"Venha aqui," disse o homem com uma voz profunda, apontando para a cadeira à sua frente. Emmelyn assentiu e caminhou até mais perto, em seguida, ploftou sua bunda no assento designado para ela.
Logo, dois servos homens trouxeram comida e serviram-nos o café da manhã. Emmelyn quase chorou ao ver toda aquela boa comida diante dela. Já fazia um tempo terrível desde que ela teve uma refeição decente pela última vez. Sendo um servo neste castelo significava que só comia a pior comida disponível, pois eram os mais baixos na cadeia alimentar daqui.
Às vezes, se o diabo estivesse ocupado com seus deveres de estado e tivesse que ir ao palácio real por dias, ela poderia respirar aliviada do seu serviço a ele. Ela caçaria na floresta por perto e comeria carne assada se tivesse sorte.
"Você precisa deixar o cozinheiro saber quais comidas você gosta, para que ele possa prepará-las para você," disse o diabo enquanto erguia sua xícara e o servo rapidamente a enchia com chá.
"Eh?" Emmelyn não esperava que o diabo dissesse tais coisas. Será que ela estava sonhando? Talvez estivesse dormindo e sonhado tudo aquilo.
Não havia como o diabo do Reino de Draec pedisse para ela nomear seus pratos favoritos para que seu cozinheiro pudesse prepará-los para ela...
"Eu tenho um paladar requintado. Ele pode não ser capaz de fazer meus pratos favoritos," Emmelyn revirou os olhos. A verdade era que ela estava com saudades da torta de maçã de sua mãe há meses. Às vezes, ela chorava sozinha, só de pensar nisso.
Mas.. ela não deveria confiar em qualquer comida do diabo. Ela só comeria qualquer coisa que ele comesse, nada mais. E se ele a envenenasse?
"Você está menosprezando o meu povo?" O diabo estreitou os olhos perigosamente. "Isso significa que você também está menosprezando a mim. Está dizendo que eu não sou capaz de prover para você?"
Emmelyn estreitou os olhos também. Ela não entendia o que de fato o diabo queria dela.
"Por que você quer me alimentar? Está tentando me engordar antes de me sacrificar ao diabo?" ela zombou.
"Tch..." O diabo revirou os olhos como resposta às palavras de Emmelyn. "Você está magra demais para dar à luz aos meus filhos. Preciso que você ganhe um pouco mais de peso."
Emmelyn cuspiu o chá quando ela ouviu ele. Certo... parecia que ela não estava sonhando. Ela ouviu o homem dizer a mesma coisa na noite passada.
Ele queria que ela fosse a mãe de seus filhos.
Se ele não fosse o próprio diabo encarnado, Emmelyn talvez considerasse sua "proposta indireta" como algo romântico. No entanto, não... ele era o seu inimigo mortal, e ela não deveria deixar aqueles olhos dourados encantadores a desviarem do seu objetivo.
Então, isso significa... que ele estava falando sério?
"Tão sem vergonha! O que te faz pensar que eu darei à luz aos seus filhos? Você sabe que eu vim aqui para te matar..." Emmelyn olhou para o homem ousadamente.
Sim, ela não era mais uma princesa depois que seu reino foi atacado pelo exército desse príncipe desprezível e sua família foi retirada do trono, mas ela ainda tinha seu orgulho. Ela não deixaria ninguém reduzi-la a uma vaca reprodutora.
O Príncipe Marte olhou para Emmelyn intensamente e os cantos de sua boca se retorceram um pouco, como se ele estivesse segurando um sorriso. Ele era o diabo, afinal. Ele não deveria deixar essa servo inferior pensar que ele havia se tornado um manso. É por isso que ele segurou seu sorriso.
A verdade era que esta garota era tão bonita e seu bico e seu comportamento agressivo só aumentavam seu charme. O diabo estava apaixonado, mas ele não admitiria isso. Ele limpou a garganta.
"Diga seu preço," ele disse finalmente. "Todo mundo tem seu preço. Eu não penso que você é tão especial assim que você não quer nada na vida."
Emmelyn franziu a testa. "Meu preço? Como ousa!"
"Você pode me dizer seu preço ou eu vou encontrar outra mulher para carregar meus filhos e ordenarei que os guardas do castelo a levem até a praça para a decapitação."
"..."
[Inacreditável. Este diabo é muito astuto.]
Emmelyn ficou sem palavras. Então, basicamente, ela não tinha escolha. Era a cabeça dela ou o útero dela.
Finalmente, ela suspirou e olhou para o lado. Ela odiava esse homem por forçar a sua vontade sobre ela. No entanto, ela estava bem ciente da sua posição. Ela não estava num lugar onde ela tinha poder de barganha.
O diabo poderia precisar dela para dar à luz a seus filhos por qualquer que fosse o motivo, mas ela não podia abusar da sorte. Ele também poderia descartá-la e encontrar outras mulheres para gerar seus filhos, então... ela poderia dizer adeus à sua cabeça.
Melhor apenas dizer sim por agora e, mais tarde, encontrar uma maneira de escapar.
"Está bem. Você venceu." Emmelyn colocou a xícara para baixo. "Eu tenho meu preço."
"Diga-o."