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Chapter 4 - Cerimônia de Maioridade

Eles nadaram de volta o mais rápido que puderam, chegando para ver o coral central iluminado e decorado. Caspian franziu a testa, nadando em direção a um de seus amigos que havia estado vigiando a área.

"O que está acontecendo?"

"Eles estão realizando a cerimônia de maioridade da Naia agora," ele disse, com os olhos olhando por ele e para Naia. 

Ele sorriu galantemente, o que fez Caspian querer empurrá-lo. O amigo o ignorou e continuou a olhar calorosamente para Naia, "Anciã Baba está te chamando." 

Naia olhou para Caspian, confusa, mas assentiu e se despediu mesmo assim, embora se sentisse estranhamente relutante.

Os olhos esmeralda de Caspian seguiram sua futura companheira com uma expressão complicada.

Embora fazer a cerimônia adiantada não fosse inédito, era raro e geralmente desnecessário.

Ele… tinha um mau pressentimento sobre isso.

***

Mais tarde naquela noite, o único clã de sereias do mundo se reuniu em um só lugar, observando com expectativa.

A área estava iluminada com criaturas bioluminescentes e estalactites cintilantes. Todos esperavam pacientemente enquanto sua adorada Naia finalmente entrava na fase adulta.

O caminho estava alinhado com criaturas bioluminescentes, pavimentando um caminho de luz para a nova sereia adulta se juntar ao clã.

De fato, vendo Naia junto com as outras sereias, suas diferenças eram mais marcantes em comparação: Sua pele tinha mais cor, suas orelhas não eram tão pontudas e suas mãos não eram palmadas.

Devagar, ela nadou por esse caminho, a luminescência lançando um brilho etéreo sobre ela e fascinando todos que olhavam. 

Conforme ela se movia, as sereias cantavam juntas, suas vozes encantadoras reverberando pelas águas. Elas cantavam uma melodia harmoniosa, como a dos jovens serezinhos entrando em outra vida.

Talvez fosse isso.

No final do caminho havia uma plataforma feita de conchas e corais especiais. Eles eram tão antigos quanto alguns milênios, literalmente testemunhando o crescimento e declínio dos clãs. 

Atrás desta plataforma estava a própria grande anciã, pronta para facilitar a cerimônia. 

Isso era uma grande honra, já que sempre eram os outros anciãos que haviam feito isso para os demais. 

Naia se sentiu um pouco nervosa ao se aproximar do fim, virando a cabeça levemente para ver Caspian, que sorriu para ela de forma tranquilizadora. 

Ela retribuiu o sorriso, sentindo-se um pouco melhor. Seu coração se acalmou enquanto ela flutuava em frente à plataforma e à anciã.

A anciã não falou por um tempo, apenas olhou para ela profundamente. Naia já estava começando a ficar nervosa novamente quando a velha sereia finalmente falou.

"Hoje, celebramos uma ocasião marcante para nosso pequeno clã: a cerimônia de maioridade de nossa Naia."

"Após dezoito ciclos do mundo, o dia finalmente chegou. 

"As correntes do tempo fluíram para a frente, testemunhamos o crescimento de nossa juventude.

"Agora ela atingiu a maioridade e um novo caminho a aguarda."

Elas se viraram para olhar para Naia, falando diretamente com ela.

"Jovem sereia, agora você embarcará na jornada para o desconhecido. 

"Que sua força e amor pelo clã sejam seu guia. O futuro do nosso clã repousa sobre você. Você aceita?" 

Naia enrolou sua cauda, dobrando seu corpo. "Sim." 

Obviamente, isso era dito para os outros serezinhos que passavam por essa cerimônia. 

Por que parecia... diferente? 

Parecia mais pesado, ela pensou, assim como todos os outros.

Talvez fosse porque o próprio Grande Ancião liderava sua cerimônia? 

***

O costume depois da cerimônia era um banquete, realizado em um dos grandes afloramentos. 

Lá, uma abundância de delícias oceânicas preenchia uma pedra alongada. 

Havia bandejas e mais bandejas feitas de conchas, levando vários alimentos para saciar o estômago.

Havia diferentes tipos de peixe, algas e similares, e os merfolks os consumiam alegremente enquanto trocavam suas histórias.

As sereias se reuniram ao redor. Principalmente falando sobre a história da ex-jovem. Acontece que Naia era a serezinho favorita do clã desde que era jovem. Por virtude de sua doçura natural, sinceridade e beleza, era amada por todos, apesar de seu jeito de encrenqueira.

Alguns merfolks contavam sobre a fofura de sua infância. Algumas histórias de seu nascimento e alguns contos de sua primeira jornada para o mundo externo a partir da segurança de seu lar.

Alguns merfolks recordavam com carinho seus momentos de brincadeira juntos.

E alguns merfolks contavam sobre suas travessuras travessas que faziam cardumes de peixes entrarem em pânico. 

Gargalhadas surgiam em reminiscência, provocantes e cheias de felicidade. 

Naia observava tudo isso com um sorriso, até que um guarda a chamou para algum lugar. Ela piscou e se despediu dos outros, seguindo obedientemente conforme ordenado.

Era o Grande Ancião, e ela percebeu que ele havia estado observando a reunião de certa distância. 

Apesar da natureza brincalhona de Naia, ela não pôde evitar pausar e se sentir solene. Ela ficou de pé a uma distância do ancião antes de suspirar e se aproximar dela.

"Você me chamou, Grande Ancião?" Ela perguntou, sua doce voz ecoando na área.

O Grande Ancião não falou por um momento, antes de virar levemente a cabeça para ela, "Você ama o seu clã?" Ela perguntou, e Naia assentiu imediatamente. 

"Sim, claro."

"Você fará o que for possível para protegê-lo de acabar?"

"Claro!" Ela disse, mas suas sobrancelhas se franziram. Não importa quão desinformada, como ela não perceberia a gravidade no tom da sereia mais velha? 

Ela estremeceu um pouco enquanto olhava para a sereia mais velha. "O que está... acontecendo, Grande Ancião?" 

A velha sereia suspirou e apenas acariciou o belo cabelo azul da garota, sem responder sua pergunta.

"Aproveite esta noite, criança. A próxima pode demorar um pouco."

***

Por um tempo, a interação foi um verdadeiro mistério para ela, e ela não conseguia deixar de se sentir pesada, seus olhos observando os merfolks felizes nadando ao redor, cantando em perfeita harmonia juntos.

O que o ancião quis dizer?

No entanto, seus pensamentos foram interrompidos quando ela sentiu braços fortes envolverem sua cintura pequena. 

"Eu te encontrei," uma voz familiar e aveludada soou em seus ouvidos. "O que você está fazendo tão longe?" 

Ele a procurou por um tempo. Ele era um guarda e teve que cumprir seus deveres antes de se juntar à reunião. Ele ficou surpreso ao vê-la não estar lá quando chegou. 

"O Grande Ancião me chamou," ela disse, "Ela só me fez uma pergunta e foi embora..."

Caspian franziu a testa e seu aperto relaxou enquanto a virava para enfrentá-lo. Ele olhou para sua linda futura companheira, flutuando à sua frente em transe.

Ele também sentiu a diferença na cerimônia.

E instintivamente sentiu uma espécie de ameaça.

Mas… mesmo ele não tinha o poder de questionar os anciãos. Ele confiava que as coisas se esclareceriam em breve.

De qualquer forma, ele não queria que esse dia especial fosse manchado por essa pesar, então ele deu um sorriso, tranquilizando sua companheira que ficaria tudo bem.

"Não vamos nos preocupar com isso agora," ele disse, segurando a mão macia dela.

Ele a puxou suavemente para a sua morada, uma caverna criada pelo coral central, perto da borda de sua comunidade.

Era do tamanho que poderia caber confortavelmente algumas orcas.

Era um dos espaços mais amplos e privados que havia. Afinal, ele era filho de um Ancião.

Ele fechou a cortina de conchas, trancando-os juntos, e ela o olhou em transe.

"Você agora atingiu a maioridade…" ele disse, inclinando-se, "As coisas mudaram. Agora podemos criar descendentes." 

Ao ouvir suas palavras, Naia piscou, inclinando a cabeça. 

Ela acabou de passar pela sua cerimônia e ainda não havia sido ensinada estas coisas. Caspian decidiu ensinar ela mesmo. 

Caspian riu, acariciando a cabeça dela. "Você não amava os serezinhos?" Ele perguntou, muito paciente.

O rosto dela se iluminou, assentindo.

"Você sabe como eles são feitos?" Ele perguntou, enrolando sua cauda ao redor da dela, mudando o ângulo de seu flutuar. "É quando companheiros consumam seu amor." 

Ele olhou para ela profundamente, seus olhos esmeralda encontraram os dela azuis, cheios de sedução, esperando atrair. 

"Devemos?"