Dias seguinte.
Matteo desperta na unidade hospitalar. Ao, tenta erguer-se, perceber que tudo ao seu redor está rodopiando. Ele escuta vozes, como se houvesse uma discussão do outro lado da porta.
— Hanna, nosso filho, ficará bem! Fique calma e fale um pouco mais baixo, ele pode despertar a qualquer instante e escutar-nos.
— Você deseja que eu mantenha a calma, Matt nosso filho quase morreu e está deitado em uma cama de hospital. — Argumenta. Hanna, caminhando de um lado para o outro.
— Milla e o bebê faleceram e você espera que eu mantenha a tranquilidade. — indagou Hanna em meio as lágrimas, enquanto Matt segura sua mão e enxugar os seus olhos.
— Precisamos ser forte tanto por nós mesm, quanto por nosso filho Matteo, que repousa em uma cama. Não temos ideia de como ele irá lidar com essa situação. — Lamentou Matt com um peso no coração.
— Você fala que precisamos ser forte por ele Você já pensou no momento em que ele acordar e pergunta por Milla ou pelo bebê! Já refletiu sobre o como nosso filho reagirá quando descobrir a triste notícia de que eles… Eles… Eles faleceram, consegui imaginar a dor Matt? — Questiona Hanna.
— Você pensa que está sendo simples para mim lidar com isso, Hanna, Milla era como uma filha para mim. No entanto, agora é o momento de mostramos nossa força.
— Será difícil para Matteo lidar com a realidade de não é poder mais segura o bebê ou ver o sorriso de Milla todas as manhãs. — falou Hanna curvando a cabeça, observando suas mãos.
— Não se preocupe, nosso filho ficará bem. Acredito que ele conseguirá passar por toda essa dificuldade, pode ser do plano de Deus. Às vezes, a tempestade vem para que a tranquilidade se estabeleça. —Disse Matt, abraçando-a.
Matteo ouvir som de passos ecoando e cada vez mais se aproximando, ele abriu lentamente os olhos, mas suas pálpebras logo se fecharam novamente. De repente, alguém abriu a porta do quarto… Matteo viu tudo embaçado, sentindo algo pula em cima dele.
— Ravi, chegou a hora de acordar! Nossos pais estão te esperando acordar. — Diz sua irmã segurando sua mão, ele abre os olhos.
— Mae, pai! Ravi acordou, você está bem? — Questiona Soraia, sua irmã.
— Graças a Deus você acordou. — Hanna fala enquanto abraça ele como se não houvesse o amanhã… Ela auxiliar Matteo a se levantar e se apoiar na cama. Soraia e avisou que chamaria o médico antes de sair do quarto.
— Em que lugar estou agora? Estou sentindo uma forte dor na cabeça, onde está Milla e o bebê está bem?
— Você se encontra em um hospital, o doutor informou que você sofreu um impacto severo na região craniana, resultando em uma hemorragia e na Possibilidade de entrar em estado de coma.
— Onde está Milla e o bebê? — Questiona Matte, pois não obteve resposta, enquanto retirar os dispositivos médicos que estavam conectados aos seus braços. Hanna,segura suas mãos.
— Sinto muito, sinto muito. — Hanna murmura enquanto se ergue e desvia o olhar, evitando que Matteo perceba sua angústia.
— Ela e o bebê da não suportaram a colisão. Milla já havia falecido quando o resgate chegou, tentaram reanimar-la no local, porém sem sucesso, então a levaram as pressas para o hospital na esperança de salvar o bebê, mas infelizmente ele também não resistiu. Lamento muito, você estava inconsciente.
Neste instante Matteo experimentar a sensação de ter perdido o equilíbrio, como se houvesse um vazio se abrindo sob seus pés e o arrastando para baixo, sua essência sendo sugada para escuridão, seu coração desejando parar. Matteo se ergueu desconcertado e ao sair do quarto apressadamente acidentalmente derrubou objetos no chão. No entanto, alguém o segurou com firmeza, fazendo-o cair de joelhos no corredor do hospital.
— É necessário que você seja forte. — Falou Matt o envolvendo em um abraço.
— Definitivamente não.
— Olhar para mim Matteo Ravi.-Diz Matt a, o segurando.
Matteo responde com um olhar perplexo e triste ao encarar seu pai, onde só se perceber, angústia e dor.
— É necessário buscar fé mesmo diante da descrença.
— Eu estava pronto para morrer em seu lugar.— Expressou Matteo, deixando transparente suas emoções. Ele empurrar seu pai, levantou-se com dificuldade e saiu apressado, demonstrando desespero começou a grita.
— Onde foi parar Milla? Onde está Milla? — Exclamou Matteo, chamando a atenção de todos.
Ele se dirigiu a uma sala, acompanhado por seu pai, onde Milla estava. Ao entrar no quarto, Matteo se aproximou lentamente do corpo de sua amada, que repousa em uma cama gelada, imóvel e coberta por um lençol. Seus olhos se enchem de lágrimas quando ele se aproxima, levantado o lençol e vendo a mão de Milla caindo ao lado. Ele fica em estado de choque, sem reação. Já pressentindo o que acontecerá, Matteo ainda mantinha um fio de esperança. Desaba sobre o corpo de Milla, começando a falar desesperadamente.
— Não, não, acordar Milla, você pode me dizer o que quiser, era para eu estar no seu lugar, mais Deus não quis assim… Por favor, levantar. — Matteo súplica a por de joelhos ao lado do corpo dela pedindo a Deus por sua recuperação de sua vida, pedindo que a trouxesse de volta.
— Eu me encontrava preparando para sacrificar minha vida. —Diz Matteo quase delirando, enquanto seu pai o encara com incredulidade.
— Olhe para mim Matteo. Encare meus olhos. Você não está sozinho.
— Contudo fui abandonado por Deus.
— Em nenhum instante você foi abandonado por Deus, sempre há esperança. — Disse Matt enquanto segurava o rosto dele.
— Apesar de às vezes se sentir despedaçado, Deus nunca o abandonou.
— Clamei por socorro a Deus, supliquei e por ajudar, no entanto, apenas encontrei um eco de silêncio e tristeza como retorno. — Matteo desabafar ao observá-la deitada sobre a mesa.
— Você percebe que Deus escutou o seu sussurro e respiração, atendendo ao seu pedido de socorro e salvando-o do perigo daquele acidente.
— Eu pedi desesperadamente. — Lamentou Matteo.
— Você não estava sozinho, às vezes pode até parecer que Deus nos abandonou, mas quando estamos no meio de uma noite fria e escuro ele está ao nosso lado, só que fechamos os olhos e não percebe sua presença. E verdade que Deus ficou em silêncio, mas ele te escutou e te protegeu, então nunca deixe de acreditar em Deus. — Falou Matt.
— Prefiro morrer do que suportar a tortura dos meus pensamentos. — Diz Matteo encarando Matt, seu olho já não refletem mais vida, o brilho que costumava ter desapareceu parecendo que algo dentro dele se apagou.
Seu olhar se tornou frio e vazio e repleto de escuridão. Lentamente, ele se levanta e caminha até a porta, cambaleando pelo corredor em direção à escada que leva ao telhado.
— Eu deveria ter pedido minha vida em vez da dela, se não tivesse parado para ajudar uma desconhecida, você poderia estar aqui agora. Aquele instante em que a segurei poderia ter sido crucial. Lamento profundamente o fato de ter salvo alguém que não era você. — Matteo começa a rir e Matt fica chocado ao vê-lo daquela maneira.
Andando em direção à escada que leva ao telhado, Matteo passando por uma porta aberta com uma expressão vazia. Avista a menina do outro veículo sendo atendida pelos médicos, sua atenção e completamente tomada por aquela criança em situações críticas. Em vez de continuar em direção à escada, Matteo se dirige ao quarto da menina, como se estivesse sendo guiado por uma força divina. Ele adentrar o quarto, escutando a discussão dos médicos.
— E necessário o desligamento do dispositivo. Ela adentrou em um estado de inconsciência. — Indagou o médico.
— Ela ainda é uma criança, necessitando dos equipamentos médicos. — Diz uma enfermeira.
— Quem será responsável pela despesa hospitalar? Seus pais faleceram e aparentemente ela não tem outros familiares próximos. — Disse o médico encarando a menina.
— Ela despertará, daqui a três dias, caso não apareça ninguém procurando por ela, desligaremos os equipamentos. Por favor, dê essa esperança a ela.
— Apenas concordarei três dias. Não será permitido estender o prazo. — Declarou o médico.
— Agradeço, senhor, por tamanha compaixão. — Diz a enfermeira enquanto lava as mãos da criança com um pano molhado.
— A menina ficará devastada ao acordar e perceber que seus pais faleceram. — Afirmou a enfermeira ao aperta sua mão.
— Seria mais vantajoso se ela permanecesse dormindo.
— Doutor, você enlouqueceu? Está realmente prestando atenção no que acabou de falar? — Exclamou a enfermeira indignada com as palavras do médico.
Matteo adentrar o ambiente e todos se voltam para observá-lo se dirigindo até a pequena.
— Desculpa, mas a entrada nesta sala é restrita a pessoa autorizada. Por favor, retorne ao seu quarto. — Disse o médico impedindo sua entrada.
No entanto, este ignorou o médico, dirigindo-se a cama e sentando ao seu lado. Com ternura seu, segurou a mão dela, tão pequena que seus olhos se encheram de lágrimas, a segurar com força, como se aquele simples gesto conseguisse acalmar seu coração, enquanto sorria para a criança. O médico o observava com cautela.
— Quem é aquele homem?
— É o homem que estava no veículo ao lado, ele conseguiu sobreviver, mas infelizmente sua esposa que estava grávida, com a criança não resistiram e faleceram. — Sussurra a enfermeira com um olhar repleto de compaixão.
— Vamos dar um tempo a ele com a criança. — Disse o médico, ao retirar a enfermeira do recinto, deixando-o sozinho.
Matteo limpa a ferida da criança, quando de repente seu dedo se move ao seu toque e lágrimas começam a descer dos seus olhos. Levando também Matteo com choro.
— Pobre criança, o destino foi tão implacável conosco, nos fazendo vivência tanta angústia e dor. — Diz Matteo secando as lágrimas do rosto da criança, permanecendo ali por um longo tempo, antes de partir, ele sente um pequeno aperto em sua mão, como se aquela criança estivesse lhe agradecendo.
— O que o destino reserva para nós dois. Descobriremos juntos. — Diz Matteo beijando sua testa.
Matteo caminha até a porta, seguindo em direção ao médico e a enfermeira que aguardam do lado de fora. Ele conversa com o médico brevemente, retorna ao quarto em silêncio, deitou-se na cama e adormecendo.