Chereads / Nova Éden: Viva para Jogar, Jogue para Viver / Chapter 10 - Magia Não-Elementar, Parte 2

Chapter 10 - Magia Não-Elementar, Parte 2

"Primeiro, você pode me dizer quantos elementos você conhece?" O mago perguntou a Astaroth.

"Consigo pensar em seis. Terra, Vento, Fogo, Água, Luz, Escuridão." Astaroth respondeu.

"Isso é um bom começo." O velho assentiu.

"Você pode me dizer quantas esferas havia para o teste de afinidade que eu lhe disse para fazer?" Ele continuou.

Astaroth tentou se lembrar, mas ele estava com pressa.

"Uma dúzia talvez?" Ele respondeu, incerto.

"Perto, mas ainda não exato. Você terá que trabalhar na sua memória se quiser se tornar um bom mago. Não é só sobre talento. Há trabalho árduo também. E muita memorização." O mago repreendeu levemente.

"Eram quinze esferas. Todas associadas a um elemento ou energia deste mundo. Dos seis que você nomeou corretamente." O velho começou.

"Fogo, água, terra, vento, luz e escuridão são todos os elementos básicos que compõem o mundo. Mas você também pode misturar alguns destes, para fazer elementos menos esotéricos." Ele continuou.

"Lama, por exemplo, usa os elementos terra e água. Raio seria outro exemplo, combinando fogo e vento. Há também magma, névoa e areia, usando fogo com terra, água com ar e fogo, e areia, combinando terra e vento respectivamente." O mago palestrou.

O velho fez uma breve pausa para que Astaroth pudesse internalizar a informação.

"Mas, mestre, ainda faltam quatro elementos." Astaroth disse, após digerir a informação.

"Sim." O velho assentiu.

Ele fez uma pausa para ponderar. Estaria o jovem pronto para saber de tudo?

'Ah, qual a diferença, já se sintonizou com ele. Conhecimento sobre estes só pode ser uma vantagem neste ponto.' Ele pensou.

Astaroth esperou pacientemente. Ele estava nervoso agora.

O velho claramente relutava em compartilhar essa parte, então ele poderia adivinhar que o conhecimento era pesado de se carregar. Mas ele queria saber, especialmente porque o homem ainda não havia apontado qual elemento ele tinha afinidade.

O velho suspirou.

"Os próximos quatro não são tanto elementos, mas sim energias. Energias que impulsionam a maior parte do mundo." Ele começou a explicar.

"Este não é um conhecimento que iniciantes deveriam ter antes de ter um bom controle sobre seu próprio mana e poder. Mas você parece um jovem sensato, e posso ver que você tem potencial para se tornar uma força que rivaliza com muitos magos da alta corte." O velho mago disse, finalmente se sentando em frente a Astaroth.

"As primeiras duas são energias alimentadas pela mente, poder mental, se preferir. A primeira é o poder de distorcer a percepção, o poder da ilusão. É principalmente disponível para a raça Fada, embora alguns humanos também possam desenvolvê-lo. Requer uma boa quantidade de força de vontade para resistir a ilusões, mesmo aquelas conjuradas por si próprio."

"A segunda é o poder de dobrar pensamentos e forjar memórias, poder psíquico. Esse poder é um pouco mais prevalente que o primeiro." Ele continuou.

"Embora ainda seja principalmente usado por Fadas, outras raças podem desenvolvê-lo com algum treinamento. É um poder perigoso, pois pode forçar pessoas a fazerem coisas que não fariam normalmente. Impérios já caíram aos caprichos de apenas um usuário psíquico poderoso."

"Algo de magnitude muito maior alimenta as duas próximas energias. O poder da alma. A primeira, com a qual você se sintonizou, é a energia espiritual." Ele disse enquanto caminhava de um lado para o outro.

"É o poder de sentir e interagir com espíritos. Usuários de espírito começam fracos, mas tornam-se monstruosamente fortes. Tudo depende de quantos espíritos você contrata e quanto sua alma pode aguentar."

"Espere, você disse contratar? Como em, criar laços com espíritos?" Astaroth o interrompeu e perguntou, confuso.

O velho mago olhou para Astaroth desaprovadoramente pela interrupção. Ele respondeu à sua pergunta.

"Sim. Eu disse contratar. A razão pela qual os usuários de espírito se tornam tão fortes é que quando eles podem contratar um espírito elemental de grande poder, eles podem usar magia elemental muito além de sua afinidade elemental. É como um aumento instantâneo de afinidade para eles." Ele disse.

"Eles podem deixar os espíritos se fundirem com eles temporariamente para melhorar sua afinidade e se tornarem muito mais fortes naquele elemento. Você entende o poder que a natureza lhe deu, jovem?" O velho mago perguntou, erguendo uma sobrancelha.

Astaroth apenas ficou sentado, com a boca aberta, por alguns segundos. Então ele fechou a boca e engoliu.

Isso era! Seu caminho para se tornar o melhor! Ele finalmente alcançaria o topo! Mas o banho frio o atingiu logo depois. Ele ainda precisava encontrar e criar laços com espíritos poderosos.

"Suponho que também há um risco ao criar laços com espíritos, certo?" Ele perguntou, acalmando sua mente.

"Muito mesmo." O velho disse, feliz em ver o jovem entender o que estava em jogo.

"O risco é tão alto quanto a recompensa. Criar laços com espíritos poderosos traz um poder incrível, mas a alma deve ser igualmente forte. Falhar na ligação significa morrer e ter sua alma danificada." O velho disse.

"Se o dano for grave o suficiente, você pode até romper laços que já estão estabelecidos e danificar ainda mais sua alma." O velho disse, esperando pela reação.

Astaroth inspirou profundamente. Era uma grande aposta.

Se ele conseguisse, significaria alcançar seu sonho. Mas falhar significaria se afastar dele talvez até matar suas chances.

"Sempre manterei isso em mente, Mestre." Astaroth disse, fazendo uma leve reverência.

O velho mago assentiu e sorriu. Esse jovem não era tão precipitado afinal.

"Agora. O último. É uma magia que quase todas as coisas vivas banem e desaprovam neste mundo. Também usa o poder da alma, mas não de si mesmo. Magia demoníaca." O mago disse, seu humor tornando-se sombrio.

"É magia que usa rituais e almas de pessoas inocentes para vincular forças superiores à alma do conjurador. Vincular demônios, formar contratos com criaturas eldritch e, que os deuses o proíbam, às vezes, contratos com deuses malignos." O velho disse, a raiva visivelmente brilhando em seus olhos.

Astaroth podia ver a mana ao redor do homem se tornar tumultuada à medida que ondas de raiva se desprendiam dele. O homem antes calmo e composto, com ares de professor, agora parecia um vulcão pronto para liberar sua ira.

Mas não durou. O velho rapidamente se controlou.

'Que feio da minha parte.' Ele pensou.

Ele pigarreou e continuou.

"Ahem. Onde eu estava? Ahh, sim. Magia demoníaca. É uma prática que ninguém deveria fazer, e eu vi destruir vilarejos inteiros e matar pessoas aos milhares." Ele advertiu.

"Se você tivesse demonstrado uma alta sintonia com tal magia, eu teria te matado na hora!" O velho disse, a raiva ainda aparente em seus olhos.

Astaroth estremeceu. Ele havia pegado a esfera de magia espiritual porque ela ressoava mais com ele.

Mas a segunda maior reação que ele teve foi de uma esfera preta como breu com um sigilo de um olho pintado de vermelho nela. Ele poderia adivinhar qual era agora. 'Escapei por pouco!' Ele pensou, ofegando interiormente.

"Você tem perguntas para mim, jovem?" O velho perguntou, depois de deixar o pobre rapaz internalizar toda essa informação.

"Ah, sim, eu tenho." Astaroth disse, voltando a si após seus pensamentos.

"Eu gostaria de saber quais são os espíritos. Eu quero saber quais podem me fortalecer e como. Você tem esse conhecimento, Mestre?" Astaroth perguntou, esperançoso.

"Eu tenho um pingo de conhecimento sobre espíritos. Mas é muito limitado." O homem disse, sorrindo levemente.

E assim eles passaram as próximas horas discutindo como certos espíritos fortaleciam estatísticas ou afinidades específicas. Criaturas de grande força poderiam deixar espíritos na morte que impulsionariam sua força.

Alguns magos morreriam e deixariam para trás suas almas fragmentadas, que ele poderia contratar para impulsionar seu intelecto. Outros eram espíritos elementais que poderiam melhorar afinidades.

Eles até falaram de um método que o velho chamou de 'Bárbaro', que forçava a alma de alguém a se submeter após a morte, para impulsionar temporariamente suas estatísticas em uma margem da estatística mais alta da alma. Ele havia chamado essa habilidade de 'Roubo de Alma'.

O nome era sinistro, mas era apenas uma coisa temporária. A alma não poderia ser vinculada contra sua vontade indefinidamente.

Depois de toda essa conversa, Astaroth ganhou uma visão clara do caminho que precisava tomar. Sua paixão inflamou e sua vontade se fortaleceu.

Agora tudo o que ele precisava fazer era encontrar uma maneira de sair dessa zona de alto nível maldita. Mas como ele conseguiria?