Chereads / Pokemon: uma jornada diferenciada / Chapter 61 - 61- Não é tão simples quanto esperado

Chapter 61 - 61- Não é tão simples quanto esperado

Dave, treinador Pokémon, mestre não oficial de Pokémon do tipo inseto, membro da renomada família Joy, estrela em ascensão na comunidade de treinadores e, por fim, streamer com milhões de inscritos.

Mas nunca, nem nos seus sonhos mais bizarros, imaginou que estaria em uma situação como esta: sendo uma babá.

Com um braço, ele segurava Eevee como se fosse um bebê recém-nascido. No outro, uma mamadeira pronta para alimentar a pequena criatura traumatizada. No rosto, o olhar vazio de um homem derrotado, resignado com seu destino.

'Eu mereço isso.'

Cuidar de um Pokémon traumatizado era algo que demandava muito mais do que paciência.

Jack, seu Scizor, foi uma exceção inesperada. Apesar de ter vindo de um passado difícil, o inseto metálico possuía um autocontrole quase inabalável.

Mesmo nos primeiros dias, quando não confiava em Dave, Jack obedecia suas ordens. Não por lealdade, mas por entender seu papel como Pokémon de um treinador.

Com o tempo, esse autocontrole permitiu a Jack observar o comportamento de Dave, percebendo que ele era diferente de seu antigo treinador.

Dave não era uma figura perfeita, tampouco a encarnação de bondade idealizada pelos comerciais de TV. Ele não era aquele garoto de 10 anos sonhador moldado pela mídia para desejar ser um Mestre Pokémon.

Mas ele era justo. Honesto. E, no fim das contas, um cara legal... sadico mas legal.

Eevee, entretanto, era uma história completamente diferente. Ela não tinha a mesma maturidade ou força emocional que Jack. Pequena em corpo e mente, ela era, essencialmente, uma criança.

Uma olhada rápida na Pokédex revelou sua idade: apenas cinco anos.

Os traumas que carregava eram esmagadores. Na presença de humanos, ela tremia como se o chão fosse desaparecer a qualquer momento. Tentava fugir, incapaz de reunir forças para lutar, pois "sabia" que qualquer resistência só traria mais dor.

Mas Dave não era alguém que se deixava intimidar por essas barreiras. Enquanto as enfermeiras Joy tentavam abordá-la com delicadeza e paciência, ele tomava um caminho completamente diferente, direto e até mesmo brutal, mas necessário.

Remédio? Ele enfiava goela abaixo.

Comida? Deixava que a fome fizesse o trabalho.

Banho? Jogava na banheira e lavava, sem cerimônia.

Convivência? Ela não tinha escolha a não ser ficar ao lado dele.

Os últimos dias foram provavelmente os piores para Eevee desde que ela fugiu de seu antigo treinador. A presença constante de Dave a forçava a confrontar seus medos.

Ela vivia julgada, forçada a obedecer qualquer capricho do humano que antes a tratava como um brinquedo descartável. Pesadelos a assombravam todas as noites, memórias vívidas de mãos brutais a segurando e de ordens cruéis sendo gritada em seus ouvidos.

Quando acordava assustada, arfando de medo, era sempre uma surpresa encontrar Dave ao seu lado, dormindo profundamente. Ele não parecia notar sua inquietação, os braços largados de forma desajeitada, como se tivesse adormecido em meio ao cansaço de cuidar dela.

Eevee, com o coração acelerado, rapidamente pulava da cama de hospital onde os dois dormiam e procurava um lugar seguro para se esconder. Sempre que possível, encontrava um canto escuro onde pudesse dormir em paz, longe da presença daquele humano.

Mas, invariavelmente, no dia seguinte, acordava novamente na cama, envolta pela maciez do cobertor, com Dave acariciando suavemente sua barriga. Ele não dizia nada, apenas continuava os movimentos calmos, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.

Os dias se passaram, e Eevee continuava a resistir. Era a única coisa que conhecia: resistir, lutar, fugir. No entanto, o tempo e a consistência de Dave começaram a desgastar lentamente suas defesas.

Primeiro, ela parou de recusar tanto a comida. Ainda hesitante, deixava que ele a segurasse nos braços e a alimentasse diretamente, pedaço por pedaço. A princípio, sua tensão era evidente — os músculos rígidos, os olhos sempre atentos a qualquer movimento brusco. Mas, aos poucos, ela começou a relaxar.

A hora do banho, antes um pesadelo, tornou-se menos dramática. Ainda temerosa, ficava quietinha enquanto Dave a lavava com cuidado. A água era quente, as mãos dele eram firmes, mas nunca machucavam.

Eevee também parou de fugir da cama durante a noite. Apesar de seu medo persistente, ela sabia que sempre acabaria voltando para o mesmo lugar, e fugir não fazia mais sentido. Ela começou a aceitar essa rotina.

Não se engane, o medo ainda estava lá. Ele era evidente nas pequenas tremedeiras que surgiam quando Dave a segurava de repente ou quando outros humanos se aproximavam. Mas, por outro lado, ela também percebeu algo importante: resistir não a levaria a lugar nenhum. Dave sempre conseguia o que queria, e aceitar isso parecia ser mais fácil do que lutar contra.

Com essa mudança de mentalidade, Eevee começou a notar coisas que antes ignorava, presa no turbilhão de sua ansiedade. A comida era deliciosa, muito melhor do que qualquer coisa que já havia experimentado.

A água do banho era confortavelmente quente, diferente das memórias geladas e ásperas de antes. As mãos de Dave, embora grandes e firmes, eram incrivelmente gentis e cuidadosas.

A cama era macia e aconchegante, e o calor que Dave irradiava enquanto dormia ao seu lado era estranhamente reconfortante.

Mas, acima de tudo, eram os carinhos na barriga que mais a desarmavam. A princípio, eram apenas toques suaves que a deixavam desconfiada. Com o tempo, porém, ela começou a perceber o quanto gostava daquilo. Subconscientemente, seu corpo relaxava, e um pequeno desejo por mais desses carinhos surgia, mesmo que ela nunca admitisse.

Dave, sem dizer uma palavra, estava desmontando lentamente cada uma das barreiras que ela havia erguido para proteger seu coração ferido.

...

"Eu já estou cansado disso," disse Dave, enquanto escovava o pelo de Eevee com movimentos lentos, mas firmes. A pequena Pokémon se mexia desconfortável em seus braços, tentando se esquivar.

"Por quê?" perguntou Brock, cruzando os braços enquanto observava a cena com curiosidade.

"Porque eu não sou criador de Pokémon," resmungou Dave, soltando um suspiro frustrado. "Eu não fui feito para esse tipo de coisa. Meu foco é batalha, não babá."

Misty, sentada próxima, riu baixinho antes de intervir: "Seu parentesco diz o contrário."

Dave parou o que estava fazendo e lançou um olhar irritado para ela. "Calada. Eu ainda estou com raiva de você. Por sua culpa, agora eu tenho que cuidar dessa bola de neve traumatizada."

"Ei, não diga isso!" Misty rebateu, mas com um tom mais suave. "Você fala como se não estivesse gostando dela."

Dave hesitou, ainda segurando a escova. Seu olhar caiu sobre Eevee, que agora estava quieta, talvez por pura exaustão ou por finalmente perceber que resistir era inútil. "Não é isso," ele murmurou, com um toque de cansaço na voz. "É só que... literalmente tem um ginásio a algumas quadras daqui. A minha quinta insígnia. Depois dela, eu precisaria andar apenas um ou dois dias até Saffron, onde poderia enfrentar mais dois ginásios de uma vez."

"Você quer dizer a insígnia da Grama, Psíquico e Lutador, tudo em uma semana," Brock completou, já familiar com a lógica estratégica de Dave.

"Exato!" Dave apontou para Brock como se ele finalmente tivesse entendido. "Com isso, eu estaria a apenas uma insígnia da Liga Pokémon! Não precisaria apressar as viagens, e poderíamos explorar os lugares que deixamos passar."

Brock assentiu lentamente. "Faz sentido. Com isso, você poderia alcançar seu objetivo principal mais cedo e ainda aproveitar mais as jornadas."

Dave virou para Misty com um olhar de triunfo. "Viu? Ele também concorda. Mas não, agora eu estou aqui, cuidando de—"

Antes que ele pudesse terminar, Eevee começou a se contorcer novamente, tentando escapar das escovadas. "Fica quieta!" Dave gritou, segurando-a com mais firmeza enquanto ela agitava a cauda para todos os lados.

Misty não conseguiu conter o riso. "Sabe, quanto mais você reclama, mais você parece gostar dela."

Dave bufou, mas não respondeu. Ele sabia que não adiantava discutir.

Por mais irritante que fosse cuidar de Eevee, depois de tanto tempo, ela já havia se tornado, de maneira não oficial, parte de sua equipe.

Dave já havia cogitado capturá-la formalmente. A ideia de simplesmente jogar uma Pokébola nela passava por sua mente com frequência. Eevees eram Pokémons incrivelmente versáteis e valiosos, independentes de sua forma.

Com várias evoluções possíveis, cada uma se destacando em seu tipo, era difícil não considerar as possibilidades. Vaporeon, em particular, era uma escolha tentadora — sem dúvidas, a mais poderosa dentre as evoluções.

Mas até mesmo uma Eevee sem evoluir tinha potencial. Treinadores comuns teriam dificuldades em enfrentá-la devido à sua versatilidade.

Dave já havia planejado quinze estratégias únicas para transformar uma Eevee básica em um ás competitivo, capaz de enfrentar praticamente qualquer adversário. Com treino suficiente, ela poderia se tornar uma peça central de seu time.

Ainda assim, ele hesitava em capturá-la. A enfermeira Joy havia aconselhado contra isso, alertando sobre os riscos. Eles não sabiam como Eevee reagiria à Pokébola, considerando o trauma que ela havia sofrido.

Por isso, deixá-la livre parecia ser a escolha mais segura no momento.

Relutantemente, Dave concordou em esperar. Mas ele guardava a ideia no fundo da mente. "Talvez mais tarde," pensava, enquanto continuava cuidando dela.

Enquanto isso, a enfermeira Joy surgiu no ambiente, trazendo consigo um ar de profissionalismo e calma. "Sabe," começou ela, atraindo a atenção de Dave, "eu acho que, do jeito que ela está agora, vocês já poderiam retomar sua jornada."

Dave arqueou uma sobrancelha, intrigado. "Como assim?"

"Bom," respondeu a Joy, com um leve sorriso, "como você deve ter percebido, ela já não reage tanto à sua presença. E quanto aos seus amigos..." A enfermeira lançou um olhar para Misty, Brock e Melanie, que observavam a conversa de longe. "...pelo menos ela não corre de medo ao vê-los. Isso é um grande progresso."

Dave olhou para Eevee, que estava deitada ao seu lado, observando com olhos desconfiados, mas sem fazer nenhum movimento brusco para fugir.

"Assim," continuou Joy, "os riscos de ela desaparecer durante a viagem são baixos. E, como você mesmo disse, Saffron está a apenas alguns dias daqui. Acho que vai ficar tudo bem."

Dave ponderou por um momento. Voltar à sua jornada era tentador. Finalmente conquistar a insígnia que tanto desejava e retomar sua busca pela Liga Pokémon.

"Eu também acho que ela está certa," disse Melanie, quebrando o silêncio. "Você mesmo disse, tem um ginásio bem aqui. Você pode simplesmente ir batalhar enquanto nós cuidamos dela na arquibancada."

Brock, sempre pragmático, completou: "Se acontecer algum problema, então podemos simplesmente esperar mais alguns dias antes de seguir viagem. Você já terá sua insígnia, e isso vai te ajudar a avançar."

"Eu não tenho nenhum problema com isso," acrescentou Misty, com seu tom usualmente direto, sem hesitar.

"Uhm... talvez..." Dave murmurou, relutante. "E eu já falei que não quero falar com você."

Misty, rapidamente irritada, deu a língua para ele e cruzou os braços, virando-se em direção ao outro lado, claramente incomodada pela atitude dele.

________________________________

<1855 palavras>

Qual é a Eevolution preferida de vocês, vale a própria Eevee, shinys contam separadamente. O meu é o Umbreon shiny, aqueles anéis azuis combina perfeitamente com ele, a pior é o Espeon shiny, coisa verde horrorosa.

[Eevee]

[Vaporeon]

[Jolteon]

[Flareon]

[Espeon]

[Umbreon]

[Glacion]

[Leafeon]

[Sylveon]

[Forma shiny]