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Chapter 5 - Capítulo 5. Negativas

Érida

Por hoje, já fizemos muitas coisas e estamos cansadas. Notei as olheiras no rosto de Anita, depois de termos guardado tudo. Ela foi a que mais trabalhou esses dias, preparando tudo para a nossa viagem. Ainda colocamos as roupas na máquina de lavar, conforme Anita instruiu, porque não devemos usar roupas direto da loja, sem levarmos.

— Estou com fome, Anita. Você se incomoda de pedir uma pizza, como vi nos seriados da TV. Nunca comi uma. — pedi carinhosamente.

— Tá bom, mas só por hoje, não queremos ficar gordas e intoxicadas, não é mesmo? Acabaria com seus planos. — falou ela, como se pizza fosse veneno, achei engraçado, mas entendi.

— Tá certo, só hoje, pizza com refrigerante. Obaaaaa!!!!

Danilo

Estou terminando meu dia de trabalho no escritório, olhando pela vidraça do vigésimo andar, contemplando o colorido deixado pelo pôr do sol. Parece uma pintura que só as mãos de um ser superior, poderia realizar.

Deus! Quantas vezes tenho pensado nele esses dias, creio que seja pela quantidade de milagres de que preciso.

Me volto para minha mesa e pego o telefone, a secretária atende do outro lado.

— Peça ao doutor Hélio para vir à minha sala, por favor, Jasmine e depois pode ir, por hoje é só. — dispensei-a, pois não quero que ouça minha conversa com Hélio.

Ela agradeceu do outro lado da linha e desliguei. Não demorou muito e Hélio entrou na sala.

— Já estava esperando você chamar. — disse ele, entrando na sala.

— Engraçadinho, pode tirar esse sorrisinho da cara, que não estou para brincadeiras. — Não consigo ser diferente, parece que tenho fel nas entranhas.

— Mas a menina é linda, cara! Meiga, doce, você iria se apaixonar por ela se desse uma chance. — Ele me entende muito bem.

— Não quero saber de casamento, já disse, vou curtir a solteirice mais um pouco, daí ela estará mais experiente, então eu caso. — falei, lembrando que fiquei preso por dois anos com uma mulher só, que só me deu prejuízo.

— Você acha que ela vai continuar a garota meiga de agora? Tô com pena de você.

Será que entendi bem, ele está profetizando contra mim?

— Ah, vá catar coquinho, seu agourento. Só vou aproveitar que meu avô já fez essa palhaçada e ficar despreocupado, me poupando do trabalho de procurar uma esposa perfeita. — Expliquei meu ponto de vista.

— Você está sendo um crápula, como seu avô, esquecendo que a garota é um ser humano. — Esse tiro foi certeiro.

— Ela foi criada reclusa, ainda não tem idéia de que não se faz mais esse tipo de coisa. — tentei justificar.

— Você quem sabe. Respondendo a pergunta que você nem precisa fazer, elas chegaram, estão bem instaladas e correu tudo bem. — Informou ele, o que o chamei para me informar.

— Ela perguntou por mim? — A curiosidade foi maior.

A resposta foi uma imensa gargalhada de Hélio que já saía da sala.

Érida

Os primeiros dias foram bem trabalhosos, compras, adaptação a faculdade de moda, que fica próximo de casa e a de direito que já faço a dois anos, online.

Fui me adaptando e precisei focar nos estudos e parar um pouco meus projetos, mas sempre me atualizando da situação. Deixei Anita responsável pelos negócios, já que era formada em economia e também tinha tempo de fiscalizar tudo, enquanto eu estava no campus.

Fiz amigos que adoraram me mostrar tudo, inclusive as festas e bares, mas estava muito focada para querer esse tipo de diversão e só saía para eventos que me dessem algum retorno. Como desfiles de moda e audiências públicas. Eles foram se acostumando comigo e aos poucos, dois deles se destacaram, os dois gays, gênero que nunca tive acesso no internato.

Fui crescendo como pessoa e logo perdi aquele jeito de anjinho, com o qual todos me identificavam quando cheguei. Agora só Angel é chamado de anjo, pois se parece com um anjo mesmo. Adoram modelar ele, pois ele é albino e com seus cabelos brancos cacheados e lábios grossos e rosados, faz muito sucesso. O que ninguém sabe é que ele é um expert em computação e nunca estudou para isso e é ele quem sempre me ajuda, quando preciso.

Não ouvi mais falar de Danilo, meu noivo parece andar muito ocupado curtindo sua solteirice e eu com isso? Quero mais é que ele se esbalde com essas modelos que mais parecem prostitutas e me deixe em paz.

Érida

Assim se passaram os primeiros dois anos.

Aprendi muito, observando os alunos da faculdade e até formei um grupo de amigos do mesmo curso que eu. Angel e Ronaldo, me ajudaram a conhecer o mundo da moda, já que de alguma forma, já trabalhavam com isso. Com eles, visitei os bastidores de vários desfiles e aprendi muito, até a desfilar.

Foi assim que, visitando os bastidores de um desfile, alguém me confundiu com uma das modelos e nem tive tempo de explicar que não era ela, pois logo estavam arrumando meus cabelos, fazendo maquiagem e quando percebi, estava imitando as outras modelos na passarela.

O que eu não sabia, é que o vestido que me enfiaram pela cabeça, sem eu sequer poder ver como era, era a pièce de résistance do estilista.

Quando terminei de desfilar, foi uma verdadeira e forte salva de aplausos.

Todas as modelos entraram e ficaram enfileiradas de um lado ao outro, quando ele pegou minha mão, passando pelo seu braço e passamos pelo meio das fileiras de modelos que aplaudiam. E quando chegamos ao final, ele se afastou e apontou para mim com as duas mãos sinalizando para o público.

Mais palmas foram ouvidas e eu que já havia visto vários desfiles pelas redes sociais, me virei para ele e retribui, batendo palma em sua direção. Quando as palmas diminuíram, fiz-lhe uma reverência e mais uma vez, minha mão foi parar no seu braço e voltamos pela passarela.

Chegando aos bastidores, ele não me largou, em meio a euforia de todos, a champanhe estourou e comemoramos. Creio que deve ter sido um sucesso, por todo o alarido que fizeram.

— Não sei quem você é, acho que houve algum engano, mas não podia ter sido melhor, obrigado! — falou ele, baixinho, em meu ouvido.

— Como assim? — respondi intrigada.

— Venha. — Ele continuou me guiando.