Rui bocejou olhando para o céu azul.
"Cansado?" Julian perguntou.
"Sim... Isso levou horas pra caramba." Rui respondeu.
"De fato, mesmo assim, foi interessante."
Rui não podia discordar daquilo, não, era um eufemismo. Depois que eles se inscreveram para uma bolsa de estudos, eles esclareceram suas dúvidas a respeito do currículo da Academia.
A Academia começava com uma avaliação mais aprofundada e detalhada da proficiência marcial do estudante em vários campos, muito mais do que o próprio Exame de Entrada Marcial, aparentemente
('Faz sentido, considerando que o Exame de Entrada não testou especificamente a proficiência marcial. Ele testou a resolução na primeira rodada e a capacidade física geral nas duas próximas rodadas.')
O Exame de Avaliação era diferente. Ele realizava medições detalhadas das capacidades de um estudante em vários campos, e os resultados do Exame de Avaliação decidiriam o currículo para cada estudante. O estudante então seguiria aquele currículo até alcançar um nível satisfatório de proficiência geral em combate. Esse era o primeiro passo necessário para alcançar o Reino do Aprendiz Marcial. Este estágio era também conhecido como Estágio de Fundação, alegadamente o mais importante sem o qual o Caminho Marcial não poderia ser trilhado.
Após o Estágio de Fundação, seguia-se o Estágio de Exploração. De acordo com o guia fornecido pela Academia, bem como o pessoal de apoio, o Estágio de Exploração era uma fase menos controlada e autodidata do currículo. O Estágio de Exploração era o estágio final necessário para alcançar o Reino do Aprendiz. Pelo que Rui tinha aprendido, este estágio era um período livremente independente onde os alunos podiam acessar livremente a Biblioteca Marcial da Academia, uma biblioteca de técnicas de Arte Marcial, e aprender e treinar quaisquer dessas técnicas que desejassem. No entanto, haveria dias de treinamento de combate obrigatórios a cada nove dias, onde os estudantes passariam o dia inteiro engajados em lutas com outros.
Isso permitiria que tanto os instrutores Sêniors quanto os estudantes medissem seu progresso em intervalos ocasionais. Também dava a muitos estudantes a experiência de combate que uma grande parte deles não tinha. Não era fácil conseguir uma experiência de combate controlada e monitorada a menos que você fosse rico.
Ao contrário do Estágio anterior, os instrutores Sêniors assumiriam menos um papel de professor e mais de um ajudante/mentor no Estágio de Exploração. Eles eram obrigados a não serem opressivos com os estudantes deste Estágio, mas sim encorajá-los a serem abertos e inquisitivos. Para ajudá-los a explorar o comprimento e a largura da Arte Marcial e ajudá-los a dar o passo final necessário para se tornarem um Aprendiz Marcial; Descobrindo seu Caminho Marcial.
('Parece que a liberdade é necessária para o Estágio de Exploração.') Rui refletiu.
O Estágio de Exploração exigia que os estudantes explorassem livremente uma variedade de técnicas além das básicas dominadas no Estágio de Fundação. A ideia era que com suficiente exploração e introspecção, os estudantes descobririam a direção que desejavam desenvolver no seu Caminho Marcial: O Caminho Marcial.
Uma vez que o Caminho Marcial fosse descoberto, o Estágio de Exploração terminaria. Os Estágios de Fundação e Exploração eram as duas fases destinadas a levar os estudantes a entrar no Reino do Aprendiz.
Rui estava igualmente animado por ambos os estágios. O Exame de Entrada expôs suas graves falhas e deficiências. Sua proficiência marcial era abaixo da média, ele tinha muito a aprender; demais. Ele mal conseguiu passar no Exame confiando em táticas, mas aquilo não era uma estratégia sustentável. Ele precisava ficar forte se quisesse se tornar um Artista Marcial de verdade. Ele queria ficar forte.
Os Estágios de Fundação e Exploração soaram absolutamente perfeitos para Rui, que estava ansioso para simplesmente mergulhar em seu amor pela Arte Marcial sem qualquer outro tipo de consideração. Ele estava faminto por exatamente isso durante os últimos doze anos!
('É uma pena que eu não consegui aprender o que vem depois.')
Era até onde o pessoal de apoio estava disposto a divulgar. E qualquer e toda informação sobre a União Marcial como um todo, os reinos superiores dos Artistas Marciais, etc., apenas lhe rendiam uma recusa cortês. 'Não está dentro do escopo do nosso papel nesta cerimônia', eles disseram.
('É um pouco estranho eles estarem tão secretivos quando eu já estou garantido como um estudante.')
A única resposta era que eles não queriam dar informações desnecessárias prematuramente. Talvez as respostas para suas perguntas fossem parcialmente confidenciais, sensíveis ou perigosas para seus interesses. Não era implausível. Artistas Marciais de reinos superiores eram praticamente considerados tesouros nacionais. Fazia sentido que a União e a Academia tomassem uma posição firme em todas as informações sobre esses ativos. Qualquer coisa que pudesse diminuir a segurança deles ou contribuir para seu dano era fortemente regulamentada pela União, pelo que parecia.
('Esse é um tratamento VIP do caramba que eles têm lá.')
Essa era uma das facetas secundárias de ser um Artista Marcial, particularmente um de alto reino, que Rui estava ansioso para um dia ter. Quem não gostaria de ser altamente estimado? Em sua vida anterior, ele era apenas um pesquisador. E embora seu trabalho tivesse impacto em toda uma indústria, no final das contas, ele mesmo não era tão proeminente fora de certos círculos acadêmicos. Em comparação, um Artista Marcial de alto reino poderia impactar uma nação inteira.
"O caminho para alcançar um alto reino como Artista Marcial é extremamente difícil," Julian lembrou. Ele só precisou de um olhar para a expressão sonhadora de Rui para mais ou menos adivinhar seus pensamentos.
"Deixa o homem sonhar," Rui balançou a cabeça.
"Que 'homem'?" Julian encolheu os ombros brincalhão. "Eu só vejo uma criança que precisou de um adulto para acompanhá-lo no seu primeiro dia de escola."
Era uma provocação.
E funcionou.
Os dois brincavam enquanto voltavam para casa de riquixá.