Havia um vazio. Nada existia por toda a eternidade, exceto pela cor preta, que era abrangente. Não havia som, temperatura, energia, nada. Mas naquela infinita nada, uma mesa redonda de pedra apareceu.
Não havia fonte de luz, ainda assim, a mesa era perfeitamente visível e, de fato, atraía forçosamente os olhos no vasto vazio. Como não havia fonte de luz, a mesa também não tinha sombras, o que era muito importante. Nessa área desprovida de tudo, a escuridão era aceitável, mas sombras não, pois comprometeriam a segurança deste local.
Um momento a mesa existia sozinha, no próximo, um grupo de figuras indistintas apareceu ao redor dela. Mesmo que alguém tentasse, não seria capaz de contar o número de figuras, pois essa informação era demasiadamente elusiva. Era por essa razão que parecia quase impossível determinar o quão grande era o grupo ou o tamanho da mesa, afinal, a única outra coisa com a qual comparar a existência da mesa não podia ser propriamente observada.