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Em um Laboratório de Cirurgia...
O cômodo estava escuro e em silêncio sepulcral, exceto pelo bip do monitor cardíaco.
As sombras de três pessoas se espalhavam pelo lugar sombrio, envolvendo o ambiente em uma aura mórbida de medo.
Olhando para a origem das sombras, três homens vestidos com longos jalecos brancos podiam ser vistos ao redor de uma cama cirúrgica, seus rostos iluminados por seriedade e uma leve esperança.
Todos tinham cerca de 40 anos, seus olhos vermelhos de exaustão, mas também cintilando com um tipo de loucura enquanto focavam na figura sobre a cama.
"Aumente a taxa de saída em 40." Um dos cientistas com longos cabelos escuros proferiu, quebrando o silêncio do cômodo.
"Aumentando a taxa de saída em quarenta." A voz da IA repetiu, fazendo com que o monitor cardíaco começasse a bater rápido enquanto a figura na cama começava repentinamente a se contorcer.
Era um garoto de cerca de 16 anos com cabelos negros como corvo. Seus olhos estavam fechados, seu belo rosto pálido iluminado em leve agonia enquanto sua boca estava coberta por uma estranha máquina.
Suas pernas e braços estavam esticados ao lado, cada um preso com correntes na cama cirúrgica, incapacitando-o de movê-los.
Vários fios estavam presos ao seu corpo, penetrando em sua pele enquanto um grande cano metálico podia ser visto entrando em sua cabeça por baixo, com um soro verde presente nele.
O corpo do garoto se contorcia repetidamente, fazendo o som contínuo das correntes ecoar pelo laboratório.
"Aumente a taxa de saída em 80." O cientista ordenou novamente enquanto o monitor cardíaco aumentava seu ritmo.
Os olhos do garoto se abriram repentinamente revelando íris azuis profundas, com o branco dos olhos coberto por veias vermelhas dilatadas devido à dor.
Seu rosto era a verdadeira definição de uma figura sofrendo, e as veias que apareciam por todo ele eram mais do que suficiente para mostrar isso.
Dor.
Dor horrível.
Zeras sentia como se milhares de raios de eletricidade estivessem sendo passados continuamente em seu corpo, destruindo cada pequena célula de seu ser.
Ele gritava de dor, mas nenhum som era ouvido no laboratório devido à máquina de prevenção de som colocada em sua boca.
"Aumente a taxa de saída em 90." A mesma voz ecoou novamente enquanto o beeping aumentava ainda mais rápido.
Zeras sentiu seu olhar lentamente descendo para a escuridão, mas isso foi imediatamente dispersado quando a dor se chocou contra seu sistema, fazendo-o gritar enquanto a cama cirúrgica era movida para lá e para cá e as correntes chacoalhavam repetidamente.
"As células do sujeito de teste atingiram seu limite. A probabilidade de mutação aumentou em 93%." A voz da IA ecoou no cômodo.
O cientista, como se surdo à voz, ordenou friamente:
"Aumente a taxa de saída em 99%."
O bip do monitor aumentou em centenas de vezes enquanto os olhos de Zeras imediatamente se cobriram em uma cor vermelho intenso, seu rosto coberto por estranhas veias escuras e vermelhas.
Sangue escorria de seus olhos, nariz e ouvidos enquanto seu corpo se debatia incontrolavelmente.
A dor era insuportável enquanto ele sentia cada centímetro de suas células sendo destruído. Suas células corpóreas lutavam defensivamente contra os elementos invasores, mas estavam rapidamente perdendo.
O corpo de Zeras atingiu finalmente o seu pico enquanto seus olhos rolavam para trás, seu corpo caindo sobre a cama com um baque.
O monitor cardíaco parou de bater nesse ponto enquanto a linha nele ficava constantemente reta.
"O corpo do Sujeito de Teste 3028 atingiu seu limite absoluto. As células foram corrompidas pelo soro BD-06." A voz da IA ecoou pelo cômodo, quebrando o silêncio.
"Outro fracasso." Um dos cientistas disse em tom de decepção.
"Bem, pelo menos ele foi o resultado mais alto que já obtivemos, capaz de suportar a infusão do soro a 99% por dez segundos." O cientista que ordenou o aumento contínuo falou com uma voz neutra, tornando incerto se estava elogiando ou decepcionado.
"Descarte-o logo. Vamos fazer uma pausa antes que o próximo sujeito chegue." O último cientista disse enquanto clicava em seu relógio antes do trio sair do laboratório.
Restando no cômodo estava Zeras, que já havia desmaiado e estava afogando-se na poça de sangue que escorria de seus sentidos.
O cientista nem piscou, como se ele não passasse de mais um rato que falhou. Esta era a cruel realidade da vida.
Um homem vestido com macacão escuro logo entrou no laboratório, desamarrando a corrente ao redor de Zeras antes de colocar seu corpo em um grande saco que trazia nas mãos.
Seus olhos não demonstravam emoção ao olhar para a figura ensanguentada do menino. Já era uma coisa comum a essa altura.
Cuidadosamente fechando o zíper do saco, ele o carregou em suas mãos enquanto saía do laboratório, a porta se fechando automaticamente e mergulhando o cômodo em silêncio mais uma vez.
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