tenho.

Sem acreditar muito na conversa daquele objeto, Blake perguntou:

— E quais são essas três opções?

— Posso lhe conceder conhecimento, força ou inteligência.

— Muito bem. Isso parece interessante, e, supondo que eu acredite nisso, o que você tem a ganhar com isso?

O cubo ficou em silêncio por alguns minutos e finalmente respondeu:

— Isso realmente lhe importa? Não seria melhor você saber o que tem a ganhar?

— Sinto muito, seu cubo do conhecimento, mas eu não preciso de nada disso que está me oferecendo. Sou forte, rápido e inteligente o suficiente para me virar.

— É bom saber que alguém como você sabe se virar, mesmo sem poderes reais, a não ser a força conquistada por seus próprios treinos e disposição.

— Que estranho. Como você pode me conhecer a ponto de fazer essa declaração se eu nunca vi você em lugar algum? Será que você é um espião de Robotta? Tem toda a cara de ser. Se for, pode esquecer. Não quero nada que você tem a oferecer.

— Senhor Auder Blake — disse o cubo com muita educação —, antes de uma resposta decisiva, analise sua situação. Não tenha pressa, mas também não demore demais. Aqueles insetos voltarão para se alimentar e, se você não encontrar uma maneira de sair daqui, fará parte da alimentação deles. Se é isso que está buscando para o seu futuro, então quero lhe parabenizar antecipadamente.

"Esse cara só pode estar de brincadeira comigo," pensou Blake, enquanto apertava o cubo instintivamente.

— Eu sei o quanto está com raiva devido a essa estranha e perigosa situação. Mas, mesmo assim, você não tem força suficiente nem para me esmagar, a mim que lhe ofereço uma nova opção de vida.

— Tá bom, caramba! Então me dá logo alguma coisa para que eu possa lutar contra aqueles insetos nojentos.

— Não é bem assim, senhor Blake. Primeiro você precisa passar no teste, e só depois fará sua escolha.

— O quê? Como assim?

Aquela conversa estava seguindo para um rumo tão absurdo que Auder Blake já estava quase surtando.