O ar dentro do meu quarto era com certeza leve e minha cama macia o suficiente pra fazer qualquer insônia se esvair.
Pude sentir que finalmente eu havia chegado no meu objetivo, todos os dias eu olhava os meus arredores e a ficha caía.
"Eu me tornei realmente o homem mais rico desse país.", sussurei mentalmente antes de me levantar da cama.
Hoje iria completar 1 ano que minha vida de ricasso havia se concretizado, mas isso sequer importa?
— Hm... — Levei meus olhos para o monitor gigante acoplado a parede ao lado, meu computador.
[10:00 da manhã]
[26/04/2026]
Os grandes números no centro da tela brilhante e logo fizeram meus olhos se abrirem mais.
— Parece que acordei um pouco mais cedo. — Murmurei ao levantar por completo e então me preparar para tomar o café.
No fim eu ainda vivia uma vida chata, quando se chega em um objetivo acho que os seres humanos tendem a ficarem parados por um tempo, numa zona de conforto ou algo assim.
Depois do café eu sempre saía pra academia e voltava duas horas depois.
— Senhor, você está esquecendo suas chaves.
A voz suave que chamou minha atenção de modo discreto parou meus passos.
— A-Ah, sim, obrigado Minwa. — Agradeci a mulher que veio atrás de mim com seus cabelos ruivos balançando levemente.
Dei um leve sorriso. — Não pegue muito pesado com sua carga horária, lembre-se que eu estou dando uma folga pra todos ultimamente.
— N-Não precisa disso, senhor Koi, — Minwa desviou o olhar. — eu gosto do meu trabalho.
As pupílas douradas dela reluziam os raios da manhã passando pelas grandes janelas da sala de estar.
— Entendo, tudo bem então, bom trabalho.
— Sim, ah! Eu quase me esqueci, hoje é o dia em que o senhor irá adquirir seu Ápice, certo? Desejo boa sorte e um feliz aniversário.
Terminando suas palavras Minwa deu suas costas e subiu as escadas, suas nádegas relativamente avantajadas marcaram por um segundo na sua saia escura.
— Mh-mh... — Voltei a antenção para as chaves do meu carro no que minhas bochechas coraram.
"Verdade, como eu me esqueci disso? Hoje é o dia em que vou poder fazer a avaliação do meu Ápice, será que vou conseguir uma habilidade interessante?"
Uma curiosidade junto de diversos questionamentos internos permeara pela minha mente no que eu entrei em meu carro.
20 Anos, hoje era meu aniversário de 20 anos, eu com certeza já tinha vivido um bocado, só que o mais interessante disso tudo é que eu finalmente havia atingido a idade para desenvolver o meu Ápice.
Vuuuuum.
Os bancos do carro vibrando enquanto minhas mãos conduziram o volante calmamente.
— Ápice, uma manifestação mágica dos seus desejos e virtudes, a energia da vida que flui pelas suas veias trazendo não só a própria vida obviamente, mas também literalmente habilidades especiais.
Comecei a pensar em voz alta.
Até pude me lembrar dos estudos que fiz quando mais novo sobre o Ápice e comecei a narrar isso, que irônico não? De qualquer modo eu não estava louco, nem um pouco.
"Talvez além de rico eu possa ser um novo membro dos feiticeiros da luz? Não, é pedir demais.", ponderei antes de parar o carro.
Abaixando o vidro lentamente eu vislumbrei um grande edifício repleto de janelas de cima abaixo.
— Que bom que eu decidi vir sozinho.
Tirei tal conclusão pois logo de cara na porta do prédio já havia uma fila gigantesca, se eu viesse acompanhado de algum piloto em um veículo muito sofisticado isso com certeza chamaria muita atenção e eu como um velho introvertido odiaria isso.
Passo. Passo.
Pondo meus sapatos para fora do carro eu levantei meu capuz para no fim fechar a porta e apenas seguir na direção do arranha céu.
A placa gigante com uma logo de estrela logo acima da entrada era um símbolo claro de dominância de território.
"Parece que os feiticeiros da luz realmente querem dar um chega pra lá nos renegados.", analisei antes de passar pelo meio da multidão calmamente.
Mãos nos bolsos, casaco preto, andando assim quase ninguém me percebeu.
— Bom dia senhor, no que posso ajudar? A fila ainda está em andamento, não pode passar na frente.
Ou foi o que pensei. Fui barrado por um homem loiro de terno, apesar disso ele tinha um belo sorriso e seus olhos eram azulados.
Sem nem mesmo erguer meu rosto para ele eu puxei minha identidade.
Os olhos dele se arregalaram no mesmo instante.
— Q-Quê?!
— Escuta aqui amigo, — levei a mão ao ombro dele antes de cotinuar em um sussuro. — quanto vocês aceitam pra me deixar passar na frente de toda essa gente?
Um olhar afiado era o que eu transmitia pra ele nesse momento, esse cara já havia sido fisgado quando apenas deu um passo para trás começando a suar.
***
No fim eu consegui sem muitos problemas chegar na sala de avaliação que a fila de 4 metros estava esperando.
"Desculpa pessoal, mas eu tenho pressa.", foi o que eu disse mentalmente ao dar uma ultima olhada por cima do ombro.
A fila tumultuada de pessoas se esvaiu da minha visão com o som robótico da porta fechando.
Ziiin!
A porta de metal se selou por completo.
— Tudo bem, senhor Kou Satou, estaremos hoje fazendo sua avaliação com o cristal de mana temperada.
Uma voz calma e ao mesmo tempo confiante ressou pela sala quando uma mulher em um balcão logo adiante se apresentou para mim.
— Bom dia, obrigado pelo trabalho rápido. — Me aproximei do balcão abaixando meu capuz.
A atendende desviou o olhar inquieta. — S-Sim, nós dos feiticeiros da luz que agradeçemos, afinal o senhor nos fez um empréstimo de 10 mil pra fazer uma avaliação com o cristal temperado.
Os lábios dela tremiam e suas pupílas de cor obsidiana também.
O escritório espaçoso onde estávamos tinha uma iluminação suave e dois sofás cor de vinho, ficar nervoso em um lugar tão reconfortante era realmente estranho.
"Ela é bem bonitinha.", pensamentos intrusivos tomaram minha mente no que minha sobrancelha levantou analisando o busto avantajado dela.
— E-Enfim, tudo o que o senhor precisa fazer e levantar as duas mãos sob o cristal que está aqui. — A atendente puxou um pequenino pedestal com uma pedra esférica.
Sem hesitar levei minhas mãos sob a esfera transparente.
Vuuush!
Ventos crepitantes envolveram meus dedos.
Essa era a hora, o momento definitivo.
Eu consegui ficar bilionário, comprei tudo o que sempre quis, aprendi tudo o que sempre quis e evoluí meu físico ao máximo também.
Em uma vida tão entediante onde não havia mais nenhum objetivo eu Hoku Satou poderia finalmente voltar a sentir que algo valeria apena?
Um poder, o Ápice que um ser normal poderia atingir e assim conseguir uma fantasiosa habilidade, quantas possibilidades isso poderia ter?
Ventania!
Os ventos ficando mais fortes, um brilho azulado se expandindo do cristal de mana e a sala a vibrar levemente.
Foi então que por baixo da minha pele eu pude ver cada uma das minhas veias brilharem, como circuitos elétricos.
O brilho parou e os ventos cessaram.
"Mas já?"
— Prontinho, o computador já captou o despertar do seu Ápice e como foi usado um cristal temperado podemos ter dados mais detalhados sobre as habilidades dele.
— Hm, e-entendo
As sobrancelhas da atendente de cabelos curtos franziram. — Magia proibída?
Um leve suor de nervosismo desceu pela minha pele.
— I-Isso é estranho. — ela arregalou os olhos.
— O que foi?
— Senhor Koi, você já se relacionou com alguma mulher antes? — indagou ela com uma face preocupada.
— H-Heh? N-Não, nunca. O que diabos você tá falando?
O rosto da atendente ficou vermelho como um pimentão no que ela apenas virou o monitor para mim.
[Ápice adquirido com sucesso.]
[Nome: Magia proibída]
[Detentor: Kou Satou]
Meus olhos viajaram as informações de forma histérica.
[Habilidades básicas]
[Correntes da blasfêmia LV1: Só afeta alvos do sexo feminino na mesma faxetária ou próxima a do retentor, predendo-as em um desejo irresistível por ele.]
[Toque ardente LV1: Tocando sob qualquer parte do corpo de um alvo do sexo feminino e que seja da mesma faxetária do retentor, ele poderá atordoar a vítma com um efeito afrodizíaco por 2 minuto.]
[Presença de rei LV1: Qualquer alvo do sexo feminino da mesma faxetária ou próxima a do retentor será submetida as ordens dele, quanto maior a idade do alvo mais difícil será de ter controle sob ele.]