Rosina andava de um lado para o outro enquanto olhava o envelope da proposta de contrato. Ela só dormiu por três horas antes de sua mente decidir que era hora de começar a pensar.
"Este é o dia em que eu devo decidir," Rosina murmurou para si mesma enquanto mordia sua unha.
Rosina nunca imaginou que alguém ofereceria um contrato de acasalamento. Inicialmente ela pensou em contratar alguém para agir como um amante para ter alguma paz, mas decidiu ignorar o pedido de seus pais para irritá-los.
*batida na porta!*
Uma batida na porta trouxe Rosina de volta à realidade.
"Entre."
Fina e Sal entraram no quarto com um carrinho e o vestido. Eles cumprimentaram Rosina com um grande sorriso de excitação.
Rosina olhou para o relógio na mesa de cabeceira, pois pensou que era muito cedo para elas chegarem. Ela percebeu que já eram 7:00 da manhã, e ela havia procrastinado por mais de quatro horas.
"Você está se sentindo bem, Senhora Rosa? Sua tez não parece boa," Fina disse e encarou o rosto de Rosina, que tinha olheiras profundas.
"Acordei cedo," Rosina respondeu e sentou-se na cadeira enquanto Sal colocava o café da manhã na mesa.
"Deve ser pela empolgação," Sal riu com um sorriso luminoso. "É o dia da introdução, afinal. Estou curiosa para saber quem chamou a atenção dos Príncipes."
Fina cutucou Sal quando ela começou a sonhar acordada na frente de Rosina. Essa ação fez Rosina rir, e seu humor clareou.
Ambas as servas olharam para Rosina quando a viram rir sinceramente. Sua beleza era suficiente para deixá-las deslumbradas.
"Você é linda, Senhora Rosa," Sal murmurou inconscientemente, com os olhos arregalados enquanto olhava fixamente para o rosto de Rosina.
"Sua beleza é refrescante, Senhora Rosa. Como uma flor que desabrocha no primeiro dia da primavera," Fina declarou e suspirou profundamente em contentamento. "Sua companheira terá sorte de ter você."
O sorriso de Rosina desapareceu ao ouvir a menção de companheira, e ela gemeu de frustração. Ela se inclinou para trás na cadeira e deslizou pelo assento enquanto massageava o couro cabeludo.
Essa ação fez com que as duas servas recuassem. Elas pensaram que tinham dito algo errado e imediatamente se ajoelharam no chão.
"Pedimos desculpas pelo nosso erro. Aceitamos a punição que a Senhora nos dará," Fina declarou, e Sal concordou com a cabeça antes de se inclinarem ainda mais.
Rosina ficou confusa com as ações delas, pois reagiram às suas palavras e as levaram para o lado negativo. Isso fez com que pensasse sobre como o palácio tratava seus servos para torná-los submissos.
"Levantem-se. Eu não quero ver vocês ajoelhadas e com a cabeça no chão. De hoje em diante, podem falar o que pensam sem se preocupar. Eu não vou machucar nenhuma de vocês," Rosina declarou e foi em direção a elas para ajudá-las a levantar.
"Você está bem com isso, Senhora Rosa?" Sal perguntou timidamente enquanto mordia os lábios para impedir que as lágrimas escorressem dos seus olhos.
"Sim, claro. Todo mundo tem suas próprias opiniões, e eu valorizo o que vocês acabaram de dizer. Peço desculpas pela minha reação, pois esse negócio de acasalamento me sobrecarregou," Rosina disse de maneira desajeitada e riu. Ela podia ver os brilhos nos olhos delas e bocas entreabertas.
"Senhora! Wahhh!" Fina e Sal choraram e abraçaram Rosina na cintura, pois eram mais baixas do que ela.
Rosina riu e acariciou as cabeças delas até que se acalmassem. As duas voltaram ao normal quando perceberam que estavam atrasadas para a hora da reunião de introdução.
Sal correu apressadamente para o banheiro e preparou um banho quente enquanto Fina arrumava o vestido e os outros acessórios para ter tudo organizado. Rosina voltou para tomar seu café da manhã com um sorriso satisfeito.
Demorou mais de duas horas até que finalmente terminassem, e Fina ajudou a amarrar a máscara que Rosina usaria para o dia.
Rosina se olhou no espelho e observou seu simples vestido branco.
"Obrigada por atender ao meu pedido de fazer meu vestido simples," Rosina declarou para Fina, que fez bico. Originalmente, Fina planejava alterar os vestidos e torná-los chiques, mas Rosina pediu para não fazerem.
"Este é um dia especial, Senhora Rosa. Tem certeza que vai usar um traje simples?" Sal perguntou por trás. Ela estava colocando flores brancas nas tranças de Rosina.
"Sim, tenho certeza," Rosina declarou e agradeceu a elas pelo trabalho duro. Ela não queria usar vestidos que chamassem a atenção dos homens, mas, mais do que tudo, seus pais estariam lá, e ela não queria que pensassem de onde ela tinha tirado os vestidos.
'Que ironia o pai não apoiar minhas despesas mas esperar que eu traga para casa um homem para casar,' Rosina pensou enquanto revirava os olhos.
Rosina se aprontou antes de voltar para o palácio em direção à sala do trono, mas não podiam entrar primeiro já que o Rei e Rainha ainda não haviam chegado.
Rosina olhou ao redor e viu a maioria das mulheres vestindo vestidos pesados e luxuosos e joias. Ela era a única usando um traje simples.
'Parecemos espermatozoides,' Rosina pensou enquanto olhava para o enxame de mulheres vestindo branco, a cor tema do dia.
Aquele também foi o momento em que as diferenças de classe se tornaram evidentes. Os funcionários do palácio reuniram os nobres e seus servos no fundo. Em seguida, veio o plebeu com títulos mais elevados. Para os plebeus comuns, foram deixados entrar primeiro como plateia, já que não seriam apresentados ao Rei e à Rainha.
Para os lobos machos, eles seriam apresentados por último, pois seriam eles a escolher suas companheiras e pedir sua mão em frente à família real antes de seus pais.
O coração de Rosina acelerou com o pensamento no contrato. Ela ainda não havia discutido suas condições com Drago. Ela balançou a cabeça e se concentrou na tarefa. Rosina espiou da fila e procurou por Felissa, que estava alinhada antes dela.
Felissa estava lá, parecendo miserável. Seu corpo estava tremendo, e ela parecia desconfortável. Ela continuou olhando ao redor até que seus olhos encontraram Rosina.