Chapter 10 - Orfanato Const 6

Elvira correu pelo corredor em frenesi, seu coração batendo selvagemente contra seu peito. Ele podia claramente ouvir a saliva viscosa do monstro pingar no chão atrás dele, seu cheiro nauseante quase o sufocando.

Finalmente, ele alcançou a porta da sala de armazenamento, tirando um grampo de cabelo endireitado e rapidamente o inserindo na fechadura. No entanto, justo naquela hora, o monstro atrás dele saltou com incrível força, vários metros para o alto, indo diretamente para cima de Elvira!

Elvira sentiu um vento fétido passando sobre ele. Virando a cabeça, ele viu o rosto do monstro horrivelmente adornado com seis olhos malignos, todos fixados nele. Um arrepio percorreu seu corpo enquanto ele se esquivava instintivamente para o lado.

No último instante, Elvira forçou a abertura da porta para sala de armazenamento e se jogou para dentro. Um baque surdo soou enquanto o monstro acertava nada além do ar. Elvira rapidamente chutou a porta para fechá-la, caiu no chão e com toda sua força, segurou e trancou a porta de ferro.

Só então ele deixou escapar um longo suspiro de alívio. Contudo, o perigo não havia acabado; ele escutou atentamente os ruídos fora da porta, percebendo a respiração do monstro ficar mais pesada, como se estivesse confuso sobre o paradeiro de sua presa.

Na sala de armazenamento, havia uma porta escondida que levava ao consultório médico. A Professora Ginger, temendo que as crianças descobrissem a sala de armazenamento e brincassem lá dentro, trancou a porta principal e criou uma entrada secreta no consultório médico, normalmente acessando o armazenamento por lá. As crianças tinham muita resistência ao consultório médico, então nunca descobriram a sala de armazenamento.

Claro, o segredo da sala de armazenamento não pôde ser escondido de Elvira, com sua habilidade em arrombar fechaduras, não havia quarto no Orfanato que ele não tivesse entrado.

Ele fechou a boca, segurando sua respiração, tentando discernir seu próximo movimento naquele silêncio sufocante.

"Bum! Bum! Bum!"

De repente, a porta de ferro começou a aguentar pancadas violentas, cada impacto fazendo seu coração se contrair. Uma forma de cabeça aterrorizante começou a se formar na parte bulgosa da porta! A criatura estava tentando arrombá-la, a frágil porta de ferro tremendo sob seus golpes!

O som ensurdecedor dos impactos quase estouraram os tímpanos de Elvira, fazendo sua cabeça pulsar com dor.

Corre!

Ele rapidamente passou por uma seção de prateleiras decadentes, o cheiro de decomposição atingindo suas narinas. Atrás das prateleiras, ele encontrou uma porta estreita escondida, disfarçada atrás de uma pilha de vassouras e barris. Sem hesitar, Elvira chutou esses obstáculos para o lado e empurrou a porta.

No mundo além da porta, a escuridão reinava, apenas com a iluminação fraca da lanterna de seu celular para guiá-lo. Seguindo o feixe de luz, ele avançou.

Era um corredor estreito, apenas largo o suficiente para uma pessoa passar. Curvando-se, ele correu à frente, sem ousar olhar para trás, pois tinha ouvido o barulho violento da porta de ferro ser arrombada — a criatura tinha invadido a sala de armazenamento!

Gotas de água ocasionalmente caíam do teto do túnel em sua cabeça, o frio agoniante causando calafrios involuntários.

Ele escorregou em algo sob seus pés, quase caindo. Baixando-se e iluminando com a luz do celular, ele encontrou uma boneca com uma perna quebrada, que lhe parecia familiar. Ele a guardou no bolso e continuou correndo para frente.

Chegando ao fim do túnel, ele escutou atentamente por quaisquer sons vindos do consultório médico, saindo cautelosamente depois de confirmar que não havia barulhos anormais. Entretanto, um latido penetrante de repente ecoou pelo túnel atrás dele; ele sabia que a criatura estava se aproximando de novo!

Elvira, sem tempo para hesitar, se moveu rapidamente pelo consultório médico sob a fraca luz do luar. Vendo a saída, ele correu em direção a ela, eufórico.

Mas justo quando ele estava prestes a sair, um cheiro fétido e quente o atingiu, fazendo-o ficar tonto e nauseado. Frangindo a testa, ele olhou para trás e ficou aterrorizado ao ver a criatura com um rosto humano e corpo de cachorro parada onde ele acabara de estar, seus seis olhos brilhando ameaçadoramente. Ela abriu suas três bocas, revelando presas afiadas, e emitiu um rosnado profundo.

O coração de Elvira apertou, e ele rapidamente pegou a maçaneta da porta. Do outro lado do consultório estava o dormitório da Professora Ginger, e diagonalmente oposto estava a escada que tinha desaparecido.

Ele precisava verificar se a escada tinha reaparecido.

A criatura lentamente se levantou, ficando alta e musculosa como um humano, seu pelo grosso e denso. Seu rosto estava grotescamente distorcido, com os traços de suas três faces terrivelmente deslocados. Seus olhos afundados, o branco vermelho-sangue e as pupilas alongadas, faiscando com um brilho brutal. As três narinas estavam colapsadas, deixando apenas dois orifícios nasais escuros exalando hálito fétido.

As três bocas estavam anormalmente largas, os cantos rachados até as orelhas, revelando presas afiadas e línguas vermelhas e vivas.

Aquele rosto humano hediondo não estava apenas deslocado em traços, mas também torcido em expressão. Ele alternava entre risadas escancaradas e zombarias sinistras e frias. O rosto estava cheio de um desejo sanguinário e uma intenção insana de matar, causando arrepios.

À medida que a criatura avançava com passos pesados e deliberados em direção a Elvira, cada passo fazia o chão tremer. A intensa e sufocante estença ficava mais forte à medida que se aproximava. O coração de Elvira acelerou, forçando-se a permanecer calmo e procurar uma oportunidade de escapar.

Quando a criatura abriu sua boca imensa, revelando suas presas afiadas, pronta para pular em Elvira, ele forçou a abertura de uma porta ao lado dele, se jogando e rolando pelo corredor!

Com um forte "bum", o monstro bateu contra a porta, rebotando no chão. Aproveitando essa oportunidade, Elvira se arrastou de volta aos pés, rolando e se arrastando em direção à entrada da escada!

No momento crítico, as escadas levando ao segundo andar finalmente apareceram. Mas a besta, impulsionada por raiva imensa e intento malévolo, já estava saltando por trás. Elvira sentiu formigamentos em suas costas como se incontáveis agulhas geladas estivessem espetando sua espinha. Ele quase podia sentir o olhar malévolo daqueles seis olhos e o mau cheiro expelido de suas bocas.

Ele fez um salto decisivo em direção ao corrimão da escada, braços protegendo a cabeça, e enrolou-se, rolando escada abaixo para o segundo andar.

Deitado no chão frio do segundo andar, a criatura terrível estava confinada ao terceiro andar, emitindo latidos enlouquecidos e frenéticos cheios de raiva e frustração.

Elvira deitou no chão frio, tomando um longo fôlego de alívio. Seu corpo estava dolorido. Quando ele lentamente se sentou, ele percebeu que estava encharcado em suor frio. Sua respiração acelerada gradualmente aquietou.

Ele tinha que encontrar Blair!

Flanqueando o corredor do segundo andar estavam várias lâmpadas elétricas. Naquele momento, as luzes piscavam em um ritmo estranho e irregular, o zumbido da eletricidade fracamente audível.

De dia, os Trabalhadores de Cuidados no Orfanato tinham que seguir o Manual de Sobrevivência do Trabalhador de Cuidados, então naturalmente haveria também um manual para sobreviver à noite.

Os que precisavam obedecê-lo eram as crianças.

Ele tirou a boneca de seu cinto e a examinou de perto, agora lembrando por que esse brinquedo quebrado lhe parecia tão familiar.

Era porque ele tinha visto Blair brincando com uma boneca idêntica àquela tarde.

Blair deve saber das regras noturnas de sobrevivência do Orfanato!

Ele escutou atentamente os sons de todo o Orfanato, a maioria das crianças estava na sala de jantar no primeiro andar, fazendo suas refeições.

Exceto—

O segundo andar abrigava a sala de jogos, quartos e banheiros.

Elvira chegou à porta do quarto 203, bateu e, ao não receber resposta, empurrou a porta e entrou.

Este era um quarto estreito e apertado, suas paredes brancas há muito tempo haviam perdido seu brilho anterior, substituídas por marcas do tempo e manchas descoradas. Os lençóis eram brancos e o cobertor amarelo estava cuidadosamente dobrado na cabeceira da cama. Ao lado da cama havia um armário decrépito, encostado torto no canto do quarto, sua superfície marcada por arranhões e manchas. As cortinas estampadas estavam fechadas, cortando completamente a noite lá fora.

Ela não está aqui?

Elvira sorriu, fechou a porta do quarto e caminhou em direção ao armário. Sua mão alcançou a maçaneta do armário e com um puxão súbito, ele o abriu!

Blair estava sentada lá dentro, abraçando os joelhos! Seus olhos azul-verde estavam cheios de uma frieza; ela não se assustou nem um pouco, apenas observava Elvira silenciosamente.

"Você é boa, me encontrou sem medo." Ela saiu do armário, pisou no chão e bateu nos joelhos.

Elvira tirou a boneca do bolso, colocando-a na frente de Blair, dando uma sacudida.

O olhar dela de repente brilhou, estendendo a mão para pegar a boneca. Elvira levantou a boneca mais alto, estendendo-a para Blair com uma mão.

"Troca." Elvira inclinou a cabeça, seus olhos transbordando de curiosidade.

Blair, com o olhar preso na boneca, relutantemente jogou um pedaço de papel amassado na mão de Elvira. Elvira lançou a boneca nos braços de Blair.

Ele desdobrou o papel amassado, obtendo as "Regras Noturnas para a Sobrevivência das Crianças" que tinha esperado conseguir.