"Transformador de vidas? Se isso é tão transformador de vidas, por que você não faz isso?" Então ele encarou Scar. "Por que seus amigos profissionais não jogam essas classes raras se é tão incrível, em vez de empurrar para a gente em troca de uma posição na sua guilda, que é... deixa eu adivinhar, uma posição de faz-tudo até evoluirmos para um Necrolita e Mago do Crono. E se isso não acontecer, continuaríamos sendo um faz-tudo para sempre, certo?"
Mike e Saya ficaram de boca aberta.
A pálpebra de Scar tremeu.
Leonel engasgou com sua bebida.
Quando ninguém respondeu, Ren continuou com um sorriso maroto. "Porque eu vou te dizer o porquê. Mesmo que vocês saibam sobre as classes raras por causa do guia do Testador Beta, vocês não têm certeza se poderiam evoluir para essas classes.
"Além disso, a série de missões que vocês precisam completar para isso acontecer é demorada em comparação com as classes genéricas das quais vocês têm cem por cento de certeza que vão avançar.
"Vocês simplesmente não poderiam correr esse risco, especialmente se pertencessem a uma guilda onde guerras de guildas, incursões em masmorras e lutas contra chefes acontecem a qualquer momento. Vocês não podiam se dar ao luxo de esperar por um Mago sem classe e ficar para trás dos outros, ou seu prestígio cairia."
Ren cruzou as pernas e sorriu com ironia. "No entanto, todos os seus problemas seriam resolvidos se alguns novatos ignorantes topassem o trabalho. Eles assumiriam todos os riscos por vocês enquanto vocês colhem todos os benefícios. Se eles evoluíssem a classe, então bom para vocês.
"No entanto, se eles não conseguissem evoluir a classe, então permaneceriam na base como faz-tudo com um contrato de merda."
. . .
. . .
Todos ficaram atônitos com os comentários de Ren.
Leonel e os outros de fato conheciam Ren como implacável quando se tratava de seus argumentos, mas ele era tão dócil quando se tratava deles. Tão dócil que nem sequer dizia uma palavra de protesto. Ele apenas assentiria com a cabeça antes, contanto que se beneficiasse do acordo, não importa o quão pequeno, tudo pelo bem dos amigos.
O que aconteceu durante a noite que ele de repente mudou, e estava tratando-os como se fossem estranhos?
"Ren, você..." Mike não sabia o que dizer. Ren geralmente seguia suas ordens sem questionar. O que aconteceu com ele que estava todo antagonista hoje? Ele acordou do lado errado da cama?
"Ren, você não acha que está sendo muito cruel?" Saya interveio com uma voz piedosa e rosto abatido.
Mike estava internamente feliz. Ele sabia que Ren não poderia simplesmente decepcionar Saya assim. Ele acabaria cedendo por ela e tentaria convencê-la a um compromisso.
No entanto, as coisas não estavam indo conforme o plano de Mike quando Ren abafou uma risada e disse, "Cruel?
"Eu estou sendo cruel quando seu namorado foi o que trouxe um estranho para o nosso encontro que era para ser só entre amigos, sem nos informar. Depois ele quis que mudássemos nossa raça e classe para que ele pudesse entrar em uma guilda às nossas custas."
Ren balançou a cabeça levemente com um sorriso falso em seus lábios. "Me diz. Vocês realmente nos tratavam como amigos de verdade ou apenas como seus faz-tudo que vocês podem mandar casualmente?"
Mike ficou sem palavras enquanto Saya prendeu a língua. Era a primeira vez que Ren era tão duro com ela. Seria o homem realmente Ren ou algum tipo de impostor?
O Ren que eles conheciam nunca diria algo assim, especialmente para ela.
Ren trocou a perna cruzada de um pé para o outro e entrelaçou os dedos.
"Enfim, se vocês querem entrar nessa guilda, fiquem à vontade. Eu não vou impedir... só não nos obriguem a mudar nossa classe e assumam o desafio vocês mesmos uma vez."
"Ren!" Mike não sabia o que dizer. Ren não era assim tão difícil antes, e quando de repente se tornou, ele não sabia o que fazer. Ele nunca esperara que Ren discordasse fortemente dele, então foi pego totalmente desprevenido.
Saya saiu de seu transe e bateu as mãos para dissipar a atmosfera pesada que havia se instalado entre eles.
"P-por que não comemos primeiro? Tenho certeza de que Ren está apenas com fome, e ele estará de melhor humor mais tarde quando estiver de barriga cheia." Saya soltou uma risada constrangida, mas ninguém sorriu, nem a atmosfera pesada se dissipou.
A pálpebra de Ren tremeu, e Saya fechou a boca.
Ren podia ser muito intimidador com seus olhos frios e rosto indiferente.
Saya virou o rosto para escapar do olhar escrutinador de Ren e fingiu beber seu copo vazio de água.
Ren expirou silenciosamente. Saya sempre foi assim. Ela sempre ficava do lado de Mike. Mesmo quando ele estava errado.
Ainda bem que ele já havia superado ela. A única coisa boa que veio de sua traição foi ele perder todos os sentimentos por ela.
Então, mesmo que Saya se ajoelhasse e implorasse com todas as lágrimas que tinha, Ren ainda a ignoraria.
"Se estou com fome ou não, minha decisão é final." Ren se recostou em sua cadeira e inclinou a cabeça para o lado. "Aliás, se vocês realmente querem se juntar à guilda dele, por que vocês dois não assumem o papel já que ainda não entraram no jogo?"
"Ren... você..." Mike estava irritado, e seus lábios se torciam. Então ele se virou para Leonel quando não conseguiu atrair Ren para o seu lado. "Leo, faça-o entrar em razão. Ele não pode ver agora, mas o futuro dele depende disso."
Ren abafou uma risada. "Meu futuro? Você quer dizer o seu futuro."
Ren então ignorou Mike e Saya de boca aberta e olhou para Leonel, cujo rosto estava suando em bicas. "E você, Leo? O que realmente sente?"
Leonel ficou virando a cabeça entre Ren, Mike e Saya. Ele estava tonto com todo esse vai e vem, e seu cérebro doía tanto que não conseguia pensar em nada. Ele estava realmente no limite e queria chorar com sua atual situação. Por que não podem simplesmente jogar o jogo como querem?
Ou como adolescentes normais que só querem aproveitar o jogo e não pensar em coisas complicadas como guildas, dinheiro e o futuro.
O jogo era para ser jogado para escapar do estresse da vida real. Não para acrescentar a ele.
Desde quando os jogos se tornaram tão complicados?
"Leonel!" Mike insistiu.
"Leonel...", Saya implorou.
"Leo...", murmurou Ren com uma voz suave. Ele fechou os olhos antes de abri-los com um sorriso. "Apenas diga o que realmente deseja."
". . ."
"Eu..." Leonel olhou para cada canto e recanto onde podia descansar seus olhos e mente antes de olhar para suas mãos inquietas. Ele uniu os dedos, com a respiração trêmula ao dizer, "Eu..."