Chereads / Memórias. Segredo. VL1 / Chapter 5 - ATAQUE. Parte 2

Chapter 5 - ATAQUE. Parte 2

— Parece que ela não está tão mal assim -O mais jovem debochou meio emburrado.

Hellena ficou com a face rubra a pessoa em que estava escorada era justo ele, sentiu o pânico sem saber o que fazer e Cat percebendo abriu um sorriso de lado.

Se manteve muda, não conseguindo se virar estava literalmente travada, espremeu os lábios estranhando quando Dilan ficou sério apontando para seu pulso.

— O que é isso? — Questionou, abaixou olhar o pulso estava avermelhado no formato de uma mão. Além de dolorido.

— Tive que usar um pouco de força para puxá-la. — Se atentou a voz rouca enquanto sentia o seu tórax subir e descer enquanto falava e quando respirava.

— Então é um ogro. — Dilan manteve um tom de desdém.

— Dilan! — Cat e ela o repreenderão enquanto o menor deu de ombros ignorando.

— Não ligue para ele e obrigada por me salvar. -Hellena confirmou se virando, mas assim que terminou de fazer tal ato se sentiu ruborizar ainda mais, Miguel estava com a camiseta branca sem o paletó comprovando que ele realmente tinha um corpo definido, a água tornava a tecido transparente colando ao seu corpo, algumas gotas de água caiam da ponta dos seus cabelos e escorriam por seu tórax o que o deixava mais perfeito, o que chamava mais atenção eram seus olhos azuis hipnotizantes que tiravam completamente o foco, sentia o controle que ele mantinha, eles transmitiam um brilho intenso enquanto estavam direcionados aos lábios da face feminina.

— Amrram… essa foi por pouco em? Deveria tomar mais cuidado. — Outra voz alerta fazendo com que focasse para o lado se deparando com o de cabelos brancos que devia ser o Rafael Marleke, este mantinha os braços cruzados e a camiseta um pouco molhada provavelmente havia ajudado o loiro.

Hellena se levantou num instante sentindo a cabeça girar por um momento ao fazer, no mesmo segundo o loiro estava ao seu lado a apoiado estreitando os olhos para ela antes de se afastar, não podia negar que era minimamente inquieta.

— Que bom que está bem. — Escutou o tom de alívio da professora. — Certo, ninguém perto da piscina e todos para fora, vou ligar para a polícia. — A professora firmou

— Para chamar os caçadores, grande coisa. — Uma pessoa resmungou, não evitou virar o olhar sentindo o tremor percorrer se imaginando na sala de uma delegacia respondendo a milhares de perguntas e passando por milhares de exames médicos. Nisso os alunos ainda cochichavam em sua volta.

— Aqui, toma. — Escutou a voz rouca no pé do ouvido fazendo o corpo reagir de forma inusitada recuando, cada pelo do corpo se arrepiou em sinal perigo, não pode se afastar muito já que uma das mãos do loiro se firmaram ao redor do braço, ergueu a cabeça para o olhar. Miguel mantinha um olhar sério e superior erguendo a mão livre, não deixou de abrir um sorriso debochado no canto dos lábios enquanto balançava o colar de frente para os olhos dela que por sua vez não pode evitar um sorriso e certa euforia ignorando a sensação recente que veio ao corpo.

— Pensei que ele tivesse arrebentado, obrigada. — Agradeceu com um sorriso pegando o colar das suas mãos, se inclinou afastando o cabelo do pescoço de imediato ele se afastou, ela se sentiu tremer agora de frio, se dando conta que era o corpo dele que estava lhe mantendo aquecida, colocou o colar e suspirou aliviada, aquilo representava muito.

— Tanto faz. — Ele anúncio frio mantendo sempre o olhar erguido.

~FIUUU… FIUU… ~Assobios se fizeram presentes vindo da arquibancada dos alunos mais jovens, notou ao entorno alguns garotos que olhavam estranho e outros cochichavam com sorrisinhos, o loiro serrou os olhos e se afastou para trás de um grupo que estava formado ao redor, era óbvio que não ligavam para a tensão inicial.

— Vocês. Calem a boca. — A professora mandou. — Eu já não disse para irem para fora. — Completou firme fazendo com que se apressassem começando a se retirar.

— O que deu neles? — Questionou confusa esfregando os braços evitando uma tosse.

— Vamos, você precisa ir à enfermaria. — Cat confirmo tentando a puxar.

— E trocar de roupa. — A professora murmurou.

— Vocês estão agindo estranho. — Confirmou confusa notando Dilan colocar a mão na própria testa em descrença.

— Pega. — Escutou a voz de Miguel novamente jogando o paletó que vestia antes, qual pegou prontamente.

— Para que?

— Só aceita. — Cat firmou sorrindo torto o que a faz olhar para o Estraiker.

— Vista, antes que um idiota resolva tirar fotos. — Ele avisou apontando em si mesmo na direção do peito. Hellena se olhou em resposta se arrependendo na hora. A camisa estava rasgada pela massa escura que havia ficado presa na roupa. O queimado, assim como avermelhado sobre o peito.

— Mesmo depois da categoria desaparecer aquela coisa continuou fazendo pressão no seu pescoço. — Ele avisou.

O resultado, o sutiã preto de renda amostra, rapidamente colocou o paletó que tinha o dobro do seu tamanho, fechou os botões, se inclinou para em seguida sentir as pernas bambarem e a vista girar.

— Se sente bem? — A professora se mantinha com receio.

— Acho melhor irmos para casa. — Respondeu de forma descontraída.

— Nem pense, você vai direto para enfermaria. — Cat mandou a fazendo contorce curvando os lábios. — Categorias sugam a energia vital.

— Eu não quero... Estou bem, levem o Dilan. — Afirmou avançando um passo e sentiu as pernas falharem de vez, o corpo estava exausto, esperou o tombo estranhando quando esse não veio.

— Vou levá-la para enfermaria. O menino está bem? — O loiro perguntou com os olhos virados para o Marleke que concordou com a cabeça. Hellena curvou o olhar sentindo o rosto esquentar pelo fato de estar literalmente nos braços do loiro que a carregava sem esforço algum com Dilan vindo logo atrás, diminuiu o passo minimamente para que ele os acompanhasse.

— Esperem aí. — A professora avisou os seguindo em passos rápidos.

Hellena focou no loiro que tinha uma energia forte, mas mantinha o olhar um tanto distante, num piscar de olhos pode ouvir sons de espadas se chocando.

— Para que espadas se tem… — Não havia completado a frase e a imagem era borrada para distinguir qualquer uma das pessoas.

— Espadas são bem úteis caso não possamos mudar. — A voz masculina firmou e num instante a imagem mudou, desta vez era um pouco mais clara, os olhos azuis cintilavam olhando de cima num olhar vazio, a nuca e blusa branca manchada de sangue, num suspiro a imagem havia mudado novamente, dessa vez pode distinguir um quarto.

— Isso e importuno. — A voz rouca sibilou sentado de costas enquanto ela passava um pano por seu braço ferido.

— Direitos iguais, cuida de mim, posso cuidar de você. — Afirma, piscou os olhos atordoada ouvindo batimentos fortes contra o ouvido, um calor sem igual emanando pelo corpo, a cabeça estava apoiada em algo e pode sentir a camiseta úmida, se dando conta que o loiro ainda lhe carregava.

— Achei que não acordaria tão cedo. — Firmou rouco, ela inclinou os olhos constatando que estavam num corredor conhecido, deviam estar próximos da enfermaria, pelo caminho percorrido devia ter apagado por uns dez minutos no mínimo, ele não parecia cansado, mais sentia que já tinha a capacidade de andar.

— É, acho que já posso descer. — Afirmou num murmúrio, ele continuou inexpressível.

— Não creio que seja verdade.

— Concordo Hele. — Dilan firmou.

-Mas…

— Não é incomodo. -Miguel reforçou.

— Não estou pesando? — Perguntou estranhando e ele inclinou os olhos para ela com completa dúvida.

— Não, nenhum pouco. — Ela apertou o paletó que estava contra o corpo.

— Não devia ter pulado na piscina, foi perigoso. Podia ter se machucado. — Murmurou se sentindo um tanto culpada, ele podia ter se ferido. Se conteve levando a mão ao peito novamente, estava dolorido.

— Faço o que eu quiser da minha vida. — Afirmou sério a observando por um momento. — Há coisas bem mais perigosas por aí. — Completou parando o passo, antes que perguntasse avistou a porta da enfermaria que se encontrava aberta com a enfermeira na entrada que pareceu estranhar a situação.

— Ela foi atacada... e talvez tenha alguma fratura nas costelas. — Avisou sem dar brechas para ela perguntar, mas assim que explicou as perguntas vieram. Hellena continha-se em suspirar. Pelo jeito ficaria por horas lá, inclinou os olhos para o loiro que ainda lhe mantinha no colo, por pedido dela entrou no pequeno ambiente e a depositou na marca.

— Obrigada. — Agradeceu novamente, ele só fez concordar com a cabeça indo embora em seguida. Hellena suspirou esperando milhares de perguntas, mas era simples. As categorias eram criaturas que uma vez foram humanas mais os seus espíritos foram corrompidos. As pessoas evitavam falar sobre e simplesmente esqueciam que isso era uma realidade que permanecia sobre o mundo. Ao mesmo tempo, pensava num modo de como acalmar Maíra.

 

[A NOITE]

 

Miguel e Rafael andavam por um extenso corredor, paredes de cor marrom cheio de quadros de decoração.

— Por que estamos aqui? — Rafael questionou encarando o amigo que se mantinha com a expressão fechada.

— Não tenho certeza! Mas imagino o que seja. — O loiro se mantinha pensativo, Rafael se permaneceu calado e ambos continuaram o caminho em silêncio até pararem de frente para uma porta de madeira preta que reluzia.

— Ele e o seu parente. — Miguel anunciou enquanto passava a mão sobre os fios loiros.

— Droga. — Rafael resmungou batendo à porta ouvindo um "entre" em tom frio como resposta, abriu a porta que rangeu no processo, tanto ele como Miguel entram na sala típica de escritório, a cadeira de trás da grande mesa se encontrava de costas para eles, assim não conseguiam ver a face de quem estava sentado nela, a sala que se encontrava escura sem nenhuma fonte de luz.

— Por que nos chamou? — Miguel foi o primeiro a se pronunciar.

— Quero que me expliquem o ocorrido. — O seu tom era nervoso, Marcos não deveria estar com o melhor dos humores.

— Bem, uma categoria estava aprontando então Miguel bancou o heroi. — Rafael respondeu dando um passo à frente.

— Entendo, algo relacionado àquela encrenqueira? — A pergunta foi firme.

— Não, ela só deve ter chamado atenção por ser uma especiaria, foi coincidência. — Miguel responde em tom sério e a pessoa do outro lado se permaneceu calada.

— Isso não é uma exceção, ninguém em nenhuma parte estará seguro se bem, que, com o cheiro que ela tem vai chamar atenção de qualquer um. — Rafael murmurou.

— Isso não devia nos envolver, a Hellena pode se tornar um problema de qualquer forma. — Miguel confirma friamente.

— De qualquer jeito e bom ficarem de olho nela, mesmo que a guardiã dela não queira, uma especiaria é uma especiaria e ela não é uma exceção. — Marcos comentou e o loiro não conteve em inclinar o olhar se atentando aos incensos espalhados pela sala.

— Salvar pessoas não é o trabalho no momento. — O loiro reforçou friamente fazendo com que Rafael o olhasse com um sorriso de lado.

— Você bem que gostou daquela respiração boca a boca. — Debochou ocasionando num olhar feroz do loiro.

— Não comecem. — O mais velho firmou. — A garota é bonita?

— Com certeza. — Rafael firmou.

— Como foi o beijo? — O loiro arqueou a sobrancelha.

— Não se pode chamar aquilo de beijo! Cadê o Marcos? Jackson! — O loiro perguntou firme e Rafael aumentou o sorriso e a sombra finalmente se virou acendendo a luz do abajur da mesa, revelando um homem por volta dos trinta e seis anos, com cabelos castanhos e feição serena que não deixava de ser firme e debochada, tinha um físico forte e era alto, usava terno e roupa social sem a gravata, tinha uma expressão relaxada e mantinha um sorriso, se esparramou na cadeira que deitou e colocou os pés em cima da mesa arrancando uma folha do caderno que usava a amassou e a arremessou para cima a pegando em seguida.

— Como descobriu que era eu? — Jackson mantinha um sorriso debochado.

— Usar habilidade de mudança de voz, não ajuda mudar a personalidade. — O loiro afirmou.

— Tanto faz senhor mal-humorado. — Jackson começa em deboche. — Só estou aqui, porque recebi uma listinha de pessoas que precisam parar de causar problemas... E o seu pai quer que você ajude nos trabalhos da empresa, apesar deu não concordar ele acha que você faz boas escolhas sobre os projetos. Já quanto ao Rafael, ele é bem melhor de convivência do que você.

— Nisso eu concordo. — Rafael confirma ocasionando num olhar estreito de Miguel.

~~//~~

Hellena se mantinha aliviada de frente para porta de casa atenta ao olhar de Cat enquanto firmou o paletó sobre o braço, ainda bem que ainda tinha roupas na casa de Maíra.

— Tem certeza de que está tudo bem? — Se conteve para não revirar os olhos.

— Eu já disse mil vezes que estou ótima. — Reconfirmou espremendo os lábios se focando na porta. — Não está trancada. — Avisou notando a ruiva espremer os lábios pegando o celular em mão, forçou a mente sentindo a presença sentada no sofá. — O que vai fazer?

— Ligar para polícia... vai que alguém invadiu.

— Não sinto nenhuma energia negativa... ao não ser, mas tem alguém... espera eu sei. — Não evitou entrar de uma vez atenta a presença feminina que se levantou com um largo sorriso na face.

— Sentiu saudade?

— Mary. — Chamou sendo prontamente abraçada a analisando assim que se afastou, ela estava com uma calça jeans, uma sapatilha de salto baixo, camiseta violeta de manga cumprida colada no busto, era evidente que era um tecido leve, o cabelo cumprido repicado de cor chocolate, não tinha muitas expressões e os seus olhos tinham uma cor de mel, estava com um brilho rosa nos lábios, essa era Mary Lekren uma garota extravagante, atraente e inteligente com um excesso de bipolaridade natural de uma amiga fora do normal, ou melhor, melhor amiga.

Contudo, ela devia explicações.

— Se eu senti saudades?... Você desapareceu durante as férias. Quando voltou?

— Ah... resolvi passar um tempo na casa de campo da tia Taira. Sem internet. Sem vida.

— Que exagero. — Cat concluiu recebendo um mostrar de língua.

— Para você que fica fazendo esses acampamentos. — Retrucou, respirou profundamente. — Se bem que eu até que estava precisando... eu cheguei ontem, mas queria fazer uma surpresa.

— É, você parece bem mais relaxada. — Hellena concluiu notando seu sorriso se inclinado para perto de Cat. — Na verdade você não queria ouvir as indiretas diretas que Taira dá na palestra diretamente para você. — Afirmou sendo ignorada

— Diz aí, andaram aprontando muita coisa?

— As férias foram normais, mais esse início de ano, já começou agitado. — A ruiva avisou e ela riu alto.

— Certo, reunião das meninas.

~~

— Então as baratas começaram cedo esse ano. — Mary comentou com caretas, Hellena não conteve a risada e logo fechou a cara pelo comentário seguinte. — Por falar em novo ano... esse tinha que ser esplendido. Já arrumou uma paquera?

— Que graça, não estou a fim. — Afirmou recebendo um olhar de descrença da amiga.

Permaneciam sentadas no centro da sala com alguns travesseiros e cobertores pelo chão.

— Ah, vamos. O seu ex não conta por que só ficaram quatro meses juntos e ele foi um canalha. — Murmurou, a de mexes sentiu as bochechas esquentarem. Mary tinha essa mania de mudar de assunto de uma hora para outra.

— Não é bem assim. — Tentou se defender.

— Diz a garota, que só faltou arrancar os dentes do ex-namorado quando descobriu que foi trocada por uma das baratas na época da escola. — Cat ironizou e Mary rangeu os dentes.

— Justo a Rose. — Mary reforçou. — Fala sério até a líder de torcida mais gostosa eu aceitava, mas, a Rose, o que ela tem de tintura naquele cabelo não tem de inteligência.

— Você tem um dedo podre para escolher. — A ruiva afirmou.

— Então nos duas temos. — Hellena reforçou e Mary gargalhou a abraçando pelo pescoço.

— Hellena eu não sou lésbica, mas se aos trinta não tivermos ninguém, você casa comigo?

— Caso. — Concordou.

— Eu vou ser a madrinha. — Cat avisou erguendo a mão. — Aproveitando, e quanto ao beijo?

— Beijo, que beijo? — Mary questionou afobada se arrastando até Cat. — Quem beijou quem?

Tendeu a face quando Cat começou a explicar o ocorrido de mais cedo, e Mary puxou os ombros balançando a de mechas.

— Vai. Ande logo. Conta aí! Como foi o beijo? — Repetia eufórica, a adolescência nunca sairia dela. O problema maior foi convencer Maíra, já que ela insistia que ficasse para dormir na casa dela.

— Respiração boca a boca. — Mary suspirou enquanto lhe encarava levando a mão a testa. — E pensar que você nem estava acordada para aproveitar.

— Não vejo grande coisa nele. — Cat afirmou com certo rancor.

— Nem vem com essa cabeça de fósforo. — Mary provoca, Hellena ignorou a discussão que se seguiu e levou a mão aos lábios. Se é que podia chamar aquilo de beijo.

— A melhor parte e que ela vai ter o resto da semana de folga. — Cat comenta sorrindo.

— Não sei para que, não foi nada grave. — Murmurou sentindo a coceira vir na garganta, tossindo.

— Você se recusou ir à enfermaria. — Mary murmurou.

— E sabe que tem a saúde frágil. — Cat completa.

— Foi atacada por uma categoria. — Afirmaram juntas.

— Desculpe. — Pediu sorrindo torto. — Deu tudo certo no fim. — Firmou enquanto elas se levantavam.

— Porque não aceita morar com Maíra, ou vem morar como uma de nós, tem quarto sobrando na casa de Taira. — Mary afirmou

— No meu apartamento também e é bem maior que isso aqui. — Cat completou.

— Ela já tem responsabilidades... Mary você passa mais tempo na minha casa e na da Cat, o meu guarda-roupa tem mais roupas suas que minhas.

— Isso e verdade. — Afirmou com um bico desdenhoso. — Já sei, podemos juntar um dinheiro e alugar um bom apartamento para nós três.

— Nesse caso podemos ir para o meu apartamento... tem espaço o bastante. — Cat sugeriu.

— Nem vem, nem vendendo o meu rim conseguiria pagar aquilo.

— Vende os dois. — Mary Debochou.

— Você andou bebendo alguma coisa, ou está apenas ruim de anatomia? — Cat debochou.

— Ue... a gente fica com o dinheiro.

— Estou ouvindo vocês.

— Eu nem tinha percebido. -Mary brincou estralando a língua no seu da boca por um momento. — Passou as férias inteiras trabalhando de novo? — Questiono um pouco séria.

— Sabe que preciso.

— Isso não devia ser problema seu... não foi você que pegou o dinheiro.

— Não se preocupa, só mais um pouco e eu vou pagar o que falta.

— Um pouco quanto? — Cat que perguntou.

— Pouco, o bastante para podermos dar uma olhada em alguns apartamentos. — Afirmou fazendo com que o sorriso retornasse a face delas.

~~

Mary mantinha total atenção ajeitando os papeis sobre o armário.

— E aí. — Tendeu a face pelo chamado se focando aos cabelos brancos do mais alto. — Como vai? — Ele cumprimenta calmo e ela sorriu para ele se mediando a analisá-lo.

— Bem, Marleke, não é? — Murmurou. — Taira me falou sobre as palestras.

— Rafael para as damas.

— Ok, Rafael... Por quanto tempo pretendem ficar?

— Um pouco mais de três Meses... a verdade é que eu não conheci o campus ainda, acabei faltando no Tour — Murmurou e Mary sorriu curvando os lábios. — E estava curioso para conhecer a famosa sobrinha de Taira. — Avisou, ela fechou a porta de ferro.

— Nesse caso. — Assim que passou por ele acenou para que lhe seguisse. — Vou te apresentar o lugar.

~~//~~

Hellena suspirava pesado, se encontrando sozinha em casa novamente, uma leve bagunça na sala pela noite passada, e mesmo com atestado resolveu por se levantar, pelo menos trabalhar iria.

~~//~~

Miguel não continha a frustração apoiado em um dos armários analisando o horário no celular.

— Droga Rafael.

— O sinal já bateu. — Inclinou o olhar se atentando a garota de cabelos castanhos.

— Jane, não é? — Murmurou sem muito interesse vendo-a concordar com um curto aceno.

— Lembrou meu nome?

— Na empresa que trabalho já ouvi dos seus pais. — Avisou sem ânimo voltando a olhar para o horário suspirou e guardou o aparelho no bolço, deixando brotar um mínimo sorriso no quanto dos lábios. — Sabe onde posso encontrar uma sala vazia? — Ela abriu um largo sorriso mordendo o lábio inferior.

— Adoraria te mostrar, mas não é do meu feitio. — Avisou se aproximando minimamente, se aproveitaria da situação. — Não sou tão fácil como a bolsista. — Confirmou com um ligeiro sorriso o olhando de cima a baixo, Miguel não entendia o porquê daquele último comentário dela não ter agradado, o tom de desdém dela, se concentrou na audição. — Eu sou uma representante e essa universidade e muito respeitada.

— Mais sempre a brechas. — Miguel ironizou.

— Então talvez encontre uma, um dia desses. — Jane confirmou calma se virando para ir embora.

— Espera. — Jane não conteve um sorriso. — O que quis dizer sobre a Hellena? — Respirou fundo se virando para ele.

— A bolsista e mais rodada que qualquer coisa. — Jane desdenhou — Ela é uma prostituta de carteirinha, pode perguntar para qualquer um. — Completa saindo.

— Sei... — O loiro murmura trincando o maxilar por seu celular tocar.

— Fala... Jackson.

— Eles querem você na empresa, para apresentação. — O mais velho afirma em tom desinteressado.

— Agora?

— É, marquei uma reunião para você daqui meia hora.

— Está testando a minha paciência? — Logo se arrependeu da pergunta, a resposta era óbvia. — Eu já estou indo.

~~//~~

Sorriu ao passar pela porta do café.

— Oi Julian. — Cumprimentou, ele sorriu em resposta.

— Olá senhorita, o que é tão importante para termos a sua humilde presença. — Firmou se reverenciando e ela riu.

— Sem tanta formalidade. — Confirma sem desmanchar o sorriso.

— Como desejar... O que está fazendo aqui?

— Eu fui dispensada na escola, vim arrumar uma hora extra.

— Isso não teria a ver com o fato de quase ter morrido afogada e ser salva... espera. — Ele começa coçando a garganta. -Por um forte cavaleiro, maravilhoso e gostoso. — Ele termina fazendo drama.

— A Mary foi rápida.

— Tenta convencer o chef. — Ela concordou seguindo para a cozinha.

— Depois do acidente... você por aqui — Escutou o resmungo de Katia ao quanto seguido de um riso.

— Não comecem. — Afirmou antes que recebesse um sermão.

Sorriu assim que entrou na cozinha, aquilo era um prazer contínuo, adorava cozinhar qualquer tipo de comida, doce ou salgado, e por enquanto aquilo era seu sustento. Inclinou o olhar para o homem alto e acima do peso com espátulas nas mãos e uniforme perfeito de cozinheiro, voltando o olhar de fora estreita.

— Não. — Quase ditou, ela curvou os lábios sorrindo.

— Sim, por favor, eu preciso de dinheiro. — Pediu manhosa, ele suspirou, tinha por volta dos cinquenta anos, os cabelos grisalhos e um pouco calvo, Vínio era um bom chefe.

— Como atendente, vá colocar o uniforme, nessa cozinha você não toca hoje. — Ele afirmou voltando a atenção ao sanduiche ela não conteve um sorriso se aproximando dele beijando sua bochecha.

— Obrigada. — Afirmou enquanto ele revirou os olhos e ela saiu em passos rápidos para o vestiário trocar de roupa.

~~//~~

— Mais uma vez eu gostaria de pedir desculpa pela ausência de nossa chefe, então, o senhor já está por dentro de como são feitas a separação de ideias ou como mais ou menos os setores da empresa funcionam? — Douglas, o homem de porte forte perguntava, com poucas expressões indicando a idade que devia se por volta dos quarenta e três, estava com um terno preto em contraste com a gravata azul.

Ele se encontrava sentado em uma cadeira de frente para mesa de escritório com alguns papéis sobre esta, avia mais duas cadeiras de couro uma delas estando ocupada pelo loiro. A sala era pouco decorada, mas havia um quadro de anotações pendurado em uma das paredes.

— Sim, eu já estou a par de todas as informações. — O loiro respondeu prontamente.

— Então acho que já posso passar para o senhor, os projetos e todas as informações. A sua sala fica no último andar, no setor presidencial, mas antes disso tem dúvida sobre alguma coisa?

— Na verdade, sim, e sobre um esquema que andei lendo sobre um acordo com a empresa Caliston, vi que tinha algumas incoerências, mas ele parecia dar algumas vantagens, o contrato não foi finalizado?

— Infelizmente não. A pessoa responsável por eles os descartou de última hora.

— Por quê? — O loiro mantinha o tom sério o que faz o homem na sua frente contorcer o nariz.

— Ela disse que não era uma opção segura e simplesmente tirou do sistema apesar de confiarmos na escolha dela, ela acabou fazendo isso sem informar ninguém ainda não sei qual o problema. — Ele explicou e o loiro curvou o olhar.

— Tem que ser confiante para fazer isso sem informar ninguém.

— Acredite confiança e algo que ela tem de sobra. — Douglas fala por cima.

— Ela? — Miguel pergunta intrigado e logo ambos giram o olhar pelo girar da maçaneta.

~~

Maíra lia as folhas atentamente, aquilo era grave, contorceu o olhar ajeitando as folhas e girou a maçaneta da porta, ele devia explicações, e assim que levantou o olhar, não esperava encontrar o loiro que estava de frente para Douglas.

— Sinto, me falaram que não tinha ninguém. — Firmou sem muito ânimo.

— Não, tudo bem, o Senhor Estraiker estava perguntando sobre o projeto da empresa Caliston. Senhor Estraiker essa e chefe desse setor Maíra Solem. — Douglas apresenta e ela curvou os lábios acenando com a cabeça para o loiro.

— Então. — Ela murmura enquanto se aproximava da mesa.

— Já nos conhecemos. — O loiro avisou. — Gostaria de saber por que o tirou do sistema? — Ele perguntou e ela estreitou os olhos. — Antes queira se sentar.

— Não, obrigada, não pretendo demorar muito. — Murmurou. — Eu não tirei do sistema eu o descartei completamente... Apesar de as propostas serem boas tinha vários furos e de acordo com algumas pesquisas, várias empresas que fizeram contrato com ela entraram em períodos instáveis financeiramente, e do nada ela aparecia com recursos para ajudar. — Ele concordou com um aceno.

— Contratos rápidos sempre tem falhas. — O loiro murmura e ela confirmou.

— Já informei a base central. E de qualquer jeito, não é por isso que vim até aqui. Soube que está dando dor de cabeça para os funcionários por causa disso. — Firmou virando uma das pastas para Douglas a estendendo na mesa.

— O que e isso?

— Relatórios e reclamações da contadoria. — Explicou calma fazendo o mais velho esfregar os olhos.

-Umm, quem te deu isso? — Ele pergunta por fim.

— Não importa, eu descobriria de qualquer jeito... Você deu a informação completamente a contraria da qual eu pedi.

— Não, eu fiz exatamente o que você pediu, e eu tenho a cópia aqui. — Ele corrigiu-a estendendo uma folha cheia dos números e ela inclinou o olhar.

— Está certa. — Murmurou incerta pegando uma das folhas na mesa. — Estão diferentes. — Murmuro virando para o loiro. — Preciso de uma segunda opinião.

— Além de diferente a principal está um pouco fora dos eixos para quem isso vai depois de você?

— Fica no sistema para ser averiguado por mais algumas pessoas então o mandamos para a presidência já com os dados feitos e pagos. — Douglas explicou e Maíra concordou com um aceno.

— O problema e que os números são impossíveis se não fosse por Hellena eu nem teria percebido. — Maíra afirmou pensando em cada parte de onde podia ter o erro.

— Anda a deixando ler as coisas da empresa de novo? — Douglas resmungou.

— Ela e um génio, já mandei contratá-la.

— Já estamos lotados de funcionários em todos os setores, pessoas com mais experiência que ela. — Ele afirmou e ela curvou os lábios.

— Os números continuam no banco de dados? — Perguntou e ele confirma com a cabeça. — Certo, quero que faça cópias e mande para assistência, se der os números da folha que te mandei, mande para a presidência. — Mandou e ele confirmou com um aceno.

— E ser der os da folha original?

— Acho que vamos ter que chamar ajuda. -Maira afirmou.

— Acha que estamos sendo roubados?

— É bem provável. — O loiro afirma analisando as folhas. — Pensamento rápido.

— Foi a Hellena. — O loiro curvou os lábios. — Sim, você já a conheceu. — Completou em tom firme.