Conforme o banco de dados da escola foi atualizado, a notícia do retorno de Rio alcançou pessoas que estavam esperando por sua chegada ou estavam preocupadas com ele.
Um homem de meia idade com cabelos grisalhos em um dos quartos no último andar da moradia dos professores estava preparando um relatório para a nova turma que começaria em dois dias.
*Ding!*
Seu telefone tocou mostrando a notificação de que ele recebeu uma mensagem.
Ele olhou para a tela do telefone e uma expressão mista de espanto e alegria passou por seu rosto.
"Oh… ele finalmente voltou." O diretor da escola suspirou aliviado.
Em um dos prédios no Jardim Grande Orvalho, o Setor VIP para alunos especiais na escola do Rio, uma senhora com cabelos cor Magenta que parecia ter 17-18 anos, viu seu telefone e sorriu com a notificação.
"Rapaz, você fez esta senhora esperar por você tanto tempo." Um sorriso misterioso se formou em seu rosto.
Em um quarto luxuoso, uma mulher de cabelos azuis na casa dos 30 anos estava olhando para uma foto de outra moça. O rosto da mulher de cabelos azuis parecia triste.
A jovem na foto se parecia com a mulher de cabelos azuis, mas ela era mais bonita e seus olhos transmitiam uma aura de tranquilidade. Ela parecia mais madura mesmo aparentando ser mais jovem na foto, como se tivesse enfrentado muitas dificuldades e batalhas em tenra idade.
Uma notificação soou ao lado dela e ela verificou a tela do telefone.
"Pequeno Rio está de volta." disse ela alegremente com uma voz amorosa enquanto uma expressão encantadora e vibrante tomava o lugar de sua face anteriormente entristecida.
Ela se levantou apressadamente e pegou seu sobretudo para sair do quarto.
Rio, que não estava ciente de todo esse evento causado pelo efeito da chegada, se movia livremente em direção ao portão de entrada.
"Devo alugar um quarto para esta noite. É ruim perturbar a família Havenglow tarde da noite. Eu posso me sentir mais confortável em um hotel do que na casa deles." Ele pensou consigo mesmo enquanto seus passos o levavam até a entrada.
Eram 10 da noite e a estrada estava iluminada com luzes de rua.
Um estiloso carro de corrida vermelho veio acelerando em sua direção.
Antes que ele pudesse dar um passo para o lado para dar passagem, ele parou na frente dele.
A porta do carro se abriu para cima de maneira estilosa e uma senhora de cabelos azuis saiu dele.
Seus cabelos azuis desciam até sua cintura, e estavam amarrados com uma fita branca perto da nuca. Ela usava um sobretudo e um vestido casual, o que indicava que ela não se preparou muito antes de sair às pressas para chegar a este lugar.
Rio ficou atordoado ao ver esta senhora sair do nada.
Antes que sua mente pudesse reagir à sua chegada súbita, ela se aproximou dele e o envolveu em um abraço caloroso.
"Pequeno Rio, eu não deveria ter deixado você ir para a terra de Asura. Você tem ideia do quanto eu estava preocupada?" Ela disse com uma voz triste.
Como se lembrasse de algo, ela o soltou do abraço e começou a inspecionar seu rosto e corpo. "Você está bem? Se machucou em algum lugar?"
"Por que você está demonstrando tanto cuidado?" Rio perguntou a ela rudemente com uma voz firme.
"Quem fala assim com a mãe? Se eu não cuidar de você, quem vai?" Ela o olhou com olhos cheios de carinho.
"Eu não sou seu filho e você me adotou há dois meses. Não faz sentido você demonstrar cuidado por um ninguém do nada. Mesmo que você fosse meus pais verdadeiros, eu teria falado com você da mesma maneira." Rio disse friamente.
Ela o olhou com os olhos arregalados como se não conseguisse entender por que ele odiava tanto essas duas pessoas.
"Eles me abandonaram como se eu fosse lixo. Não entendo por que as pessoas planejam ter um filho se não têm coragem de cuidar da responsabilidade de uma criança." Ele falou com um rosto sombrio enquanto uma chama de agravo tremulava em seu coração.
'Ele não está errado mas…'
Depois de ouvir essas palavras ela o compreendeu. Ela não podia culpá-lo por como ele cresceu sozinho.
Ninguém deveria ser privado de seu ente querido quando são pequenos. Quando ele via outros pais, seus olhos sempre se enchiam de lágrimas. As pessoas tinham outras relações além dos pais.
Aqueles sem mãe e pai tinham irmãos ou avós, mas ele tinha um velho que o adotara. Até mesmo o velho morreu de velhice, após o que a vida de Rio se tornou um inferno.
Quando estava doente, não tinha ninguém para cuidar dele ou alimentá-lo. Ele ficava com fome ou arrastava seu pobre corpo para o hospital no pior dos casos por conta própria.
Ele continuou com uma voz amarga, "Mesmo que você fosse minha mãe verdadeira e me encontrasse do nada, eu ainda perguntaria por que você está demonstrando tanto cuidado de repente como se tivesse percebido que tem um filho depois de 16 anos."
Ela o olhou silenciosamente e sua expressão demonstrava hesitação.
'Devo contar a ele quem são seus pais? Mas será um problema se outros descobrirem. Pai pode expulsá-lo da família conhecendo a identidade de seus pais verdadeiros, pois isso o faria lembrar do homem que ele mais detesta.'
"Rio... Eu não vou te contar quem foram seus pais, mas vou te contar sobre eles para que você não os odeie." Ela lutou muito mas finalmente decidiu revelar o suficiente para que ele não os odiasse.
"Você conhece meus pais?" Como se alguém tivesse explodido uma mina terrestre sob seus pés, ele se abalou ao ouvir suas palavras.
Ele a agarrou pelos ombros, que chegavam apenas ao seu nariz apesar dela estar usando saltos altos. Um olhar feroz de curiosidade brilhava em seu rosto.
Ela acenou com a cabeça enquanto seus olhos ficavam úmidos.
Ao ver ela acenar, seu coração acelerou e ele olhou para ela surpreso enquanto seus olhos a encaravam para que ela falasse mais e satisfizesse a sede de sua curiosidade que tinha há muito tempo.