Grão-Mestre Conrad Listrio deu um passo à frente, apresentando-se e aos outros membros do Conselho, assim que começou a se dirigir aos outros mundanos.
Ele sentia uma verdadeira honra em estar na presença deles, o suficiente para impeli-lo a levantar-se do seu assento.
Os quatro Membros do Conselho restantes espelharam seu gesto e, à medida que ele falava seus nomes, eles inclinavam respeitosamente suas cabeças.
Observando de dentro do grupo, Rey não pôde deixar de notar a demonstração de respeito.
Uma noção lhe veio à mente, 'Parece que eles têm muito respeito por nós...'
No entanto, no momento seguinte, ele estreitou os olhos, desconfiado, 'Ou talvez, estejam em um ponto onde desesperadamente precisam da nossa ajuda.'
O próprio fato de a humanidade ter se unido sob uma única bandeira, e ter que recorrer à Invocação de seres de outro mundo, já era prova suficiente disso.
'Vamos ver onde isso vai dar.'
Rey, como o resto de seus colegas de classe, ouviu Conrad enquanto ele começava a explicar a razão da convocação deles.
Já que Serafim não lhes havia contado os detalhes, todos prestaram atenção concentrada.
"O mundo inteiro está enfrentando uma terrível ameaça — o Imperador Dragão," Conrad anunciou solenemente.
No mundo em que haviam chegado, muitas raças existiam ao lado dos humanos. Entre essas raças, os Dragões se destacavam como os mais poderosos.
"Tudo começou uma década atrás, quando eles surgiram de repente e começaram a devastar as terras. Eles facilmente tomaram o Continente do Norte e o fizeram seu refúgio." Conrad prosseguiu, sua voz carregada de melancolia enquanto falava.
Como resultado, as raças que uma vez ocuparam o Continente do Norte — povo-besta, homens-lagarto e algumas outras raças menores — foram todas dizimadas.
"O Continente do Norte era o mais grandioso e mais rico quando eles começaram sua invasão. Dragões são conhecidos por serem incrivelmente possessivos e gananciosos. Uma terra próspera não é nada além de um alvo para eles."
Para Rey, parecia estranho que, diante de tal perigo, os humanos continuassem a viver em luxo.
'Se os dragões cobiçam riquezas, por que ostentá-las?' Rey meditou silenciosamente.
Apesar dos luxos, o fato de os Dragões não terem vindo para obliterar completamente o lugar sugeria que talvez estas riquezas não agitassem o suficiente os desejos dos dragões.
'Mas o que mais eles poderiam querer se isso não é suficiente?' Rey ponderou.
"Nós estamos sofrendo Ataques de Dragões desde que eles tomaram o Território do Norte, alguns mais devastadores que outros. Foi apenas depois que uma nação humana inteira foi destruída por um ataque de Dragão que o resto de nós decidiu se unir sob uma bandeira."
Em última análise, resumia-se a uma situação de 'unidos venceremos, divididos cairemos'.
"Então, o que vocês precisam que nós façamos exatamente? Enfrentar esses Dragões em seu lugar? Afastar os ataques dos Dragões?" Alicia foi direta ao ponto, exigindo clareza de Conrad sobre suas intenções.
O Conselho Real não podia mais contornar a verdade.
Eles tinham que revelar seus verdadeiros motivos, mostrando o que esperavam desses jovens adolescentes.
"Precisamos que vocês derrotem o Imperador Dragão e livrem este mundo dos dragões inteiramente. Até que essa tarefa seja cumprida, a paz permanecerá um sonho inalcançável," Conrad declarou.
Enquanto muitos suspeitavam que essa seria a solicitação deles, o peso das palavras ainda enviava ondas de choque pela sala, gases audíveis se misturando com a tensão.
'Então é isso, hein? Basicamente somos os soldados deles,' Rey concluiu em seus pensamentos.
Ele não nutria animosidade pelo reino.
Se a história deles era verdadeira, eles realmente estavam em terrível perigo devido aos Dragões. Parecia apenas lógico que recorressem a quaisquer meios necessários para resolver o problema.
'Em situações como essa, às vezes os fins justificam os meios,' ele raciocinou, reconhecendo que suas ações egoístas poderiam ser justificadas por suas circunstâncias urgentes.
Além disso, se não tivessem sido invocados, a morte provavelmente teria sido o destino deles de qualquer maneira. Que espaço havia para ressentimento?
"Talvez devêssemos discutir entre nós mes—"
"Nós vamos fazer isso," a voz resoluta de Adônis abruptamente interrompeu a sugestão cautelosa de Alicia.
"O quê?!" Alicia e outros reagiram fortemente à decisão unilateral de Adônis. Ele não só falhou em consultar os outros, mas também falou como se pudesse ler suas mentes.
"Ei, Adônis! Você não pode simplesmente—!" Alicia avançou em direção a Adônis, seus olhos ardendo de raiva.
Dragões, mesmo no mundo moderno, eram conhecidos como forças incrivelmente poderosas. Todo estudante na sala definitivamente havia visto um ou dois filmes com Dragões neles.
Ainda assim, aqui estavam eles, sendo solicitados a enfrentar esses seres formidáveis.
"Relaxa, Alicia, todos... acalmem-se," Adônis interrompeu em inglês, dirigindo suas palavras calmantes especificamente para seus colegas. Seu tom carregava uma gentileza tranquilizadora.
Um pequeno sorriso começou a se formar em seu rosto, e seus olhos encantadores atraíam a todos.
"Apenas confiem em mim. Eu já disse isso antes — se nos unirmos e seguirmos a orientação deles, ficaremos bem," Adônis assegurou, embora o ceticismo permanecesse entre muitos estudantes, evidente em suas expressões.
"Nós somos muito mais fortes que os nativos deste mundo. A Serafim disse isso ela mesma."
Havia um motivo pelo qual os H'Traens tiveram que invocá-los, em primeiro lugar.
"Claro, os Dragões parecem formidáveis, mas tenho certeza de que podemos vencê-los. Além disso, se decidirmos ajudá-los, tenho certeza de que eles não terão escolha senão ouvir todas as nossas exigências e atender às nossas necessidades."
As palavras finais de Adônis fizeram todos perceberem a ilusão de escolha que eles tinham.
Eles estavam em outro mundo, e estavam praticamente mortos nos seus antigos.
A menos que quisessem travar guerra contra esta Aliança Humana, o que realmente não seria útil para nenhum dos lados, a melhor maneira de conseguir o que queriam era estabelecer laços diplomáticos com a nação.
"Essencialmente, nós somos a melhor esperança deles," Adônis afirmou. "Se nos aliarmos a eles, eles terão que acomodar todas as nossas necessidades. Além disso, treinando e aprendendo, tenho certeza de que estaremos prontos para enfrentar os Dragões."
No momento em que ele terminou de falar, houve silêncio entre seu público.
Adônis, com o sorriso se alargando, cabelos loiros contornando seu rosto, olhou para eles esperançoso. "Bem...?" ele instigou, buscando a concordância ou oposição deles.
"A Serafim te contou tudo isso também?"
A pergunta inesperada de Alicia permaneceu no ar, mas Adônis continuou imperturbável. "Não," ele admitiu com um dar de ombros despreocupado, "apenas um palpite."
Implicitamente, todos entenderam a diretriz não dita: seguir Adônis. Com sua determinação estabelecida, a melhor aposta dos estudantes restantes era embarcar no Expresso Adônis.
'Eu estava a bordo do trem Adônis desde o início,' Rey pensou consigo mesmo, suprimindo um sorriso.
Treinar para ser mais forte. Lutar contra Dragões. Salvar o mundo.
Ele precisava deles mais do que qualquer outro.
'De que outra forma poderei usar todas as minhas Habilidades?'
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[A/N]
Obrigado por lerem, pessoal!
Até o próximo capítulo!