Chapter 28 - A Estátua

[A profissão Aprendiz de Ferreiro foi adicionada].

[Você ganhou o título 'O descendente dos Ironstones.']

[Você ganhou +2 Pontos de Carisma.]

Todas essas telas apareceram para Kaizen depois que ele aceitou a proposta de Therkara Pedraferro.

A reação da senhora ferreira às palavras de Kaizen foi de surpresa, e por dentro ela sentia felicidade e satisfação. Lá no fundo do coração, ela estava aterrorizada que Kaizen rejeitasse sua oferta, e ter um aprendiz era uma das coisas que mais desejava depois que sua vila desabou. Pois assim, ela seria capaz de transmitir as técnicas que somente os anões da família Pedraferro conheciam.

Então, eles não deram muita importância para isso e partiram juntos em direção à Forja Medular. Esse lugar ficava a alguns minutos à frente, no lado estreito da caverna.

Lá, as largas paredes estavam muito mais próximas do que antes, o que não necessariamente tornava todo o ambiente mais cruel para um cara grande como Kaizen e até mesmo Therkara. Embora houvesse buracos cujo fundo não poderia ser visto e trechos muito apertados, isso ainda não era nada comparado ao fato de que havia rochas pontiagudas em cada canto da última câmara. Então, o mestre ferreiro e seu aprendiz conseguiram passar por essa região em apenas alguns minutos.

Quando eles chegaram ao fim desta rota, depararam-se com algo extremamente incomum, mesmo para Therkara. Um imenso lago fluía de uma grande cascata, que despencava da parte mais à esquerda do alto teto desta localidade, transformando a caverna antes monótona em uma gruta belíssima.

A água deste lago natural era tão cristalina e limpa que transformava a cor e o brilho suave dos cristais numa belíssima tonalidade radiante. As paredes de pedra cinza de todo o ambiente estavam azuladas graças a isso, e os minérios nelas, como ouro, prata, ametista e turmalina, cintilavam como estrelas no céu noturno por todos os lados.

No centro do lago, destacava-se a figura refletida de uma mulher sem cabeça com uma balança na mão esquerda e uma espada na mão direita. Kaizen imediatamente olhou para o outro lado do lago e notou que essa imagem era apenas o reflexo de uma estátua gigante do outro lado da caverna.

Embora a estátua estivesse distante, o reflexo da água havia invertido a posição dos objetos que ela segurava. Com a ausência de uma cabeça, Kaizen não teve dúvidas de que já havia visto algo semelhante na vida real a esta estátua incomum. Ainda assim, Kaizen não pôde deixar de se surpreender com a visão.

De todas as belas paisagens que Klaus Park já havia testemunhado, que não eram muitas, já que nunca teve muito dinheiro para viajar livremente, essa caverna no porão do Bosque Nebuloso era o lugar mais lindo que ele já tinha visto com seus próprios olhos. A sensação de descobrir algo inexplorado e a deslumbrante aparência do lugar o deixaram praticamente sem palavras, sem saber como se expressar.

"Meu Deus..." Therkara disse, tão chocada quanto Kaizen. "O que aconteceu aqui?"

"Há um rio ou lago por perto?" Ele perguntou, tentando não parecer tão bobo a respeito de algo simples.

A mulher pensou por um segundo e respondeu:

"Na verdade, um rio corre atrás da montanha onde fica aquela entrada para a vila. No passado, quando chovia muito, o volume de infiltração também aumentava, e nós aproveitávamos para coletar muita água."

"Cem anos é um tempo considerável, o que explica porque a infiltração atingiu esse nível. Provavelmente, o solo de algum trecho deste rio também cedeu, gerando esta cachoeira e, consequentemente, o lago. Isso me faz pensar que esta caverna ficará totalmente alagada em alguns anos." Kaizen explicou enquanto admirava a queda constante da cachoeira. "De qualquer forma, aquela é a Forja Medular?" ele apontou para a estátua da mulher sem cabeça do outro lado do lago.

"Exatamente. Essa é a maneira como meus ancestrais conseguiram camuflar a entrada."

"Camuflar? Por quê?" Kaizen se absteve de apontar que a entrada da caverna era mais proeminente do que qualquer outra coisa.

"Eu não lhe disse ainda? A Forja Medular é mais do que apenas um lugar para fazer armas, é também onde guardávamos nossos maiores tesouros." Therkara explicou, começando a caminhar em direção à grande estátua.

'Em outras palavras, uma abóbada!' Kaizen pensou consigo mesmo e virou o rosto para a direita para ocultar suas feições. Se alguém o olhasse agora mesmo, veriam cifrões substituindo as pupilas em seus olhos.

Eles ambos caminharam pela borda do lago à medida que se aproximavam da estátua.

Logo Kaizen notou que a estátua sem cabeça não era um elemento solto e vazio naquele ambiente natural selvagem, havia uma curvatura em volta desta estátua que era ainda maior do que a própria estátua vista de longe. Como Kaizen estava longe antes, ele não podia ter certeza, mas conforme se aproximavam, não havia dúvidas de que esta curvatura era, de fato, o acabamento desgastado de uma gigantesca porta e que a estátua era parte desta porta.

A estátua estava cravada neste acabamento como se a grandiosidade de sua imagem fosse suficiente para proteger o tesouro de pessoas que não se arriscam e de pessoas que não gostam de ser desafiadas.

Diante dessa construção de quinze ou vinte metros de altura, Kaizen se sentiu intimidado. Ele não tinha ideia de como abrir aquilo, então olhou para Therkara.

A senhora ferreira sorriu nostalgicamente diante da gigantesca porta, que ela muitas vezes tinha visto ao ir dar jantar ao seu pai. Então, ela bateu palmas com as duas mãos, estendeu as mãos para frente e recitou:

"O cheiro do aço fundido, boa hidromel, legado e uma noite com uma mulher humana."

Após ela pronunciar estas palavras, o estrondo produzido pela súbita abertura da porta depois de tanto tempo ecoou por toda a caverna e à frente. Este som retumbante foi seguido pelo barulho do pesado batente de pedra no chão.

*Crrrrr*

Kaizen imediatamente olhou para Therkara e, confuso com as palavras pronunciadas por ela, inquiriu:

"Sobre essas coisas que você disse, há um significado ou uma lógica?"

"Lógica? Hahaha! Claro que há uma, mas pode parecer estranho para você." Ela respondeu, fazendo Kaizen mais interessado. "O cheiro do aço fundido, boa hidromel, legado e uma noite com uma mulher humana são as quatro coisas que um anão legítimo nunca deve odiar!"

Kaizen quase riu, impressionado. "Anões realmente sabem como levar a vida..." Ele disse enquanto olhava para porta.

A partir daquele momento, Kaizen passou a respeitar muito mais os anões do que antes, pois não havia nada na lista declamada com o qual ele não concordasse.

Quando a porta da estátua finalmente abriu o suficiente para que eles passassem, Kaizen e Therkara entraram na Forja Medular. Ao entrarem no local, o novato se deparou com uma câmara diferente de tudo que já tinha visto.

...

Editado por: DrHitsuji

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