Já eram 8 horas da manhã quando o cerco se reiniciou. Havia algo diferente nas fileiras dos goblins, mas Kiros não sabia o que era ainda. Provavelmente por causa de seu nível de poder, ele conseguia pressentir um certo risco na batalha de hoje.
"Senhor! Tenho uma péssima notícia!" disse Narek, nervoso.
"O que foi, camarada? Diga," falou Kiros com um mau pressentimento.
"Mickey von Maus e sua gangue de ratos fugiram pelos túneis, abandonando a defesa da cidade e abrindo uma brecha na linha defensiva na muralha norte. Precisamos de ajuda, senhor, senão não conseguiremos conter o avanço dos inimigos."
Kiros sabia que teria que agir. Após mandar Narek esperar do lado de fora da casa usada como QG, ele rapidamente vestiu seu aparato de combate, composto por uma armadura rúnica pesada bem antiga, cheia de marcas de cortes e apunhaladas, um escudo rúnico médio, uma falcata rúnica e um mosquete rúnico.
Wolferos já tinha solicitado apoio da prefeitura, mas parecia que eles estavam na ilusão de que, se as forças de Kiros perecessem em batalha, eles conseguiriam sobreviver sozinhos.
Mais de 60% das muralhas estavam sendo protegidas pelas forças de Kiros, o que fazia com que elas se espalhassem demais, deixando a linha defensiva fina e sem reservas, com Wolferos e 250 homens servindo de apoio onde a situação estivesse mais crítica.
Kiros avançou até o ponto crítico na muralha e, junto com um destacamento de guerreiros, avançou em direção ao inimigo após dispararem uma saraivada de balas rúnicas. Cada golpe dele eliminava um inimigo, às vezes atravessando dois ou três ao mesmo tempo.
Ele tinha participado de pequenos combates quando tinha um nível de poder, agora com dois, parecia que seus inimigos eram feitos de papel. Ver seu líder lutando aumentou consideravelmente a moral das tropas ao redor, que, apesar de exaustas, começaram a atacar com vigor redobrado as linhas inimigas, que começavam a diminuir num ritmo alarmante.
À medida que a batalha prosseguia, Kiros observou uma figura imponente surgindo das fileiras dos goblins. Era um goblin colossal, claramente o comandante das tropas inimigas. Seus olhos malignos brilhavam com uma inteligência perversa enquanto ele rugia ordens para seus subordinados.
Kiros sabia que esse seria o verdadeiro teste. Ele se preparou, ajustando seu escudo e empunhando a falcata com determinação. Ele avançou em direção ao comandante goblin, cortando um caminho através das hordas de goblins menores que tentavam impedi-lo.
A luta entre Kiros e o comandante goblin foi feroz. O goblin colossal brandia uma enorme clava com espinhos, desferindo golpes devastadores que Kiros mal conseguia evitar. Mas Kiros era ágil e destemido, esquivando-se dos ataques e contra-atacando com precisão mortal. Cada golpe da falcata rúnica de Kiros fazia o goblin recuar, e o clamor do metal ecoava pelo campo de batalha.
Finalmente, após uma série de ataques rápidos e precisos, Kiros conseguiu derrubar o comandante goblin. Com um último golpe poderoso, ele decapitou o monstro, segurando a cabeça do comandante como um troféu. A visão de seu líder sendo derrotado desmoralizou os goblins, que começaram a recuar em desordem.
As tropas de Kiros, inspiradas pela vitória, redobraram seus esforços, empurrando os goblins de volta e recuperando o terreno perdido. A batalha estava virando a favor dos defensores, mas Kiros sabia que a guerra estava longe de terminar. Haveria mais batalhas, mais sacrifícios, mas naquele momento, eles tinham conquistado uma vitória crucial.
De volta ao QG, Kiros se reuniu com seus líderes militares para discutir os próximos passos. Narek estava lá, ainda nervoso, mas aliviado com a vitória. Wolferos também compareceu, trazendo notícias de outras frentes de batalha.
"Senhor, as forças de Kidonia têm resistido bravamente, mas estão ficando sem recursos. Precisamos enviar reforços para ajudá-los," disse Wolferos.
"Concordo," respondeu Kiros. "Não podemos permitir que Kidonia caia. Organizem um destacamento para partir imediatamente. E quanto à nossa própria situação, precisamos reforçar nossas defesas e preparar a cidade para um cerco prolongado. Os goblins podem estar recuando agora, mas eles voltarão, e precisamos estar prontos."
Os conselheiros de Kiros começaram a planejar a logística e a estratégia. Reforçar as muralhas, treinar mais soldados, acumular suprimentos – tudo isso era essencial para a sobrevivência a longo prazo. Kiros sabia que a chave para vencer essa guerra não era apenas na força bruta, mas também na preparação e na resiliência.
Enquanto as preparações continuavam, Kiros teve um momento de descanso em seu quartel-general. Ele pensou em seus pais que nunca conheceu, em seus amigos, em tudo o que estava em jogo. A luta contra os goblins era uma batalha pela sobrevivência de toda a humanidade, e ele estava determinado a não falhar.
Mais tarde, naquela noite, Kiros subiu até o topo da muralha norte. Ele olhou para o horizonte, onde as fogueiras dos goblins ainda brilhavam na distância. A guerra estava longe de acabar, mas ele estava pronto para enfrentar qualquer desafio que viesse. A vitória de hoje era apenas o começo de uma longa e árdua jornada.
Os ventos da noite sopravam frios, mas Kiros sentia um calor dentro de si – a chama da determinação, da coragem e da persistência. E assim, com o coração firme e a mente clara, Kiros se preparou para os dias sombrios que viriam, pronto para lutar até o fim pela vida e pelo futuro de seu povo.