Nas movimentadas ruas de Xangai, um notório bandido chamado Chen Jun Hao governava com punho de ferro. Conhecido por sua força e crueldade, Jun Hao era temido por muitos. O ano era 2022, e ele havia subido de cargo de capacho para homem de confiança do chefe da gangue do Tigre Branco.
"Jun Hao! O chefe quer te ver," disse Bo Wen, um amigo careca.
"Onde ele está?" perguntou Jun Hao.
"No armazém. Ele quer que você vá para lá agora."
"Estou indo," ele respondeu.
Jun Hao soltou seu cigarro e foi para o armazém. Ele passou por seus subalternos enquanto andava. Eles abaixavam a cabeça em respeito. Jun Hao estava satisfeito. Depois de servir como capacho—fazendo recados, limpando banheiros e fazendo o trabalho sujo pelos últimos oito anos, ele finalmente foi promovido a homem de confiança do chefe.
Ele merecia. Jun Hao ajudou o chefe a obter o terreno que ele sempre quis.
Ele chegou ao armazém. O cheiro de gasolina e sangue se misturavam no ar, fazendo suas narinas queimarem. Estava escuro—como sempre estava quando ele encontrava o chefe. Jun Hao ainda não conhecia o rosto e a identidade do chefe, mas sabia que ele tinha uma distinta tatuagem de um tigre branco no braço esquerdo.
"Você me chamou?"
"Ah, Jun Hao. É bom te ver depois de um tempo. Ouvi dizer que você está indo bem esses dias."
"Sim," ele sorriu. "Os territórios estão sob controle."
"Isso é bom. Como vai sua irmã?"
"Ela ainda é louca por aqueles ídolos coreanos. Ela me implora todas as noites para levá-la para a Coreia do Sul, mas, sabe, eu não tenho dinheiro suficiente para isso," Jun Hao riu.
A irmã de Jun Hao, Mei Ling, era o único membro da família que lhe restava. Seu pai era chinês, enquanto sua mãe era coreana. Como resultado, Jun Hao sabia falar ambos os idiomas, já que sua mãe falava com ele em sua língua nativa quando ela ainda estava viva. No entanto, sua mãe morreu após dar à luz Mei Ling, e seu pai morreu de overdose de drogas pouco depois.
Aos 8 anos de idade, ele teve que cuidar da irmã e viver em um orfanato. Quando ele fez 18 anos, começou a procurar empregos, mas não conseguia encontrar um que pagasse decentemente, já que ele não conseguiu terminar o ensino médio.
Quando estava lutando contra valentões um dia, o chefe o acolheu e fez dele um capacho. Ensinarou-o a lutar, negociar e manipular outras pessoas. Ele sabia que o chefe era uma pessoa má, mas recompensava Jun Hao com um salário decente.
O chefe riu. "Isso é bom. Pelo menos ela é maior de idade agora, certo?"
Jun Hao franziu a testa. "Sim," ele respondeu devagar. "Por que você perguntou isso?"
"Sem motivo," o chefe desconversou. "Você fechou o acordo com os Dragões do Trovão?"
"Sim," Jun Hao se gabou. "Eu peguei a maleta que você queria."
"Me dê ela."
Jun Hao balançou a cabeça. "Meu pagamento ainda não foi liberado este mês, chefe. Eu preciso dele para finalmente pagar a mensalidade da minha irmã. Sinto muito reter a informação de você, mas eu entregarei assim que receber meu pagamento."
O chefe não ficou satisfeito com a resposta de Jun Hao. Ele estava desconfiado de Jun Hao desde que ele se tornou seu homem de confiança.
"Me dê a maleta," o chefe insistiu.
"Me dê o meu pagamento."
O chefe já havia tido o suficiente de Jun Hao. Ele ouviu rumores de outros membros que Jun Hao estava ficando mais forte, e ele se sentia ameaçado por isso. O chefe teve que tomar a maleta à força se Jun Hao não quisesse entregar voluntariamente.
Foi então que Jun Hao sentiu um calafrio correr pela espinha, seguido por passos entrando no armazém.
"Bo Wen? O que você está fazendo aqui?" perguntou Jun Hao.
Bo Wen permaneceu em silêncio enquanto apontava uma arma para sua cabeça. Jun Hao tentou fugir, mas outro membro segurou seus braços, impedindo-o de se mover.
Sua mandíbula se contraiu enquanto olhava para os membros da gangue em quem ele uma vez confiou.
"O que vocês estão fazendo?" Jun Hao gritou.
"Que pena, Jun Hao," o chefe disse friamente. "Você é um bom homem—um homem muito bom, de fato. Mas eu não posso ter meu homem de confiança me desrespeitando, podemos?"
Jun Hao lutou para se soltar, mas não tinha chance contra cinco pessoas. Ele era apenas um, e o chefe estava bem na sua frente. O chefe sacou uma arma e a colocou em sua têmpora.
"Não faça isso, chefe. Eu fiz tudo o que pude pela gangue."
"Você fez," disse o chefe. "E eu estou preocupado que você só ficará mais forte. Então, é melhor eliminar você agora antes que se torne meu inimigo."
Bang.
A visão de Jun Hao escureceu.
[Sistema integrando.]
Jun Hao respirou fundo ao acordar. Ele olhou ao redor e viu-se em um quarto desconhecido. Era pequeno—ainda menor que o apartamento caindo aos pedaços onde ele costumava morar com sua irmã.
Como ele chegou aqui?
Alguém salvou sua vida?
Os punhos de Jun Hao se fecharam quando ele se lembrou do que aconteceu. Depois de dedicar sua vida à gangue por oito anos, era assim que seu chefe o recompensava?
Pelo menos ele ainda estava vivo. Ele não sabia o que aconteceria se morresse e não pudesse mais cuidar de sua irmã.
Jun Hao levantou-se da cama e se sentiu mais leve do que o usual. Seus músculos rígidos estavam mais ágeis. Era como se ele tivesse rejuvenescido. Sua pele também estava mais clara.
"Mei Ling?" ele chamou pela sua irmã, mas parou quando sua voz soou diferente. Estava mais delicada, bem diferente da voz rouca de fumante que ele tinha.
Tudo parecia estranho e diferente, então ele lavou o rosto no banheiro. Lavou bem, molhando o colarinho e as mangas.
Depois de lavar o rosto, ele olhou para cima e se deparou com seu reflexo no espelho.
"Ahh! Quem é esse?" ele deu um passo para trás e segurou seu rosto, sentindo a pele macia do jovem rapaz.
[Sistema foi integrado.]
De repente, uma vibrante exibição holográfica apareceu no centro do quarto, projetando a imagem de um sofisticado sistema de inteligência artificial futurista.
[Parabéns, Chen Jun Hao! Você foi escolhido.]
Os olhos de Jun Hao arregalaram-se em surpresa, sua curiosidade atiçada. "Escolhido? Escolhido para quê?"
[Você foi selecionado como o hospedeiro para embarcar em uma jornada transformadora para se tornar um ídolo de topo.]
O queixo de Jun Hao caiu, um misto de medo e incredulidade tomando conta de seu rosto. E assim, tudo ficou negro mais uma vez.