Com a chegada de uma nova membra no grupo, as longas viagens ficaram muito mais animadas. Melanie trouxe consigo um toque único e uma energia que acrescentou diversidade à equipe, além de seis novos Pokémon que estavam mais que dispostos a aprender e crescer. Cada um deles era forte à sua própria maneira, e a sede de aventura e o entusiasmo por novos desafios estavam estampados em seus olhos.
Para os Pokémon de Melanie, essa era uma oportunidade única. Eles viam os Pokémon de Dave, Misty e Brock como veteranos experientes, quase como irmãos mais velhos e mentores. Olhavam para eles com admiração e respeito, ansiosos para aprender com aqueles que já haviam enfrentado tantas batalhas e situações desafiadoras. Entre todos, os Pokémon de Dave eram os que mais chamavam a atenção: com uma postura descontraída e um ar de confiança, eles sempre estavam fora da Pokébola, livres para explorar e interagir, criando laços mais rápidos e naturais com os novos companheiros.
Essa convivência constante também trouxe um novo tipo de atmosfera ao grupo. Durante os acampamentos, os treinamentos e até mesmo nas refeições compartilhadas, a interação entre os Pokémon e seus treinadores era cheia de animação e expectativa. A troca de experiências entre eles estava sempre presente — ora através de brincadeiras, ora através de batalhas amistosas, onde cada Pokémon testava seus limites e aprimorava suas habilidades.
Enquanto tudo isso acontecia, o público das lives notava cada detalhe da nova dinâmica. Comentários surgiam com frequência, muitos deles divertidos, outros curiosos, e, claro, alguns que traziam implicações que nos faziam rir e também suspirar de exasperação. Frases como "Agora os casais estão completos!" pipocavam nas telas, acompanhadas de emojis e reações.
Para Misty, esses comentários eram especialmente irritantes. Ela revirava os olhos cada vez que lia algum, mas sua frustração não parava por aí. Quando a situação ficava insuportável, quem se tornava o alvo de seu "desestresse" era eu, seja com provocações sutis ou implicâncias mais diretas. Eu tentava ignorar, mas às vezes era inevitável não rir ou responder, o que só aumentava o embaraço.
Aos poucos, a nova formação do grupo começou a ganhar sua própria harmonia.
...
"E aqui estamos, as cavernas escuras," anunciou Dave, parando diante da entrada da caverna. O tom de sua voz parecia carregado de um toque de admiração e desafio, como se ele estivesse prestes a entrar em uma verdadeira aventura.
A entrada da caverna estava mergulhada em uma escuridão profunda, quase sobrenatural. Apesar de estarem em pleno dia, parecia que a luz do sol não ousava cruzar a fronteira da rocha fria e silenciosa. A sombra se estendia como uma barreira invisível, reforçada pela fraca névoa acinzentada e fria que flutuava para fora, como uma respiração fantasmagórica do próprio solo. Do fundo da caverna, ecos abafados de sons desconhecidos reverberavam, criando uma sensação de mistério e, para alguns, de perigo iminente.
Esse era o tipo de lugar que parecia saído de uma história de terror. O ar estava carregado de uma presença invisível, e a sensação de serem observados era quase tangível. Dave sorriu ao pensar que era o tipo de lugar onde alguém poderia se transformar em um Pokémon fantasma — se, claro, você soubesse o que isso significa.
"Temos mesmo que entrar aí?" perguntou Misty, sua voz traindo um leve tom de hesitação.
Dave arqueou uma sobrancelha e a olhou com um sorriso provocador. "O que foi, está com medo?"
Misty imediatamente ergueu o queixo, tentando parecer indiferente. "O que? Medo? Pff, claro que não," respondeu, cruzando os braços. "Eu apenas acho que existem lugares mais... seguros para visitar, só isso." Mas, apesar de sua tentativa de parecer corajosa, Dave notou que ela estava visivelmente mais pálida e que suas mãos tremiam levemente.
Brock, observando a situação, decidiu acrescentar seu próprio ponto de vista. "Eu concordo com Misty," disse, cruzando os braços. "Entrar aí é perigoso. Muitas pessoas que se aventuram nesse labirinto de túneis acabam se perdendo e nunca mais conseguem sair."
Nesse momento, Melanie, que estava um pouco atrás, deu um passo discreto para longe da caverna, olhando ao redor como se estivesse procurando uma rota alternativa. "É... Por que não simplesmente damos a volta? Aposto que a vista lá de cima é incrível," sugeriu, tentando soar casual, mas não conseguindo esconder o nervosismo.
Brock, sempre pronto para proteger uma dama, imediatamente se virou para ela com um sorriso confiante. "Não se preocupe, senhorita Melanie, eu vou me assegurar de mantê-la segura..." Ele parou, notando algo estranho. "Ué? Não vai puxar minha orelha?" perguntou confuso, lembrando-se de como Misty sempre o interrompia quando ele tentava impressionar alguém.
Ele olhou para o lado e imediatamente entendeu o porquê. Misty estava tão absorvida em seu próprio medo que não percebeu o comentário de Brock. Ela estava agarrada ao braço de Dave, seus dedos apertando a manga de sua jaqueta. Seu rosto estava parcialmente escondido enquanto ela tremia, claramente assustada. Dave, com um sorriso gentil, fazia o possível para confortá-la, murmurando palavras tranquilizadoras e dando tapinhas leves em suas costas.
Brock olhou a cena e sorriu para si mesmo. "O amor é lindo," murmurou baixinho, observando o casal inesperado. Ele percebeu que, apesar de todo o medo e tensão, havia algo especial naquela troca de apoio. A atmosfera era de pura camaradagem, mas também com um toque de ternura.
Depois de um momento de reflexão, Dave olhou para o grupo com um olhar firme, mas compreensivo. Em um tom mais suave, disse: "Olha, vamos entrar lá de um jeito ou de outro. Chegamos longe demais para vacilar agora. Mas, se vocês realmente não se sentem seguros, podemos tentar algo diferente."
Sem perder tempo, Dave começou a tirar algumas cordas resistentes de sua mochila. Ele se aproximou dos amigos e amarrou cuidadosamente as cordas em volta das cinturas de cada um, garantindo que todos estivessem conectados. "Agora, com todos ligados, não corremos o risco de nos separar por engano," explicou ele, enquanto verificava os nós e ajustava a tensão das cordas para que todos tivessem mobilidade.
Ainda não satisfeito, Dave tirou vários frascos de repelentes de Pokémon de sua bolsa e começou a aplicar nas roupas e mochilas de todos. "Esses repelentes vão nos dar um pouco mais de segurança," disse ele. "Assim, podemos evitar encontros indesejados com Pokémon selvagens."
Misty soltou um suspiro de alívio e sorriu levemente. "Com isso, eu realmente me sinto mais segura para entrar lá," disse ela, tentando manter a confiança.
Brock, observando a preparação cuidadosa de Dave, comentou: "É verdade, Dave, mas ainda assim... não é o suficiente. Tenho certeza de que não fomos os únicos a pensar em explorar essa caverna. Quantas dessas pessoas entraram e conseguiram sair com vida? Talvez devêssemos tomar mais algumas precauções."
Dave assentiu, como se esperasse por essa pergunta, e puxou uma Pokébola do bolso. "Eu tenho mais uma ideia que pode nos ajudar," disse ele, erguendo a Pokébola acima da cabeça. "Amp, vamos precisar de sua ajuda!"
Com um leve toque, ele liberou seu pequeno parceiro elétrico. Com um brilho de energia, o Joltik, apelidado de Amp, apareceu e se acomodou no ombro de Dave, pronto para ajudar.
"Jolt!" Amp exclamou, olhando para Dave com determinação.
"Amp, pode fazer um favor? Quero que você use sua energia elétrica para iluminar o caminho," pediu Dave, acariciando o pequeno Pokémon carinhosamente.
Amp assentiu e, concentrando-se, começou a fazer sua eletricidade fluir pelo corpo. Pequenas faíscas amarelas dançavam ao redor dele, e em segundos ele se iluminou como uma lanterna de luz dourada.
Brock arregalou os olhos, impressionado. "Que ideia genial! Os Pokémon podem liberar luz naturalmente com a energia de seus movimentos. Não precisamos carregar lanternas ou depender de um Pokémon específico."
Dave sorriu. "Exato. O brilho da energia elétrica é forte o suficiente para iluminar o caminho, então vou manter Amp comigo. Não precisamos deixá-lo longe do grupo."
Ele olhou para Misty e deu uma sugestão. "Misty, você também pode fazer isso. Seu Chinchou é literalmente um Pokémon 'peixe lanterna'."
"É mesmo," Misty respondeu, com um brilho de entusiasmo no olhar. Ela pegou sua própria Pokébola e a abriu, liberando seu Chinchou, que apareceu em seus braços com um sorriso brilhante e suas antenas já começando a brilhar em um tom suave de azul.
Dave, ainda em modo de preparação, puxou mais duas Pokébolas. "E agora, para complementar... Vamos precisar da ajuda de vocês também." Com um movimento ágil, ele liberou Beedrill e Scyther, que pairaram no ar com expressões determinadas.
"Vocês sabem o que fazer," disse Dave.
Os dois Pokémon assentiram e começaram a canalizar suas energias internas. O corpo de Scyther começou a brilhar com um tom verde suave, enquanto Beedrill emitiu uma luz de tonalidade amarela e branca, criando um contraste interessante de luzes coloridas que iluminavam a entrada da caverna.
A caverna, que antes parecia um poço sem fundo de sombras e mistério, agora estava envolta em uma aura de cores vibrantes.
As luzes emanadas pelos Pokémon não só iluminavam o caminho, mas também transmitiam uma sensação de segurança e coragem ao grupo, como se estivessem protegidos por uma barreira luminosa.
Dave então se virou para os outros e, com um olhar sério, deu novas instruções: "Certo, agora que temos uma base de luz, liberem todos os Pokémon de porte pequeno e médio que puderem. Façam um círculo ao nosso redor, sempre próximos de nós. E lembrem-se: cada um precisa ter pelo menos um Pokémon junto a si o tempo todo."
Com um aceno, Brock e Melanie começaram a liberar seus Pokémon.
Geodude e Aron os tipo Pedra de Brock surgiram, e suas pedras polidas refletiam a luz em um tom alaranjado e quente, criando uma barreira protetora ao redor do grupo.
Já Melanie liberou seus Pokémon do tipo Planta, que emitiram uma luz verde forte e vívida, como pequenas tochas naturais, formando um contraste que iluminava cada canto da caverna.
Mas Dave, conhecendo bem o perigo daquele lugar, queria garantir todos os cuidados possíveis. "Ainda assim... tenho certeza de que todo cuidado é pouco. E, se aprendemos algo em todas essas viagens, é que se algo der errado, a gente geralmente nem percebe até já estar no meio do problema."
Os outros o encararam, apreensivos, enquanto ele continuava:
"Brock, seu Zubat consegue usar ecolocalização naturalmente. Mantenha-o do seu lado e faça com que ele emita sinais constantes para nos alertar de qualquer movimentação ou parede próxima."
Brock assentiu, chamando Zubat para seu lado e instruindo-o a usar suas habilidades de eco para monitorar o espaço ao redor.
Dave então se virou para Clefairy, sua fiel companheira, e a chamou para perto. "Quanto a mim, vou manter o radar psíquico da Clefairy sempre ativo. Assim, qualquer presença hostil que tente se aproximar vai ser detectada antes mesmo de chegar perto."
Ele sorriu, um pouco mais relaxado agora. "Com tantos níveis de alerta, nem Arceus consegue se aproximar de nós sem ser notado... claro, ele poderia simplesmente se teleportar, mas aí esse já não é um problema meu," completou com uma risada, aliviando um pouco a tensão.
Os amigos trocaram sorrisos nervosos, sentindo-se um pouco mais seguros com todas as precauções.
A combinação de luzes, a posição estratégica dos Pokémon, e o foco nos sentidos aguçados de Zubat e Clefairy criavam uma rede de segurança ao redor deles.
Com um último olhar de encorajamento, Dave deu o sinal, e o grupo começou a avançar em formação dentro da caverna, cada um com seu Pokémon próximo, confiantes de que estavam preparados para o que quer que a escuridão escondesse.
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